The Game - Interativa escrita por HelenaM10


Capítulo 4
Capítulo 4 - Party?


Notas iniciais do capítulo

Oiii!!

Sim, estou viva.
Sim, está aqui um capítulo novo.
Sim, vai haver mais capítulo.
Sim, eu disse que não ia abandonar a fic e NÃO o penso fazer.
Sim, eu sei, estive desaparecida durante MUITO tempo e pareceu que ia desaparecer, mas felizmente isso não aconteceu.

Não sei se cheguei a explicar, mas a época de faculdade aqui em Portugal começou. Iei (sqn). Eu já vou no segundo ano e as coisas começam a ficar extremamente difíceis logo de início, mas consegui estar minimamente despachada!
Quando eu pensava que teria até tempo para escrever, eis que surge um problema de saúde. Não vou entrar em grandes detalhes porque senão nunca mais saia daqui, e o que interessa é o capítulo e não a minha história de vida, mas acabei por ficar um mês em sofrimento, mal conseguia ir às aulas porque até andar era uma tormento, até que acabei num hospital e a ser operada, estando neste momento em casa a recuperar. Fim da história.

Isto não quer dizer que haverá um capítulo por dia (bem queria, mas nada dá), mas infelizmente o esforço de estar sentada durante muito tempo a escrever causa-me dores e tenho de me deitar ou ficar levantada (porque me dói a traseira) e além disso, como não posso ir às aula, porque neste momento pareço prima do Robocop, também tenho que ir fazendo trabalhos e atualizar os meus cadernos com as coisas que me vão enviando das aulas.

Mas vamos ao que interessa, ao capítulo, que foi isso que nos trouxe aqui!!

Lamento qualquer erro, mas a culpa é da anestesia.
E peço desculpa também por ainda não ter respondido aos comentários, mas fui adiando, esqueci e depois aconteceu o que aconteceu. Mas vou responder a todos eles!

A frase é de L, de Death Note.

Boa leitura!



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“As minhas relações com as pessoas são muito distantes e não confio em ninguém”

Asher

O velho homem aproximava-se cada vez mais, boquiaberto, estupefacto com o que via, mas sempre de arma levantada na nossa direção. Acreditava que ao mínimo movimento brusco, ele iria atirar, mesmo com o seu aspeto magro e envelhecido, ele não parecia ser um homem com o qual pudéssemos brincar. Os olhos negros mostravam que por detrás daquela aparência, estava alguém bastante forte. Teria ele participado do The Game? Era assim que ele nos deixava?

—Vândalos! Olhem o que fizeram com o meu estabelecimento! – um dos seus magros dedos apontou para o buraco na parede onde jazia um dos homens contra quem havíamos lutado – O que têm a dizer em relação a isto?!

—Ei, ei! Calma lá, avozinho! – coloquei as mãos ao alto mal o vi mexer – Não é preciso insultar, nem intimidar. A culpa não foi nossa! – pelo menos parte dela – Vieram uns homens que atacaram a estalagem, limitamo-nos a defendê-la, mas houve uns acidentes de percurso, só isso. – Mexeu o braço magro, reforçado a sua atenção na parede aberta, por onde agora espreitavam alguns funcionários que encaravam o corpo e o seu chefe enfurecido.

—Chamas a isto um acidente? Fazer um homem entrar por uma parede a dentro?

—Em minha defesa, não fui eu.

—Nem nenhum de nós. – Encarei a Esmeralda, a meu lado. Não gostei do tom da Esmeralda. Se tinha algo a dizer que fosse direta – Ouça, o que ele disse é verdade. Nós… - apontou para o Darren – Estávamos aqui hospedados quando, homens como aquele, chegaram e quiseram assaltar o seu estabelecimento. Tentamos simplesmente impedir o ato, mas tudo acabou por se complicar ao vermos que eles tinham esta jovem como refém.

—Ou seja, estiveram a lutar contra um grupo de homens… - olhou por entre o buraco para dentro do local. Ia jurar que ele estava a ficar vermelho, assim como alguns funcionários que desataram a correr – E que atiraram um deles contra uma das paredes. – Seria parcialmente surdo?

—Não! Não fomos nós! - gritei. Aquela atitude começava a enervar-me - Foi o chefe deles. Era um demónio e atirou o subordinado contra a parede.

—E como explicam tudo isto? – agora que tinha parado para ver, eram vários os homens mortos em cima da erva. A Eliza tinha feito um belo trabalho, se assim o podemos chamar, ao livrar-se deles – O chefe deles matou-os a todos, foi? Lutaram entre eles? Porque razão ei de acreditar em vocês? Ora, não me digam que vocês os derrotaram.

Aquilo era malicioso e para o meu lado, eu não o admitia. Aquela foi a gota de água. Velho ou não, não nos podia falar daquela forma. Não pensei duas vezes em abrir as asas para levantar voo, tendo logo que me desviar ao ser-me disparada uma bola de fogo. Tinha sido o velho. Preparava-me para voar mais alto e atacá-lo, quando senti uma das minhas asas ser puxada para baixo com imensa força, mexendo com todos os nervos dela, desequilibrando-me e fazendo-me ser abruptamente no chão. Foi então que vi a Esmeralda avançar.

—Posso saber para que foi isso?! – aquela maldita bruxa ia pagá-las.

—Meu bom senhor, por favor, não é necessário recorrer à violência. Não lhe vou pedir perdão por ele, porque tal não me compete, uma vez que não somos nada, mas o que o Asher disse é a mais pura das verdades. Eu e o meu companheiro de viagem… - apontou uma vez mais para o varcolai – Darren, estávamos hospedados na sua estalagem, como tal, e como lhe disse, tentamos simplesmente defendê-la da melhor maneira possível, expulsar os intrusos e ter uma noite descansada após um dia longo de caminhada. Infelizmente, não conseguimos evitar os danos, como pode bem ver. – O revirar de olhos do homem quase me fez sorrir… Quase – No entanto, como já lhe dissemos, acabaram por aparecer mais homens, bem como eles dois… - apontou para nós – Que nos auxiliaram. Como vê, não tem quaisquer motivos para nos culpar de querer destruir o que quer que seja.

Foi então que ele baixou o lança chamas, fazendo-a de bengala, antes de mexer nas longas barbas brancas, deixando a manga da sua roupa deslizar até ao cotovelo, vendo-as as tatuagens douradas.

—É um curandeiro? – levantei-me surpreso. Ia jurar que era um feiticeiro.

—Sim, sou, porquê? – acho que ele percebeu o meu olhar sobre a bengala – É apenas um lança chamas. Qualquer humano que queira estar bem protegido, tem um.

—Poderia ajudar-nos, por favor? - desta vez fora a Lyra que falara – Esta rapariga ajudou-me a escapar daqueles homens, mas tive que a fazer desmaiar para nosso bem. Preciso que a infeção que injetei não se espalhe, mas estou muito fraca para fazê-lo sozinha. – Ouvi a bengala bater no chão enquanto o homem se aproximava. Olhou de lado para o Darren que parecia pronto a atacá-lo se fizesse algum movimento brusco.

—Deixa-me ver se percebi. - Começou o velho homem, olhando para a Eliza - Vocês lutam dentro da minha casa, do meu ganha pão e ainda queres que eu ajude esta rapariga? - a Lyra nada disse, continuando a olhar para ele com um ar persistente. Ainda assim o homem coçou a barba – Está bem. Independentemente dos danos, vocês tentaram ajudar… Creio eu. – Acrescentou, fitando-me por cima do ombro, antes de se virar para a Esmeralda – És feiticeira?

—Como sabe? – aquele velho estava cada vez mais estranho, mas ainda assim ele encarou-me com aquele ar presunçoso.

—Já estive em mais The Games do que alguma vez estarás, demónio.

—É Asher.

—És? – ainda assim ele não pareceu dar-me importância, voltando-se para a Esmeralda.

—Sim, sou.

—Um dos feitiços básicos dos feiticeiros é conseguir levitar objetos, como é óbvio. Estou certo? – ela simplesmente assentiu - Ajuda-me a levá-la lá para dentro. – Voltou-se e começou a andar até à estalagem - Parece que aí o demónio tem mais garganta do que força.

Aquela eu não aguentei. Sabia perfeitamente que aquilo era apenas uma provocação, mas não pensei duas vezes em ir até à Eliza, colocando-a sobre os meus braços antes mesmo da Esmeralda poder fazer algo. Sabia que era aquilo eu ele queria, mas não aguentei. Foi mais forte do que eu.

—Oh! Afinal sabe mais do que falar. – Esperava que aquele velho morresse engasgado com o próprio veneno.

—Velho…

Entrei no estabelecimento. O velho homem começou a dar ordens a todos os seus empregados – que já estavam pouco atarefados -, antes de subir as escadas, enquanto o seguíamos com a Eliza ainda inconsciente. Perguntava-me se ele realmente podia fazer algo. Sempre ouvi dizer que os mais velhos são mais sábios, mas pode sempre haver exceções à regra.

—Como é que se chama? – ao menos tínhamos o direito de saber.

—O meu nome é Michael Turner. - Vi-o abrir a porta de um quarto enquanto me respondia - E vê se não voltar a chamar de chamar velho, demónio. – Como é que ele conseguiu ouvir? - Sou velho, mas ouço mais que muitos jovens. – Devia era ser feiticeiro também. Ele acabou por entrar no quarto – Posso curar muita gente, mas também os posso deixar muito doentes.

Nem tentei responder. Apesar de aquelas palavras parecerem verdadeiras, não queria levar o tom ameaçador a sério. O poder de um curandeiro de nível máximo era capaz de fazer isso e muito mais.

Esmeralda

Aquele Asher realmente… Não tinha juízo. O que esperar de um demónio? Que falasse bem ao homem cujo o negócio praticamente ajudamos a destruir? Notava-se que educação e boas maneiras não faziam parte do vocabulário dele. Ainda por cima falou de tal forma para a única pessoa que, neste momento, pode ajudar a sua companheira de viagem.

O senhor Turner ficou algum tempo a inspecionar a Eliza sem dizer uma só palavra. Passou-se algum tempo e quase pareceu uma eternidade, enquanto esperávamos fora do quarto. Tentava não ficar impaciente de tanto esperar, mas o bater de pé daquele demónio estava a tirar-me do sério.

—Queres parar?

—Estou impaciente, posso?

—Podes, mas também o podes fazer sem incomodar o outros.

—Aguenta-te, finória. Cada um com a sua mania.

—Só quero que pares com isso! – ele olhou para mim e avançou na minha direção. Pus-me reta. Não ia deixar que ele me intimidasse apenas por ser mais alto e muito menos por ser homem.

—Isto não é a tua mansão para me dares ordens, oh condensa. – Fiquei perplexa. Como saberia ele tal coisa? – Sim, deves pensar que não sei de onde vem o nome Fortunata, da Corte Real e tudo mais.

—Nunca pretendi esconder tal coisa de ninguém. Creio que o meu status social está bem visível, assim como o teu.

—Aí sim? E qual é o meu? – não desviei o olhar um só momento.

—Reles. – Estava pronta a atacá-lo ao seu próximo movimento.

—Chega! Acabou. – Até que o Darren se colocou entre nós e nos afastou – Parem os dois com isso. Estamos todos cansados, frustrados, stressados, como quiserem chamar, mas discutir não vai resolver nada. Vamos esperar que o senhor Turner nos diga algo e depois vamos rezar para que nos deixar passar a noite dentro da sua estalagem. Ok? Pode ser assim? – recuei, tal como ele – Ótimo. Finalmente estamos todos de acordo.

—Ainda bem, porque a última coisa que a pobre da rapariga vai precisar, é de vocês a discutir. – Mal ouvimos a voz do curandeiro, todos nos voltamos para ele. Encostou a porta do quarto com todo o cuidado, antes de bater com a bengala no chão – E se estão interessados em saber como ela está, não se preocupem que vai ficar bem. Está pouco entorpecida pelo que se passou, mas acordará não tarda muito.

—Podemos ao menos passar a noite aqui? – pelo menos o Darren teve a ousadia de perguntar.

esta noite. Amanhã vão embora. – Foi então que se afastou para nos deixar passar.

Todos entramos no quarto, incluindo a Lyra, que ficou a observar e a ver a pulsação da Eliza. Não demorou muito para que ele acordasse e, por muito pouco tempo que tenho sido, ainda consegui notar os olhos dela a mudarem a sua cor, voltando aos castanhos originais antes de ter mudado radicalmente de comportamento. Em tantos anos de pesquisa e de estudo, jamais tinha visto ou ouvido falar em nada assim.

—O que aconteceu?- a voz da Eliza soava rouca e acho que foi isso que a fez tossir. Tentou também levantar-se, mas foi impedida pela Lyra.

—Desmaias-te depois de… Enfim, teres dado um grande tareia àqueles homens. - Respondeu o Darren entre alguns risos forçados. Acho que nenhum de nós tinha exatamente uma ideia do que se tinha passado.

—Sim, lembro-me vagamente. – Levou a mão à cabeça, fechando os olhos. Talvez ainda estivesse mal – As memórias estão… A voltar. - As suas palavras não soavam com a típica alegria e contentamento de ter ganho uma batalha, mas como se a tivesse perdido.

—Tudo bem, mas por hoje é melhor descansares. - Começou o Michael fazendo todos os olhares se virarem para ele - Pelo que vi também andas a viajar, certo?

—Sim.

—Então por hoje ficas, de graça, para todos. – Sorrimos – Mas só hoje. – Fiquei satisfeita na mesma – Vou mandar trazer as vossas coisas para os quartos. – Começou a bater com a bengala no chão de madeira – As duas meninas podem dormir aqui, a senhora feiticeira pode ficar no quarte que reservou, assim como o varcolai.

—E eu? – o Asher não pareceu nada feliz com a situação. O homem olhou para ele e fez um pequeno beiço aborrecido.

—Tu… Já se vê. Deve haver aí algum quarto. Senão tu e o varcolai ficam num com duas camas.

—Por mim tudo bem. – O Darren bateu nas costas do Asher, que lhe sorriu, antes dos três homens saírem e nos deixarem dentro do quarto.

—Quem era aquele homem?

—É melhor que sejas tu a explicar, pode ser? – dirigi-me também para a porta – Eu vou para o meu quarto, foi um dia longo. Descansem também, precisas, Eliza.

—Obrigada. – Sorri e saí do quarto, fechando novamente a porta.

Caminhei até à porta com um grande número doze escrito com números dourados, bem visíveis. No entanto, estava lá junto o dono da estalagem, Michael.

—Deseja alguma coisa de mim? – o velho homem continuava a fixar-me.

—Há quanto tempo conheces aquela rapariga?

—Há muito pouco tempo. Aliás, foi durante a luta, não somos propriamente as melhores amigas, mas porquê?

—Pensei que talvez me soubesses dizer o vermelho dos olhos dela, quando abriu os olhos. Principalmente a mudança de cor.

Será que todos os outros também notaram? Acabei por lhe explicar que também o vira e por confessar o que havia acontecido antes dele chegar e como aqueles homens foram derrotados pela Eliza, sozinha.

—Foi isso. – Ele ficou bastante pensativo, perguntava sobre o quê.

—Nunca ouvi falar de tal coisas então todos os meus anos de vida, mesmo depois de ter visto tanta coisa.

—Digo o mesmo. Nenhum livro me preparou para tal. – Tinha anos de estudo em várias áreas, mas nenhuma me falou de um humano a ter tal comportamento. Já o velho Michael fixou o chão, passando a mãos sobre a sua barba, mas, pela primeira vez, sorriu.

—É realmente curioso. – De certa forma, concordava com ele. A minha curiosidade desejava todo o custo saber o que se passava com a Eliza. Talvez ela me desse as respostas, mais tarde. – Obrigado na mesma. – Vi a chave na porta do meu quarto e ia para entrar, quando ouvi que a sua bengala deixou de bater contra a madeira – Uma última coisa. – Voltei-me para ele – Amanhã vai haver um festa na aldeia. É um festa onde todos podem entrar e vai ser realizado um The Game. Creio que é por isso que viajam, não?

—Eu creio que sim. Pelo menos, que eu saiba, eu e o Darren, sim.

—Ótimo. Tu e os teus amigos… Companheiros, o que sejam – nem eu sabia bem a definição -, podem ir a este. Quem sabe não ganham alguma coisa nas batalhas. O festa é durante três dias, mas o The Game é só amanhã durante a tarde.

—Obrigada. Amanhã de manhã informo-os. – Abri finalmente a porta – Apesar de não sermos amigos.

—Não me digas que não tens amigos. – Começou a descer lentamente as escadas, fazendo-o parar na ombreira d aporta – Já somos dois. Em 122 anos, nunca tive um só ser que considerei amigo. – Quando o vi desaparecer no fundo das escadas, entrei rapidamente no quarto e tranquei a porta, como se evitasse que algum tipo de fantasma entrasse com o que fizera.

—Como assim 122 anos?! É não é humano!

*

A manhã chegara e não demorei a levantar-me mal senti os raios de sol a baterem-me na face. Ao que parecia, o Asher já sabia também do The Game, tal como o Darren e tivemos que informar apenas a Lyra e a Eliza. Ambas ficaram bastante felizes com a notícia e já pareciam bem à vontade uma com a outra. Deviam ter apreciado bastante a noite na companhia uma da outra.

Acabamos por sair cedo da estalagem, passeamos pelo local do festa, o qual estava cheio de gente, havia de todas as espécies de seres de Genna. Como tinha dito o velho homem, o The Game ia realmente realizar-se ali e todos pareciam eufóricos por chegar ao local de combate e não se calavam com isso, começando a provocar-me uma pequena dor de cabeça. No entanto não eram só eles que o faziam. O sol estava extremamente forte e o calor começa a fazer-se insuportável. Por muito que o meu leve vestido verde fosse bastante fresco, independentemente do cinto e gargantilha dourados. As sapatilhas eram leves, não muito próprias para o chão de areia, mas também não tinha ideia do que vestir naquele pequeno povoado.

Já o festa em si, era enorme. Havia música por todos os lados, vários cheiros se faziam sentir e tudo parecia apetitoso – outras coisas mais que outras -, muitos dançavam e até cantavam ao som da melodia, assim como se riam e divertiam. Aquele festa trouxeram imensa vida àquela pequena aldeia. As crianças então, estavam por todo o lugar, correndo de um lado para o outro, gritando umas para as outras para se apressarem até à arena. Todos queriam ir ver os combates.

—Sabem onde vai ser o The Game? – o Asher bem levantava a cabeça, mas sua grande altura não parecia estar a ajudar. Talvez a arena ficasse fora da aldeia.

—Se algum de nós soubesse não estávamos à procura, não é? – o Asher simplesmente ignorou a minha resposta. O que esperar mais? Suspirei.

—Ela é sempre assim tão simpática? – o Darren limitou-se a encolher os ombros.

Não aguentei revirar os olhos. Aliás, perguntava-me desde quando é que nós tínhamos começado a viajar todos juntos como se o fizéssemos há vários meses. Parecíamos amigos de longa data que apenas se divertiam a ver quem chateava mais o outro – e honestamente estava a ganhar o Asher. No entanto, nada daquele era verdade. Quem sabia se no final deste The Game cada um não iria à sua vida? Eu só conheci o Darren na estalagem, não estava a viajar com ele, sendo um pouco o que aconteceu com todos os outros. Nenhum deles me dava garantias de seguir comigo.

—Então, Eliza? O que estás a achar do local? – o Darren não obteve resposta, voltou-se para trás e parou, tal como todos nós. Estava lá tudo: multidão, barracas de comida, animais… Mas nada de Eliza.

Não pensamos duas vezes em gritar por ela, na esperança de que respondesse, mas nada. Voltamos todo o percurso que fizemos gritando o seu nome e nada ainda. Cada pessoa que achávamos minimamente parecida com ela, pensávamos em ir ver, mas acabamos por nos lembrar da sua espada e desistir da ideia, focando-nos em encontrar uma pequena mulher com uma espada maior que ela às costas. E nada. Ainda nos perguntaram se precisávamos de ajuda. Tentamos explicar mais ou menos as caraterísticas dela e alguns disseram tê-la vista no fundo da estrada que leva à arena, a qual ainda era bem comprida, para a qual nos dirigimos sem pensar duas vezes.

Eliza

Não podia acreditar que me tinha perdido. Como assim? Bastou-me desviar um pouco o olhar e eles já tinham desaparecido no meio da multidão, a qual parecia aumentar cada vez mais. Estava sozinha e perdida no meio daquela gente. Não tive outra alternativa senão continuar, acabando por perguntar onde era a arena de combates. Talvez os encontrasse lá. Fui dando uma olhada por todas as barracas de comida, mas nada também. Podiam estar a minha procura? Foi o Asher que me perguntou se queria viajar com ele, não me iria deixar assim, pois não?

A mala de viagem e a espada começavam a pesar depois de andar tanto. Caminhei mais um pouco ao ver a arena diante de mim, com paredes feitas de pedra bege, mas não monumentais como aquilo que eu esperava. Talvez fosse apenas ali que a ideia de espaço monumental não fosse cumprido. Acabei por ir para um pequeno jardim, sentar-me, observando crianças a brincar, a voar e a correr, sempre com os pais a vigiar, os quais também pareciam estar a ter divertidas conversar. Todos me faziam lembrar a minha aldeia. Não era tão grande como esta, mas o espírito era quase o mesmo. Deixei-a há tão pouco tempo, mas já parecia que fazia dias. E agora estava sozinha e perdida, sem saber o que fazer.

Foi então que uma sombra se abateu sobre isso. Tentei olhar para o seu dono, mas sol ofuscara-me por instantes. A silhueta era definitivamente masculina e pensei que pudesse o Darren ou o Asher, que me tinham encontrado, mas a desilusão abateu-se quando ele se desviou e pude ser um homem alto que me sorria. Os seus olhos âmbar também me sorriu por trás de alguns fios de cabelos negro, como grande parte da sua vestimenta. Uma coisa podia concluir: não era humano.

—Está tudo bem? Parece-me abatida. – Vi que da sua boca saiam longos caninos, dando a revelar a sua natureza vampírica – Desde há pouco que a veja a olhar para todos os lados e parecias preocupada. Não me entendas mal, mas não passas propriamente despercebida com essa espada. – Riu-se. De certa forma concordava – Mas precisas de ajuda? – estava verdadeiramente espantada. Não esperava que alguém tivesse reparado no facto de estar com problemas ou sequer me tivesse ligado alguma, mas acabei por chamar a atenção de alguém sem me dar conta.

—Bom… Sim. Eu perdi-me do meu grupo. – Levantei-me, pondo as coisas novamente às costas - Procurei-os, mas não encontrei nenhum deles, não sei se já estão na arena, se voltaram para a estalagem.

—É normal. A estrada do festa ainda é grande. Ainda assim, se quiseres, posso ajudar-te.

—De verdade? – ficava bastante feliz se aquilo fosse mesmo a sério.

—Claro. Dá-me uma breve descrição dos teus companheiros e pode ser que os dois os encontramos mais rapidamente.

—Muito obrigada! – apertei-lhe a mão com toda a força, vendo-o espantado com o meu ato.

—Sei que não me apresentei, mas sou o Andrew Valenyan. E tu? Como te chamas?

—Eliza Clark. É um prazer.

—Igualmente, Eliza.

Comecei por lhe dar os nomes de cada um deles e as suas respetivas descrições, acabando por decidir começar junto à arena, uma vez que estávamos perto e eles podiam ter ido para lá à minha procura. Não tinha a certeza se podia confiar naquele homem, mas que outra alternativa tinha. Precisava de ajuda para os encontrar e, naquele momento, só ele o podia fazer, ou pelo menos estava disposto. Ia acabar tudo bem, de certeza.


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Notas finais do capítulo

Bom, desta vez apresentei uma nova personagem, o meu Andrew! Vai fazer parte da história só em alguns pontos, noutros não... Vão perceber com o tempo! ;)

Deixo-vos aqui a aparência do Darren: http://www.whynotmodels.com/model/jack-pililaau (Jack Pililaau)

Bjs!



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