Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 65
Capítulo 65




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Olá minhas lindas, olha eu aqui com mais uma atualização...

Maria tocou a testa, procurou então atrás dela a poltrona que pareceu que ela estava distante demais, enquanto sentia suas pernas trêmulas e moles. A cor dela sumiu, o coração acelerou e de repente tudo ficou escuro e só houve tempo de Estevão chegar perto dela antes que seu corpo caísse com tudo ao chão.

Assim, então passaram quase 1 hora de aflição que levou entre Maria acordar e um médico na casa chegar quando ela ao acordar, descobrir que sangrava.

Alba ficou à espreita, atenciosa quando entendeu o que estava acontecendo, ela mesma recebeu o médico e o levou até o quarto, enquanto Estrela dormia e Heitor não estava mais em casa naquele horário da noite.

Assim, fora do quarto Estevão passou a mão na cabeça. Alba então que o olhava de braços cruzados, disse.

— Alba: O que houve depois que deixaram o escritório, Estevão? Maria parecia tão bem nele.

Ela investigou com o olhar o que acontecia e Estevão tomado por remorsos e medo, disse.

—Estevão: Aconteceu é que fui um imbecil. De novo, de novo e de novo, tia!

Ele bateu com a mão na parede, depois não contente, chutou um vaso grande que estava ao lado da porta e Alba disse indo até ele para ele parar.

— Alba: Pare Estevão! Irá se machucar e vai ser dois aqui que precisarão de médico!

Ela tocou no braço de Estevão que o olhou todo vermelho, ofegante, cansado. Que assim, ele disse cheio de raiva.

—Estevão: Quem te ouve pensaria que se importa comigo tia, que se importa com todos nós! Mas sabe, sabia o tempo todo do que Maria foi vítima e meu casamento com ela também e não me contou, não me contou! Mas agora você vai dizer tudo!

Fora de si depois de falar, Estevão pegou Alba pelos braços, a sacudiu totalmente cego a deixando em choque, dizendo.

—Alba: Me solte, Estevão! Não seja louco!

—Heitor: O que está acontecendo aqui?!

Heitor então apareceu. Não estava muito contente ao voltar para casa, havia tido uma nova discussão com Vivian e tudo tinha acontecido quando ela havia descoberto por ele, que Maria estava morando novamente com o homem que era para ser o sogro dela. Algo que o enchia de alegria como filho, ele pensava que poderia compartilhar com a mulher que sim, estava apaixonado. Mas no final haviam brigado sobre o descontentamento de Vivian com a novidade.

Assim, ele olhou calado a cena que via e agora Estevão e Alba os olhava. Ela ainda nas mãos dele e ele sem intenção de soltá-la.

Que então assim, Heitor disse mais uma vez firme e seu rosto mudando de tom.

—Heitor: Não vão dizer? Por que brigavam? Papai, solte minha tia!

Estevão bufou e por fim andou para longe de Alba depois de soltá-la e então disse, mirando seu filho.

—Estevão: Sua mãe teve um mal-estar e está agora na companhia de um médico.

Não houve tempo para Heitor ter qualquer reação quando a porta se abriu e um médico jovem e disponível para aquele horário, apareceu, dizendo.

—X: Vejo o porquê minha paciente está sobre alto estresse em sua condição.

Ele mirou os 3 ali depois de ouvir os gritos ainda dentro do quarto.

Estevão respirou fundo, mas foi Heitor que rompeu o silêncio de todos dizendo.

—Heitor: Como está minha mãe, doutor?

O doutor então o respondeu em seu modo profissional.

X: Se ela continuar com esses sangramentos repentinos, devo dizer que vai chegar um momento que eles serão mais intensos e impossíveis de controlar até que o feto seja expelido. Eu sinto muito, mas essa é a verdade.

Um silêncio novamente arrebatou os 3, até que Heitor pediu para entrar e ver Maria, e Estevão então ficou para falar com o médico e saber de suas recomendações antes que ele fosse. Enquanto Alba, foi para o quarto dela, se trancando nele.

Assim, depois de bater duas vezes na porta e ser liberado para entrar, Heitor passou pela porta dizendo.

—Heitor: Não posso sair por 5 minutos que quando volto, está tudo de cabeça para baixo.

Maria que estava sentada na cama, mas coberta da cintura para baixo, disse cansada enquanto Heitor se forçava para sorrir depois de ter falado.

—Maria: A paz que tivemos todos juntos depois do jantar, teve prazo de validade, filho.

Ele se aproximou mais, sentou próximo dela e a mirou atento. Maria tinha lágrimas nos olhos, ele então pegou em uma mão dela e disse.

—Heitor: O que meu pai fez dessa vez?

Maria então deu um sorriso triste, dizendo.

—Maria: Ele não fez nada dessa vez. Pelo contrário. Ele me ofereceu ajuda e cumpriu.

E confuso, Heitor quis saber.

—Heitor: Ajuda no quê?

Maria suspirou pensando no feito de Estevão e sentindo que seus olhos eram tomados de mais lágrimas. Que assim ela disse de voz tremula.

—Maria: Ele contratou um detetive para acharmos o homem que esteve nas fotos que ele recebeu e que se passou por meu amante, e... E ele achou filho. Ele achou.

Ela levou a mão na boca deixando suas lágrimas correrem pelo rosto e seguiu.

—Maria: Durante 15 anos eu me fiz tantas perguntas de quem era esse homem. Do porquê ele ajudou me destruírem e se ele. Se ele...

Ela virou o rosto calada. Sempre aquele dilema entalado na garganta dela. Nunca soube se foram apenas fotos que tiraram dela violando a intimidade exterior do seu corpo ou se também a violaram por completo.

Heitor ficou calado. Vê-la daquele modo o matava por dentro. Era como que fizesse também parte daquele sofrimento injusto enquanto crescia querendo odiá-la para então saber que ela havia sido a maior das vítimas.

—Heitor: Vamos pegar ele e tirar toda verdade dele mãe. Mas antes tem que ficar bem. O médico disse...

Maria que mexia agora de cabeça baixa nas mãos, completou a frase dele.

—Maria: Eu sei o que ele disse. Eu posso perder o bebê que espero.

Ela tocou a barriga por cima da coberta que ela estava, mas que embaixo dela como uma frauda, estava uma manta. Tudo para segurar qualquer sangramento durante o resto da noite. Uma situação que ela depois de duas gestações, nunca tinha passado e que por isso começava se assustar com os pensamentos que começava ter.

Assim Heitor vendo que ela havia ficado calada, disse.

—Heitor: Tudo vai ficar bem. Vamos acreditar que sim.

Ele beijou a testa dela. E no meio disso, ouviram mais duas batidas na porta e em seguida Estevão aparecendo.

Ele tinha a aparência abatida, os cabelos revoltos de tanto passar a mão ali e mirando os dois na cama, ele disse baixo.

—Estevão: Eu sinto muito. Sinto muito por ter sido estúpido o suficiente por saber de sua condição e revelar o que eu deveria esperar, Maria.

Maria o olhou, viu resplandecendo no rosto de Estevão seu sofrimento e pensava que daquela vez não poderia culpá-lo por algo que não estava no controle deles. Não podiam fazer nada se o filho que esperavam não resolvesse se desenvolver. Pois em poucas palavras o médico havia deixado claro, que nem ele poderia fazer algo se os sangramentos seguissem.

Tudo dependeria da natureza e seu corpo fazendo o trabalho de permitir que seu bebê crescesse até nascer ou não.

Assim, enquanto levava aquela gravidez viviam uma realidade de uma luta real e injusta, mas que tinha que ser enfrentada e que ela odiaria descobrir que Estevão havia escondido tal segredo dela. Algo que a justiça lhe pertencia, que por direito tinha que ser ela diante do infeliz que também há 15 anos ajudou a destruí-la.

E depois de limpar um lado de seu rosto, ela pediu.

—Maria: Heitor, por favor. Pode nos deixar sozinhos?

Heitor assentiu calado e saiu do quarto. E depois que se viu sozinhos, Maria disse.

—Maria: Eu quero saber quem é ele Estevão. Onde vive. O que faz, se ele tem uma vida normal, se tem um coração ou se teve quando fez parte de um maldito plano que tirou tudo de mim.

Estevão caminhou devagar até ela, enquanto dizia.

—Estevão: E vai saber querida. Vai saber. Mas por hora, por hora é melhor se contentar em saber que já sabemos quem ele é e que cedo ou tarde o confrontaremos, porque nunca que vou deixar que fique diante desse homem sem que eu esteja ao seu lado, Maria.

Maria baixou a cabeça enquanto uma das mãos dela era segurada por Estevão que sentava ao lado dela. Até que ela puxou o ar do peito e disse firme o mirando nos olhos.

— Maria: Você não entende, Estevão. Eu preciso saber mais dele agora, preciso saber mais dele nesse momento. Foram anos de espera e anos sendo vista por meu filho como a pior mãe do mundo e a pior esposa para o pai dele, para você! Eu não quero esperar! Não quero!

Estevão respirou fundo. Amparou agora com mais uma de suas mãos a mão de Maria e sem quebrar o contato pelo olhar que tinham, ele disse.

—Estevão: Nosso filho corre risco Maria. Se seguir como está e se confronta esse homem, pode ser emoção demais para lidar. Por Deus, entenda que terá que esperar mais um pouco.

Maria então se sentindo vencida. Puxou a mão das mãos de Estevão e chorou agora se encolhendo enquanto deitava na cama.

Ela sabia que Estevão tinha razão. Sabia que sacrificaria mais que sua sanidade naquela busca. Sacrificaria um inocente que ainda em seu ventre pagava pelo mal que tinham feito a ela.

Estevão então tocou as costas dela, enquanto a ouviu chorar e disse agora baixo.

—Estevão: Sei que sabe que tenho razão e sei também que precisa dessa verdade. E vai ter, Maria. Eu prometo. Mas agora não, meu amor. Por favor. Agora seu bem-estar e de nosso filho têm que estar em primeiro lugar.

Ele beijou a cabeça dela. Ela não o olhou, apenas ficou de lado como tinha deitado e quando ele se afastou, ela disse.

—Maria: Me deixa dormir o resto da noite aqui enquanto fica em outro quarto Estevão.

Estevão a olhou confuso com o pedido e disse.

—Estevão: Não me quer ao seu lado? Não conseguirei dormir sabendo que poderá precisar de mim, Maria.

Ele suspirou apreensivo depois de falar e Maria se virou para olhá-lo e disse com pesar e constrangimento na voz.

—Maria: Tenho um pano no meio de minhas pernas caso eu sangre mais e tudo porque não menstruo há 13 semanas e esse pano serve como meu absorvente inexistente entre minhas coisas. Então não vai gostar de dormir como uma mulher assim Estevão.

Estevão deu um sorriso curto, que acompanhou em uma carícia no rosto dela e um olhar de cumplicidade que um casal que se cuidam trazem. Que assim, ele disse.

—Estevão: Por Deus, Maria. Eu não me incomodo de estar aqui. Quero estar e cuidá-la. Por favor, deixa eu cuidar de você como um homem que te ama mais que tudo e não importa a condição que esteja, te amo e te amarei mesmo que estivesse careca, imagina como está.

Maria acabou sorrindo, mas baixou a cabeça enquanto corava. E quando levantou ela, com o sorriso já contido ela disse.

—Maria: Se é assim. Ainda sabe preparar chocolate quente como me fazia? Eu queria um pouco.

Agora foi Estevão que sorriu, dizendo.

—Estevão: Claro que sei, meu amor e seu desejo é uma ordem.

Ele então deu um selinho nela. Se levantou e depois de dizer que voltava logo, deixou o quarto.

Maria então se ajeitou entre os travesseiros, suspirou, alisando seu ventre e sussurrou olhando a barriga.

—Maria: Fica comigo e seu pai, filho. Apesar de não estarmos em uma boa fase, você é a nossa nova chance de fazer tudo certo dessa vez. Por favor, meu bebê.

Amanheceu.

A primeira pessoa que Estrela procurou ao acordar na cama, foi Maria.

Assim ela se sentou e quem viu no meio do quarto dela, foi Heitor. Que então assim, ela disse.

—Estrela: Cadê minha mãe?

E Heitor que ficou encarregado de dar as últimas notícias a irmã e fazer com que ela fosse a aula, disse.

—Heitor: Bom dia dorminhoca.

Sentindo que algo se passava, Estrela disse de novo.

—Estrela: O que aconteceu com minha mãe?

Na frente do quarto que estava, Estevão saía do banheiro.

Tinha preparado a banheira para que Maria tomasse banho. Assim, ele a olhou guardar um livro dele no móvel ao lado da cama e disse.

—Estevão: Seu banho está pronto querida.

Maria deu um curto sorriso. De fato, Estevão esteve toda a noite cuidando dela e atento até nos movimentos que ela dava na cama. Assim, não querendo incomoda-lo mais, ela retirou a coberta que tinha no corpo e disse.

—Maria: Já é tarde. Deve ser arrumar para ir para empresa Estevão. Então deixa que eu me cuido.

Estevão que vestia ainda pijama, caminhou rápido até ela dizendo.

—Estevão: Hoje não vou. Porque o que me importa agora é você Maria. Agora, deixa eu te levar até o banheiro e não se queixe.

Ele então fez o movimento de tirar ela da cama nos braços. Maria se agarrou nele, enquanto dizia.

—Maria: Eu posso andar, Estevão.

Estevão deu um selinho nela enquanto andava com ela nos braços e a respondeu.

—Estevão: O médico disse que deve evitar esforços e se locomover demais até que fique bem.

Maria suspirou quando foi deixada em pé no meio do banheiro.

—Maria: Acho que devíamos ligar para minha médica.

Estevão levava a mão na água da banheira verificando a temperatura dela, quando a respondeu.

—Estevão: Eu já fiz isso. Tem uma consulta hoje ás 10.

Maria parou de se despir como começou a fazer e sorriu.

Assim enquanto estavam no banheiro ouviram Heitor chamando-o e depois Estrela que seguia diretamente ao banheiro para ver como a mãe dela estava.

Três dias haviam se passado.

Maria dormia calma no mesmo quarto que Estevão ocupava quando ela há 3 noites atrás chegou para morar com ele junto de Estrela.

Ela assim, acordou quando sentiu seu celular ao seu lado vibrar. Ela então pegou. Viu uma mensagem e também a hora nele.

Quando leu a mensagem ela viu que vinha de Luciano e se sentou olhando ao redor.

—Maria: Estevão?

Ela o chamou apenas para ver se estava sozinha no quarto. Viu o relógio e era 9:30 da manhã e em um dia da semana, que ela sabia que naquela manhã Estevão já poderia estar na empresa.

Que então assim, torcendo para não o ter ali de verdade. Ela ligou para Luciano depois que o leu na mensagem.

—Maria: O que quer, Luciano?

Luciano que seguia no país, a respondeu enquanto entrava dentro de um carro que alugou.

—Luciano: Quero te ajudar e que volte a confiar em mim.

Maria tirou a coberta de cima de seu corpo e encostou os pés descalço no chão assim que se levantou.

Só havia sangrado na noite da revelação de Estevão e tudo então seguiu bem depois, enquanto a consulta que havia realizado, o bebê também se mostrou bem. Assim Maria estava mais que certa que seu maior problema era tudo que se referia ao seu passado.

Que então assim, ela disse respondendo Luciano.

—Maria: Eu nunca mais vou confiar em você, Luciano!

Ela torceu os lábios de lado e ele então disse, depois de respirar fundo.

—Luciano: Vai acontecer algo hoje na empresa. Não vá até lá por favor.

Maria quando escutou parou de caminhar como fazia para pegar seu robe. Sua mão apertou firme o aparelho celular enquanto sentia seu corpo todo tenso e mais uma vez a certeza que Luciano sabia mais do que falava.

Que então assim, ela disse se exaltando.

—Maria: Como quer que eu volte a confiar em você se está deixando mais uma vez claro que sabia de tudo que houve comigo e na empresa San Roman, Luciano! Como quer?

Ela tocou nos cabelos aflita e agora pensando em Estevão e também em Heitor que estariam naquele horário na empresa San Roman. Que então assim ela voltou a dizer.

—Maria: O que vai acontecer? O que vai?

Luciano de corpo tenso dentro do carro disse, o pondo para andar.

—Luciano: Só não vai até lá! Te livrei antes de um final pior do que teve, mas agora nada está em minhas mãos!

Maria deu um riso irônico. Pensava se o que Luciano tinha feito por ela havia sido algum tipo de livramento, ele tinha falhado em sua missão, pois ela tinha deixado o país que nasceu totalmente destruída.

Que então assim, ela disse mais nervosa que antes.

—Maria: Do que está falando? Você me livrou do quê?!

Luciano segurava no volante nervoso e fez uma curva rápido demais.

—Luciano: Maria você precisa deixar de me evitar para conversarmos! Por Deus Maria! Ainda sou eu, Luciano! Seu amigo!

Maria então alterada, apenas o gritou.

—Maria: Se quer isso me diga o que vai acontecer, Luciano! Por Deus, o pai dos meus filhos e meu filho Heitor estão na empresa!

Ela passou as mãos nos cabelos aflita e Luciano parando em um semáforo, a respondeu.

—Luciano: Eu estou indo te buscar! Sei que está na mansão com Estrela.

Maria quando o ouviu quis chorar de desespero, o respondeu.

—Maria: Não é isso que pedi, eu quero a verdade! Ás verdades que me esconde Luciano!

E Luciano certo de como queria agir, disse.

—Luciano: Sinto muito Maria. Sempre disse a você que o que acontece na empresa San Roman era algo bem maior que nós dois. E estarei aí mesmo que não queira.

Depois de falar, Luciano desligou a ligação e Maria então não pensou duas vezes, em largar seu celular para se vestir e deixar a casa.

Menos de 20 minutos depois ela descia a escada, com uma mão no corrimão e outra segurando sua bolsa. Ela descia os degraus em dois e dois quando viu Alba que vinha da sala de jantar. Que por isso a questionou.

—Alba: Aonde você vai, Maria? Estevão disse que ficaria de repouso até o final da semana.

Maria não parou apenas a mirou de lágrimas nos olhos e a respondeu.

—Maria: Algo vai acontecer na empresa San Roman e meu filho e o pai dele podem estar correndo perigo, Alba. Por isso não pense em me deter!

Depois de falar, ofegante já ao pé da escada ela parou e Alba disse

—Alba: O que disse? Eu vou com você! Não vou deixar que dirija assim como está, além do mais, Estevão e Heitor são da minha família!

Não houve tempo para Maria questionar a aparente boa ação de Alba, pois a mulher já pegava sua bolsa que deixou na sala sobre o sofá e voltava para ela.

Assim segundos depois as duas saíram da casa.

O carro de Alba estava fora da casa o que evidenciava que ela a pouco o havia usado, assim ela deixou que Maria entrasse no carro e fez o mesmo e na mesma pressa que ela.

Luciano que chegava com carro dele, pôde avistar Maria entrando no carro de Alba e depois elas partindo. Que por isso ele disse baixo.

—Luciano: Onde vai com Alba, Maria?

Ele então ligou o carro e saiu dali.

Na empresa San Roman.

Estevão estava em sua sala. Lupita mostrava documentos a ele, apontava o dedo onde ele deveria assinar em cada papel até que quando chegou o último, o ouviu dizer.

—Estevão: Viu meu filho, Lupita? Desde que cheguei que não o vi.

Lupita negou com a cabeça dizendo.

—Lupita: Não, senhor San Roman. Só vi o senhor Leonel e sozinho.

Estevão suspirou fundo e disse.

—Estevão: Se o ver peça para ele vir até minha sala, por favor.

—Lupita: Claro.

Lupita saiu da sala e Estevão saiu de sua cadeira.

Ele olhou o pulso vendo a hora em seu relógio.

Pela tarde ele teria uma reunião com um advogado. Um que não era Demétrio. O descartava para aquela função que trataria, o que era algo que ele estava em dívida e queria consertar.

Fora dali na sala do diretor financeiro. O homem baixo e robusto, suava como um porco preste a ir ao abatedouro.

Ele tirou um lenço branco do seu bolso da calça e limpou seu rosto redondo. Limpou abaixo dos óculos seus olhos e depois sua testa, dizendo.

—X: Vai fazer 16 anos que estou na empresa e não cometi até aqui um erro.

Bruno, estava sentado em um sofá, tinha as pernas cruzadas e um charuto na mão que saia dele fumaça.

E então ele respondeu.

—Bruno: Eu sei, mas estamos passando por uma troca de comando e algumas peças estão sendo mexidas. Agora beba.

Ele olhou para o copo redondo de uísque que estava sobre a mesa. Havia veneno nele. Letal e quase que irreconhecível depois de ingerido. Seu efeito era dar em segundos um ataque cardíaco em sua vítima. E pronto seria mais uma morte de causa naturais sem precisar que um médico legista vasculhasse mais que aquela causa.

E o homem ali de mãos trêmulas depois de guardar o lenço no bolso, falou mais uma vez em um fio de voz.

—X: Por favor.

Bruno tragou seu cigarro. Como tinha sido ele ao acabar com Patrícia, ali também estava sendo ele para conferir que de fato o diretor da empresa que sabia muito, morreria levando com ele o silêncio de um esquema que tinha mais que uma década e que ele também participou.

O que julgava ser uma maldição o cargo que agora estava, que depois de ter sido ele trazer aquele negócio milionário para a empresa, estava sendo reduzido ao que jogava fora as cartas do baralho sem mais necessidades. Mas que Bruno tentava ver uma vantagem naquilo, não era ele que estava sendo descartado.

Ele então olhou para a janela aberta, o vento entrando na sala e movendo a cortina longa e branca. E então ele disse.

—Bruno: É isso ou aquilo.

Ele então dividiu o olhar entre o copo e a janela aberta.

Entre um possível assassinato e um suicídio como causa de sua morte, o diretor financeiro da empresa pensou em sua família com uma esposa e dois filhos homens já crescidos que se eles desconfiassem a verdadeira causa de sua morte, não descansariam. Que então assim ele tomou sua decisão.

Demérito bateu na porta de Estevão e quando o ouviu liberando passagem, ele entrou.

Estevão levantou a cabeça deixando de usar o notebook em sua frente.

E assim os dois homens se olharam.

Demérito sabia que Bruno não era mais o cabeça de todo esquema que ele o envolveu. Sabia também que ele estava sendo jogado por escanteio por Estevão desde que ele conseguiu sem seu consentimento a guarda de Estrela e por isso previa que se estava sendo deixado de lado por ele, quanto tempo aconteceria o mesmo em relação a Bruno?

Antes ele tinha um triunfo nas mãos quando por todos aqueles anos havia sido o botão de SOS de Estevão San Roman, mas então Maria chegou e estava ele apenas a mercê das vontades dela.

Assim então ele disse, querendo voltar a ganhar terreno daquele lado.

—Demétrio: Estevão, estou preocupado com nossa relação de trabalho e amizade.

Estevão estreitou os olhos. Encarou o homem que trabalhou com ele e ao favor dele todos aqueles anos e pensou naquele momento, se ele sabia de algo que não era de seu conhecimento.

Podia lembrar que Demétrio havia aparecido em sua vida quando Luciano havia saído, e nesse meio tempo ele já tinha Maria dentro de uma cela por uma semana de pura treva que eram apenas o início delas e depois, havia sido apresentado ao advogado muito eficiente para seu gosto até que se tornou em mais um sócio que ele mesmo cedeu parte de ações em um buraco que necessitava se preenchido na empresa.

Tudo então pareceu tão bem arquitetado aos olhos de Estevão.

—Estevão: Quer falar comigo sobre o fato que tirou a filha da minha mulher sem me consultar se eu ainda seguia com esse plano, ou quer falar de algo que eu não sei, mas que se passa na minha empresa? Porque eu sei que passa algo de muito sujo aqui, Demétrio. Só gostaria de saber realmente o que é para saber lidar com tudo e fazer com que os culpados sejam punidos.

Demétrio mexeu na gravata, deu alguns passos em direção da cadeira a frente da mesa de Estevão e disse.

—Demétrio: Eu não sei o que está falando, Estevão. Sabe que trabalho fielmente para você e a empresa há 15 anos e jamais faria algo para prejudica-lo.

Estevão nem piscou o olhando apenas se levantou da mesa, dizendo.

—Estevão: Será mesmo? Eu não consigo mais acreditar na fidelidade de ninguém aqui dentro, Demétrio!

Duas batidas se fez ouvir na porta. Estevão permitiu a entrada que interrompeu aquela conversa e que em seguida ele viu Heitor entrando pálido na sala.

—Heitor: Papai aconteceu algo.

Fora da empresa.

Maria na calçada dela ao lado de Alba, cobriu a boca ao ver um corpo no chão.

Uma pequena multidão de pessoas se aproximavam do corpo. E ela correu para perto delas para também ver de quem se tratava.

Deitado de bruços, estava um homem com roupas sociais e que ela ainda não conseguia identificar, mas quando afastou as pessoas para chegar mais perto viu mais do que gostaria, não só o rosto do homem e sua identidade, mas também sua massa encefálica saindo de um lado de seu crânio e muito sangue concentrado em um lado de seu corpo.

Ela então se sentiu zonza e tudo pareceu baixar seu volume. As vozes ficaram no fundo, o céu pareceu escurecer para um tempo chuvoso e tenebroso, diferente da manhã ensolarada que ela viu ao deixar a mansão San Roman.

E como estava, ela viu Alba em sua frente se fazendo presente em sua visão. A mulher falava alguma coisa que ela não podia entender e nem ouvir e era como se tivessem dado mute no mundo ao seu redor.

E assim ela encostou as costas no prédio quando notou que foi se afastando do corpo e das pessoas. Que sentindo mareada e as pernas bambas ela achou que cairia no chão, fazendo ela levar a mão na parede.

Mas então outra pessoa apareceu em sua frente. Um homem que pegou em sua mão gelada e tentou andar com ela em seu estado de choque.

No primeiro passo que deu, ela parou e mirou o chão e segundos depois ela estava vomitando sobre os sapatos masculinos que via enquanto sua mente tinha imagens de pedaços de um cérebro esparramado no chão.

E tudo em seguida se tornou escuro e o chão pareceu flutuar ou ela flutuava.

Estevão achou que tinha passado 20 anos dentro de um elevador, mas passou pouco mais de 2 minutos para chegar ao térreo e correr até a calçada, fora de sua empresa.

Quando chegou fora dela tinha muita gente que fazia uma roda e se ouvia sirenes que se aproximavam, e ele então desapertou a gravata que usava enquanto via 4 homens seguranças de sua empresa afastar as pessoas do que ele queria ver.

Estava ali seu diretor financeiro morto. Apenas um cadáver duro e sangrento no chão.

Ele então olhou para cima. O sol brilhando sobre as vidraças do prédio de sua empresa e imaginou como havia sido aquela queda.

Heitor tinha dito que o homem que via sem vida havia pulado do 8° andar de sua empresa.

Longe dali.

Alba dirigiu tão rápido de volta para casa que chegou em menos de 20 minutos.

Entrando correndo para dentro da casa, ela subiu as escadas com pressa até seu quarto. Entrou no closet, tirou uma mala grande e começou então encher de algumas roupas.

Ofegante, ela parou e então foi em uma gaveta puxou uma agenda sua pegou a caneta junto dela e anotou um endereço e embaixo dela algumas palavras.

Deixou então em cima da cama e voltou a fazer o que fazia e com mais pressa.

Luciano estava nervoso, tinha perdido Maria e Alba de vista. E tocou assim em Estevão, que quando o viu não pensou em cumprimentá-lo de outra maneira sem ser com um soco e depois com as mãos em seu colarinho.

Que assim ele disse, entre os dentes e já todo vermelho.

—Estevão: O que faz aqui, seu infeliz?

Luciano assim como ele, disse com raiva.

—Luciano: Eu estou procurando Maria! Me solte, seu desgraçado!

Ao ouvir o nome da mulher que amava, Estevão apertou Luciano mais contra parede que o tinha encostado e disse.

—Estevão: Ela está onde você não vai chegar perto dela! Já sei que a traiu! Eu já sei de tudo!

Luciano riu e mostrou assim seus dentes cheios de sangue antes de dizer.

—Luciano: Você é um tonto Estevão. O que acha que sabe?

Estevão respirou fundo e desapertou seu agarre nele e disse, com uma voz firme e seu olhar frio.

—Estevão: Eu sei que dessa vez serei capaz de matar se algo se meter no meu caminho e de Maria outra vez!

Luciano então o desafiando a fazer aquilo, o respondeu.

—Luciano: Então vai ter que matar sua própria tia, já que a vi com Maria entrando no carro dela e agora não sei onde nenhuma estão!

—Estevão: O que disse?

Estevão se afastou desnorteado, por trás dele ouviu um policial o chamando. Afinal atrás dele tinha acontecido uma ocorrência que tinha que ser investigada. Mas ele não ligou para o chamado, apenas sentia um terror tomando todo seu ser enquanto sua mente ia até Maria quando a deixou dormindo como um anjo calmo e seguro abaixo de seu teto.


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