Lumos Solem escrita por Noderah


Capítulo 31
Capítulo IXXX


Notas iniciais do capítulo

Eu sumi um pouco? Eu sumi um pouco! Mas eu voltei, pessoal!



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— Ah, tava indo tudo tão bem! - Torry reclama.

Pasca e seus amigos estavam sentados em um banco ao redor das paredes do castelo de Hogwarts. A loira havia acabado de contar tudo o que havia acontecido entre ela e Sirius, fazia quase 24 horas que saíra em disparada a sua procura.

A garota contou sobre como o encontrou na Casa dos Gritos e voltaram para o castelo, foram para o dormitório dele e conversaram, deixou de fora alguns detalhes, sobre o amigo lobisomem e todos os amassos. Um desses era um segredo que não a pertencia e eles já sabiam demais. Ela contou todos os detalhes, porém, de como Sirius pareceu estranho quando perguntou porque não confiava nela.

— Acho que tem outra garota envolvida. Pronto. Eu disse. Homem é tudo merda. - Rachel falou levantando os braços, como quem larga um bebê.

Torry arfou de surpresa e Pyrites riu de sua reação.

— Não, claro que não. Ele gosta de mim. - Pasca disse com pouca confiança na voz.

— Só de você? - Rachel provocou.

— Você está sendo uma amiga ruim. - Torry cutucou suas costelas com o cotovelo.

— Tão amarga hoje… - Pyrites disse levantando as sobrancelhas.

Ele suspirou. - Não faz o menor sentido ele não te contar que é um animago por causa de outra garota, Pasca, para de pensar nessa possibilidade. Deve ser alguma outra coisa, provavelmente é besteira.

— Você deveria ir falar com ele. - Torry diz.

— Não, espera ele vir até você. - Rachel diz.

Pasca bufa, deixando o ar escapar pelo nariz.




— Oi, Sirius. - Pasca diz depois de cutucar seu ombro.

Os olhos do garoto brilham ao vê-la em pé abraçada a seus papiros.

— Quer sentar? - Ele pergunta já abrindo espaço para ela.

— Não. - Ela balança a cabeça negativamente. - Só vim te dizer que o teste para a viagem é amanhã. Não se atrase.

Pasca quase aceita o convite de Sirius para sentar-se quando vê a expressão que seu rosto tomou. De repente ele parece muito triste.

— Não esqueci, te vejo amanhã. - Ele diz com a expressão vazia de novo.

Essa noite nem é dormida. O quarto de Pasca parecia muito quente e abafado, suas roupas de dormir estavam suadas e ela não conseguia fechar os olhos, sua boca estava pegajosa e os lençóis pareciam cheios de formigas.

Não foi surpresa alguma quando ela acordou e seus olhos estavam cercados por uma mancha escura.

O baú de Pasca ficou esperando em seu dormitório e ela saiu porta afora praticamente saltitante. Sua felicidade em ir para um local de estudo de seu maior objeto de interesse era inimaginável, mas ela foi aplacada quando percebeu que ela e Sirius ainda não estavam nas melhores condições de viagem.

Ela encontrou Mirta Park no caminho para o teste. A garota grifinória era amiga de Lupin e pertencia ao grupo do Trato de Criaturas Mágicas, e assim como Pasca, ela estava muito animada em viajar e conhecer diferentes plantas e animais mágicos, aquela era uma experiência única.

Mirta tinha cabelos cacheados também, mas seus cachos eram menores e seu cabelo mais curto, formava uma flor ao redor de seu rosto de cor escura e reluzente.

— Você estudou? - Mirta perguntou a Pasca.

— Treinei alguns feitiços, estudei algumas teorias. - Ela disse.

As duas embarcaram em uma conversa sobre a fauna e a flora, comparando experiências.

Pasca já havia esquecido o nervosismo por encontrar Sirius até vê-lo esperando. Ele não usava as roupas trouxas, vestia uma camisa escura abotoada com as mangas compridas, por cima um colete aberto e calças bem cortadas azul marinho.

Ele estava fumando, encostado no muro, quando Pasca pôs seus olhos nos dele. Ela rapidamente desviou o olhar, se sentia idiota por ter exigido que ele contasse o motivo de tanta hesitação em lhe dizer a verdade.

Ele provavelmente estaria chateado ou até irritado, talvez estivesse achando que o que estavam criando não valesse a pena e a chateação.

Achar que o estava importunando foi o motivo que a fez apenas acenar em sua direção ao passar por ele, caminhando em direção à professora Smerna.

— Já que estamos todos aqui, podemos começar. - Disse a professora a todos os alunos reunidos.

O grupo que primeiro enfrentaria o teste da bruxa foi escolhido na sorte. Os sonserinos ganharam e, pelos seus rostos, parecia que aquilo seria o início de uma maré de sorte. Eles caminharam com confiança e entraram no estábulo. Quarenta minutos depois professora Smerna autorizou a entrada do próximo grupo.

O estábulo estava exatamente como da última vez, apenas uma fachada com uma floresta habitada pelos unicórnios e outros animais. Professora Smerna os guiou até uma área afastada, onde havia uma pequena casa de madeira.

— O teste de vocês começa aqui. Os encontro nesta mesma porta quando houver finalizado.

Os alunos se olharam de forma apreensiva antes de Sirius girar a maçaneta.

Eles entraram em um quarto muito maior do que a casa. O lugar era iluminado, fresco e arejado, apesar de não haver janelas ou luminárias, as paredes em um tom creme amarelado pareciam produzir sua própria iluminação. Assim que a porta fechou-se atrás deles, escutaram um som de tranca, rápido demais para ser professora Smerna os trancando ali, a própria casa parecia fazer isso.

Em sua frente havia uma outra porta, a qual Mirta tentou abrir e estava trancada. No centro do quarto havia um baú pequeno que levitava. Lupin o resgatou do ar e passou o conteúdo a Pasca, Mirta e Sirius. A primeira segurava um bilhete que continha as seguintes palavras.

 

O meu guardador com duas chaves funciona.

A primeira vocês encontraram.

A segunda devem achar.

Fechem meu par e tornem a abrir para ganhar.

Para aqui voltarem de nada devem a vida retirar. 

 

Ao lado do bilhete havia um pequeno saco feito de camurça. Mirta o abriu enquanto Pasca lia alto os comandos e espalhou em sua mão bichos-de-conta reluzentes. Ela os colocou de volta no saco quando todos os viram e pôs o saco no bolso da saia.

Sirius segurava uma chave dourada e pesada, a qual usou na porta a frente. Atrás dela, o magnífico hipogrifo não foi analisado por muito tempo. A chave em seu bico parecia muito mais interessante do que a criatura. Às costas do bicho, havia outra porta.

Depois que todos passaram pelo portal, ficaram o observando, pensando na melhor estratégia, até os olhos do animal começarem a parecer mais assustadores. Lupin foi o primeiro a se curvar e os outros seguiram seu comando. O hipogrifo de penas nubladas pareceu considerar por bastante tempo até curvar-se de forma muito elegante. Lupin deu os passos seguintes até o bico do animal ficar em uma distância considerada de sua mão estendida. Ele, educadamente, deixou a chave na mão do jovem e retraiu-se.

O grupo passou por ele e abriu a próxima porta com a chave. Este salão era maior do que os outros dois e estranhamente arredondado com uma árvore altíssima e única. Eles repararam que pequenos gravetos se moviam seu redor.

— Tronquilhos. - Mirta disse.

Os tronquilhos eram pequenos seres de tons de madeira que pareciam feitos da própria árvore. Eles estavam ocupados como pequenos vilões trabalhando. O grupo procurou pela próxima chave ao redor da árvore, mas nada encontraram. Pasca deu um passo na direção dos gravetos, varinha na mão direita, mas eles não a notaram. O grupo caminhou até a árvore e observou. Pasca colocou a mão na árvore e todos eles pararam e viraram-se em sua direção, a sala parecia mais silenciosa.

— Tem algo dentro do tronco. - Ela disse baixo.

Os outros notaram a hesitação dos tronquilhos.

— Vamos queimar então. - Mirta disse já estendendo a varinha.

— Não! Não podemos matar nada, lembra? - Pasca disse.

Diffindo.— Pasca murmurou apontando para o centro da árvore.

Lentamente a casca da árvore começou a ser rompida, os tronquilhos gritaram irados e começaram a escalar o tronco da árvore e dar grande saltos em direção à Pasca. Os outros lançavam feitiços contra eles, mas os tronquilhos eram muitos. Eles começavam a alcançar os bruxos, arranhando com seus galhos, mas a árvore ainda parecia estar sendo rompida.

— Os bichos-de-contas! - Mirta gritou retirando o saco de camurça do bolso.

Ela os jogou na direção dos tronquilhos e como mágica os gravetos animados foram até eles. Pouco depois a casca do tronco se inclinou para fora e eles puderam puxá-la com as mãos, fazendo um buraco. Uma parte do tronco estava oca e continha apenas uma chave.

Eles abriram a próxima porta e encontraram um unicórnio, que era tão imponente ou mais imponente do que o hipogrifo e os bruxos demoraram a perceber a chave ao redor de seu pescoço. O animal parecia bravo, o que os conteve perto da porta.

— Nós temos que… nos afastar. - Sirius disse olhando para Lupin.

Eles puseram as costas contra a parede mais distante do animal e olharam para o chão. Mirta e Pasca engoliram a seco antes de se aproximarem lentamente do unicórnio. As duas estenderam as mãos a frente e procederam até estarem perto o suficiente para Pasca passar seus dedos pela pelagem. Sua crina reluzente estava repleta de tranças de diferentes técnicas e tamanhos.

Mirna passou a deslizar seus dedos também e o unicórnio parecia calmo o suficiente para Pasca puxar a chave.

A próxima sala era repleta de videiras cobrindo o chão e a iluminação era bem menor do que as de outras salas. No meio das plantas havia uma chave dourada e menor do que as outras.

Sirius deu passadas largas, o chão parecia firme o suficiente, mal reagia aos passos, mas antes de alcançar a chave, a trepadeira o atacou, puxando-o pelos tornozelos. O garoto reagiu remexendo-se e o resto do grupo partiu para cima da planta.

Pasca percebeu rapidamente o que era.

— Visgo do Diabo! Parem de se mexer, vai começar a triturar os ossos! - Ela disse alto para que todos ouvissem.

Esse aviso foi o suficiente para eles a escutarem.

— Como saímos daqui? - Mirta perguntou, sua voz reverberou na sala.

Os olhos de Pasca procuraram Sirius, ele não parecia bem. Seu rosto estava pálido e seus olhos não pareciam estar focando em nada próximo.

A varinha de Pasca havia escorregado alguns centímetros de seus dedos e ela não conseguiu reprimir o som que saiu de sua garganta quando quase deslocou o braço para recuperar a varinha.

Lumos Solem!

Uma luz forte amarela emanou por entre as ramas do visgo, iluminando todo o salão. As videiras retraíram e os quatro escutaram o som das folhas roçando em si mesmas e também um som animal, sibilante. Antes que pudessem pensar no próximo passo, os quatro estavam caindo.

Wingardium Leviosa!— Lupin gritou rapidamente.

Todos pararam de cair alguns centímetros do chão e o encontram segundos depois. Pasca é a primeira a levantar e correr até Sirius, apoiando sua cabeça no colo dela. Ela retira os fios de cabelo de seu rosto, este que adquiriu de volta a cor natural. Seus olhos acinzentados procuram o dela e ele suspira.

— Você está bem? - Ela pergunta.

Sirius assente com a cabeça. Mirta recolhe a chave do meio dos dedos de Sirius e abre o baú novamente com ela. Lupin e Mirta parecem aliviados quando olham dentro do baú.

— Outra chave. - Ela diz.

Pasca olha para a porta de entrada do salão, a qual eles passaram para entrar na casa. Todos os três ajudam Sirius a se colocar em suas duas pernas e abrem a porta final.

— Parabéns! Vocês concluíram o teste em dois minutos! - Professora Smerna os recebe de volta.

Eles trocam olhares confusos sobre o tempo.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado desse teste que eu tô pensando desde que este teste apareceu na história kkkk.
As coisas agora vão andar um pouco mais rápido...

Vejo vocês no domingo!



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