No castelo, Luna foi até a sala e encontrou Julian lá junto com um homem e uma mulher desconhecidos.

—Bom dia, Luna, eu sou o Julian e esses são Ivan e Aubrey, está pronta pra começar? - perguntou Julian.

—Não, isso é loucura, eu tô falando desde ontem que vocês pegaram a mulher errada, eu não sei dançar, eu não sou o tipo de mulher que Odile é - explicou Luna furiosa.

—Então vamos ter que transformar você no tipo - Julian explicou.

O que é isso afinal? - perguntou Luna olhando pra uma peça estranha, parecia um bastão de ferro só que fixo.

—Isso foi produzido com ferro há algum tempo atrás, chamamos de Poli Dance, geralmente prostitutas usam isso pra dançar para os homens - explicou Ivan.

—Então Odile usa isso direto, imagino - comentou a arqueira.

—Ela não é uma prostituta, Luna - falou Julian.

—Ela é um monstro - Luna disse.

—Ok, chega de reclamação, agora você deve começar imediatamente, nós iremos te ensinar - disse Aubrey.

Passou uma hora de meia, Luna tinha realmente dificuldade de fazer o que era pra ser feito, Ivan ficou o tempo todo nervoso, quase gritando com ela pra fazer direito enquanto colocava a mão no rosto de decepção e Aubrey fazia sempre reclamações quanto à postura da mulher e a maneira como ela dançava.

—Isso é pior do que eu pensei que seria - comentou Ivan.

—Você viu não foi? Pegaram a mulher errada, agora podem fazer o favor de me tirarem daqui e libertarem o meu noivo? - perguntou Luna.

—Não, não podemos, as ordens da rainha foram bem claras - explicou Aubrey.

—a "Rainha", a "Rainha, ela não é nenhuma rainha pra mim - ironizou Luna.

—Mas pra nós é e não podemos desobedece-lá - falou Ivan

Um pouco mais tarde, Luna estava em seus aposentos do castelo olhando pro teto, ela já estava surtando, não aguentava mais ficar lá, tudo que ela queria era dar o fim de uma vez por todas em Odile e ter seu noivo de volta pra voltar pra vila com ele.

Derrepente a porta bateu, era Julian.

—Sua majestade deseja ve-lá - informou ele.

Luna se levantou da cadeira furiosa, ela precisava se lembrar de não se distrair, aquela mulher não valia nada e ela tinha que manter a postura de durona e mostrar pra ela que não tinha medo dela.

Ela foi até o quarto, onde a rainha esperava de pé olhando pra janela, mais uma vez ela estava de tirar o fôlego, talvez agora mais ainda, é impressionante como ela conseguia ficar ainda mais sexy a cada dia que passava, ontem ela estava deslumbrante, agora ela estava mais do que isso, Luna entendia muito bem o porque das pessoas babarem e implorarem por ela, mas ela também entendia que a rainha não tinha caráter nenhum.

—E ai? O que achou do seu primeiro dia? - perguntou ela se aproximando, até seu jeito de andar era sexy.

—Péssimo, mas você já sabia disso - Luna explicou.

—Imaginei, pelo que Ivan me contou, mas iremos dar um jeito nisso não se preocupe - Odile disse.

—Quem tem que se preocupar é você e não eu, é você que vai perder - disse a arqueira.

—Eu não teria tanta certeza disso - falou Odile com seu sorriso diabólico e sexy.

—O que quer com esse tal cristal afinal? É pra destruir Odette? - Luna perguntou.

—Sabe mocinha, eu acho que deveríamos estabelecer aqui não acha? Como não perguntar sobre meus assuntos pessoais, ou sobre mim em geral - Odile disse.

—Eu não aceitarei nenhuma regra sua - Luna falou firme se aproximando ainda mais dela.

A arqueira não entendia porque Odile a tratava como se as duas não tivessem a mesma idade.

—Mas como você é afrontosa, garota - comentou Odile em um tom sério mas com um pequeno sorriso e olhar de irritação.

—Você ainda não viu nada - falou Luna.

—Você me surpreende, Luna, nesse pouco tempo que estamos passando juntas eu tô aprendendo cada vez mais sobre você - Odile disse andando pra trás.

Luna não conseguir deixar de olhar pra o traseiro da rainha, combinava perfeitamente com o resto do seu perfeito corpo de acabar com qualquer um.

—Espero mesmo, quem sabe assim aprende a não mexer com quem não deve - Luna disse.

—Acho que não sou eu que tô mexendo com quem não deve, garotinha - Odile comentou.

Luna ficou em silêncio apenas olhando pra rainha com fúria e tentando se controlar para não fazer duas coisas que estava tentando controlar duramente seus músculos pra não fazer.

—Agora eu tenho que ir, nos falamos depois - Odile disse e saiu do quarto pela janela voando na forma de cisne negro.

Luna tomou um susto, então era mais ou menos assim que Odette se transformava só que involuntariamente e em um cisne branco.

Na mesma hora Julian entrou.

—Gostaria de alguma coisa,Luna? Que eu possa te dar é claro - ele ofereceu.

—Gostaria de saber como você consegue aguentar ela? E porque faz tudo que ela manda? Ela é um monstro! - Luna perguntou.

—Ela nem sempre foi assim,Luna, eu diria que o pai dela, Rothbart, é o verdadeiro monstro da história pois foi ele que fez dela o que ela é hoje - explicou Julian.

—Não é possível alguém ser desse jeito porque uma pessoa influenciou-a - Luna comentou.

—A Odile teve uma vida muito difícil Luna, você não imagina pelo que ela já passou, teve uma época que ela era apenas uma garotinha inocente abusada pelo pai, mas toda vez que ela tentava se reerguer ele a derrubava de novo, você não entenderia, você não a conhece, eu a conheço há muito tempo - Julian explicou.

Luna apenas suspirou, não conseguia imaginar Odile sendo uma garota inocente, não conseguia imaginar Odile sendo qualquer coisa além de um monstro em forma de uma mulher um tanto gostosa.

No lago, Odette e Siegfried estavam em sua cabana deitados apenas mexendo nas mãos um do outro enquanto se olhavam com olhares apaixonados.

Ele sorriu pra ela e a beijou, ele queria ficar pra sempre desse jeito, sozinho com ela pelo resto da vida.

—Já disse que te amo hoje? - perguntou o príncipe.

—Pelo menos umas 500 vezes - Odette respondeu sorrindo.

—Vou falar mais uma....eu te amo - Siegfried falou e a beijou com calma e paixão.

Ela retribuiu passando a mão gentilmente pelos cabelos dele, até que o beijo começou a ficar mais intenso e ela parou.

—Está tudo bem? Eu te machuquei? - perguntou ele preocupado.

—Está é que....eu nunca fiz isso, não acho que já estou preparada - explicou Odette.

—Tudo bem...quando você tiver preparada eu vou estar aqui, não vou sair do seu lado jamais - Siegfried falou e beijou ela novamente.

Eles ficaram um tempo apenas desse jeito.

—Mas tem uma coisa que precisamos fazer - ele falou.

—O que? - perguntou Odette.

—Você precisa ir ao meu reino, Odette, precisa conhecer minha família - explicou Siegfried.

Odette corou

Odile que saiu voando chegou na casa aonde o pai estava, ele havia mandado uma mensagem pra ela em forma de papel e com magia conseguiu fazer com que chegasse diretamente nas mãos dele.

—Papaizinho que surpresa, querendo falar comigo - ironizou ela sorrindo.

—Isso é um assunto sério, Odile, não ache que eu estaria lhe chamando aqui se não fosse sério - ele disse em um tom frio com sua voz maléfica.

—Do que se trata então, "Papai"? - perguntou a rainha de braços cruzados.

—Soube que está a procura do cristal do inferno - Rothbart falou.

—Sim, e? - perguntou Odile.

—Quando o conseguir, eu quero que o dê pra mim - explicou o feiticeiro.

Odile começou a rir.

—Dá pra você? Porque eu faria isso? - perguntou ela.

—Porque eu sou seu pai e estou ficando cada vez mais fraco e preciso do poder desse cristal pra me recuperar - Rothbart explicou.

—Perdão, "papai", mas isso não é problema meu - disse a rainha.

—É claro que é! Lembre-se que eu sou seu pai, eu te fiz! Você não seria nada sem mim e você me deve isso, você vai ficar me devendo tudo pelo resto da sua vida, mesmo eu estando fraco, eu ainda sou eu e você lembra do que acontecia quando tentava fugir de mim, não é? Quando você era uma menina tola e fraca, eu te mostrei, você vai estar pra sempre conectada em mim, Odile! - ele falou enfurecido.

Odile olhou calada e séria.

—O que quer que eu faça? - perguntou ela.

Rothbart deu um sorriso ,malvado.

—Essa é minha filhinha! - ele disse