Conectando-se escrita por Dri Viana


Capítulo 8
Capítulo 8 - Reaparecendo


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas!

Me perdoem o atraso de novo. Semana passada foi bem louca. Descobri que vou ser titia, aí dois dias depois por conta de um sangramento minha irmã quase perde o girino (não me levem a mau, mas é assim que eu chamo o bb kkkk). Foi tenso e angustiante. Mas felizmente não aconteceu nada ao girino. Ele e a minha irmã estão bem. E pra completar a gripe ainda acha de me agarrar. Mas mesmo baqueada tô aqui postando a essa hora, porque já deixei vocês sem atualização por dias.

Quero e preciso agradecer a Ana Camila, Rapha Sidle, Pamella Carlla, Jackeline Noara, Fofura, RebelQueen e a Bruniele pelos comentários que deixaram no capítulo anterior. Obrigada, meninas. E meu obrigada também as outras leitoras que leram, mas não comentaram.

Segue abaixo um capítulo novinho.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780134/chapter/8

Santa Mônica, Califórnia...

"Liga pra ela!"

E foi o que ele fez, seguindo o conselho gritado há alguns minutos por uma voz em sua mente.

Contudo, Grissom não estava preparado para o que dizer depois do "Oi, Sara!". Ligou primeiro porque estava em dívida com ela nessa ligação, já que só havia ligado uma vez desde o acidente que ela sofreu. E em segundo, porque queria muito ouvir a voz dela após ficar remoendo pela décima vez a ideia tosca de Arthur.

"A ideia é a seguinte... Este Arthur aqui", o reitor apontou para si mesmo ao largar uma das mãos do volante do carro. "Vai dar o lugar dele no bate papo com a Sara para que outro Arthur, no caso você..."

"Você enlouqueceu?", com um olhar chocado Grissom interrompeu seu amigo. "Se essa é a sua ideia, gênio, não conte comigo!"

"Ei, nem vem com essa de dar pra trás. Você disse que topava a ideia."

"Antes de saber que era esse absurdo."

"Também não exagera vai."

Apesar de soar meio louca, o reitor achava a ideia boa. Até porque foi a única que lhe ocorreu.

"Arthur onde já se viu, eu me passar por você pra Sara? Acha certo enganá—la dessa maneira?"

"Não. Mas ela nem perceberá que houve essa troca. Temos gostos até parecidos, tirando uma coisa ali e outra aqui, além é claro de você fazer a linha mais intelectual e sério do que eu. Porém isso não será problema, você pode deixar a seriedade de lado assim como eu pousei de intelectual pra Sara. Disse até que meu autor preferido é Shakespeare e que já tinha lido todas as obras dele."

Grissom fechou a cara e balançou a cabeça nada contente com o que acabava de ouvir do amigo.

"Você detesta Shakespeare. Acha sem graça inclusive."

"Tá, mas a Sara não precisava saber.", aquela foi outra mentirinha que ele contou a sua amiga virtual. Literatura não era assim seu forte. Gostava de ler algumas coisas relacionadas a sua área e só. Não era nada amante da literatura como fez Sara acreditar. Mas de cinema sim. Adorava filmes."Eu queria impressioná—la. Sara se mostrou uma mulher culta e da linha intelectual como você. Então quando ela falou que adora ler, eu fui na onda. E como um dos autores que ela mencionou que gostava, era Shakespeare, então eu achei mais fácil dizer que gostava dele também."

Grissom achou muito errado a atitude de seu amigo.

"Você não podia ter mentido pra ela.", Recriminou o supervisor. "No que mais mentiu?"

"Por que isso importa?"

"Se eu for me passar por você, o que não sei se quero, devo saber que mentiras a seu respeito contou a ela, mente brilhante."

"Faz sentido. Então vamos lá, eu disse pra Sara que tenho 38 anos, sou professor de biologia e solteiro. Não contei que antes era casado e muito menos que me separei há pouco tempo."

"38 anos?"

"Quis ficar na mesma faixa etária que ela.", Dando um sorriso sem jeito o reitor se justificou mentirosamente, porque sabia do medo do supervisor sobre a diferença de idade entre Sara e ele, sendo esta uma das desculpas que ele lhe contou entre os copos de cervejas que tomaram. "Mas eu não contei só mentiras a ela, tá legal?! Contei verdades também. Dentre elas, que sou do Alabama, gosto de jazz, blues; Star Trek é minha série preferida e 'O fantasma da ópera' é um dos meus filmes prediletos."

Alguma verdade ele tinha que dizer, não só mentiras podia 'pousar' para Sara.

"Eu não acho uma boa ideia essa de me passar por você."

Grissom sabia que a ideia de seu amigo era a pior possível e temia que quando Sara descobrisse a verdade (porque uma hora ela ia descobrir, já que ele não ia enganá—la para sempre), ela lhe odiasse.

"Gilbert vai por mim, que vai dar certo."

— Grissom... Ainda está aí?

— Sim, desculpa, Sara. - ele se apressou em responder assim que escutou ao longe a voz dela. Tinha se deixado levar pela lembrança do papo com Arthur, que até esqueceu que estava na linha com Sara. - Como está sua recuperação?

— Indo muito bem.

Grissom esperou que Sara lhe desse mais informações a este respeito, mas na ausência disso tomou a iniciativa de saber mais.

— E você já voltou ao médico depois do acidente?

Do outro lado da linha, Sara franziu a testa se surpreendendo com o interesse dele, tanto que ela levou quase dez segundos para enfim satisfazer a preocupação dele mascarada de simples curiosidade.

— Fui com Nick na última sexta-feira. E segundo meu ortopedista em duas semanas já estarei iniciando a fisioterapia.

— Que bom, Sara.

— Pois é.

Grissom ficou com a ligeira impressão de que Sara parecia diferente com ele, meio fria, evasiva e até econômica nas palavras.

— E o que está fazendo agora? Não estou te incomodando com a ligação, estou? - outra vez ele tomou a iniciativa de falar algo para acabar com o silêncio de quase quinze segundos segundos que já durava na linha.

— Não está incomodando.— na verdade ela estava surpresa, desde sua ligação à principalmente, seu interesse.

Que bicho teria mordido seu chefe para estar sendo tão proativo assim nas perguntas? Sempre era ela a querer saber as coisas dele ou a tentar arrancar informações suas. E o mais curioso, era que ele parecia querer manter mais o papo entre eles na linha, diferente da outra ligação na semana passada.

— Eu estou sem fazer nada. Talvez, eu leia um livro depois que terminarmos essa ligação. Ou então eu vá TV ou dormir, não sei. E você?

— Eu estou tomando um chá que a minha mãe fez antes de subir para tomar um banho.

Então ele foi visitar a mãe dele!, pensou Sara.

A perita lembrava-se de ter visto de relance a senhora uma vez apenas no laboratório, quando Beth esteve lá para ver o filho. Foi logo no primeiro ano de Sara já trabalhando com Grissom.

— Sua mãe ainda mora em Santa Mônica?

Em uma das conversas que trocaram na época em que o conheceu em Harvard, Grissom lhe falou da mãe e onde ela residia. E Sara guardou a informação até hoje. Na verdade qualquer informação que tinha a ver com ele, ela guardava na cabeça.

— Sim, mora. Ela não se vê morando em outro lugar. Já a convidei inúmeras vezes para ir viver comigo em Las Vegas, mas não há quem faça essa cabeça dura mudar de ideia.

Sara teve que morder a língua para não deixar escapar um irônico "tal mãe, tal filho" no quesito cabeça dura.

— No lugar dela, eu acho que também não mudaria.

— Achei que gostasse de morar em Las Vegas.

— E eu gosto. - ela esboçou um leve sorriso ao dizer isso. A cidade tinha seus atrativos e encanto. No entanto, o sorriso logo desapareceu do rosto de Sara ao lembrar uma a uma as decepções que sofreu por causa do sujeito do outro lado, desde que chegou aquela cidade. — Mas se eu pudesse voltar no passado, não teria ficado em Vegas depois que terminei a investigação sobre Warrick e sim, retornado para São Francisco. Só assim teria me poupado de dolorosas decepções.

Essa última parte, Sara pronunciou baixo, mas não o suficiente para não ser ouvido por Grissom.

O supervisor sentiu o efeito péssimo daquele 'desabafo' da amada. Desconfiava com 100% de certeza que ele era o único responsável por essas decepções que mencionara. Se ele não tivesse sido tão covarde, não a teria deixar passar por isso todos esses anos.

Se questionou se não estava tarde demais para tentar consertar a burrada que cometeu com Sara.

E se ela lhe rejeitasse no fim das contas?

Ou pior ainda, lhe odiasse?

Não é hora de dar pra trás, Grissom!, ele escutou uma voz lhe dizer aquilo. E não pretendia dar para trás, mesmo correndo o risco da mulher que ama acabar no fim das contas lhe odiando pela mentira.

Ele queria acreditar que ela ia relevar a mentira, tendo em vista que foi por uma boa causa, ou como Arthur muito bem lhe disse "em prol do amor".

— Sara...

— Desculpa, Grissom. Eu não devia ter dito nada do que eu disse há pouco.— ela se apressou em falar ao se dar conta que tinha ido longe demais nas palavras. Sempre acabava falando demais à ele. — Talvez seja o efeito do remédio que tomei há pouco. Ele me deixa sonolenta e assim, eu meio que destravo a língua, e falo demais. Preciso desligar e ir dormir.

— Espera...

Ela sequer lhe deu ouvidos.

— Boa noite e agradeço por sua preocupação em ligar para saber como estou. Até mais, Grissom.

Sem fazer cerimônia, ela encerrou a ligação na cara do supervisor, não lhe dando a chance de dizer um A que fosse.

— Lamento por tudo que te causei até agora Sara. Mas eu estou disposto a mudar isso, querida. - sussurrou o supervisor ainda com o celular ao ouvido enquanto só escutava o som da ligação encerrada.

"Ótimo! Eu fico de papo com ela me passando por você até quando?... E aí depois?... Se ela quiser me conhecer pessoalmente? Como faremos?"

Era de se supor que futuramente, com o avançar das conversas, Sara sentisse vontade de conhecer o tal Arthur. Grissom se estivesse no lugar dela também gostaria de conhecer pessoalmente com quem vinha batendo papo virtualmente.

"Aí, amigo, você marca com ela o encontro ora!"

Grissom ficou pasmo com a naturalidade com a qual Arthur respondeu. Até parece que a situação era fácil assim de se resolver.

"Arthur, você não enxerga a gravidade de uma situação dessas, não? Como eu vou aparecer pra ela e dizer: 'Voilà, Sara. Eu sou seu amigo virtual. Desculpa se te enganei. Mas quero uma chance com você.', ela vai me dar um sonoro "não" na cara e ainda vai me odiar pela mentira."

"Não seja tão pessimista e radical assim. Ela pode sim ficar chateada, mas você explica tudo. Acredito que ela vá depois entender e te desculpar. É uma pequena mentira em prol do amor. Verá como vai valer a pena. "

"Não sei não."

Grissom mesmo disposto aceitar a ajuda do amigo para se acertar com Sara, ainda estava reticente com a ideia na qual vinha envolta a tal ajuda de Arthur. Ela tinha tudo para dar tão errada quanto certa.

"Ei, confiança, homem!", o reitor bateu no ombro do amigo antes de saírem do carro parado no estacionamento do aeroporto.

"Estou tentando ter confiança, mas tá difícil.", O supervisor disse mais para si mesmo do que propriamente para o amigo.

Enquanto eles seguiam para dentro do aeroporto, Arthur deu umas instruções necessárias ao amigo supervisor como, por exemplo: o apelido que usou no site em que batia papo com Sara, o nome do site e a sala na qual eles toda noite conversavam, para caso Sara mencionasse algo e ele não soubesse. Arthur ainda avisou que bloquearia Sara no aplicativo de mensagens e que Grissom teria que comprar um chip extra de celular para ELE poder trocar mensagens com Sara, já que do número do supervisor era impossível posto que logo ela o reconheceria e 'tchau, tchau, plano'.

Aí, Grissom já se passando por Arthur inventaria a Sara que aconteceu algo com o número antigo que eles se falavam e por isso, ele estava mandando mensagem para ela daquele novo número.

Arthur também ainda aconselhou seu amigo a manter sempre a história de que não havia criado coragem para tirar a foto para mandar a ela, caso Sara pedisse uma. E deixou por conta de Grissom dar seguimento ao restante do plano da forma que fosse do seu entendimento. Não ia ficar interferindo muito e dizendo o que ele tinha de dizer a Sara, como se portar com ela durante as conversas trocadas por SMS e demais coisas, porque Grissom era adulto o suficiente para saber o que fazer. Sem contar que poderia mais atrapalhar que ajudar seu amigo.

De posse de todas as informações necessárias para o bom funcionamento daquela ideia maluca, os dois amigos então se despediram assim que ouviram o primeiro anúncio do voo de Grissom. E Arthur fez seu amigo supervisor prometer que manteria o reitor a par do andamento das coisas com Sara.

— Tomara que esse plano tosco dê certo mesmo.

Se não ele ia perder de vez Sara.

***

Las Vegas, Nevada...

Tão logo acordou, Sara lançou um olhar esperançoso ao celular descansando a mesinha ao lado cama. Apanhou o aparelho primeiro para saber se tinha alguma mensagem perdida. A frustração de descobrir que não havia chego nada da noite passada para cá foi grande.

O que teria acontecido com seu amigo?

Após se certificar de que não havia mensagem dele, ela conferiu as horas no aparelho celular: 06:05. Em pouco mais de uma hora um de seus amigos estariam ali para passar outro dia como seu enfermeiro. Resolveu se levantar, não queria que o enfermeiro da vez a encontrasse naquele estado deplorável de quem acaba de acordar.

Com cuidado e o auxílio das muletas, Sara chegou vagarosamente ao banheiro. Andar tão devagar assim lhe fazia se sentir como uma velhinha. Mas não podia se locomover de outra forma senão àquela. Seu médico foi taxativo: "nada de abusos ou afobação", caso contrário ela poderia agravar seu estado e comprometer sua recuperação.

Parou diante do espelho sobre a pia e suspirou ao encarar seu reflexo ainda sonolento. Com os olhos fixos em si mesma, ela acabou por lembrar da ligação de Grissom. Foi bom e ao mesmo tempo estranho a chamada. Na verdade, seu chefe estava estranho. E para não perder o costume, mais uma vez ela acabou falando demais a ele. Era sempre assim! A língua destravava quando falava com ele.

Ainda não conseguia acreditar na coragem que lhe brotou para dizer o que disse ontem a noite a Grissom. O pior foi que saiu tão naturalmente e espontâneo aquele desabafo sem filtros, que só depois de alguns segundos se deu conta de que havia falado demais.

— Será que ele entendeu a quê eu me referia?

E daí se entendeu? Dane-se!

Ela não havia decidido virar a página daquilo?

Então não devia se importar com o que ele pensaria sobre o que disse. Mas ainda contra a sua vontade, ela estava sim se importando.

Até quando isso seria assim?

Até quando ia seguir nutrindo sentimentos por alguém que já deixou claro, que não sabe o que fazer com relação a eles dois?

"Esse cara merece é uns bons cascudos por fazer isso com você, Sara!"

Ela sorriu com certa melancólica ao lembrar-se desse comentário de Arthur.

Arthur!

Seu pensamento por incrível que pareça deixou de lado rapidamente Grissom, para se concentrar em Arthur.

Já fazia mais de 24 horas que o amigo de Sara não dava sinal de vida. Assim que desse mais uma hora iria lhe mandar uma nova mensagem. Estava preocupada com esse sumiço de Arthur.

Momentos mais tarde, ela estava a mesa com Catherine tomando café preparado pela loira enquanto comia um croissant trazido também pela amiga e ouvia a loira lhe relatar como tinha sido duro o turno de trabalho com três casos difíceis.

Sara já sentia enorme saudades do trabalho. Workaholic de primeira, ela se sentia como um passarinho com as asas cortadas agora que estava sem trabalhar. E ainda tinha o agravante de estar com o pé machucado, lhe limitando os movimentos.

O café entre as duas amigas ainda rendeu mais algumas conversas a respeito de trabalho e outros assuntos, dentre eles, Grissom. Catherine reclamou com Sara que o supervisor sequer lhe telefonou uma vez, nem ao menos para saber como estavam indo as coisas no laboratório ou na equipe deles que ficou sob a chegaria dela.

Foi então que Sara revelou sobre a ligação que recebeu ontem do chefe delas e seu paradeiro, que ele deixou escapar de maneira natural ou proposital, ela não sabia.

— Então ele está com Beth? - Sara assentiu.

Catherine não se admirou em saber que ele tinha ido visitar a mãe. Era de se imaginar que ele fosse vê-la na primeira oportunidade que tivesse, já que por algumas vezes o escutou lhe dizer que Beth o cobrava uma visita.

***

A estadia da loira como enfermeira de Sara durou pouco, mais precisamente, até às nove e pouco da manhã quando Catherine recebeu a ligação da diretora da escola de Lindsey avisando que a menina tinha aprontado de novo e que por isso precisava falar com ela sobre o comportamento da filha de sete anos.

Catherine teve que respirar fundo e contar até dez para não surtar ao telefone. Ultimamente estava desconhecendo sua filha, que de uns tempos para cá só fazia aprontar na escola. Já estava se tornando um hábito ser chamada a comparecer a escola dela ora por conta de Lindsey aprontar, ora por sua rebeldia em sala de aula com a professora. 

— Eu logo chego aí. - avisou antes de encerrar a ligação.

— Aconteceu alguma coisa? - Sara notou a cara nada boa da amiga.

— Lindsey aprontou na escola e agora tenho que ir lá.

— Outra vez?

— Pois é. Eu vou ligar pra um dos garotos virem ficar com você para não ficar só.

— Não precisa, Catherine. - Sara imediatamente interviu, quando a amiga ia discar o número de um dos garotos. - Eu posso muito bem ficar sozinha, não se preocupe. Além do mais, eles devem estar dormindo. Sério que vai acordá-los depois do turno de trabalho difícil que tiveram? - chantageou a morena.

Catherine ficou em um impasse. Sara devia estar certo sobre eles estarem dormindo àquela hora, mas como ela iria dali deixando sua amiga sozinha?

Lendo a dúvida explícita na face da amiga, Sara ainda barganhou o quanto pode até conseguir por fim convencer Catherine de que ficaria bem sozinha. E assim a loira partiu da casa da amiga prometendo que ela lhe ligaria caso precisasse de qualquer coisa.

Passado poucos minutos após a saída de sua amiga, Sara resolveu mandar uma mensagem a Arthur, já que quando pretendia apanhar o celular para fazer isso mais cedo Catherine chegou. Com estranheza, ela notou que o contato de seu amigo estava sem foto, mas ainda assim mandou a mensagem. Ficou no aguardo de uma resposta que não veio ao longo do dia.

A noite ela arriscou entrar no site em que eles se "conheceram", mas nada dele por lá. Começou a achar que talvez, Arthur estivesse a evitando ou pior ainda, não quisesse mais falar com ela e por isso sumiu tão repentinamente, quanto surgiu à ela. Mas por que disso? Eles pareciam estar se entendendo tão bem, aí do nada ele some. Não estava conseguindo entender isso.

Ela ainda tentava achar alguma razão lógica para tal, quando ouviu o celular apitar ao seu lado. Com certeza era Greg outra vez. Como o turno essa noite estava calmo, algo raro de se acontecer, ela e seu amigo estavam de papo pelo aplicativo de mensagens.

Mas qual foi sua surpresa ao abrir o aplicativo e ver que não se tratava de uma mensagem de Greg, mas sim de um número estranho sem foto no perfil.

"Quem é?", Ela mandou já que a pessoa não se identificou apenas mandou um 'Boa noite, Sara!'

Levou quase uns quinze segundos da pessoa digitando até enfim a mensagem surgir na tela do celular de Sara fazendo-a abrir um sorriso.

"Sou eu, Arthur. Desculpe ter sumido. Meu celular deu um problema e comprometeu o chip antigo. Tive que comprar outro chip para o aparelho. Esse é meu número novo, Sara."

***

Santa Mônica, Califórnia...

Grissom tinha mandado uma mensagem para Sara e agora, aguardava ansiosamente surgir uma resposta dela.

'Agora é seja o que Deus quiser!', pensou o supervisor.

Ele gostaria de ter entrado em contato com Sara mais cedo, porém sua mãe requeriu sua atenção ao longo daquele dia todo e, como Grissom andava com uma dívida astronômica com Beth, então decidiu que daria a devida atenção a mãe e somente a noite entraria em contato com Sara para dar início aquele plano maluco.

Dezenas de coisas passaram por sua cabeça de maneira veloz nos segundos em que já aguardava ver surgir na tela a resposta de Sara.

Estava cheio de medo e apreensão pelo plano não vir a dar certo. Mas, principalmente, estava nervoso por não saber o que leria de Sara.

E se ela não quisesse mais papo com Arthur por ele não ter entrado em contato desde sexta?

Ou por ventura acabasse notando a diferença do Arthur de antes para o de agora?

Ou pior ainda, descobrisse antes que ele era o Arthur e lhe rejeitasse por isso?

Ele achou por bem nem cogitar está última possibilidade, pois não saberia como lidar com ela.

— Vamos, Sara! Responda, querida.

***

Las Vegas, Nevada...

Ela leu e releu umas cinco vezes a mensagem para se certificar que não estava alucinando. As teorias e hipóteses que criou na cabeça para possivelmente justificar o sumiço de seu amigo, caíram por terra diante do envio daquela mensagem. E sua preocupação com ele se esvaiu também.

Então ela tratou de digitar uma resposta, já que ia fazer quase meio minuto do envio da mensagem dele.

"Boa noite, Arthur. Que bom receber sua mensagem. Estava preocupada com o seu sumiço."

Há milhas de distância dela o destinatário de sua mensagem sorriu ao ler sua resposta. Sem perder tempo ele também enviou uma resposta.

"Eu lamento por ter lhe causado tal preocupação. Mas se ainda quiser bater papo comigo, estou aqui."

Ela sorriu ao ler a resposta dele.

"Por que acha que eu não ia querer bater papo com você?"

Ele resolveu ser sincero.

"Ah, porque pode estar chateada com o meu sumiço repentino, sei lá."

"Imagina. Como eu disse fiquei preocupada."

 A partir daí o papo entre eles rendeu como Grissom não imaginou que renderia. Eles conversaram por horas horas e sobre uma porção de coisas.

Grissom por diversas vezes teve que se policiar e bastante para não acabar deixando por escapar algo que comprometesse sua 'real identidade' para Sara.

Foi divertido tanto para ele quanto para Sara aquele tempo em que passaram de bate papo. Mas para o desgosto de ambos o papo entre eles teve que ser finalizado por conta do avançar das horas. Os dois se despediram com a promessa de amanhã se falaram.

"Durma bem, Sara!"

"Você também, Arthur!"

Ao se acomodar para dormir depois de se despedir do amigo, Sara tinha um sorriso feliz nos lábios.

Em Santa Mônica, certo supervisor também tinha o mesmo sorriso feliz ao se ajeitar na cama para dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bjs e até o próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Conectando-se" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.