Bem distante dali, Julian chegou ao local onde estava Rothbart, o cabelo do homem estava completamente bagunçado, ele estava muito pálido e com enormes olheiras.

—Barão Rothbart - falou Julian.

—E então? O que minha filha anda fazendo? - perguntou Rothbart.

—Nada demais, senhor - Julian disse.

—Nada demais como o que, Benno? - perguntou o feiticeiro.

—Ela está apenas infeliz em seu castelo como sempre, sem fazer nada - Julian contou.

—Porque eu tenho a impressão de que você está mentindo? - perguntou Rothbart.

—Não estou, eu estou preocupado com ela, sempre estive, a cada dia que passa eu me sinto mais culpado por não contar pra ela o que aconteceu quando ela tinha 18 anos - explicou Julian.

—E ela jamais pode saber! - Rothbart falou.

—Ela tem o direito de saber, o senhor apagou a memória dela, ela ainda acha que a pior coisa que o senhor fez à ela foi tirar o plebeu Peter Brun dela, mas nós dois sabemos da verdade - Julian disse.

—E você jamais irá contar, lembre-se Benno, que você está na minha mão, se eu cair você cai junto, eu juro que vou te fazer sofrer e te matar da maneira mais dolorosa possível se você ousar contar, o que aconteceu há 4 anos atrás iria tirar Odile do meu controle e eu não poderia deixar isso acontecer, eu preciso dela - explicou o Barão.

—Você não tem um mínimo de compaixão? Ela é sua filha, Rothbart - disse Julian.

—Não tenho pena de ninguém, eu posso até me importar com ela, mas você sabe o que acontece quando alguém ousa entrar no meu caminho ou me desafiar, quem quer que seja essa pessoa, pagará duras consequências - Rothbart disse.

—Mas a Odile já sofreu consequências demais! - Julian falou.

—E vai sofrer mais se tentar mais alguma coisa contra mim! Agora suma daqui! - gritou o feiticeiro até Julian sair.

Odile no outro dia, foi conversar com Ivan e Aubrey pra saber sobre Luna, a apresentação era em poucos dias, ela não tinha mais tempo a perder.

—E então? Como ela está se saindo? - perguntou a rainha.

—Bem melhor do que esperávamos, parece que ela está finalmente se soltando, a impressão que eu tenho majestade, é que a cada encontro que Luna tem com a senhorita ela fica melhor e melhor - explicou Ivan.

—Ótimo - falou a megera sorrindo e bebeu sua taça de vinho.

—Com licença, majestade - disseram Ivan e Aubrey e saíram do quarto, no corredor, Ivan deu de cara com Luna.

—Parabéns, moça, Odile ficaria orgulhosa - Ivan contou.

—Eu nunca imaginei que eu poderia ter essa capacidade de sedução, mas desde que conheci ela, parece que ela despertou isso em mim, meu lado sexual - explicou Luna.

—Tenho certeza de que muita gente amaria conhecer esse lado também - comentou Ivan.

—O que? - perguntou ela.

—Nada...nada não, enfim, acho que você deveria mostrar para a Odile o que sabe - falou Ivan.

—É exatamente a minha intenção, eu quero impressiona-lá - Luna disse.

—Se eu fosse você não iria tão longe, a Odile ama provocar mas odeia ser provocada - explicou Ivan e saiu de lá.

Luna sorriu ao ouvir a informação.

Em Label, Siegfried foi ao jardim com Odette, ela explicava sobre as flores e sobre o reino.

—Então, gostou da sua nova casa? - perguntou o príncipe pra moça que estava exausta pois havia dormido como um cisne e não havia sido nada confortável.

—Sinceramente Sieg, eu não me vejo muito aqui, as pessoas não parecem gostar de mim - Odette contou.

—Não ligue pra elas, só estão com inveja de você, inclusive minha mãe, ela não quer que ninguém ocupe o cargo dela, por isso age desse jeito - Siegfried explicou.

—Eu não quero roubar o lugar de ninguém, Sieg, eu só queria ser feliz com você, aonde quer que estivessemos seria o suficiente pra mim, porque eu estou com você - ela falou.

Siegfried beijou ela durante um longo tempo.

—E vamos ser muito felizes aqui, você não vai roubar o lugar de ninguém, esse lugar é seu por direito, eu prometo que jamais vou te deixar, eu sempre vou voltar pra você - ele disse e eles se beijaram de novo naquele lindo gramado cheio de flores.

Anoiteceu, em seu quarto, Odile olhava o jardim pela janela, de vez em quanto ela imaginava o que teria acontecido se tudo tivesse sido diferente, mesmo assim os momentos mais felizes de sua vida haviam acontecido lá.

Flashback on

Dois dias antes de tentarem fugir, Odile estava no jardim deitada com Peter, eles olhavam pro céu e tentavam adivinhar o formato das nuvens.

—Sabe, pra onde vamos quando fugirmos? - perguntou ela.

—Não sei, poderíamos ir pra uma casa simples, onde seriam só eu, você e os nossos filhos - explicou ele.

—Quem vai trabalhar, você ou eu? - perguntou a garota.

—Nós dois, ora, se você quiser é claro, se preferir ficar cozinhando também pode, mas eu quero cozinhar também - falou ele.

—Nós dois cozinhamos e trabalhamos então - disse ela e beijou o garoto.

—E vamos ser muito felizes - completou Peter e beijou ela de novo

Flashback off.

Ela resolveu parar de olhar pro jardim, isso só trazia lembranças dolorosas e não era o foco no momento, até que a porta bateu, era Luna.

—Olá majestade - falou a arqueira sorrindo.

—Nossa, vejo que está de bom humor hoje, garota - disse a rainha sorrindo de volta.

—Você não imagina quanto...passou o dia fora novamente? - perguntou Luna se aproximando e andando ao redor da rainha pegando em sua perna.

—Isso não é da sua... - Odile não conseguiu terminar, ela começou a ofegar e apertou a mão.

—Está bem então - Luna falou e abriu a porta do quarto pra sair quando Odile a puxou pelo braço e a jogou contra a parede.

—Garotinha atrevida...como ousa me provocar desse jeito?  - perguntou ela furiosa.

—Estou te dando o troco apenas "majestade" e testando uma teoria também, você ama seduzir e provocar as pessoas, ama ver elas tentando se controlar pra não agarra-lá, mas odeia quando acontece o contrário - explicou a arqueira.

—Quem disse que eu não me controlo pra agarrar as pessoas que eu quero, garota? Mas não é isso que você quer, você quer que eu ceda a você não é isso? - perguntou a rainha.

Luna ficou calada, era isso que ela queria.

—Eu já te falei, Luna, pelo seu próprio bem, isso jamais pode acontecer, então pare de fazer isso porque você só complica mais as coisas - Odile disse.

—Eu só paro se você parar - Luna disse.

—Eu não consigo, será que você não entende? Eu sou desse jeito, quando eu te disse pra despertar seu lado sedutor não era pra testa-ló em mim - disse a megera.

—Porque não, Odile? - Luna disse dando um pequeno sorriso.

—Porque eu jamais me controlaria perto de você, garota - explicou a rainha e soltou ela da parede.

—Agora suma, é melhor você sumir - Odile falou.

—Se esse é o seu desejo, eu sumo, mas você cometeu um grande erro, Majestade, me transformou em uma mulher sedutora, e toda mulher sedutora ama seduzir quem quer seduzir - disse a arqueira e saiu de lá.