Lumos Solem escrita por Noderah


Capítulo 32
Capítulo XXXI




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780203/chapter/32

 

O dia desperta tarde para os passageiros do trem. O inverno naquela região era bem mais severo do na Inglaterra, casa de Hogwarts, eles percebiam a diferença da temperatura e do nascer do sol.

Pasca colocou os pés no chão antes do sol aparecer no céu, aquela era a hora usual que ela costumava acordar, mas a falta de luz fez com que não estivesse muito desperta.

Theo, a gata branca de Pasca, havia deslizado para dentro do trem juntamente com o baú de sua dona e dormia serenamente no pé da cama.

Pasca suspirou pesadamente antes de levantar e se vestir com roupas quentes. Ela deslizou a porta e adentrou em um dos compartimentos com bancos; havia uma mesa arrumada com panquecas fofinhas, café com creme, chocolate quente e pão com vegetais. Pasca achou que aquele fosse um café da manhã típico da Ucrânia. Mais tarde Mirta se juntou a ela e Lupin também, mas a conversa não continuou tão casual com sua chegada. Pasca ainda não conseguia olhar nos olhos de Remo ou trocar mais do que três palavras com ele, a imagem do cão humanóide não saía de sua cabeça.

Sirius abriu a porta do compartimento quando eles estavam quase chegando à estação de trem, seu destino final. A enfermeira Pomfrey estava certa, claro. O tornozelo de Sirius estava bem melhor, ele já pisava no chão sem fazer uma cara muito feia de dor. O mesmo café da manhã materializou-se alguns segundos antes de sua chegada, ele se contentou com apenas o café preto, retirando todo o creme que podia. Sirius beijou a bochecha de Pasca espontaneamente em meio a goladas de seu café e Mirta trocou olhares com Lupin. 

A estação de trem estava coberta de neve incrivelmente branca, Lupin e Sirius estragaram o sonho de natal de Pasca, engajados em uma batalha de bolas de neve épica. Sirius ria alto, mas Aleksei não achava isso nada engraçado, principalmente quando Lupin acabou jogando uma bola de neve em seu rosto; a neve derreteu mais rápido com a ajuda da temperatura da cara do ucraniano, que todos puderam perceber pela cor avermelhada.

Kiev era linda e coberta de neve. As bordas dos castelos eram pintadas de ouro, as cúpulas eram altas, algumas tocavam as nuvens. As árvores eram esguias e desprovidas de folhagem, seus troncos tortos. Naquela hora não havia muitos pedestres, provavelmente porque estava nevando.

Sirius, Pasca, Lupin e um emburrado Aleksei pegaram o primeiro táxi para a vila de laboratórios, sendo seguidos pela Professora Smerna e Mirta.

A entrada da vila era guardada por um grande portão com um jardim de flores de cores diversas. Uma só flor tinha sempre mais de três cores e todas sobressaiam na neve branca. Havia esculturas de plantas de tamanho real de animais mágicos e esculturas de tamanhos maximizados de flores e até árvores inteiras, todas pareciam desviar da neve, ou a neve parecia desviar deles. Um caminho de terra guiava o grupo até castelos pequenos de dois até três andares, havia um castelo maior do que todos os outros no centro da estrada e uma grande fonte no centro com uma escultura de pedra de uma mulher com trajes de uma época antiga. Ela levantou quando eles passaram por ela e fez anotações em seu papiro longo. Seus cabelos sedosos caíam imóveis pelas costas, presos no meio com um pedaço de fita. Atrás do castelo, Pasca notou casas com outros aspectos, outras arquiteturas, uma delas era um estábulo.

Aleksei encontrou uma colega na entrada do maior castelo e trocou algumas palavras com ela em ucraniano. A mulher era alta e magra, com pele em tom de oliva e ombros largos.

— Sejam bem vindos a Kiev. - Ela disse na língua deles com seu sotaque carregado. - Apresentarei seus aposentos.

O grupo seguiu a mulher castelo adentro, ela disse que este castelo servia apenas como aposentos dos cientistas que trabalhavam na vila e convidados. O lugar não parecia muito diferente de Hogwarts, não possuía tantos quadros e sim mais esculturas que seguiam o grupo até certa distância e eram compelidos a voltar para seus lugares. As escadas também não se moviam, para felicidade de Pasca, que odiava tal magia.

Os quartos dos alunos ficavam no último andar, o setor dos convidados, que estava vazio, por causa da época, disse a mulher que os recebeu, seu nome era Lesya. Aleksei e Professora Smerna tinham aposentos na casa e ficariam em outros andares. Por não terem outros convidados, os quatro teriam quartos individuais e seriam os melhores. Quartos com vistas sensacionais e camas enormes, com vários travesseiros.

Lesya deixou Pasca em seus aposentos, seu baú já estava lá. O quarto era decorado em tons de vermelho e azul escuros, com um enorme tapete muito bem tecido, uma cama gigante, com oito travesseiros, duas janelas com vista incrível e cortinas gigantescas, uma penteadeira com espelhos, uma mesa com duas cadeiras, armário branco e seu próprio banheiro.

Pasca se jogou na cama e não teve tempo de observar a obra prima pintada no teto - uma série de desenhos geométricos, um inserido dentro do outro -, dormiu antes disso.




No dia seguinte, Pasca ainda sentia-se cheia do farto jantar que lhes foi servido, mas ela lutava contra o estômago, empurrando adentro colheradas de mingau, pensando que seria um dia cheio. O grupo almoçava em uma sala de jantar com uma mesa de tamanho monumental, juntamente com cientistas.

Pasca seria a única no laboratório de botânica, ela havia conhecido o bruxo responsável pelos projetos no jantar do dia anterior. Demyan era um bruxo que não havia conquistado seu posto somente por ser muito belo, ele também era muito inteligente e quase não possuía sotaque, além de utilizar palavras que Pasca só entendia por causa do contexto. Ele tinha uma pele incrivelmente alva, cabelos loiríssimos e olhos hipnotizantemente claros, além de ter um corpo parecido com as esculturas que ela viu no castelo. Ela percebeu que seria difícil prestar atenção no que ele ensinaria.

O laboratório de botânica na verdade era um bosque com plantas que Pasca nunca havia visto, algumas inclusive pareciam animais. Esta foi a primeira lição de Demyan e Pasca escreveu um longo relatório sobre a questão, após observar uma planta com longas videiras, rosto cor de café que se confundia com seu tronco. A garota fez perguntas para ela, as quais foram respondidas com muito bom humor.

No meio do bosque havia uma grande clareira com tantas flores diferentes que Pasca não conseguiu conter as lágrimas, ela as escondeu cheirando uma flor que parecia uma margarida, mas seu miolo parecia sem fim e a essência era de café, uma espécie que ela só conhecia dos livros.

Infelizmente, para Pasca, a noite chegou rapidamente e seu estômago não conseguia mais esperar por comida, ela havia faltado o almoço para continuar seu questionário com a planta.

Já Sirius estava quase quicando nas paredes para ver Pasca novamente. Ele jantara cedo e decidira tomar um banho antes de vê-la. Sirius esfregou o corpo com uma esponja e exagerou no gel de banho de lavanda. A água quente desfez seus nódulos e relaxou seus músculos, o condicionador, também de lavanda, foi usado e deixou seu cabelo mais macio.

Ele estava acabando de se secar quando ouviu um toque na porta e correu até ela ainda fazendo o laço do roupão. Pasca esperava do outro lado, suas bochechas adquiriram aquele tom que ele tanto gostava quando ela percebeu que ele estava só de roupão.

— Posso voltar mais tarde, quando você estiver vestido.

Sirius soltou o ar pelo nariz, rindo dela, e a puxou para dentro do quarto pelo pulso. Apenas a luz do banheiro estava acesa, iluminando o quarto com a ajuda da lua que brilhava para dentro do quarto através das janelas.

— O dia todo fiquei pensando em você. - Ele disse com o rosto de Pasca ao redor de suas mãos.

Pasca olhou para o chão enquanto sorria e Sirius levou seus lábios até os dela.

— Imagino que não tenha sido o mesmo, deve ter ficado entretida com tantas plantas. - Sirius murmurou, abraçando sua cintura e mergulhando em seu cabelo.

Pasca tentou falar - E-eu pensei em você, é claro que sim, - Sua voz falhou nas primeiras palavras, os lábios de Sirius beijaram seu maxilar - mas realmente fiquei entretida.

— Nunca pensei que teria que disputar com plantas. - Ele murmurou brincalhão enquanto sua boca avançava para o lóbulo da orelha dela.

Ele sentiu a pele de Pasca formigar e mordiscou sua orelha, ela arfou, a língua quente de Sirius contornou o formato de seu ouvido e Pasca gemeu e apoiou-se nos dedinhos do pé, ficando mais alta.

Sirius a segurou com firmeza pela cintura e a levou com rapidez para cama, enquanto Pasca tropeçava nos próprios pés, mas ele parecia uma dançarino profissional, mesmo com o tornozelo ainda imperfeito.

A mão esquerda de Sirius encontrou a dobra do joelho direito dela e a mão direita apoiou suas costas e antes que ela pudesse perceber, ele estava sob seu corpo, sua boca contra a dela. O colchão macio abraçava-a e os travesseiros e almofadas estavam ao redor dos dois.

Pasca agarrou o colarinho do roupão felpudo, puxando-o para ainda mais perto, Sirius agradeceu o laço ter sido forte o suficiente para resistir às investidas insistentes de Pasca contra o tecido. Os lábios de Sirius deslizaram abaixo, para seu pescoço; mordendo, beijando e sussurrando palavras ternas. Eles desceram além de sua garganta e as mãos subiram, sentindo e apalpando o que podiam. Sua cintura era fina através do tecido, mas sua pele parecia macia; ele explorou pelos lados, sentiu outro tecido por baixo daquele, seu sutiã, o qual ele traçou, com os dedos da mão esquerda, até o centro, e depois traçou de volta, por cima; ele sentiu a robustez que saltava ligeiramente da copa do sutiã. Ele expirou, parando onde estava e abrindo os olhos. Os olhos dela estavam fechados, e havia um rubor em seu rosto, ela parecia em êxtase, mas também imóvel.

— Você está bem? - Sirius perguntou, afastando-se e voltando as mãos para sua cintura, um lugar onde julgava mais seguro.

Ela abriu os olhos, um pouco surpresa. - Sim! - Respondeu com convicção. - Não queria que… que você parasse.

— Então optou por nenhum movimento brusco? - Ele perguntou sorrindo.

— Bom, algo assim. - Seus olhos voltaram-se para qualquer coisa menos os dele.

Sirius inclinou-se novamente sob ela, voltando a beijá-la, sua mão direita espalmou-se, ocupando todo o espaço de seu torso, e seus dedos caminharam acima, procurando o primeiro botão da camisa de algodão de manga comprida.

Ele desabotoou o primeiro botão; Pasca levou seus dedos contra os cabelos molhados dele, eles seguraram e puxaram. Desabotoou o segundo botão; ela levou os lábios até o pescoço dele. Desabotoou o terceiro; seus lábios movimentaram-se e Sirius abriu a boca, um gemido baixo escapando. Desabotoou o quarto botão; dentes vieram e mordiscaram sua pele, ele deixou-se levar, expondo a garganta para ela. Último botão; ela deu um último beijo e apoiou-se de volta nos travesseiros.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lumos Solem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.