P.O.V. Landon.

Estou numa sala de parto. E Hope está sendo operada pelo médico.

Não demorou muito e ouvi o som de um choro de bebê.

—Aqui a primeira. O cabelinho é escuro.

Então, a médica teve que tirar a outra rapidamente antes que o ferimento fechasse.

—A segunda. É loirinha!

A primogênita nós chamamos de Hayley como... a mãe da Hope e a segunda era para chamar Amara, mas decidimos mudar para Heaven. Sabe, pra combinar.

Em dois dias elas já sabiam engatinhar e ficar de pé apoiadas no berço. Nós estávamos passeando com as meninas pela cidade. No Mystic Grill, sentados numa mesa, olhando o cardápio quando os amigos do Connor vieram.

—Eu sabia que eram aberrações.

—E eu sabia que você era um idiota. Foi ótimo destruir o carro do Connor. Vocês estavam todos lá. Até você. Devia ter visto sua cara. Ficaram todos em pânico.

—É? Eu não me lembro disso.

—É claro que não. Meu tio te compeliu a esquecer. Pena.

As meninas ficaram todas lambuzadas de milk-shake. As duas enfiaram as ávidas mãozinhas nos milk-shakes.

—Explosão de creme de amendoim com chantili no fundo. Eu me lembro quando era eu servindo este milk-shake pra você.

Eu sorri.

—O milk-shake era bom, mas não era a principal razão porque eu vinha aqui.

—Pois é Kirby, você é só um garçom pé rapado.

—Talvez, mas eu ainda sou uma Fênix. Um ser imortal cujo poder tem extensão desconhecida e você é... um... oh, certo. É um humano jogador de futebol. Eu tenho imortalidade, uma namorada maravilhosa e duas filhinhas lindas. Você tem... uma bola? Eu tenho pena de você. Não por ser humano ou jogador de futebol, mas por ser tão... fútil.

Eles não podiam fazer muita coisa então... foram embora.

—Gente sem noção. Tá gostoso amor?

Perguntou Hope olhando para Hayley que estava com milk-shake até nas orelhas. As duas estavam. Os macacões de ursinhos cobertos de milk-shake de creme de amendoim e de chocolate.

Estávamos tentando comer e conter as ferinhas ao mesmo tempo quando a mulher loira aparece. Ela era médica. Estava lá durante e depois do ataque ao Internato.

—Olá. Eu... eu sou...

—Você é médica. Pode falar, a gente não vai te matar.

—Eu sou a Doutora Tessa Carlton.

Hope deu risada.

—Qual é a graça?

—Uma bruxa ressuscitada de dois mil anos atrás, a bruxa que criou os primeiros imortais, ela escolheu mudar de nome e o nome que ela escolheu foi... Tessa.

—Ressuscitada?

—Oh, é. É possível trazer os mortos de volta, é magia negra e as ancestrais não gostam, mas é possível. Puxa uma cadeira ai.

P.O.V. Doutora Tessa Carlton.

Eles estavam sentados no café, tomando Milk-Shake e tinham dois bebês com eles.

—Elas são...

—Nossas filhas. Essa é a Heaven e essa é a Hayley.

Toda a ideia de vida e morte, todas as crenças que a humanidade já teve sobre viver, morrer. Eles mudaram tudo. Imortalidade, a possibilidade de alguém morto, retornar.

—Eu vou lavar as ferinhas e já volto.

Era estranho, apesar deles serem seres sobrenaturais imortais, estavam sentados com as menininhas tomando milk-shake.

—Apenas pergunte.

—Como isso é possível?

—Eu não acredito no impossível. Acho que é só uma palavra que os humanos inventaram para negar a existência de coisas, pessoas e criaturas que eles não entendiam, que temiam.

A menininha estava sentada no cadeirão brincando com cubos de madeira com as letras do alfabeto.

Então, os olhos dela foram do castanho para o azul claro, um azul claro e brilhante quase neon e os cubos começaram a flutuar.

—Incrível!

—É, ela só tá brincando. As duas vivem fazendo isso. O duro é quando elas resolvem atirar os cubos em alguém.

Imagine só, telecinese. Força superior, o intelecto também parece ser superior.

—Quanto tempo durou a sua gestação?

—Três dias. Mas, em minha defesa, eu sou a primeira e única Tribrida. Ninguém nunca encontrou uma Fênix antes e as minhas meninas também são as primeiras de sua nova espécie. Agora a natureza deu para cozinhar coisas novas.

—O que quer dizer?

—Uma Tribrida, uma Fênix e duas Quadri-hibridas.

Quadri. Indica quatro. O que significa que Tri de Tribrida indica três.

—Porque Tri?

—Porque eu sou uma híbrida. De três criaturas diferentes. Tribrida. Sou uma bruxa Mikaelson, com uma mãe lobisomem e um pai Original.

—Original?

—É. O pai dela é um dos primeiros vampiros da Terra.

—Um dos primeiros?

—É.

—Tem mais de um?

—Eu tenho muitos tios e duas tias.

—Então, todos os primeiros vampiros são... parentes?

—Sim.

Talvez seja algo genético.

—Não é genético. Minha vó lançou um feitiço para transformar os filhos em vampiros. Nada no vampirismo é natural. Vampirismo era uma forma de proteção, mas acabou virando praga de bruxa.

Eu realmente gostaria de saber se há algo no cérebro delas enquanto fazem algum de seus feitiços. Alguma diferença na atividade cerebral ou coisa assim.

—Você gostaria de fazer parte dum experimento?

—Ahm, não. Deixar os humanos me espetarem, me encherem de coisas e usarem esse conhecimento como arma contra os meus povos e os outros sobrenaturais? Nem fodendo. Vamos Landon, temos que ir.

—Sinto muito, eu não tenho intenção de prejudicar ninguém.

—Eu sei. Mas, a maior parte do seu povo tem. Além do mais, você não é a razão de estarmos partindo. As meninas precisam dormir e a mamãe... bom, a mamãe precisa manter a ligação com o seu eu lobisomem vivo. 

O que?

—Vou te dar um conselho doutora. Se for esperta vai seguir. Não vá para as florestas que ficam dentro dos limites do Internato esta noite.

—E se eu não for esperta?

—Você provavelmente nunca vai voltar. Vai acabar morta.