The Game - Interativa escrita por HelenaM10


Capítulo 3
Capítulo 3 - Confusion at night


Notas iniciais do capítulo

Oi!

Estou aqui, sim!! Não, não abandonei a fic. Sim, ela vai continuar!
Estes últimos dias tem sido difícil para mim escrever o que seja, tenho estado com mudanças em casa, que ainda vão continuar durante mais umas duas semanas (acho eu) e como tenho sido a fazer grande parte das reformas, acabo terminando o dia cansada e só quero chegar ao quatro e dormir.
Mas enfim! O capítulo está aqui e é isso mesmo que interessa!

Neste capítulo, a frase inicial é de Sebastian Michaelis, de Kuroshitsuji

Boa leitura!



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"Ódio e tristeza pertencem a você. Transforme seus sentimentos em poder."

Eliza

Receava pelo que estava por vir após a ameaça. Não queria lutar. Não queria ter que desembainhar aquela espada e, talvez, espantar o Asher. Pensei que podíamos ser companheiros de viagem, ele me podia ajudar e que poderíamos ser amigos, mas as possibilidades pareciam contra mim. Não queria assustar ninguém e muito menos magoar, principalmente com tantos inocentes à volta, ainda escondidos e afastados, apesar de começaram a espreitar dos seus locais.

—E então? O que querem vocês? – a feiticeira parecia bastante séria – Estavam com eles? – o varcolai continuava a encarar-nos de maneira perigosa, como se estivesse pronto a atacar-nos a qualquer movimento.

—Ei! Calma lá! – o Asher levantou logo às mãos – Nós só viemos aqui para descansar. Não sabíamos o que se estava a passar e muito menos conhecemos aqueles tipos, sim? Por isso, relaxem. Não quero ter de atacar ninguém. – O brilho nas mãos dela desapareceu, mas um sorriso no bonito rosto dela, marcou o seu lugar.

—Claro. Demónios… - revirou os olhos, antes de largar um longo suspiro.

—Feiticeiros… - dei um passo em frente, agarrando no braço do Asher. Encarou-me. Dispensava uma nova disputa, mesmo que fosse de palavras.

—Bom, peço imensa desculpa, então. – O olhar perigoso do varcolai dera lugar a doce sorriso. Era como duas faces de uma moeda, tal como qualquer varcolai – Não vos queríamos atacar sem razão nenhuma. Certo? – encarou a feiticeira que ainda parecia de olhos postos do Asher.

—Certo. – Voltou-nos as costas e abriu os braços numa pose delicada e bastante feminina. Se me colocasse ao seu lado, seria bem notório quem era a rapariga do campo – Está tudo bem. A ameaça passou. – Vi alguns funcionários levantarem-se e aparecerem. Havia humanos e alguns elfos - Peço mil desculpas por todos os estragos, tentamos o nosso melhor, mas infelizmente não nos foi possível salvar tudo. Gostaria que nos perdoassem por toda a confusão. Falarei pessoalmente com o vosso empregador e tratarei do assunto para que nenhum de vós saia prejudicado, mantendo os seus postos de trabalho como bons funcionários que acredito que sejam.

As pessoas começaram a aproximar-se lentamente, cumprimentado a feiticeira após o discurso, o qual, me deixou realmente impressionada. Parecia que o preparado muito antes. Todas as palavras saíram sem que hesitasse ou gaguejasse uma só vez. Era impressionante a confiança que tinha em si mesma. Perguntava sobre as suas origens, ainda que a sua roupa denunciasse um alto escalão. Possivelmente partia daí tal confiança.

—Sou o Darren Ozlayr. Prazer. – Olhei para os dois rapazes, vendo-os cumprimentar-se. Pareciam bastante amigáveis um com o outro.

—Asher Blake. – O varcolai encarou-me, levantando uma sobrancelha em interrogação.

—Eliza. – Continuou a olhar para mim. Pisquei várias vezes. Sentia-me um pouco idiota. Já parecia o Asher quando se apresentou, sem sobrenome – Clark. Eliza Clark. -Não tinha bem a certeza se o devia dizer a toda a gente que conhecia e me parecia amigável, mas depois de ter começada a viajar eu não tinha a certeza de nada e ainda nem tinham passado vinte e quatro horas.

—É um prazer, Eliza. – Riu-se, provavelmente da minha figura patética – E ali a feiticeira é…

—Eu sei apresentar-me, varcolai, obrigada. - Ela limitou-se a afastá-lo com um braço, sorrindo em seguida – Sou Esmeralda Fortunata. Muito gosto em conhecê-los. – Estendeu a mão para ambos, notando-se o sorriso forçado ao estendê-la para o Asher, enquanto o Darren parecia resmungar algo.

—Igual…

Antes de conseguir terminar, ouvimos um grito vindo da rua, captando toda a nossa atenção. Saímos rapidamente, deixando os funcionários para atrás, alguns ainda assustados com os recentes acontecimentos, e vimos, que em frente à estalagem, sendo agarrada por um dos homens que fora expulso da estalagem, parecendo que lhe queria esmagar o delicado braço, juntamente com as tatuagens douradas que a identificavam como curandeira. Ela debatia-se imenso para que a largasse, gritando e tentando acertar-lhe, mas não parecia estar a surtir grande efeito, assim como não se mostrava capaz de usar os seus dotes.

—O que pensam que estão a fazer? – vi a luz azul aparecer novamente nas mãos da Esmeralda, mal ela dobrou os braços. E nem tive tempo de ver o Darren transformar-se novamente – Larguem a senhora, não a ouviram? – os quatro riram-se.

—Qual é a piada? – notava-se a ira na voz do Asher. E foi quando um outro homem, maior que todos os outros, tanto em altura como todo o seu corpo, coberto de músculos, apareceu da floresta, por de onde eu saíra momentos antes. Tinha aparência um demónio, sendo denunciada a sua espécie não só pelo corpo grotesco, mas pelos enormes chifres que lhe saiam da parte de cima da cabeça.

—Chefe! – foi então que um deles apontou para onde estávamos – Fora eles que nos atacaram. – Com certeza se referiam à Esmeralda e ao Darren, enquanto o seu chefe se aproximavam a passos lentos e pesados.

Antes mesmo de algum de nós sequer abrir a boca, o homem que falara foi atingindo com um punho na face, que o fez ir contra a parede da estalagem, ainda longe dele, abrindo um grande buraco na parede de madeira, onde o seu corpo ficou. Estaria morto? O pior de tudo, é que fora o seu chefe quem o fizera. O poder daquele homem mostrava-se imenso. Consegui senti-lo com a força com que o homem passou por nós após o golpe. E foi quando algo dentro de mim começou a pulsar… Precisava de me acalmar e controlar.

—Seus idiotas inúteis! – berrou com a sua voz medonha - Deixaram-se derrotar por uns fedelhos! Por crianças! – senti-me ofendida. Era uma jovem adulta. Uma mulher na flor da idade.

—Mas chefe… - depois do aconteceram com o outro, não me admirava com o gaguejar e o medo que ele lhes impunha - Nós conseguimos capturar… Esta… Curandeira. – O próprio continuou a puxá-la pelo braço, como se fosse uma boneca de trapos, enquanto ela gritava de dor.

—Larga-a! Estás a magoá-la! – ele nem fez caso ao que eu dissera. Parecia mais ocupado encarando o seu superior, o qual coçou o queixo e depois olhou para todos nós, com aqueles seus olhos encarnados, repletos de ódio, sorrindo.

—Interessante. Parece que a captura desta noite irá render alguma coisa, rapazes.

Ouvimos outras vozes rir e várias cabeças surgirem da floresta e, ao todos, dez homens, de várias espécies, saíram do escuro das árvores e foram-se e aproximando do demónio. Os homens apenas sorriam, sem grande emoção no que faziam. Pareciam bestas selvagens, sem vida ou propósito. O olhar gélido e sem brilho que havia nos seus olhos, denunciavam-no. Estavam sobre um feitiço.

—Escravos. – Ouvi o Asher murmurar um “O quê?” – A minha aldeia já foi atacada por homens como eles. Aquele homem é um traficando de escravos e eles não passam disso mesmo. – Percorri o olhar sobre todos aqueles pobres homens – Escravos. Enfeitiçados. Não sabem o que fazem.

—Parece que há alguém que conhece a nossa humilde profissão.

—Homens como vocês atacaram Moran e levaram muitos amigos meus e gente querida para muito gente. – O demónio pareceu pensar por um instante, coçando a longa barba.

—Ah sim. Moran. Uma bela aldeia. Pequena, mas que nos rendeu mais do que esperávamos. Eu mesmo ordenei o ataque, sabias? – senti-a algo fervilhar dentro de mim. Como é que ele podia dizer aquilo com tanto orgulho. Aquele ser não tinha coração – Apanhem-nos.

Foi então que todos eles correram na nossa direção sem hesitar um único segundo. Eu retirei a minha espada da mala e estava pronta para me defender, sem precisar de empunhar a que herdara. Todos nós estávamos prontos, até ao momento em que vi o Darren correr a toda a velocidade em direção àquele repugnante demónio, encontrando-se, em poucos segundos, frente a frente com o demónio. A velocidade de um varcolai era realmente espantosa. Só que eu tinha que lidar com a minha própria batalha assim que os vi aproximarem-se de mim. Tentei desferir-lhe um golpe, mas o homem agarrou na minha espada com as mãos, começando a empurrar-me para trás, provando-me que não tinha força suficiente para o enfrentar, muito menos com um outro que vinha na minha direção. Felizmente, o agarrou nos dois pela roupa e atirou-os ao chão, após subir um pouco com eles pelo ar.

Um grande berro de dor ouviu-se pelo ar. Alguns pararam, vendo o olho do demónio em sangue, tapando-o em seguida. O Darren estava no chão, com a pata ensanguentada, manchando o erva por baixo de si, provando que fora ele quem dera o golpe. Saltou mais uma vez na sua direção e agarrou o outro da criatura com os dentes, fazendo-o gritar novamente. Só que o demónio não se deixou ficar, agarrando no puma pelo pescoço, antes de o atirar contra a mesma parede, que momentos antes atirara o seu subordinado. Felizmente o Asher percebeu a tempo, voou o mais rápido que pouco e apanhando-o em pleno ar. Enquanto isso, eu tentava não magoar nenhum dos homens que me atacavam. Eram inocentes, independentemente do seu objetivo. A Esmeralda parecia empenhada em fazer o mesmo.

O Darren havia regressado á forma humana e o Asher ainda estava a recuperar do impacto que foi amparar o corpo do varcolai, enquanto nós duas mantínhamos aqueles escravos longe deles.

Não aguentava mais tudo aquilo. A rapariga já mal gritava, apesar das dores, parecia prestes a desistir, nós estávamos em desvantagem. E eu não era a único que não suportava mais… Aquela maldita espada não parava de me chamar. Não deixava de me aquecer as costas como se me quisesse obrigar a desembainhá-la, a usá-la… A matar com ela. O meu sangue fervia de raiva ao ver tudo aquilo e larguei a minha pequena arma.

Não pensei duas vezes.

Saquei da espada.

Asher

—Consegues pôr-te de pé? – tentei ajudar o Darren a levantar-se, mas ele estava fraco, erguendo-se aos poucos, e com ajuda.

—Obrigado. – Ele levantou a cabeça e pareceu ficar em choque mal olhou para a frente.

De repente, ouvi gritos agonizantes vindos de alguns homens. Voltei-me a cena que acontecia atrás de mim, vendo uma mulher com um vestido longo e castanho, tal como as suas botas, de costas para nós, segurar uma espada quase do seu tamanho, larga e pesada. Mesmo de costas, consegui identificá-la. Só conhecia ali uma única pessoa com aquelas roupas gastas e velhas de camponesa; Eliza. A sua pequena espada estava no chão e segurava a outra… Aquela que era realmente enorme.

Acabou por se virar para nós, ao ser atacada pelas costas, e consegui ver plenamente que os seus olhos escuros, haviam-se tornado claros, juntamente com uma nova cor; vermelho. A sua expressão estava séria e até parecia mesmo… Sem vida. Era um pouco como os escravos que ela falara, mas via-se que era completamente diferente, que nada tinha a ver.

Não podia acreditar que aquela pequena rapariga tinha tanto poder, tanta força, simplesmente desembainhado uma espada que carregava com ela. Ela estava diferente. Demasiado, até. Não era a mesma. Estava rápida e forte e nada mais lhe parecia importar sem ser acabar com aqueles homens que, um a um, caiam no chão, trespassados pela enorme espada, a qual manejava-a como se não pesasse absolutamente nada, mesmo após, no caminho para a estalagem, me explicar era absurdamente pesada.

O homem que antes segurava a curandeira, que se aproximava de nós a passos de corrida, começou a recuar, assustado com o cenário que via à frente, enquanto alguns os outros fugiam para não serem mortos, deixando os escravos morrer. No entanto, mal ele começou a correr, a Eliza visou-o e correu, rapidamente, até ele.

—Para!- o grito da Esmeralda fê-la parar e focar o seu olhar nela. Mesmo sendo um demónio, reconhecia que a sua expressão parecia assustadora ao ser encarada - Para por favor! Já chega! Já está tudo bem agora.

Todos queríamos que ela se acalmasse e volta-se ao normal; àquela mulher nada assustadora e assustada. Em vez disso, começou a andar até à feiticeira, abanou a espada para retirar o sangue, que agora cobria a erva escura, enquanto a Esmeralda recuava, com uma expressão de pura preocupação, sem deixar a magia desaparecer das suas mãos.

—Ela está louca. – Em parte tinha de concordar com o Darren. Porque estava ela a fazer aquilo? – Ela pensa matar-nos? – também ele parecia pronto para a luta e eu não me podia deixar ficar. Por muito inocente que tivesse conhecido, não éramos propriamente amigos, somente conhecidos e eu tinha de zelar pela minha vida.

—Não lhe podemos fazer mal! – falava aquela que tinha já os braços, até ao cotovelo, a brilhar

—Se queres morrer neste lugar, isso é contigo, eu ainda penso viver durante bastante tempo, obrigado. – Não precisei de olhar diretamente para saber que ela havia revirado os olhos ao meu comentário.

—Chega! – vi a curandeira colocar-se à nossa frente, de braços abertos. Era louca! Queria morrer? – Para com isto. – Só que, obviamente, a Eliza não lhe fazia caso, mas também não se movia, enquanto, atrás dela, todos se batiam em retirada. Como uma coisa tão pequena queria enfrentar uma arma como aquela? O que tinha de grande ali, era aquele cabelo negro.

—Sai daí! – gritei, mas ela simplesmente rodou um pouco do tronco e encarou a Esmeralda, com os seus grandes olhos castanhos.

—Consegues conjurar um arco e uma flecha?

—É um feitiço básico.

Ela não disse nada mais e fê-lo, como que para provar que tinha razão. Presunçosa. E assim que os fez, com a sua magia, fez com que flutuassem até à curandeira. Ela agarrou nos objetos de luz e encheu a flecha com um brilho dourado, fazendo as suas tatuagens de igual cor, emitirem a tão típica luz de cura. Pecou no arco assim que a Eliza tornou a aproximar-se, estando já bem perto e disparou… Passou apenas de raspão no seu ombro. Ela não parecia preparada para aquele ataque.

—Falhaste! – nem era suposto ter gritado tão alto, mas não tinha entendido para que servira tudo aquilo. Para ela mostrar como era péssima com o arco e flecha?

—Enganas-te.

A Eliza ficou a poucos passos dela quando parou, começando a recuar enquanto cambaleava. Tentou andar para a frente, mas o efeito era o mesmo. A sua expressão mudou para uma de dor e os olhos começavam a voltar à cor normal. Ainda se tentou apoiar na espada, mas acabou por cair, inerte.

—Desmaiou. – Agradecia a observação do Darren, mas todos tinham reparados nisso, enquanto que a curandeira se aproximava dela, baixando-se.

—Não se preocupem. Acordará em breve. Apenas fiz com que o seu organismo ganhasse uma pequena febre a pouco de a fazer sentir mal. – E ela considerava uma pequena febre? – Desaparecerá dentro de minutos e ela voltará ao normal.

—Foi isso que fizeste com a flecha, infetaste-a. – Assentiu.

—Sim. – Encarou-me, sorrindo – Eu não falhei, mas também nunca lhe quis acertar. – Assenti sem grande vontade, mas tinha de reconhecer que não devia ter dito aquilo.

—Gostava era de saber o que lhe aconteceu de repente, porque ficou completamente maluca e a atacar toda a gente. Logo ela que não queria matar ninguém. – Olhei para os vários homens no chão, mortos pela espada dela.

—É…

Sinceramente não sabia o que pensar de tudo aquilo. Era seria alguma feiticeira? Teria alguma maldição sobre ela? E então lembrei-me da espada. Aproximei-me e peguei nela, quase caindo devido ao seu peso. Perguntava-me como podia ela manejar aquilo como se não fosse nada quando eu tinha dificuldades até em levantá-la. Ainda assim, arrastei-a até à bainha para a colocar lá dentro.

—Quero agradecer-vos por me terem tentado salvar. Tentei infetá-los, como fiz com ela, mas da maneira que estava não consegui.

—E qual é o teu nome? – arrastei a espada pela erva, aproximando-me.

—Lyra Mercer.

—Mas o que se está aqui a passar?! – o berro de um homem fez-me fechar de imediato a boca, vendo um velho aproximar-se. Então levantou o cajado que trazia de baixo da mão e tornou-o num lançador de fogo - Quem são vocês? O que querem com a minha estalagem?!

O feiticeiro não parecia disposto a querer falar, também, ao ver o seu negócio daquela maneira; com cinco jovens adultos à porta – uma estando inconsciente - e uma parede destruída, no lugar dele eu já tinha disparado.


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Notas finais do capítulo

Tivemos uma nova personagem: A Lyra!!
Aviso que nem sempre irão aparecer personagens novos em todos os capítulos, há alguns que podem continuar os mesmo, cada um surgirá a seu tempo, sim?!
E o que acharam?! Quero teorias!! kkkkk

Esta é a aparência da Esmeralda: http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-228807/fotos/detalhe/?cmediafile=18972129 (Leven Rambin)

Bjs!