Conectando-se escrita por Dri Viana


Capítulo 4
Capítulo 4 - Arthur


Notas iniciais do capítulo

Obrigada por cada comentário por acompanharem essa história.

Segue um novo capítulo.



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''Oi!, Ann!''

Sara sorriu bem aliviada ao ler o cumprimento do fantasma. Já passavam das sete e meia e nada dele aparecer. A mulher até já pensava que ele lhe daria um belo cano e não apareceria ali. Já estava quase desistindo e saindo da sala, quando sua mensagem apareceu.

''Oi!''

''Desculpe o atraso, mas tive um happy hour com um amigo. Saímos para tomar umas cervejas e conversar, por isso não deu para entrar aqui no horário que combinamos." - ele explicou. - "Como você está?''

''Estou bem, obrigada! E você?''

"Também. Tive um dia bem agitado, mas altamente produtivo."

''Que bom! Sabe que ontem eu me dei conta depois que saí daqui, que não sabia o seu nome. Pode me dizê-lo? É que eu vou me sentir melhor e mais confortável te chamando por um nome do que de ''o fantasma''.

Sara achou que receberia uma pronta resposta, mas esta só veio quase quinze segundos depois.

''Arthur''

Ela achou curioso e um pouco intrigante o fato da demora dele em responder.

''Você demorou na resposta. Por acaso esse é seu nome mesmo ou inventou?''— incomodada com o fato, ela enviou logo em seguida a mensagem dele.

''É meu nome. Segundo nome na verdade.''

Sua demora para responder a pergunta de Sara se devia a dúvida sobre qual de seus nomes diria a ela. O primeiro nome era um tanto senhor demais, se bem que ele já podia ser considerado um senhor. E por isso optou pelo seu segundo nome que além de ser menos senhor ainda era mais bonito.

''E por que não disse o primeiro?''— curiosa e questionadora, Sara não se fez de rogada em indagar.

''Porque gosto mais desse. Era o nome do meu pai.''— justificou-se o homem. - ''E o seu é Ann, mesmo?''

''Não, esse é meu nome do meio!''

''Sério?? Nome duplo igual ao meu?''

''Sim!''

''Não vai me dizer o seu primeiro nome, não é?''

Ela bem podia dizer sem problema algum, mas resolveu manter aquela informação em segredo diante do fato de ele não dizer o dele também.

''Não! Você não quis dizer o seu.''

Os emojis sorrindo que ele mandou, fizeram Sara esboçar um sorriso divertido.

''Muito justo! Assim por enquanto ficamos como: Ann e Arthur, ok?"

''Ok!'' — ela concordou e mandou junto duas carinhas com um grande sorriso para ele.

E pelo tempo seguinte, eles se puseram a conversar, mas a pauta dessa vez foi sobre eles. Ambos sentiam necessidade de saber mais sobre a pessoa do outro lado da tela dos respectivos computadores portáteis.

E dessa vez, Sara resolveu correr o risco de ser honesta quanto a algumas informações a seu respeito, mesmo ciente de que a pessoa do outro lado da tela poderia muito bem não prezar pela mesma honestidade. Deste modo, ela disse sua idade (33 anos), a cidade onde morava (Las Vegas) e mentiu só quanto a sua profissão. Para Arthur, a perita contou que era apenas uma professora de física. Não queria o assustar como acontecera ontem com alguns caras legais que conhecera. Quando ela arriscou dizer a alguns deles qual era sua real profissão, sentiu através de suas respostas que alguns, de certa forma, se sentiram intimidados por saber que ela trabalhava com a polícia e assim deram um jeito de terminar a conversa com ela. Desse modo, a morena achou melhor ''mentir'' esse pequeno detalhe a Arthur. Mas tinha em mente lhe contar futuramente a verdade caso a amizade deles avançasse mais. Não tinha intenção de enganá-lo por muito tempo, era só por enquanto.

Depois dela foi a vez de Arthur falar dele. E assim como Sara, o homem também mentiu, mas no caso dele foi em mais de uma informação. De verdade, ele disse só de onde era mesmo: Alabama. Quanto as mentiras ficaram por cargo de sua idade 38 (quando na verdade, ele tinha 48) e sua profissão: professor de biologia.

''Não diga?! Professor também?''

''Sim... Mas de Biologia. Me formei na UCLA."

Aquela informação dele, involuntariamente, fez Sara lembrar-se de certo supervisor de olhos azuis que também era formado em biologia por aquela  mesma universidade.

Curioso como, de alguma forma, as coisas conspiravam para quase sempre trazer o supervisor a sua mente. Era impressionante! 

Mas Sara logo tratou de balançar a cabeça para afastar os pensamentos acerca de Grissom. Ele não merecia que ela pensasse nele e conseguia enxergar já que, muito provavelmente, ele nem era merecedor do sentimento que nutria por ele, dada a forma como a tratava desde que se reencontraram em Vegas.

"Eu me formei em Harvard antes que pergunte." — ela se adiantou em escrever e enviar a Arthur.

"Uma das melhores universidades."

"UCLA também tem seu enorme prestígio."

"Com certeza!... Posso bancar o indiscreto e saber se está solteira? É que você não mencionou se tinha namorado ou não."

Outra vez ela pensou em Grissom. Ele poderia ocupar esse "cargo" e ela adoraria isso, mas o supervisor já deixou claro que não queria. E, Sara começava a cogitar o fato de arranjar outro alguém para ocupar esta vaga e seu coração.

"Estou solteira!"

Arthur gostou de saber que sua mais nova amiga não tinha namorado e arriscou em saber:

''E por que você não tem?''

"Porque quem eu quero não me quer.''

Arthur ficou um pouco decepcionado com a resposta que leu.

''Ah, então quer dizer que tem alguém?''

''Sim e não!''

''Como assim?''

''É complicado, Arthur. Eu gosto dele, mas ele não gosta de mim! E recentemente decidi desisti dele por isso.''

''Sinto muito!''

Ela também sentia.

''Mas.. E você é comprometido ou está solteiro?"

Sara achava quase impossível um homem como aquele se mostrava ser, inteligente, culto, bom de papo, e com um ótimo senso de humor, não ter alguém.

"Eu estou solteiro."

Involuntariamente, a mulher sorriu para a tela do computador apreciando aquela resposta que leu.

"Tenho certeza que logo você encontrará alguém, já que me parece ser uma pessoa bem legal. É culto, tem bons gostos. Arrisco até a dizer que você é um Lorde!''

Se ela pudesse vê-lo e mais ainda ver seu sorriso ao ler suas palavras, com certeza, se encantaria por ele, que apesar de estar quase chegando na casa dos cinquenta, ainda estava bem conservado.

"Puxa! Não sabia que já achava tudo isso de mim em tão pouco tempo que nos conhecemos.''

"Na verdade é essa a impressão que você me passou."

"Olha que me sinto lisonjeado com a boa impressão que está fazendo de mim. Obrigado!... E também acredito que logo encontrarei alguém. Isso se eu já não tiver encontrado."

*****

Na noite seguinte, no mesmo horário da anterior, lá estavam Sara e Arthur de papo. Relataram um ao outro como foram seus dias de domingo e durante o papo foi que o sujeito acabou por saber que sua amiga estava acidentada. Até então, ele ainda não tinha conhecimento que sua amiga tinha sofrido um acidente. Indagada por Arthur de como tinha se machucado assim, Sara inventou que foi durante uma corrida no parque.

Do outro lado da tela Arthur se compadeceu do ocorrido e do estado de "molho" que sua amiga estava. E brincou, comentando que ela encarasse aquele fato de estar impossibilitada de trabalhar como férias forçadas. Em resposta Sara retrucou que era exatamente dessa forma que vinha encarando aquilo.

Pelas quatro noites subsequentes, eles papearam sempre no mesmo horário e na mesma sala de bate papo. Os assuntos? Os mais diversos, desde sobre suas vidas, rotinas e afins.

Com as conversas diárias ambos já nutriam uma empatia mútua e criaram uma proximidade mais forte. Já compartilhavam até curiosidades e particularidades suas como se fossem amigos de tempos e não de menos de uma semana. Sara inclusive já até tinha partilhado com mais profundidade a Arthur sobre Grissom, porém omitindo seu nome e o fato de que ele era seu chefe. Havia dito somente que eles eram colegas de trabalho e que ela nutria sentimentos por ele, mas ao que parece não havia recíproca no sentimento. Se bem que às vezes, muito raramente diga-se de passagem, ela sentia que era correspondida. Mas revelou a seu amigo que havia decidido virar a página desse sentimento ao se dar conta tardia e recentemente que seu colega nunca olharia para ela sem ser uma colega de trabalho.

"Ah, Sara..." — há dois dias ela acabou por deixar escapar sem querer a ele seu primeiro nome e desde então Arthur passou a chamá-la por este. "... amanhã a noite não vai dar pra batermos papo. Será o encerramento do simpósio que te falei que está ocorrendo na universidade e vai ter uma pequena comemoração. Todos os professores foram intimados a participar."

Ela achou uma lástima não se falarem, porque já estava se habituando aos papos noturnos deles. Mas seu amigo tinha os compromissos dele.

"Tudo bem então."

"Se você morasse perto e não estivesse com o pé imobilizado, eu teria todo o prazer de te trazer comigo a festa."

Ela sorriu da mensagem. Ele sempre sendo atencioso, gentil e carinhoso. Gostava disso nele. Lembrava um pouco a forma como Grissom costumava ser com ela quando foi seu palestrante. Um Grissom tão diferente do supervisor que ela encontrou em Las Vegas.

Por falar em Grissom, o supervisor não teve mais a mesma preocupação de lhe ligar para saber como andava sua recuperação. E mesmo, tentando bancar a que não estava se importando com isso, ela não conseguia. Aquela falta de sensibilidade do sisudo supervisor a entristecia, algo inclusive que ela chegou a compartilhar com Arthur ontem, que ficou compadecido dela. E disse que esse colega dela merecia era uns bons sopapos na cara isso sim.

Sorrindo desse comentário dele Sara até chegou a concordar no fundo com seu amigo. Ela esperava que pelo menos sendo seu chefe houvesse a chance de Grissom ligar mais vezes com a desculpa de saber como estava a morena, já que ela era sua subordinada. Lembrava-se bem que quando Greg se machucou feio na explosão do laboratório no ano passado, Grissom foi visitá-lo diariamente e ligava constantemente para o jovem querendo saber de seu estado, e olha que nem da equipe de peritos o jovem ainda fazia parte. Ele era apenas um técnico de laboratório.

Mas a perita achou por bem abstrair essa insensibilidade de seu chefe com ela, como bem sugeriu Arthur. Para ela essa omissão de Grissom só mostrava mais ainda a Sara que ele não gostava dela do mesmo jeito que ela gostava dele. E, reforçou mais ainda sua decisão de virar a página desse seu amor platônico por ele e se permitir a chance de viver algo novo com alguém novo. Quem sabe com Arthur.

"Ia ser um prazer te acompanhar."

A última vez que tinha ido a um "evento" desses foi na sua antiga faculdade e de quebra tendo Grissom como um dos participantes da festa. A noite toda do evento eles passaram juntos. Foi especial para Sara. Inclusive foi a despedida deles, já que na manhã seguinte o palestrante voltou para Las Vegas e dois anos depois eles se reencontraram na cidade do pecado a convite de Grissom.

"Ei, você ainda não me contou como foi sua consulta." - interessou-se em saber Arthur.

Ontem Sara havia lhe confidenciando que hoje a tarde um de seus amigos (Nick) a levaria em uma consulta com seu ortopedista para saber como andava a cicatrização de seu pé.

"Foi boa. Ele me liberou da cadeira de rodas para usar muletas de maneira moderada. Além disso também estou usando uma bota imobilizadora robofoot para suportar o peso do pé."

"Ah, que bom, Sara. Mas nada de abusar com essas muletas para não comprometer sua recuperação."

"Foi exatamente a recomendação do médico, por isso estou me deslocando o mínimo possível pelo apê. Só levantando da cama para ir ao banheiro e eventualmente à sala e cozinha."

"Isso mesmo que tem que fazer, se movimentar o mínimo possível por enquanto."

Ela achou um doce sua preocupação. Na verdade ele era um doce. Desde que soube de seu estado acidentado, ele sempre quando se falavam, fazia questão de saber primeiramente como ela estava do pé. Toda vez havia a preocupação de perguntar se ainda doía o machucado, se ela estava tomando a medicação que lhe foi receitada. Algo que fazia aquele homem só subir mais em seu conceito, mesmo não o conhecendo pessoalmente e sim, apenas virtualmente.

"Além do mais nem se eu quisesse abusar poderia. Te falei que tenho enfermeiros na minha cola o dia todo e eles não me dão a menor trégua."

Ao longo dessa semana em que ela mal podia se levantar, cada um de seus colegas estiveram ali passando o dia e cuidando dela. Há pouco o seu enfermeiro da vez (Nick) tinha ido embora dali para ir trabalhar no laboratório.

Ainda que ela se sentisse autossuficiente e prezasse por sua independência, era bom ser cuidada e se sentir amada daquela maneira que era por seus amigos queridos, a sua família.

"Ah, é mesmo você já tinha me dito sobre seus amigos bancando os enfermeiros. Hoje quem foi a bola vez no cargo?"

"Nick."

"O texano?"

"Sim!"

Sara já tinha contado a Arthur sobre cada um de seus amigos. Mentirosamente ela disse que eles eram professores assim como ela. Uma mentira que tinha prazo de válida, já que Sara cogitava para o mais breve revelar que na verdade era uma perita e não, uma professora.

"Tirando o sujeito de quem você gosta e que é um paspalho com você, os outros são amigos de ouro. Você é uma garota de sorte com amigos desses que cuidam e se preocupam com você, Sara."

"Também acho!"

Ao final do papo daquela noite e antes mesmo de se despedir de sua amiga, Arthur pediu o número de contato de Sara. A perita levou alguns segundos pensando se repassava seu contato pessoal ao amigo. E vendo que a amiga demorava na resposta, Arthur concluiu que talvez ela não quisesse lhe dar o número e estivesse pensando em uma boa desculpa para lhe dar. Então ele tomou a iniciativa de lhe mandar:

"Sara se não quiser repassar seu número, eu entenderei. Só pedi porque quero ter a 'liberdade' de poder entrar em contato com você a qualquer hora do dia e não ter que esperar até a noite para nos falarmos por aqui pelo site."

Aquela sua explicação, de algum modo estranho, fez seu coração calejado e maltratado por certo supervisor, palpitar de uma alegria inesperada. Ler que Arthur, até então um estranho (já que não se conheciam pessoalmente), queria ter um contato mais direto com ela, lhe passou a impressão de que seu amigo virtual estava realmente curtindo conhecê-la e queria estreitar mais a amizade. Algo que Sara também apreciava.

E como são as coisas, enquanto o homem que ela amava a queria distante dele, um sujeito do Alabama desejava o contrário. E mesmo ciente de que poderia estar se arriscando demais repassando seu contato a um sujeito que sequer ainda conhecia pessoalmente, e sabe-se Deus se um dia conheceria, começava a torcer para que sim, Sara ainda sim deu seu número pessoal a Arthur.

"Salvarei seu número e daqui a pouco te mando um 'oi' para que salve o meu."

"Tá bom."

Eles se despediram e saíram da sala de bate papo. Não demorou mais que dois minutos para Sara escutar seu celular sinalizar uma mensagem.

Sorrindo a mulher apanhou o aparelho da mesinha de cabeceira. Ao desbloquear a tela, ela entrou no aplicativo de mensagens instantâneas e o número com um prefixo de fora tendo como imagem do perfil a famosa Saudação Vulcana do personagem Spock, encabeçava a lista da caixa de entrada. Ela lembrava de ele ter comentado durante uma das conversas deles sobre adorar a série Star Trek. Ela clicou no contato e sorriu mais ainda ao ler o conteúdo da mensagem.

"Nossa, como você é linda, Sara! Estou encantado!" - a frase veio acompanhada de dois emojis com corações nos olhos.

A foto no perfil dela era recente, havia tirado há duas semanas quando saiu a muita insistência com Greg para uma noitada em uma boate que seu amigo queria muito conhecer. Na ocasião Sanders resolveu tirar uma foto dela aproveitando a iluminação multicolorida do local e o fato de Sara estar linda com seus cabelos bem escovado, uma maquiagem adequada que realçava mais sua beleza nobre; usava uma blusa vermelha sem mangas, de amarração no pescoço e um discreto decote em V na frente, calça jeans escura justa que moldava suas curvas discretas e sandálias altas, porém estas duas últimas peças não apareciam na imagem já que a foto só lhe focava da cintura para cima. O sorriso dela na foto não era nada forçado e ainda passava a sensação de que ela estava ali feliz e contente. A fotografia tinha ficado linda e ela resolveu colocar como foto do seu perfil no aplicativo.

"Obrigada!" - ela respondeu adicionando dois emojis envergonhados. - "Mas agora me sinto em desvantagem com você, pois já viu como sou. Gostaria de ver como é. Poderia me mandar uma foto sua?"

Ela não podia ver, mas a cara de preocupação que ele fez diante de seu pedido foi explícita. Arthur coçou o queixo e pensou rápido em como sair daquela situação sem despertar a estranheza de sua amiga. Ele não podia mandar uma foto sua sendo que disse que tinha 38 anos e sua aparência atual com alguns fios brancos visíveis iam logo lhe entregar. Então ele inventou uma desculpa que torcia para por hora ser aceitada por sua amiga. 

"Então é que não sou de tirar foto. Na verdade detesto. Mas prometo te enviar uma muito em breve, assim que eu criar coragem para tirar uma. Pode ser?"

Não era bem o que ela queria ver como resposta estampando a tela do celular, mas aceitou. Tinha pessoas que não gostavam mesmo de tirar foto. Grissom, por exemplo, era uma delas. E ao que parece seu amigo virtual outra.

Ela enviou em resposta a Arthur que o entendia e que o dia que ele se encorajasse a mandar uma foto sua a ela, ia adorar. Mas que ele fizesse por vontade própria e não por se sentir obrigado.

"Obrigado pela compreensão. Você é especial, Sara!"


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Notas finais do capítulo

Bjs e até loguinho.



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