Espectro Flamejante escrita por ShiroiChou


Capítulo 13
Algo escondido


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas o/

Capítulo fresquinho chegando para alegrar o sábado.

Boa leitura!



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Três dias depois.

Lucy ainda estava em estado de choque, sendo amparada pelos amigos. Não conseguia acreditar no que tinha ouvido, muito menos no que viu.

Acompanhar o enterro de Natsu foi uma experiência estranha. Negava-se a aceitar o ocorrido, o rosado nunca morreria assim tão facilmente. Apesar de tê-lo visto ali, deitado em um caixão, a visão não entrava em sua cabeça, fazendo com que não sentisse nada, era como se estivesse vazia por dentro.

Mal conseguiu se despedir, a ficha ainda não tinha caído... Apesar de tocá-lo e sentir sua pele fria, algo tão diferente, acreditava que ele logo abriria os olhos e diria que era tudo uma pegadinha. Porém, isso não aconteceu.

Happy também não aceitou bem a situação. Logo após receber a notícia, começou a chorar e a gritar, voando pelo apartamento da loira até que Erza conseguisse o segurar. Ela e Gray mantinham-se firmes para ajudar os amigos, embora estivessem tão tristes quanto eles.

A volta para casa foi tranquila, na medida do possível. Todos imersos em seus próprios pensamentos, tentando imaginar como todo o mistério ao redor de Natsu tinha chegado àquela situação. Perguntas e mais perguntas flutuavam em suas mentes, todas sem resposta.

As dúvidas eram tantas que, quando perceberam, já estavam dentro do apartamento da loira, insistindo para que ela dormisse um pouco, afinal, a loira mal dormia desde que recebeu a notícia, três dias antes.

— Você precisa descansar, Lucy — disse Erza, vendo a loira abraçar o gatinho que estava dormindo em seus braços.

— Eu estou bem.

— Lucy... Ficar sem dormir só vai te deixar pior — alertou Gray.

— Eu só preciso ficar um pouco sozinha... Por favor.

— Nós vamos te deixar, mas descanse nem que seja um pouco.

— Qualquer coisa, é só chamar. Estaremos aqui — a ruiva sorriu tristemente, fechando a porta do quarto.

Respirando fundo, Lucy repousou Happy em sua cama e deitou-se ao seu lado, acariciando suas orelhas com delicadeza, ouvindo um leve ronronar.

— Vou descobrir o que aconteceu, nem que seja a última coisa que eu faça na minha vida — sussurrou, deixando as lágrimas acumuladas, finalmente, saírem. — Isso não passará impune.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

— Esse é a casa onde o corpo foi encontrado — explicou o homem moreno e alto: um membro do Conselho.

— Alguma informação? — perguntou Makarov, olhando melhor a casa onde estava.

— Sim, senhor. O corpo de Natsu Dragneel foi encontrado aqui sem sinais de luta ou machucados. Laudos médicos indicaram que ele foi envenenado.

— Que tipo de veneno?

— Um bloqueador mágico. Quem usou, queria deixá-lo fraco primeiro, para impedir uma possível resistência.

— Bloqueadores mágicos não costumam matar, eles só deixam a pessoa vulnerável e sem magia...

— Por isso achamos que tinha algo mais misturado ao veneno. O senhor não percebeu como o corpo do garoto estava sólido e frio?

— Você não está querendo me dizer... ?

— Sim, ele foi congelado de dentro para fora. Claramente, foi usada uma poção de gelo.

Makarov arregalou os olhos por alguns segundos, mas logo disfarçou.

— Entendo... Algum suspeito?

— Por enquanto, zero. Estamos esperando um pouco para começarmos a coletar informações, principalmente dos amigos mais próximos.

— Concordo, eles estão muito abalados para pensarem com clareza agora. Muito obrigado, James, vocês estão fazendo um ótimo trabalho nos ajudando.

— Não precisa agradecer, é meu dever. Agora preciso voltar ao trabalho. Com licença — fez uma pequena reverência e afastou-se, saindo da casa.

— Acho que não faz mal eu dar uma olhada por aí.

A casa onde Makarov estava era a única em Snowball. No primeiro andar ficava uma pequena sala, apenas com dois sofás brancos e uma mesa de centro. Ao fundo, uma cozinha também toda branca ocupava o restante do espaço. Não havia nada de especial.

No andar de cima, um corredor levava a três portas. Na da direita, um quarto seguindo o mesmo padrão de cor do restante, contendo uma cama de casal centralizada, um armário simples do lado esquerdo e uma penteadeira do lado direito. Nela, apenas um perfume feminino foi encontrado, mas sem nenhuma digital.

A porta da esquerda era um banheiro do mesmo tamanho que o quarto, contendo uma banheira, a pia e o vaso sanitário. Estranhamente, não havia nenhuma armário ou espelho.

Seguindo até o final do corredor, a última porta dava para uma sacada, a mesma onde o corpo de Natsu foi encontrado. De acordo com James, uma mulher ligou desesperada pedindo ajuda, pois tinha encontrado um homem morto em sua casa.

Infelizmente, a mulher não foi encontrada. O número era impossível de ser rastreado e, os documentos da casa, diziam que a última moradora e dona naquele lugar, faleceu há cerca de vinte e três anos.

Todas as informações deixavam Makarov com mais dúvidas ainda. Sentia-se um péssimo pai por não ter conseguido impedir que um de seus filhos sumisse e o pior acontecesse. Nunca se perdoaria por não ter agido mais rápido.

Agora, a única coisa que podia fazer, era ajudar nas investigações e procurar por pistas. Não deixaria que aquele caso fosse encerrado sem um culpado.

—— / / —— / / —— / / —— / / —— / / ——

Um mês depois.

Os olhos inchados denunciavam o que Lucy fez durante toda a noite, mas ela ignorou esse fato e começou a fazer o café em silêncio, para não acordar ninguém.

Estava cansada de esperar por respostas. Por isso, estava decidida a responder suas perguntas por conta própria, nem que tivesse que invadir a sede do Conselho para descobrir sobre o andamento das investigações. Para a loira, a história estava muito mal contada e ela não conseguiria viver em paz sabendo disso.

— Lucy? — chamou Happy.

— Bom dia, Happy — sorriu levemente, abraçando o exceed.

— Bom dia... — sorriu, com lágrimas nos olhos.

— Vai ficar tudo bem, vamos superar isso, né?

— Não sei...

— Ei! Lembre-se o quanto ele odiava nos ver chorando. Temos que ser fortes por ele.

— Aye! — enxugou os olhos com a patinha. — Iremos continuar as investigações?

— Você quer?

— Sim. Ainda não consigo acreditar que o Natsu...

— Nem eu, Happy. Tem horas que penso que ele vai entrar pela janela, dizendo que tudo não passou de uma mentira...

— Eu quero saber quem fez isso com o Natsu, Lucy...

— Nós vamos descobrir! Pode ter certeza. Agora vamos tomar café, quero sair antes que Erza e Gray acordem.

Apressados, Lucy e Happy comeram algumas panquecas e deixaram um prato com mais, além de suco de laranja na geladeira, assim, seus amigos não precisariam se preocupar quando acordassem.

A loira ainda teve tempo de lavar tudo o que foi usado, escrever um pequeno bilhete e pegar suas chaves e seu chicote.

— Tudo pronto — sussurrou, olhando para o sofá e vendo se ainda estavam dormindo.

— Para aonde vamos?

— Para sua casa, sinto que encontraremos algo lá.

— Tipo?

— Não faço ideia, mas saberemos quando acharmos.

Na ponta dos pés, Lucy abriu a porta com o mesmo cuidado de quem desarma uma bomba. Saiu e fechou do mesmo jeito.

— Conseguimos — sorriu orgulhosa.

— Que estranho...

— O quê?

— Eles não acordaram com o chão tremendo.

— Chão tremendo?

— É, por causa de seu peso de elefante — colocou as patinhas na boca.

— Happy...

— Sim?

— Corre! — virou-se com cara de poucos amigos.

— Socorro! — gritou baixinho, fingindo desespero e começando a voar.

Correr não estava nos planos da loira, pois fazia muito barulho, mas não conseguiu conter sua ira e desceu o mais rápido que pode as escadas, tentando alcançá-lo com toda sua força.

— Desse jeito, só vamos chegar amanhã — alfinetou o gatinho.

— Ora, seu...

— Vamos, assim é mais rápido — pegou a loira e voou, poupando tempo para os dois.

Em poucos minutos, os dois estavam parados, encarando a porta da casa como se fossem encontrar um monstro lá dentro. Ninguém tinha ido ali desde o ocorrido, o lugar estava quase se tornando proibido na cabeça de todos.

— Vamos entrar — soltou o ar que estava segurando. — Ficar parados aqui não vai nos trazer resposta.

A casa estava intacta, tudo limpo e organizado, exatamente como ele havia deixado. As lembranças logo invadiram suas cabeças, sentiam falta dos momentos que passaram ali. Momentos que não voltariam.

— Você percebeu algo de estranho na última vez que esteve aqui, Happy? — perguntou Lucy, ignorando as memórias.

— Não, estava tudo normal e no mesmo lugar. Por quê?

— Ele pode ter escondido algo aqui sem que você percebesse.

— Você acha?

— Tenho certeza, mas onde será que está? — olhou ao redor com atenção.

Curiosos, os dois começaram a olhar cômodo por cômodo da casa. Olharam primeiro no quarto que seria o lugar mais óbvio. Reviraram o guarda-roupa, tiraram o colchão da cama, cutucaram buracos na parede atrás de algum papel e nada.

Seguindo para o banheiro, Lucy até desmontou o chuveiro para olhar dentro, enquanto Happy mexia no armário. Também nada.

Na cozinha, eles esperavam ter mais sucesso. Tiraram tudo dos armários, olharam dentro de potes e panelas, dentro do forno e até embaixo da geladeira. Happy até abriu algumas latas de sardinha com a desculpa de que poderia ter algo dentro. Claro que ele também usou a desculpa de “não poder desperdiçar” para comer tudo.

— Não tem nada aqui! — Lucy andava de um lado para o outro na sala. — Se eu fosse o Natsu, onde eu... ? — tentou falar, quando tropeçou em um taco meio solto e caiu no chão.

— Que susto, quase que a casa cai — Happy riu da loira.

— HAPPY!

— Luxy, olha! O taco que você tropeçou, saiu. O que é isso? — aproximou-se curioso.

Lucy levantou o mais rápido possível, aproximando-se de Happy. No chão, onde antes estava o taco, uma caixinha cinza chamou sua atenção.

— Essa caixa... Eu já a vi antes, ela apareceu no meu apartamento e sumiu sem deixar rastros. Achei que estivesse ficando louca — disse Lucy com os olhos arregalados.

— Achou? Eu tenho é certeza — riu.

Ignorando o exceed, Lucy abriu a carta e começou a ler.

“Natsu, espero que não tenha se esquecido de mim.

Lamento pela demora e lhe mandar um sinal, estive ocupada, impedindo que minha avó descobrisse sobre você. Ela não parece muito disposta a ajudar em meus planos, estou torcendo para que ela não te atrapalhe.

Atualmente, estou em um esconderijo na cidade de Snowball, em uma casa nas montanhas. É um pouco frio, mas duvido que você tenha problemas com isso.

Venha me encontrar, estarei esperando na estação. Prometo que você terá a respostas para cada uma de suas perguntas. Não traga ninguém com você, pode ser perigoso.

Obs. Fique longe da Rua da Pedra. Minha avó odeia visitas, ela é muito perigosa quando interrompida.

Ass. Cassandra”.

— Cassandra... Deve ser a mulher que Erza e Gray viram com ele...

— Aquela velha maluca é a avó dela — Happy arrepiou-se.

— O que vocês encontraram? — disse uma voz, na porta de entrada.

— Hã? MESTRE! — Lucy suspirou aliviada. — Quando o senhor chegou?

— Agora pouco. Eu estava em uma ligação com o responsável pela investigação

— Alguma avanço? — perguntou esperançosa.

— Um avanço mínimo... E vocês?

— Essa carta — entrou o papel para o homem.

— Então essa mulher já tinha feito contato com ele antes — coçou a cabeça, estava confuso. — Cassandra é o mesmo nome da dona da casa onde ele estava, o problema é que ela já morreu faz anos.

— Como isso é possível? A mulher que contatou o Natsu não pode estar morta há tanto tempo.

— Suspeito daquela senhora da loja. Eu não quis dizer antes para que vocês não ficassem tristes, mas foi encontrado veneno no corpo do Natsu.

— Como conseguiram envenenar ele?

— Ninguém sabe. Além disso, Natsu foi congelado de dentro para fora.

— Pobre, Natsu — sussurrou Happy, com lágrimas nos olhos.

— O senhor acha que ela estava atrás da magia dele? — perguntou Lucy, ignorando a informação.

— Bem provável que sim. Ela deve ter descoberto os planos da neta e atacou Natsu.

— As poções... Será que tem alguma ligação?

— Acho que sim, mas o poder das que estão comigo é mínimo. Fiz alguns testes, um frasco inteiro consegue congelar e descongelar apenas um litro de água. Porém, existem mais fortes espalhadas mundo a fora.

— Droga...

— O Conselho irá começar as interrogações, estejam atentos, sim? Não ocultem nada do que sabem.

— Sim — responderam em uníssono.

— Muito bem! Agora voltem para casa e descansem, ainda temos muito trabalho pela frente — sorriu carinhoso antes de sair da casa.

— Nós não vamos obedecer, né? — perguntou Happy, já sabendo a resposta.

— Não.

— Snowball?

— Snowball. Eu quero ver essa casa com meus próprios olhos, talvez lá tenha algo para abrir essa caixa... Você vem comigo?

— Eu vou para onde você for, Lucy.

— Obrigada, Happy — abraçou o gatinho. — Voltaremos antes que notem nossa ausência.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo :3



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