13 & Team 1: Sem Rumo e Sem Vida escrita por Cassiano Souza


Capítulo 8
Gênesis de Nova Gally - parte 2


Notas iniciais do capítulo

Tenha uma fantástica leitura!



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UNIVERSO DE CIMA/ ÚLTIMAS HORAS DO UNIVERSO/ BASE ESPACIAL SODOM

 

O universo estava em cacos, planetas estilhaçados, esfarelados, dizimados, estrelas em decadência, e galáxias todas em rotas de impacto, com os seus próprios núcleos, ou pelo menos o que restou delas, desnutridas e murchas. A última esperança era a base Sodom, cuja a finalidade era transportes de auta velocidade interestelar, feita pelos últimos humanos, em busca de conhecimento. Mas, quando o caos chegou… Ninguém se importava mais com o conhecimento, apenas com as suas vidas. 

— Abre essa porta! - uma jovem estapeou a porta, vendo um rapaz atraves do vidro, entrando em uma micro nave. 

— Precisamos despista-lo! - disse o homem. - Eu disse, vá às garagens, a sua está lá! 

— 696 andares a baixo! 

— Eu sinto muito, kira. - lamentou, entrou, e a comporta se abriu. 

A jovem lacrinejiu, e um estouro foi escutado. O que houve? A jovem checa o monitor, e ele revela a imagem da micro nave se espatifar no espaço, em chamas. 

— Juuden?! - gritou horrorizada, em soluços de choro. 

E de repente, a menina se agacha vendo uma cabine azul de polícia vindo desgovernada do espaço, rodopiando louca até bater na janela e tombar na parede. Todo o oxigênio começa a ir para o vácuo, e a jovem se agarra a um cano. Mas, da cabine sai uma mulher madura e ruiva, vestida em roupas xadrez, toda suja e descabelada,  segurando-se nas paredes com cravas de escalar, até pegar a menina e apertar um botão que cela o compartimento. A jovem respirou melhor:

— Doutora? Não parece bem.

— Onde estão todos?

— Sou apenas eu agora.

A ruiva deixa uma lágrima cair, mas sem tempo para grandes discursos, ela apenas retira um objeto do casaco e veste na jovem. 

— Um manipulador de vórtex? 

— A TARDIS foi sabotada. Não tempos tempo, escolhas, dignidade ou biscoitos. Mas, não vou perder esta última vitória. Vá.

— Vamos juntas! 

— Preciso parar o inimigo. 

— Então eu vou ficar! 

— Não vai não. - apontou a chave de fenda sônica, e a humana desapareceu. 

E agora, para onde ir? A Senhora do Tempo pretendia explodir toda a nave, não podia deixar chances de fuga para o inimigo continuar as suas perversidades, afinal, o último lugar no universo era aquele. A ruiva então correu rumo a sala dos geradores, iria sobrecarregar, mas… Caiu violentamente, gritando no chão. 

— Você corre muito, seus corações agradecem. - disse uma voz masculina debochada. 

— Sujo. - a Doutora ergueu o rosto do piso, e se arrastou até a parede, estava com uma perna perfurada por laser. Não parava de franzir a cara.

O inimigo, era um sujeito de cabeça raspada, vestido de terno, calças e sapatos, mas todos em tons vermelhos diferentes. E ao seu lado, um rosto peculiar à Doutora:

— Turlough?!

— Que o nome da besta seja louvado. - parecia fora de si, a julgar pelos olhos e voz. Também apontava a arma do disparo.

— Todos menos você. - lágrimas a ruiva, não conseguia conter.

—  Feliz em revê-lo? - sorriu largo o careca. - Eu sabia que sim, mas agradeça depois, temos de terminar isto logo.

— Não vai passar daqui. 

— Não está na melhor condição. 

— Todas as naves eu sabotei. Fuja, e exploda. 

— Ora, Doutora… Pense em quantos inocentes você fez morrer! - gargalhou insano. - Brilhante! Eu adoro falar isso. Brilhante! 

— Acabou.

— Para você certamente. 

— Para nós!

— Não vou desistir! 

— Sem naves, sem manipuladores… Você é só mais um mortal. A destruição de Vasug vai chegar até você. 

O homem engole a seco, respirando fundo furioso. Parecia intimidado, mas parecia sedento por fogo também. Havia ganho, mas também não teria perdido? Tudo o que ele disse foi:

— Últimas palavras! 

A estação estremece. A ruiva sorri: 

— Nos vemos no inferno. 

O inimigo sorri falsamente sínico, limpa a garganta, e o seu servo e ex acompanhante da Doutora comete o crime, o ato, a barbárie. O gatilho é puxado deliberadamente e toda e qualquer tentativa de regeneração foi evitada. O homem de vermelho entra no elevador, mas antes ordenando: 

— Abra a comporta.

Turlough obedece, onde ele e a cadáver são puxados para o caos afora. Todo o espaço e tempo vinha quebrando-se em puro colapso, o que faria o homem de vermelho? Escaneou toda a nave, em seus últimos 5 minutos rumo a colidirem com a lua de Boe, e dalí seus olhos arregalaram-se esperançosos, onde usou o teletransporte defeituosamente fatal dos suicidas para chegar até onde queria. Chegou até a garagem, e lá havia uma cápsula de escape, híbrida de tecnologia gallifreyana com humana, mas devido ao teletransporte de má qualidade o seu corpo não estava estabilizado, e ele iria morrer. 

Sangue saía de sua boca, as pernas cambaleavam, e a cápsula era muito pequena, um homem do seu tamanho teria de perder muitos centímetros se quisesse entrar ali. Sendo assim, serraria as suas pernas? O que fez foi enfiar as mãos no terno, e retirar um relógio de bolso, todo entalhado em símbolos circulares. 

 ***

 

UNIVERSO DE BAIXO/PLANETA TERRA/ INGLATERRA/ SOMERSET/ WELLS/ FAZENDA RIGHTEND/ DEZEMBRO DE 1948

 

Faltavam poucas semanas para o Natal, mas adornos festivos estavam caros igual a bijouterias, então as paredes, sala e portas, tinham de se contentar com o mofo. A casa parecia mais escura, a noite densa, mesmo com as lamparinas todas acesas, o frio era torturante, encolhendo e adormeçendo vidas, onde os cachorros dominavam os tapetes da cozinha, e o gato preto o sofá. A loira pega-o no colo:

— Meu bebê está com frio? Mamãe vai esquentar o atum. Servido?

O gato pula dos braços da jovem, e sobe ao andar de cima, revoltado. A loira revira os olhos: 

— Quando agradamos um gato? 

Voltou para a mesa de canto na sala, e folheou seu livro, A Metamorfose. Sorriu, e sentou-se para o retorno a leitura. Mas, alguém não pretendia colaborar:

— Rose?! - uma voz masculina mais velha chamava.

— Sim, papai. - revirou os olhos.

— Meu rádio, que ódio! - estava com o seu velho e enorme rádio nos braços, descendo as escadas, e levando um cachimbo na boca. - Viu meu alicate? Justo hoje ele inventa isso!

— Um novo rádio faria mais sentido.

— O que disse?!

— Nada. - forçou um sorriso.

— E o que lê? - se aproximou, abrindo o rádio. - Ah, Rose… Lhe dei uma bíblia! Uma bíblia! Pedi para que a lesse, para que não se perca como suas primas, e você lê apenas bobagens?! Deus não te deu este dom para o mal.

— Ler, seja o que for… Não é para o mal. Este é um ótimo livro, nunca o abrio, e como a própria bíblia diz; não julgue para não ser julgado.

O pai assoprou do cachimbo:

— Devia ler apocalipse.

— Outra hora. - focou no A Metamorfose. 

Porém, mais empecilhos para a leitura, já que um choro de bebê começou a ecoar, vindo do lado de fora. Os adultos se entreolgaram desentendidos:

— Não é coisa da minha cabeça, é? - Rose aproximou-se da janela, e viu um flash de luz próximo do celeiro.

— Uma armação! Já conheci homens que imitavam perfeitamente vozes de crianças, mas matavam mais do que lobos.

— Tinha uma luz! - continuava na janela

— Eu disse.

O choro apenas se intensificou, o rádio volta, onde o pai pula alegre, e a filha respira fundo indo até a lanterna, e partindo apressada para fora. O homem adverteu:

— Volte! Eu avisei! - pegou uma espingarda, e outra lanterna.

Chegando ao celeiro, ao lado do curral onde um bode preto enorme ficava, havia um cesto de palha, nenhuma pegada, e um bebê de olhos azuis, aparentemente nascido a poucos dias, pelo volume, e de fraldas de pano. Os olhos de Rose brilharam! Já os do Nathanield… Cuspiam repulsa: 

— Que porcaria!

— De maneira alguma! - Rose apanhou o pequeno nos braços, e partiu ao lar. – Em um frio desses, coitado.

Entraram os três. O pai levantou o dedo:

— Não pode trazer para casa.

— Posso deixá-lo no frio? - pôs a panela de leite de cabras para mornar.

— Você viu uma luz, é armação!

— Viu alguém? Nossa imaginação faz coisas, papai. A noite, escura, e o medo, um inventor.

— Não é nosso!

— Sim, crianças abandonadas não são de ninguém. Por isso alguns acolhem.

— Não vamos ficar com ele, nem invente!

— O que não vou inventar é largá-lo. Quem merece tal maldade duas vezes? 

— Vamos no orfanato amanhã.

— Não! - ficou séria, sacudindo e ignorando o choro. - Ele é meu agora.

— Com que direito? - cruzou os braços. - Não estamos falando de um gato ou cachorro, filha.

— Por que aqui? Acha sábio andar mais de 2 quilômetros carregando um peso e deixá-lo a pobres? Se alguém o quisesse no orfanato, o teria feito.

— E aí acha por direito de criar filho dos outros? Como disse, "pobres"!

— Papai. - olhou fundo. - Prefere ser sempre tão temente, mas o que adianta me dar um livro que manda eu amar ao próximo se na realidade nem posso tentar?

O pai assopra mais fumaça, de cara emburrada:

— Puxou a sua mãe. - olhou para o retrato. - Mas e os vizinhos, a familia, a cidade? Vão questionar sobre o pai, e a falta de barriga.

— Ambos sabem que existem homens que são pais apenas no ato. E nem todas as mulheres estufam. 

— Se dirá mãe solteira?!

— Os tempos estão mudando. 

— Para o fim deles! - se retirou furioso, tossindo, e pressionando o pulmão, como se algo o incomodasse.

Rose ignorou, apenas a criança lhe era importante naquela noite. O choro era intenso, mas após minutos de colo e leite, o pequenino desistiu da resistência sobre a cama. O sorriso da mãe era incontrolável. Porém, a atitude da loira, semelhante a própria mãe, seria bondade, solidão, ou irresponsabilidade? Não pensou nisso, apenas pensou em um nome:

— Lucio. 

***

 

71 ANOS DEPOIS

 

Após ter salvo Graham, Rose e o bebê, a Doutora havia voltado no tempo e dado um anel de presente a Yaz, para rastreio, o Rani aparecera, e todo e qualquer clima de shipp foi quebrado, pois ele sequestrou a Doutora, hackeando o seu manipulador de vórtex. O teletransporte se concluiu, e a Senhora do Tempo é logo contida pelos Tetraps. Seu casaco é retirado, tendo todas as suas bugigangas, como castigar uma criança. A loira encara o ambiente,   um lugar enorme como um ginásio, de tons metálicos, formas quadradas brilhantes nas paredes, uma porta bem longe, muitas mesas, uma escadaria vindo de cima, e o mais atordoador… Um cilindro menor de vidro, rodeado por painéis cheios de botões, alavancas, e interruptores. E no centro da sala, lá estava Yaz, presa dentro de um enorme tubo de vidro, e correu a gallifreyana para ela:

— Yaz?!

— Doutora?! 

— Vou tira-la daí!

— Queria dizer que estou feliz em vê-la, mas… As coisas não estão boas.

— Pegaram a minha chave. - encarava o vidro

— Ele é um Senhor do Tempo! 

— Eu sei, ele mesmo antecipou a fofoca. Eles te machucaram? 

O Rani pigarreia, aproximando-se: 

— Vamos aos negócios, velha amiga. 

— Não me chame de amiga! 

— Então nem vou lhe apresentar a minha esposa.

— O quê?!

Lily desce a escadaria, agora com um vestido branco longo de calda, e batom vermelho:

— Um prazer, Doutora. Ouvi falar muito.

— Canalhas. - havia a fúria de uma tempestade nos olhos da loira.

Os canalhas, juntam os braços e permanecem sorrindo para a outra, como se a saudade de mata-la estivesse prestes a se cumprir: 

— Sei o que está pensando. - começa o homem. 

— Maneiras de te dar uma surra? - ironiza a loira.

— Que meus sapatos são legais, como sempre. Já os seus… - tinha repulça. - Que lástima.

— Fale logo o que quer! 

— Sabe bem. 

— Bem mal, suponho.

— Engraçadinha. 

— Nem queira ver. Só diz logo! 

Lily e o Rani se entreolham rindo, o Rani desfaz o semblante positivo e o tubo de Yaz lhe dá uma descarga energética. Yaz grita agonizando e a Doutora empurra o homem:

— Pare!

— Minha vontade, Doutora, é tudo o que eu preciso para fritar o seu bicho de estimação! Já até comprei o pão. 

A descarga para, e Yaz se agacha respirando ofegante. A Doutora engole a seco:

— É da criança que precisam? Por quê?

O Rani revira os olhos, Yaz leva outro choque. A loira berra:

— Eu realmente não sei! 

— Pelo bem dela, sugiro que colabore, Doutora. - aconselha Lily. - Ninguém precisa se machucar. - pelo tom paciente, parecia até se importar. 

— Então expliquem! Anomalias aparecem, aí sigo, aí encontro uma criança anomala ao tempo, aí vou lá e Tetraps aparecem. Um Vagante Branco aparece, Yaz é sequestrada, e vocês agem como se eu tivesse as respostas!

— A dias atrás nos encontramos. - diz o Rani, vindo até a Doutora e ficando cara a cara. - Tem Alzheimer ou as drogas da acadêmica afetaram o seu cérebro a logo prazo? 

A Doutora suspira emburrada. O Rani esclarece:

— A criança veio ao nosso universo, e você tomou ela. Lhe expliquei todos os malefícios, mas você não me entendeu, você nunca entende. 

— Malefícios? Não quer fazer dela uma arma?

— Claro que não!

— Nos livraremos dela, e salvaremos. O universo. - completa Lily. 

— Bobagem. - zomba a Doutora. 

— Mataremos a criança, Doutora, ou mataremos a sua amiga. - sentou-se o Rani em uma cadeira giratória, rodopiando um pouco. – Achou que nesta aventura seríamos os vilões? - riu. - Somos nós os salvadores, e você… A pedra no caminho.

— E pode apostar que uma bem grande. - determina convicta.

— Até montanhas caem. - suspirou. - Enfim, a criança de outro universo é nada mais e nada menos, Doutora, do quê…

— Diga logo!

— A criança é o Anticristo. 

A expressão facial da Doutora foi apenas de "o quê?! Quando o Rani virou protestante?" ou, "será que ele assistiu ao filme O Bebê de Rosemary?". 

 

***

 

— A Doutora está demorando, em. - comenta Graham, pondo finalmente após gastar todo o seu carisma paterno improvisado, o bebê no colchão que salvara ele e Rose.

Ainda aguardavam na TARDIS, ancorados no vórtex.

— As feras da fazenda são traiçoeiras. - teme Rose.

— Sabem como ela é, distraída. - relaxa Ryan. – Pensamentos positivos.

— Em casos como esse, devemos considerar até coisas piores do que a sua avó com raiva, Ryan. - reforça Graham. - E se, algo aconteceu? Ela seria rápida, e já são quase 3 horas sem ela.

— Pensando bem… - revela Ryan. - Vimos o fim do mundo. 

Graham e Rose dão as mãos. Ryan continua: 

— Algo aconteceu, ou vai, e tudo acabará. Sem Sheffield, sem Doutora, sem vida. 

— E meu bebê. - lacrimeja Rose. - Sei que forças além de tudo o que a minha mente wellense já viu rondam o pobre Lucio, mas é apenas uma criança. Acredito que um anjo tenha o trago até mim, mas tudo faz parecer ao contrário. 

— Bem, esse era eu no ensino médio. - ergue as sobrancelhas Graham. - Não podemos deixar o mundo acabar! Não podemos deixar esta criança ficar sem infância. 

— Então temos de voltar até Sheffield, é lá que a Doutora está. - coloca Ryan.

— Sabem pilotar? - indaga Rose, olhando torto para o console. 

Graham e Ryan se entreolham sem jeito:

— Não. A Yaz sabe. 

Rose assopra emburrada: 

— Então pensem! É tão avançada esta máquina. Deve ter algo, tem de ter algo. 

— A Doutora disse ter jogado o manual em uma Super Nova. - lamenta Ryan. - Bem, a menos que tenha algum suporte técnico… O que acha, vô?

Graham quase pula, lembrando-se:

— O protocolo de segurança! 

— Brilhante! - berra Ryan. 

— TARDIS, protocolo de segurança necessário. - Exige Graham em voz alta. 

Mas, nenhum resultado recebeu. Ele repete:

— TARDIS, protocolo de segurança necessário.

Nada. Graham revira os olhos:

— Rose, me joga esse martelo. - apontou.

Rose joga, Graham bate e a máquina do tempo emite:

— Olá, time! - era um holograma em forma da Doutora. - Se este protocolo foi ativado significa que estamos em perigo. Em caso de perigo na Terra, a TARDIS partirá para algum lugar seguro não informado. Caso fora da Terra, a TARDIS voltará para a Terra. E se chegamos a este ponto, significa que eu morri ou estou prestes a morrer. 

— Sim, queremos salvar você! - avisa Rose.

— Negativo. Eu não devo ser salva. 

— É claro que deve!

— O protocolo diz que a TARDIS busque uma saída e somente isto. Qualquer coisa que viole vai contra o sistema. Agora, informem a situação. 

E agora, o que fazer? Se não podia contar nem mesmo com a TARDIS para salvar a Senhora do Tempo, o que restava? Todos calaram-se desanimados, mas Ryan começa a andar de um lado para outro e vai até Graham:

— Lembra quando a TARDIS nos ensinou a fazer suflê?

— Não tô com fome, filho.

— Não! É sobre a interface que ajudou. Algo parecido com o que li em um livro de Douglas Adams. 

Graham franze a testa:

— Hou… Você merece um beijo.

— Não curto, desculpa.

Graham sorri, Rose olha torto, e Ryan ordena:

— Interface de segurança, tudo foi apenas um mal entendido, nenhuma ação deve ser tomada.

— Certeza? 

— Certeza. Na verdade, a emergência que tínhamos era para preparar algo para o bebê comer. A Doutora sabe de uma receita ótima de mingau de… De repolho.

Rose quase vomita. Ryan continua:

— Pode nos transferir para a interface de saúde e bem estar? 

— Imediatamente. - respondeu desaparecendo.

— Olá, time! - disse a nova interface, usando seu chapéu de mestre cuca. -  Eu sou a interface de saúde e bem estar, espero que estejam ótimos. 

— Melhor agora. - diz Graham.

— Muito bem.

— E gostei do cabelo! Cortou que dia? - piscou para Ryan.

— Sempre foi este, Graham, mas obrigada pela gentileza! Como posso ajudar? Torta de gambá? 

— Não! - engoliu Ryan a seco. - Precisamos da Doutora para dar uma receita, mas não sabemos pilotar. Pode… Pode dar alguma instrução?

— Eu tenho toda e qualquer receita.

— Ela inventou hoje. - tentou soar convincente. - Porque se não, o bebê vai acordar, vai chorar, vai interferir no bem estar, e as suas programações não podem permitir isto, podem? 

O holograma olhou fundo para o jovem, parecia estar testando ele, ou até mesmo se sentindo ofendida. Até holograficamente a Doutora tinha ego? Talvez. Enfim, ela disse:

— Certo. Onde ela se encontra? Posso acessar o manual e guiá-los em segurança. 

— Fantástico! - berra Rose, abraçando Ryan e Graham. 

— Está em Sheffield, na rua da Yaz, a um mês atrás, pela tarde. - explica Graham. 

— Certo, então vamos ao volante! Sempre quis dizer isto. - diz a interface empolgada.

Ela ia dando as instruções ao trio, e cada um ia manuseando cada dispositivo do console:

— Muito bem, Rose! Esse não, Ryan! Pedale mais, Graham.

Até que enfim, chegaram na rua de Yaz, mas ao abrirem as portas, se depararam com a Doutora desaparecendo em um teletransporte junto ao farmacêutico que jurou curar a Terra de seus males, Adam Rhannel. 

***

 

— Anticristo? - começou a gargalhar a Doutora, ainda com o Rani e a Lily, enquanto Yaz dentro do tubo. 

— Se não me ouve por colaboração, ouvirá por arrependimento. - determina o Rani, e Yaz recebe outro choque, que a faz cair desacordada.

A Doutora berra batendo no vidro:

— Yaz?!

— Ainda está viva, Doutora. - a Lily apontava um escâner. 

— Mas o molho de costelas já está pronto. - suspirou o Rani. 

— Está bem! Eu prometo ouvi-lo até o final, sem morrer de tédio ou capotar. Continue, mas deixe a minha amiga em paz.

— Vou compartilhar minhas lembranças. - tocou na testa da Doutora. 

— Que podem muito bem ser uma farsa. 

— Quem não é? 

A Doutora sentiu uma sensação repentina em sua mente, como um sono bem forte, junto a uma dor aguda, e por fim, a dormência de todo o seu corpo.

***

 

FLASH BACK/ GALÁXIA 4/ NEBULOSA HIPÁTIA/ REGO DE DUNOAB



O Rani manuseava tranquilamente o console, rastreando possíveis interferências no tempo, paradoxos mal resolvidos e ferimentos no espaço tempo, afinal, se achando o Senhor do Tempo Vitorioso, precisava tomar as rédeas do cargo. Um flash de luz surge em sua frente, e uma mulher aparece:

— Feito! História Gatuuniana levemente reescrita, foi divertido! - começou a tirar o traje espacial.

— Satisfatório o seu prazer. - tinha malícia nos olhos. 

— Mesmo? - mais malícia.

— Aposte.

— Sou contra.

— Não precisa ser em dinheiro.

— Agora parece interessante.

Se encontraram em beijos e abraços. O Rani se desata:

— Algo me incomoda.

Lily encara o monitor:

— A elevação de energia no Rego?

— Estão aumentando muito. De 225 timentos para 666, em minutos.

— Dizem que o Rego é uma cicatriz do choque interuniversal.

— Acredita?

— Você já esteve em outros.

 O Rani gargalha:

— Suponhamos que o Rego seja realmente uma fenda. Para que os níveis extrapolassem assim, se precisaria de muita massa, não? 

— E se nós quem captamos, é massa saindo. Correto?

— Algo vindo. Algo impossível, e muito, muito, muito perigoso. 

— Não pode ter certeza.

— Para tal feito, que bom ser, seria capaz? 

Lily então apenas tentou imaginar, pensava muito parecida com o Rani, logo, se concluiria algo. Porém, interrompendo o raciocínio, um som agudo o console emitiu. A Lily clica em um botão: 

— Mensagem na rede espiã.

O Rani clica em outro botão. A cara não estava mais tão tranquila:

— É do Doutor! 

— Olá, se está vendo está mensagem, significa que morri ou estou prestes a morrer. - reproduzia a mensagem em vídeo, cuja figura era a de uma mulher. 

*** 

 

HÁ 1000 ANOS LUZ DE DISTÂNCIA.

 

— Engraçado. - encarou a vista. - A cicatriz não devia estar menos brilhante? - a loira fazia pinturas encarando a vista, pelas portas abertas da cabine. 

A Cicatriz de Dunoab, conhecida também como Rego de Dunoab, era uma espécie de mancha cumprida enorme na nebulosa, constituída de radiação, prótons selvagens, e tempestades de nêutrons. Era a reação físico-química do choque de outro universo contra este. Estava ali desde os Tempos Negros do universo, ou em outras rezas;  A Antiga Era do Universo, quando os Antigos reinavam o caos por entre a poeira estelar e as tempestades cósmicas. 

— Não, deve ser impressão. - continuou a diversão.

Porém, os sinos do claustro não pretendiam colaborar. A mulher revira os olhos, fechando a porta e vai até o console, ao invés de uma notícia como: "Parabéns, ganhou 1 milhão de libras galácticas", o que estava era: "OENI". 

— Objeto espacial não identificado?! Ah, qual é? Vai ser igual da outra vez, só uma sonda da NASA bugada.

Um tombo! A Doutora agara-se ao console, e ativa as defesas ao máximo, uma onda gravitacional de escala Rassilon havia chocado o veículo, como se uma enorme massa estivesse em direção. A cabine rodopeia tonta pela órbita. Pobrezinha? Este era o dia a dia de uma TARDIS.

— Ninguém empurra o meu bebê! - acariciou a lataria que ela sempre martelava. 

A Doutora aciona seus interferômetros para a Cicatriz, e de lá tem uma conclusão dobradora de sobrancelhas. Da cicatriz, começa a emergir uma esfera luminosa de partículas gama, de apenas 10 metros de comprimento, mas com uma massa de algo entorno de 100 vezes o seu tamanho.

— Maior por dentro ou só uma quantidade enorme de energia?! - a loira começa a clicar em vários botões. - Tem algo mais.

Dentro da esfera, estava registrado um objeto metálico de apenas 2 metros de comprimento e origem fora dos registros.

— Pela sunga de Rassilon! - intrigada. - E você não vai fugir! 

O OENI bate em retirada rumo ao espaço profundo, em uma imprevisível velocidade de 2000 anos luz por hora! Esbarrava em nebulosas, cometas e anéis planetários, como um trem desgovernado. 

— Eu também sei correr, querido! Empatei com Fanny Blankers-Koen, uma vez! Na verdade, terceiro lugar. - puxava alavancas e botões, apressada. 

A TARDIS estava bem próxima da esfera, rodopiando feroz e furiosa a todo o vapor, mas de repente, outra batida. A cabine de polícia rodopia fora da rota, igualmente a bolsa de valores toda semana, a pilota se segura resmungando, e no monitor outro registro intrigante.

— O quê?! Impossível! 

A nave range também resmungando. A piloto responde:

— Tá, meu amor, você nunca mente. Mas então… Outro Senhor do Tempo?!

No radar, constava outra TARDIS, de leituras familiares, mas que a Doutora não conseguia se lembrar. Em seguida, a outra TARDIS bate novamente na nave da loira, e assim ela entende haver um duelo de interesses. As duas perseguiam o OENI, sempre uma chegando mais perto e a outra trapaceando. 

— Trapaceando?! Ora, eu sou a Doutora! Quem esse pensa que é?! - murmurou para o monitor. 

Mais um baque! Do lado de fora, via-se a TARDIS inimiga lançar um jato de energia azul por sua porta. A cabine tentava resistir com o seu campo de forças, mas era um jato muito denso. Parecia mais que a cabine seria arremessada para longe. O campo perdia cada vez mais potência, e de 100% caiu para 25% em menos de um minuto.

— Usando o próprio Olho da Harmonia?! - segurava-se a Doutora no console. -  Mexeu com a trapaceira errada. No meu próximo truque… - deu uma martelada no console. 

A porta da caixa azul se abre, o campo se rompe, e o jato infernal vai bem para o cristal rotor do tempo no console. Parecia loucura? O cristal brilhava tanto que parecia querer explodir. A Senhora do Tempo desliga um pouco do compensador espacial, e o lado interior em um piscar de olhos fica apertado e minúsculo como um quarto barato de motel de estrada, já o lado de fora, como a própria estrada, crescida em milésimos de segundos. A enorme estrutura rebate a pequena nave, que sai rodopiando desestabilizada, tombando-se pelos oceanos de pedras espaciais congeladas. 

— Rha! - pulou a Doutora. - Nunca dê energia a uma engenheira dimensional. Mas, não acabou.

O tamanho da caixa de polícia volta ao habitual, e bem no centro da esfera de energia fugitiva, a TARDIS se materializa, tão fora da lei quanto menores de 16. Os alarmes tocam mais alto, os alertas de perigo, mas como um bom jovem infrator a loira dispensa as observações. Faíscas começam a sair para todos os lados, e o estranho objeto metálico é enfim materializado. A esfera morre, e a cabine parte ao vórtex.

— Impossível de novo! 

O objeto era de apenas um metro e meio, dourado, e em um formato que lembraria um caixão humano, ou a arca da aliança, porém, cheio de escrituras em gallifreyano antigo. 

— Sarcofago? Suporte de vida? Capsula de emergência? O que é você?! 

Apontou a chave sônica, mas nenhuma resposta, tentou achar algum botão, ou trava, mas nada, parecia ser fundido por nanotecnologia. Era como se aquilo fosse absolutamente lacrado, assim como o Twitter humano. Já as escrituras entalhadas, diziam apenas "mantenha em segurança".  A loira respirou fundo: 

— Não sei o que é você, ou se pode me ouvir, mas quero e vou ajudar seja no que for, caso esteja sendo ameaçado. O outro Senhor do Tempo não declarou as suas intenções, mas se ele sabe quem eu sou e me atacou… Não seria por um bom motivo. E aliás, já tive uma amiga caixa. 

A mulher se vira para o console, iria levar aquilo a algum lugar. Quando então, um som como trancas e engrenagens se movimentando ela ouve, e corre ao objeto. Estava aberto, e a visão do seu interior guardava algo que faz a mulher dizer:

— Pelo buraco negro do Omega! Não exploda, por favor.  

O que fazer? Fazia séculos que a Doutora não dava uma de mãe ou pai, e seus filhos já nem possuíam mais cinzas. Ela tentou falar o idioma do pequeno, para compreendê-lo e ajudá-lo, mas aquele era indecifrável. Ela resmunga:

— Qual é?! Não é justo dobrar tanto esta língua! Eu falo até caranguejo!

O bebê não ia virar uma múmia de tanto chorar, mas antes que a mulher fizesse algo, um balanço em sua TARDIS sentiu, e uma mensagem estava na caixa de mensagens. Ela abre e um holograma é reproduzido em sua frente. A imagem era a de um homem negro alto, forte, barbudo, com trajes semelhantes ao estilo da Doutora, mas pretos. A loira fechou a cara abrindo os braços:

— Perdeu alguma coisa?

— A sua pancada fez meu tanque de sardinhas falantes quebrar. 

— Sardinhas falantes?! Não existem mais, e apenas em Gallifrey. 

— Continua a mesma.

— Contínuo? Se me conhece, sabe que não vou entregar a criança. 

— Sou o Rani, Doutora. 

A respiração da loira mudou. Ele continua: 

— E precisa acreditar, vim a mando de você mesma, para eliminar esta praga.

— O quê?! - não era dia 01 de abril.

— Pode parecer bobagem, mas este menino é uma das maiores ameaças no multiverso. 

— Não há nada nesta escala, não pode.

— É difícil admitir que estamos errados, mexe com nosso orgulho, mas a bíblia humana nada mais é do que centenas de aventuras cósmicas mal entendidas por primitivos. 

— Bíblia?!

— Sua história mais fatal, não é somente uma história. 

— Protestante não é bem a sua cara. - fez careta. - O que agora, o bebê é um anjo expulso do céu? - gargalhou, onde por fim ficou séria, notando a cara enojada do Rani. - Você não é assim! Você não faz isso! Onde está a Rani? 

— Rani mudou, Doutora! - se encararam com ódio por alguns instantes. O Rani começa a andar pela sala. - Omsitab mudou-me.

— O desaparecido planeta da loucura?! - riu. - O lugar onde quem pisa ou morre, ou escapa fora de si. 

— Abriu a minha mente, meus corações, meu ser interior, como nunca antes.

— Poético, mas não seu estilo. 

— Nesta época, Gallifrey já se foi, correto? - sentou-se no banco.

— Acreditava, até salvá-lo. Está seguro agora, mas no fim dos tempos, e preso em um fagulha de existência. Não é diferente de dizer que está arruinado.

— Exato. - levantou-se e veio até a loira. - Omsitab me mostrou quem eu era, e qual o meu significado no universo.

— Coadjuvante? 

O Rani franze de ódio:

— O salvador da Gallifrey. 

— Salve, e outra Guerra no Tempo começará. 

— Tão covarde, amiga.

— Viu tudo o que passamos, chega de dor, chega de sangue! Não vou perder Gallifrey de novo. 

— Me conhece, acha que vou trazê-los? - riu.

— Ora.

— Trazer aqueles que me exilaram?! Que me puniram e deixaram-me por entre os primitivos mortais do cosmos, catadores de sucatas e migalhas?!

— Todos somos mortais.

— Serei um deus, Doutora.

— Nem pelo rosto de Boe! 

— Junte-se a mim, e seremos os fundadores da nova Gallifrey. 

— Não, junte-se você a mim.

O Rani franze a testa. A loira insiste:

— Junte-se, e seremos como antes, os Deca da Acadêmia. Você era a aluna mais inteligente de toda Prydon, e eu o mais trapaceiro. Se somos mesmo os últimos… Por que ficarmos contra? Se há um mal fatal, vamos enfrentá-lo juntos, Rani! - brilhou os olhos e estendeu a mão, mesmo que o holograma fosse intocável. 

O Rani desvia os seus olhos, tinha conflito, e talvez até duvida, onde respirou fundo. Entretanto, fúria foi o que veio a eles em seguida:

— Acha que eu traria Gallifrey? - gargalhou. - Que Gallifrey morra! Tudo o que eu quero é montar o meu próprio legado, e renascer os Senhores do Tempo, a partir de mim mesmo.

— Você nunca precisou disso! Você sempre foi brilhante por si só.

— Se quer se unir a mim, Doutora, será apenas do meu jeito. 

— Seu jeito podre.

— Racional. - corrigiu. 

— Como a criança é importante?

— Veja com os seus próprios olhos. - estalou os dedos. 

A transmissão da Doutora paralela transmitiu-se no monitor, uma Doutora ruiva e toda de xadrez:

— Olá, estamos todos em perigo! Sinceridade é tudo. Esta mensagem é para toda e qualquer TARDISes próxima agora da fenda inter universal. Seja quem for que tenha recebido, contate a Doutora! Ou Gallifrey, ou qualquer outra autoridade capaz. Se esta mensagem chegou até você, já estou morta ou prestes a morrer. Meu universo está acabando, está morrendo. Não tenho tempo, cartas na manga, ou… Nada. Mas você ainda tem o seu universo.

Houve um tombo na TARDIS paralela, a ruiva continua: 

— Um ser que pula de realidade em realidade, através do ponto mais fraco, se alojou nos Senhores do Tempo, e pode até regenerar. Na Terra, ele é conhecido como o Anticristo, e veio de algum universo até então desconhecido. Ele manipula as pessoas, põe idéias em suas mentes, as deixa cegas, surdas, e ignorantes. Sua ignorância cresce como um câncer, e todos os povos reproduzem apenas ódio. Mas não para por aí, tantas mentes sincronizadas por este ser, o fazem invocar um monstro muito pior.

Houve outro tombo:

— E ele destrói todo o universo agora! Eles nunca param, e se vão para o seu mundo… Provavelmente também não vão escapar. Ou talvez seja apenas meu desespero. - sorriu. - Sou a Doutora, tenho de ter esper… - teve a frase cortada por uma explosão na TARDIS, e a gravação sai do ar.

— Quero o resto! - exige a loira.

— Não tem resto. É aí que a sua canção termina. 

— Não pode ser. Ela era a Doutora!

— E isso é garantia? 

A loira não teve argumento, apenas deixou uma lágrima cair, e foi cabisbaixa até a criança. Nisto, notou um arco camaleão junto ao pequeno: 

— Na Terra creem que o Anticristo nascerá humano e após adulto se entenderá e se rebelará contra o mundo. - mostrou o arco.

— Não ouse fazer o que pensa.

— Sem a consciência que há neste arco ele é apenas um bebê. 

— Nada lhe garante que será um ser digno!

— Será um humano, e humanos erram. 

— Você viu o que você mesma passou, não seja estúpida. Eu sou a escolha certa, junte-se a mim e faremos do universo um bom lugar novamente.

— Nunca. 

— Os Senhores do Tempo se foram, mas pretendo continuar com o seu trabalho, e começaremos a partir daqui. 

— Sinto muito.

— Escolhe ser inimiga?

— É mais divertido. - puxou uma alavanca. 

O holograma foi desconectado e a Doutora migrou de um vórtex para outro. Pediu para a máquina:  

— Fofa, agora ajude-me a encontrar um lugar seguro para a criança, um onde ele crescerá com dignidade e chances de ser uma ótima pessoa. Precisa de bons país, e em seguida… Se quero garantir total segurança, nem mesmo eu posso mais saber onde ele ficará, ou todos estarão em perigo. Mas em caso de emergência… - apertou um botão, e um fecho de luz iluminou seus olhos.

A Doutora havia testemunhado o seu próprio fim, e se ela, a Doutora havia visto isso, o que poderia fazer quando o apocalipse finalmente cair sobre si? 

 


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Notas finais do capítulo

agora temos respostas né, capítulo todo do Lucio, gostou de entender a criança finalmente?
Como podem ver aqui, a história é uma desconstrução bíblica, e tinha pequenas referências bem sutís nos capítulos passados mas que só fazem sentido aqui.
Omsitab é anagrama de batismo, pois foi praticamente um batismo o que o Rani passou no capítulo passado. Pro cristianismo o batismo representa o renascimento da pessoa, renegando a antiga vida e assumindo um novo ser. Na teoria pq na prática kkkk
Rose é a mãe que não precisou ficar com homem pra ser mãe, e Lucio significa também iluminado, mas escolhi porque Luci lembra Lucifer. E aparece justo perto do Natal, época supostamente entendida como nascimento de Cristo. Vindo do universo de cima pra o universo de baixo. Lembra algo? Kkk
Muitos nomes e números nos capítulos passados também foram referências bíblicas, e vem mais.

E a Doutora paralela morrendo, chocante né? O Turlough matando ela é porque na série clássica ele queria matar o Quinto Doutor, por influência do Black Guardian, porém não conseguiu. Aqui ele consegue isto, mas por influência do Anticristo.

O livro que Ryan cita de Douglas Adams é o Shada. Li ele e tem uma nave inteligente que o Doutor acha uma brecha no raciocínio, e aqui foi basicamente isso kkk são super engraçadas as cenas da nave, e ele se torna a melhor personagem do livro, acredite!

E o filme O Bebê de Rosemary é sobre uma mulher que é escolhida sem nem saber, para ser a mãe do Anticristo. É um filme muito bom. Mas lá em 2019 quando tava no capítulo 3 ainda não tinha essas ideias. Elas são de agora, então o nome Rose é coincidência. Na época lembro que foi apenas pra confundir o povo, com a Rose da série.

Enfim, próximo capítulo teremos algumas conclusões de pontas e mais coisas fazendo sentido. Next time… Gênesis de Nova Gally parte 3



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