Lumos Solem escrita por Noderah


Capítulo 17
Capítulo XVII




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— Sirius, e se me virem aí dentro? - Ela perguntou quando estavam em frente ao quadro da Mulher Gorda, Pettigrew apoiado nos ombros de Sirius. - Vão saber que saímos.

Sirius deu de ombros antes de responder - Provavelmente estão todos dormindo. Já é bem tarde.

Pasca passou pelo quadro, vislumbrando um salão largo e confortável, com cadeiras de aparência macia e mesas largas. Havia tabuleiros de xadrez espalhados e janelas altas, canecas nas estantes e mantas quentinhas nos encostos dos sofás. O salão era uma bagunça, mas parecia pronto para um soneca ou uma leitura quentinha.

Pasca seguiu Sirius pelo Salão, subindo as escadas para o dormitório masculino e abrindo a porta de um dos quartos.

— Prontinho, Rabi… Peter. - Sirius quase soltou o nome errado. - Lar doce lar.

Mas Peter não soltou a camiseta de Sirius, o que resultou em uma sombra escura caindo em cima da cama macia juntamente com o menino pequeno e roliço.

Pasca colocou a mão sob a boca, abafando a risada.

— Pasca, feche a porta e, Peter, me solte. - Sirius tentou tirar os dedinhos de Peter de sua camisa, não achando graça da situação.

— Fiquem aqui comigo… - Peter disse já quase dormindo, de botas e tudo.

Pasca balançou a cabeça negativamente, reprovando, mas se divertindo com tudo aquilo. Ela deitou-se ao lado de Sirius na cama, deixando a bebida agir, e o garoto olhou para ela com os olhos arregalados no escuro, mas nada disse.

— Foi legal hoje. - Ela disse olhando para o teto coberto pelas sombras.

— Foi sim. - Ele olhou para o teto também.

— Obrigada, Sirius.

Eles ficaram em silêncio até escutarem o ronco baixo de Pettigrew, e começaram a rir abafando a risada com as mãos.

— Na verdade foi Pyrites que deu a ideia. - Sirius admitiu fechando a cara.

— Ah, é?

Sirius ficou em silêncio por algum tempo, tomando coragem, antes de perguntar o que queria.

— Você gosta dele? - Ele murmurou.

— O que? Do Pyrites?! - Ela perguntou um pouco alto, fazendo Pettigrew se revirar na cama. - Foi mal. Não, ele é um dos meus melhores amigos.

— Por que ele estava segurando sua mão outro dia? - Sirius murmurou mais uma vez.

— Ele faz Adivinhação, estava lendo minha mão provavelmente. - Ela disse com um pequeno sorrisinho.

Os dois estavam virados um para o outro na cama nessa altura, as mãos de Pasca estavam em forma de prece embaixo do rosto. Pasca adormeceu mais rápido, logo depois Sirius caiu no sono e alguns minutos depois James entrou no quarto e desejou ter uma câmera para registrar o momento. Pasca e Sirius estavam bem próximos um do outro, Pettigrew estava completamente desmaiado, todo espalhado pela cama, a colcha carmim caindo pela borda.

James balançou Sirius, que estava no meio do grupo. Sirius acordou atordoado e arregalou os olhos para o amigo.

— Que horas são? - Sirius sussurrou.

— Tarde. - James olhou para Pasca.

Sirius fez um contorcionismo para sair do meio dos dois e encostar os pés no chão.

— Como Lily está? - Ele perguntou.

— Melhor, mas vai passar a noite na enfermaria. O que você vai fazer?

Sirius passou os braços por baixo de Pasca e delicadamente a levantou da cama de Pettigrew, seu corpo estava quente e sua respiração calma. Ele a levou até a própria cama e puxou as cortinas do dossel ao redor para acomodá-la.

Ele a ajudou a retirar o sobretudo, enquanto ela resmungava algumas coisas sem sentido. Ela abraçou o pescoço dele com um braço enquanto ele retirava a manga do casaco do outro. E pensamentos pecaminosos não passaram por sua cabeça naquele momento, pois Pasca estava completamente indefesa e isso seria repulsivo.

— Remo? - Sirius perguntou a James do outro lado do dossel.

— Voltará com o resto mais tarde.

Sirius trocou de roupa, colocando o pijama com brasão da Grifinória e repartiu as cortinas. Ele achou que ela parecia um anjo dormindo - acordada também - com seus cachos dourados espalhados pelos travesseiros de lençóis, seu rosto estava virado para Sirius, os olhos suavemente fechados, as mãos sob o estômago e os lábios levemente abertos.

Sirius juntou-se ao lado dela e balançou seu ombro, tentando acordá-la, repetindo seu nome.

— Sirius? - Ela abriu os olhos no escuro.

— Oi. Desculpe te acordar. Estamos no meu dormitório, está muito tarde. Lembra que viemos para cá? Tudo bem para você dormir aqui? Eu te colocaria na cama de Lily, mas não sei qual o quarto dela e ela também não está aqui, está dormindo na enfermaria. E você sabe como os meninos não podem entrar no dormitório das meninas, né? Posso dormir na cama de James se você se sentir incomodada. - Sirius murmurou.

— Não, está tudo bem. - Ela deu um pequeno sorriso reafirmatório e segurou o braço dele.

Sirius deitou-se ao lado dela na cama e os dois viraram-se um para o outro.

— Eu estou confusa. - Ela disse fechando os olhos.

Sirius não soube o que dizer, então permaneceu em silêncio. Ele não sabia o porquê de ela estar confusa e não sabia se queria descobrir naquele momento, prestes a dormir ao lado dela.

— Você precisa pensar nisso agora? - Ele sussurrou.

— Não…

— Tenho um presente para você. - Sirius disse depois de alguns segundos.

Ela abriu os olhos e corou levemente no escuro. Sirius puxou uma corrente longa do bolso e tateou pela mão de Pasca, onde colocou um medalhão do tamanho de uma moeda grande.

— O que é? - Pasca sentiu o metal gelado e a corrente com suas digitais.

— Eu tenho um também. - Ele puxou o próprio medalhão de dentro de sua camiseta de flanela. - Coloque o seu ao redor do pescoço, vou te mostrar.

Pasca passou a corrente gelada ao redor do pescoço e ela logo, magicamente rápido, ajustou a temperatura à temperatura do colo da garota. Sirius pressionou o polegar na parte central da peça, esta era a parte lisa, em um metal refletor como um espelho.

Pasca sentiu o medalhão vibrar e tilintar no estômago.

— Ele transpassa como a pessoa que o pressiona está se sentindo. - Sirius explicou baixinho, um pouco constrangido por não saber exatamente o que ela estava sentindo.

A bebida já se acalmara dentro de Pasca depois da soneca e agora ela podia pensar com mais clareza, mas não o suficiente. O suficiente para não o beijá-lo, devido a sua timidez. Não era como se Sirius tão perto dela a fizesse menos desejosa, mas agora o cheiro do garoto, seu sussurrar começava a conectar algumas partes de sua memória… como a forma que as palavras do animago soavam no escuro da Sala Precisa. Mas a bebida ainda funcionava dentro dela e a conexão não foi feita.

— Esse foi o melhor presente que eu já ganhei. - Ela disse automaticamente. - Deve ter sido muito caro. Como posso aceitar, Sirius?

— Tenho uma boa mesada do meu tio. - Sirius disse de forma arrastada. - Por favor, aceite.

Pasca sentiu seu sangue ferver com a súplica, imaginando-a em outras ocasiões.

— Mesada do seu tio? Você mora com ele? - Ela mudou de assunto.

Sirius pensou antes de contar a verdade.

— Não. Quer mesmo falar disso?

— Quero saber mais sobre você, parece que você sabe tanto sobre mim… Mas só se você quiser me contar.

Sirius suspirou enquanto virava as costas para o colchão.

— Meus pais são de uma linhagem antiga que praticamente procria entre si para manter a “pureza”. - Pasca pode ver Sirius fazer sinal de aspas com os dedos na última palavra.

— Quando Voldemort realmente mostrou quem era, - Sirius disse o nome do terrorista de forma clara, fazendo a pele de Pasca arrepiar. - meus pais o apoiaram - Ele suspirou com tristeza - assim como meu irmão mais novo. - A boca de Sirius se encheu de desgosto.

— Fiquei um tempo na casa dos Potter e recentemente meu tio, que também foi rejeitado, aliás, me deu uma casa e uma mesada boa. Ele ofereceu para eu morar com ele, mas não mora por aqui e eu não posso deixar Hogwarts e meus amigos.

Pasca permaneceu em silêncio, digerindo o que Sirius havia lhe dito.

— Nós temos muito em comum.

— É? - Sirius disse fingindo não saber.

— Meus pais também são…. - Ela não soube como continuar.

— Babacas? - Ele completou por ela. - Com todo o respeito.

Pasca riu baixinho e concordou.

— Mas ainda moro com eles. Eles me mandaram uma carta ridícula de aniversário hoje, pareciam tios distantes…

— Essa é a parte boa de ser declarado morto pela sua família. Não tem mais novidade, você não precisa esperar a decepção chegar. - Sirius disse cheio de amargura na garganta.

— Isso soou muito triste, Black. - Pasca disse, sua garganta esforçando-se para completar seu sobrenome.

— Não era para ser. - Ele virou o rosto no travesseiro para olhar para ela, quem ele via perfeitamente agora.

— Não quero que fique triste agora. - Pasca aproximou-se dele.

— Você ainda está bêbada, não posso ficar feliz demais também.

— Não é… É, é verdade. - Ela murmurou corando como nunca para a frase dele.

Foi a vez de Sirius rir.

— Mas estou feliz que as coisas estejam mais… claras entre nós. Talvez você não lembre disso amanhã, mas eu irei e saberei o que fazer.

— Não sei do que você está falando. - Pasca disse e bocejou, cobrindo a boca.

Ele virou-se para ela e logo mais seus presságio estava se concluindo com Pasca acordando e olhando ao redor. Seu rosto estava enfiado na camisa de botões dele. Ela deslizou para fora da cama e olhou para os outros três marotos dormindo.

O dia ameaçava amanhecer e para garantir, Pasca enfeitiçou-se e partiu para o banheiro dos monitores.


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Notas finais do capítulo

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