Odette corou ao ouvir a fala de Siegfried

—Ir pra Label? Conhecer sua familia? Sua mãe? Porque? - ela perguntou.

—Bom, eu quero que todos do reino saibam que eu já escolhi a mulher que eu quero passar o resto dos meus dias, o amor da minha vida, a futura rainha deles e também quero que minha mãe pare de insistir pra que eu case com as mulheres ricas que ela me apresentou - explicou o príncipe.

—Mas e se não gostarem de mim? - perguntou Odette.

—Isso não vai acontecer relaxe, e mesmo se acontecer o que eu duvido muito, nada vai mudar a minha escolha, é com você que eu quero ficar, somente com você, você vai ser minha rainha eles querendo ou não - falou o príncipe e a beijou com calma.

—Vai ser por quanto tempo? - perguntou Odette.

—Só por alguns dias, eu prometo, depois voltaremos pra cá e vamos dar o fim nessa maldição, pra depois virarmos rei e rainha de Label - explicou Siegfried.

—Ok então, por você - falou ela.

—Eu te amo - ele disse e beijou ela mais uma vez, até os dois se olharem com todo o amor possível nos olhos.

No dia seguinte, Odile estava em seu quarto deitada no sofá e Julian estava sentado em uma cadeira enquanto Luna estava ocupada com mais uma das desastrosas aulas de dança.

—Você acha mesmo que isso vai funcionar? Quero dizer, a Luna é uma mulher muito bonita, mas ela não tem o jeito e nem a facilidade pra seduzir alguém como Volodar - Julian disse.

—Acredite, ela é a mulher certa - Odile explicou.

—Como pode ter tanta certeza? - perguntou ele.

—Eu sei Julian, Luna é exatamente a mulher que eu procuro, ela tem seu comportamento de durona e de mocinha justiceira, mas eu também vejo alguma parte de dentro dela que seja capaz de seduzir tanta gente quanto eu, talvez até mais, ela é uma mulher surpreendente, um tanto sexy também, ela tem alguma coisa, talvez seja o olhar ou algo do tipo, só sei que algo nela me faz ter certeza de que ela é exatamente a mulher certa pra isso - Odile comentou.

—Você sente algo por ela? - perguntou Julian.

Odile o olhou com um olhar estranho e confuso.

—Como assim, Julian? - perguntou a megera.

—Algo físico eu quero dizer...desejo sexual - corrigiu Julian.

—Mas é claro, você acha mesmo que se ela ainda estaria aqui se não? Uma pessoa que não conseguiria nem provocar desejo em mim imagine no Volodar? - ela perguntou.

—Bom, o Volodar é alguém muito difícil de ser impressionado - falou Julian.

—E eu também, mas ela me impressionou, ela é uma boa mulher que por mais certinha que seja, também tem um lado sedutor perverso, eu pretendo despertar esse lado dela...e assim finalmente terei o meu cristal pra eliminar quem está no meu caminho - Odile explicou.

Mais tarde, Luna finalmente saiu de outra aula de dança e resolveu ir direto pro quarto de Odile pra ver se achava algo sobre o paradeiro de Phillipe lá, ela não aguentava mais aquilo, havia sido desastroso como sempre, sua única esperança era encontrar Phillipe e ir embora de lá de vez.

Porém quando ela abriu a porta se surpreendeu, Odile estava lá.

—Luna, que surpresa ver você aqui, como foi a aula de sedução? - Odile perguntou se levantando.

—Péssima como sempre, eu não sei porque você ainda insiste em mim, eu não sou desse jeito, não sou capaz de impressionar ninguém com sedução então porque você apenas não deixa eu e meu noivo irmos embora? - perguntou Luna.

—Cada vez mais eu estou convencida do contrário - disse Odile ignorando a pergunta.

—Eu não esperava te ver aqui - Luna falou.

Odile riu.

—Esse é o meu quarto, garotinha, se esperava vir até aqui pra descobrir algo sobre seu noivo perdeu seu tempo, não tem nada aqui - Odile disse.

—É que você quase nunca está no castelo - comentou a arqueira.

—Você reparou nisso? Então quer dizer que anda me procurando muito por aí, não? - perguntou Odile sorrindo.

—Eu não...eu...não interessa, pra aonde você vai quando não está aqui? - perguntou Luna.

—Assunto confidencial,garotinha - respondeu a megera e se aproximou.

Luna percebeu que a rainha mordia seu lábio o que a fez e arrepiar todo seu corpo, ela teve que respirar fundo novamente e lutar contra as extremas vontades de seu corpo.

—Sabe...Julian me contou um pouco sobre você, disse que você já foi uma menina inocente, mas eu não consigo imaginar nada de inocente em você, porém eu ainda enxergo bondade nos seus olhos, você tenta esconder suas emoções ao máximo mas ainda as sente, Odile, você pode negar o quanto quiser, mas eu sei...eu sinto que ainda há bondade no seu coração - Luna explicou.

—HAHAHAHA, agora pronto, você vai mesmo fazer aquele velho truque de tentar me mudar pra eu soltar o seu noivo,Luna? - perguntou a rainha.

—Isso não tem nada haver com o Phillipe, tem haver com você, eu sei que por debaixo de toda essa escuridão ainda há luz e eu tenho esperança de um dia desperta-lá - Luna explicou.

—Luna, você acha que me conhece...mas não conhece, você não sabe de absolutamente nada sobre mim - disse a rainha e se aproximou novamente fazendo o coração da arqueira disparar sem ela saber porque.

Derrepente ela ouviu passos em direção ao quarto.

Odile rapidamente a puxou até uma porta e a abriu entrando com ela em um depósito minúsculo de um pouco mais de um metro quadrado e apenas uma pequena janela em forma circular iluminando o local.

"Não, não podia ser" ela pensou, não podia ficar presa com Odile em um local tão apertado e quente como aquele, era impossível não haver contato fisico entre elas.

Luna começou a ofegar e procurou não olhar pro lindo rosto que estava bem perto do dela, mas acabou olhando.

Odile ouviu passou e depois voltou a olhar pra arqueira, ela deu um sorriso e mordeu o lábio fazendo Luna pirar, ela não ia resistir, estava em uma batalha contra todos os seus músculos do corpo pra tentar controlar o impulso que estava prestes a dar.

—Pare de fazer isso - implorou Luna sussurrando pra Odile.

—Shhhh - a megera falou com seu sorriso sexy e colocou um dedo nos lábios de Luna, Luna fechou os olhos ofegante e estendeu de leve a língua, tocando-a no dedo da rainha.

—Ela não está aqui - falou uma voz que vinha do quarto e depois houve um barulho de batida de porta, eles haviam saído.

Odile abriu a porta e Luna saiu de lá ainda ofegando.

—Quem eram aqueles? - perguntou a arqueira.

—Seguidores do meu pai, Rothbart, provavelmente ele mandou eles virem pra cá ou porque queria me vigiar ou porque quer falar comigo urgente - explicou Odile.

—E que esconderijo é esse? - Luna perguntou.

—Aquilo...é a jaula do cisne, como meu pai chamava, era exatamente ali que Rothbart me trancava por horas quando eu era criança - explicou Odile com um sorriso de lado embora seus olhos revelassem tristeza.

Luna sentiu uma pontada no coração só de imaginar Odile sendo trancada lá, ela começou a entender o que Julian dizia, mas ela ainda sabia que existia bondade dentro da rainha.

Luna estava próxima a ela novamente e percebeu que a rainha mordia o lábio novamente enquanto sorria.

—Pare de fazer isso - Luna falou.

—Parar de fazer o que? - perguntou a rainha.

—Pare de me seduzir - explicou a arqueira.

Odile riu.

—HAHAHA, amada, se eu estivesse realmente lhe seduzindo você já estaria rasgando minha roupa - ela disse.

—Então pare com essa mania de morder o lábio - Luna falou se aproximando mais.

—Porque? Porque isso te incomoda tanto? - ela perguntou baixinho enquanto mordia o lábio novamente.

Na mesma hora, Julian entrou no quarto interrompendo a conversa

"Graças a Deus" pensou Luna.

—O que aconteceu, Julian? - perguntou Odile.

—Odile...seu pai, ele está aqui no castelo - explicou ele.

No reino de Label, Siegfried e Odette chegaram até o castelo de mãos dadas, todos olhavam pra Odette, nobres, comerciantes, servos, camponeses, plebeus e até o exército, ela se sentia cada vez mais nervosa.

—Alteza - disse um dos homens.

Todos ali o tratavam com total respeito o chamando de alteza e se ajoelhando quando ele passava.

—Quer que eu o acompanhe até a subida ao castelo alteza? - perguntou um dos guardas.

—Não precisa Horan, eu mesmo posso subir com minha amada, obrigado - ele disse.

—Eu estou nervosa - confessou Odette.

—Calma vai dar tudo certo eu prometo, essa será sua nova casa - Siegfried falou e deu um leve beijo na boca dela de novo.

Eles subiram ao castelo, mas quando pararam na porta do quarto da rainha, Siegfried parou.

—Escuta, fica aqui por um minuto, eu irei falar com minha mãe, daqui a pouco eu lhe chamo e fique tranquila ela vai adorar você - falou o príncipe beijando Odette mais uma vez.

—Esperarei por você - Odette garantiu.

—Ótimo - ele falou e entrou no quarto.

Odette esperava nervosa quando sentiu seu corpo se transformar.

"NÃO NÃO NÃO, AQUI NÃO, AGORA NÃO" ela pensou

Mas era tarde demais, ela tinha se transformado novamente em cisne branco ali e naquele momento