Lumos Solem escrita por Noderah


Capítulo 16
Capítulo XVI




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— Mas o que foi que aconteceu? - Pasca perguntou de forma retórica a Torry.

— Você tá bem? Seu rosto está ficando vermelho. - A voz de Torry soava preocupada.

— Estou, estou bem, não foi nada. - Pasca respondeu honestamente.

— Eu vou levá-la até McGonagall e encontro vocês duas na enfermaria. - Lupin disse, o dono da voz acolhedora e também severa.

— Não tem a menor necessidade de enfermaria. - Pasca disse.

Torry demorou um pouco para dizer: - Pasca, você está bem? Aquela garota te deu o maior tapão meio que do nada! Era para você estar, sei lá, chorando ou partindo para cima dela.

— Sei lá, foi muito estranho...

— Vou levá-la. - Torry disse para Lupin, assumindo a liderança.

— Caramba, que merda foi essa? - Pasca perguntou enquanto as duas caminhavam na direção da enfermaria.

— Parte do fã clube. - Torry disse abrindo a porta da enfermaria para Pasca.

Minutos depois, Lupin alcançou as meninas.

— E aí? Ela teve o que mereceu? - Torry perguntou.

— Sem dúvidas. - Lupin disse.

— Lupin, não conte que isso aconteceu para Sirius, ok? - Pasca pediu segurando um plano com um emplastro contra a bochecha. - Pelo menos não hoje.

Remo suspirou antes de aceitar.

— Nos vemos mais tarde então. - Ele disse e passou pelas portas duplas.

— Alguém tá animadaaaa. - Felicitchi cantarolou cortando um pedaço de bolo para Pasca.

Pasca riu vestindo suas roupas mais quentes. Podiam não ser as mais bonitas, mas sua calça escura tinha pelinhos dentro, o que a protegia do frio; seu suéter grosso cinza a protegia do vento com a gola alta; botinhas com saltos e seu casaco creme por cima de tudo a defendiam da neve que caía do lado de fora. Dentro do quarto ela já começava a sentir calor.

— Você não está errada. - Pasca concordou. - Não devo demorar, mas se demorar… Não se preocupem, ok?

As colegas de quarto afirmaram com a boca cheia de bolo.

Quando o salão dos lufanos já estava vazio, Pasca passou por ele para espiar do lado de fora. Estava vazio também, como Pyrites - que tinha todo o plano, compartilhado pelos Marotos - disse. Mas Pyrites havia dito que só pareceria vazio, os marotos sabiam dizer quando ela estaria lá, então ela deu os passos necessários para sair do conforto da sala e também do calor.

Em menos de um minuto ela viu Sirius aproximando-se. Ele não usava o uniforme de Hogwarts, usava uma calça de tecido macio, botas de combate, um suéter de gola baixa e um sobretudo pesado. Ele estava todo de preto.

Esta era a primeira vez que ela o via sem o uniforme. Sirius não poderia dizer o mesmo, mas mesmo assim ele ainda se surpreendeu, como quase todas as vezes que a via desde que começaram sua relação.

— Oi. - Ele disse, com um pequeno sorriso, quando já estava perto o bastante para ver as sardinhas perto de seus olhos.

— Oi. - Ela respondeu, lembrando do jeito que ele havia olhado-a mais cedo.

— Vamos? - Ele perguntou.

— Vamos.

— Bom, teremos que passar pelos monitores e alguns professores. Para isso, teremos ajuda de uma coisinha especial. - Sirius disse olhando Pasca como se ela fosse um coelhinho e ele um grande cão perto da caçada.

Ele pegou um papel dobrado, já sujo, do bolso e o abriu, depois recitou com sua voz rouca: - Eu juro solenemente que não fazer nada de bom.

Pasca corou levemente, pois Sirius disse esta frase sem tirar os olhos dela. Quando ela voltou os olhos para o mapa, linhas negras percorriam o papel antes em branco. O queixo de Pasca caiu quando ela percebeu que era um mapa perfeito de Hogwarts e encontrou o nome dos dois ao lado da entrada do Salão Comunal da Lufa-Lufa.

— Sirius… isso… o que?

— Parece que não há ninguém no meio do caminho de nosso primeiro objetivo.

— Levaremos muito tempo para chegar lá? No Três Vassouras? - Pasca perguntou.

Sirius virou-se de volta para ela lentamente, o sorriso maroto surgindo nos lábios de novo, fazendo o coração dela martelar no peito.

— Não quer passar um tempo comigo? Ou está receosa? - Sirius perguntou aproximando a mão direita do rosto da garota.

Ele puxou a fita azul do cabelo loiro de Pasca, os cachos caindo pelos ombros e por onde podiam.

— Nenhum dos dois. - Ela murmurou.

Pelo canto do olho, Sirius viu um movimento.

— Temos que ir agora. - Ele disse enquanto colocava a fita no bolso.

— Você vai ficar com todas as minhas fitas se continuar nessa… - Ela murmurou para si mesma enquanto o seguia pelo corredor.

Eles passaram por alguns outros corredores escuros, escondendo-se atrás de pilastras enquanto Madame Norra desfilava com sua cauda peluda.

Em certo momento, Sirius a puxou para trás de estátua que ela nunca havia notado. Ele pressionou uma dobra das vestes da mulher.

Atrás deles um buraco na parede abriu-se, fazendo com que Pasca quase gritasse, todo aquele suspense a estava matando. Sirius cobriu boca dela com a palma.

— Shh.

— Desculpa. - Ela murmurou contra a mão dele.

Sirius balançou a cabeça negativamente enquanto sorria. - Vá na frente. - Ele disse retirando a mão dos lábios dela.

Ele só pensava em como ela era bonita.

Sirius passou pelo buraco e tateou até achar uma pedra solta, que cutucou, selando a entrada. Da ponta da varinha de Pasca, veio a luz sem ela precisar falar.

— Estamos quase lá. - Ele disse.

— Hum, Sirius, sabe… Obrigada por isso. Está sendo um aniversário melhor do que o do ano passado. - Ela disse seguindo-o no corredor estreito e úmido.

Sirius sabia o porquê, ele conhecia os motivos da infelicidade de Pasca, eles já conversaram sobre os pais dela, mas não era ele, era o cão.

— Fico feliz por isso. Seu dia foi bom? - Ele perguntou virando-se para olhar para ela ainda caminhando com a varinha estendida.

O rosto da garota se contorceu durante um instante e voltou ao natural.

— O que foi? - Ele parou de andar.

— Aconteceu algo chato, mas não vamos falar disso agora, tá? - Ela disse mesmo sem querer dizer.

— Mas você vai me contar depois, certo? - Sirius indagou.

Ela balançou a cabeça afirmamente.

— Estamos quase lá.

— Onde vamos sair?

— Bem perto da porta, já estão todos lá.

E Sirius estava certo, eles saíram bem perto da porta no frio congelante daquela noite de novembro. Seus amigos e o resto dos marotos já estavam todos lá, a única que não estava era Lily.

— Ela pegou um resfriado terrível, mas amanhã já estará bem, está sendo medicada pela Madame Pomfrey. Vai passar a noite na enfermaria. - James disse na segunda cerveja amanteigada.

Os amigos de Pasca estavam animadíssimos e contagiaram James, Peter e Lupin, eles começaram a jogar um jogo de bebida, mas acabaram parando no meio, esquecendo do jogo e se pondo a conversar. A lareira dentro do bar tremeluzia e Madame Rosmerta continuava a servir bebidas. Os casacos já estavam apoiados no encosto das cadeiras e os marotos estavam com camisa de algodão, até Pasca, que sentia tanto frio, já estava tentada a tirar o suéter cinza.

Todos estavam alterados, mas principalmente Pettigrew, que contava uma longuíssima história que estava muito engraçada graças a toda água de Gilly tomada pelo rato.

Sirius trocava olhares sob a mesa com Pasca e ela ria tanto das histórias dos marotos que seu rosto doía, ela tinha plena consciência de que seus sentidos estavam modificados por causa do firewhisky, assim como os de Sirius. Pyrites virava copos de xarope de cereja com seus guarda-chuvinhas laranjas. Rachel e Torry ficaram nas cervejas amanteigadas e Lupin prolongava seu hidromel, assim como James.

— Não estou me sentindo tão bem. - Peter disse alto.

James e Sirius se entreolharam e com só o olhar decidiram que era um bom momento levar Peter de volta para o dormitório.

— Vamos? - Sirius pousou a mão no ombro do amigo.

— O que? Mas já? - Pettigrew falou misturando as letras. - Eu estou bem, só não estou me sentindo tão bem!

Sirius revirou os olhos e puxou o amigo pelo ombros.

— Vou levar este aqui de volta.

— Eu posso ir com você. - Pasca disse enquanto se levantava.

Sirius olhou para ela e de volta para a mesa e os amigos de Pasca. O correto seria deixá-la lá, afinal era seu aniversário e ela não precisava perder tempo cuidando do rato bêbado, mas, ao mesmo tempo, ele queria passar mais tempo com a loira.

— Coloque o casaco, está muito frio lá fora. - Ele disse sem colocar o próprio casaco.

Eles voltaram por onde vieram, segurando Pettigrew pelos ombros. A volta foi mais rápido que a ida, mas o coração de Pasca começou a bater mais forte contra o peito no momento que ela percebera que ia entrar no Salão Comunal da Grifinória.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentem, por favor ♥



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