The Game - Interativa escrita por HelenaM10


Capítulo 5
Capítulo 5 - Bite


Notas iniciais do capítulo

Oi!

Sim, o capítulo desta vez chegou bem cedo! Agora que estou numa "mini-férias" (vamos chamar assim), tenho mais tempo para as coisas. Claro que ainda tenho coisas da faculdade para fazer, obviamente, mas pelo menos o tempo é mais generoso!

Bom, antes de mais, vai haver capítulos, tal como este, em que eu avanço no tempo, depois retrocedo. Enfim, o início do capítulo, por exemplo, termina num ponto que é a meio de outra parte. Vai ser assim em aulas capítulos, ok? Nem sempre seguem uma linha temporal especifica e direta. Mas creio que dá bem para perceber isso! Pelo menos tento que sim XD

Frase inicial de Enma Ai de Jigoku Shoujo

Boa leitura!



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“Quando você trai as suas emoções, elas o punem!”

Lyra

—Se ela não estiver lá, não tenho outra alternativa senão sobrevoar a aldeia. Estou mesmo a ver. – Seria a única alternativa que tínhamos; aproveitar as asas do Asher.

Estávamos a terminar de percorrer todo o local de festa e só ouvíamos falar dos combates que iam começar dentro de pouco tempo, assim como no facto das inscrições estarem a terminar. Participar era a razão para a qual todos nós vieram, mas nenhum de nós esperava que alguém fosse desaparecer! Ainda que não entendi bem se era um grupo de viagem oficial ou não, era uma situação estranha, admitia-o. No entanto também não a podíamos deixar só. Perguntava-me se desaparecesse eles também iriam à minha procura, afinal, conhecíamo-nos apenas desde ontem à noite. Esperava que eles tivessem um pouco de compaixão por mim depois do que se passou. Honestamente, queria poder viajar com eles. Também percorria Genna para participar no The Game, ainda que não o soubesse por quanto tempo o podia fazer e iria precisar de apoio.

Terminamos de passar por todas as barraquinhas de comida e de prémios, os quais alguns me apeteceu parar para as aproveitar, mas não havia muito tempo. Eu e o Darren ainda aproveitamos para comprar alguns doces; chocolates, algumas maçãs doces, mas claro, sobre os protestos da Esmeralda e do Asher. A sorte deles é que não éramos egoístas e também compramos coisas para eles… Ou pelo menos era esse o plano inicial, já que a Esmeralda não quis nada e o Asher não era grande fã de doces.

Não demorou muito para retornássemos à busca, ainda que não estivesse a ser nada fácil. Acabamos por confundir uma ou duas raparigas com a Eliza, esquecendo-nos completamente da espada e até porque nenhum de nós se lembrava do que ela vestira esta manhã. A arena aproximava-se cada vez mais e nem sinal dela.

—É bom que ela esteja perto da arena. – Concordava com o Darren. Como planeamos desde o início ir para lá, ela podia ter ido à nossa procura aí.

—É uma hipótese. – Dei mais uma olhada à volta e nada – É melhor… - fui interrompida pelos gritos eufóricos vindos do local dos combates. Eles estavam a começar.

—Lindo. – O Asher parecia exasperado - Lá se vai a nossa hipótese de participar. Eu vou matar aquela humana quando a vir e deixá-la onde a encontrei. – Revirei os olhos. Demónio… Sempre adoráveis.

—Agora dispensava era perder os combates e se espero que haja lugar.

Após o comentário da Esmeralda, o Asher deu um grande suspiro e levantou voo bem devagar, fazendo-nos sentir a força das suas asas através do vento que faziam ao levantá-lo do chão. Ele começou a olhar para todos os lados, até que começou a bater as asas com cada vez mais força, irritado.

—Continua a fazer isso! – mal o Darren lhe deu a ordem, o demónio encarou-o de lado.

—Mas já mandas? – como tal, ele começou a abrandar para pousar no chão.

—Deixa de ser idiota! – vi-o cheirar o ar como se fosse um animal de caça. Ele era um varcolai afinal – Ao fazeres isso, os cheiros distinguem-se mais facilmente, incluindo o da Eliza.

—Antes não conseguias?

—Não. Eram demasiadas pessoas juntas, demasiados odores. Se o fizesse ainda acaba com uma grande dor de cabeça e iria acabar por deixar o meu olfato todo baralhado durante um bom tempo. – Assenti. Agora entendia – Por aqui. – Vimo-lo transformar-se naquele enorme animal negro e correr à nossa frente, fazendo-nos ir atrás a toda a velocidade.

—Calma! Vai mais devagar. – Eu nem sabia se podia correr nas minhas condições – Nem todos temos poderes!

Sem avisar, o Asher passou entre mim e a Esmeralda, agarrando na mão de cada uma, voando connosco atrás do Darren. Assim, evitava que corrêssemos, como também nos despachávamos e conseguíamos acompanhá-lo sem qualquer dificuldade. A feiticeira resmungou um pouco de início, sendo ignorada pelo demónio, que simplesmente voava, já eu, agradecia imenso a ajuda. E, como só olhava para o animal negro que seguíamos, não me apercebi quando paramos, mas consegui aterrar sem problemas quando o Asher nos largou – também não estávamos longe do chão – e apercebi que o Darren parara também e que rosnava.

Ali estava ela, mas… Não estava só. Havia alguém com ela. Um homem, o qual a estava a deixar imóvel, que a segurava com força pelos ombros e tinha face enterrada no seu pescoço. Não tinha uma visão aguçada como algumas criaturas, mas podia jurar que uma linha vermelha descia pelo seu peito.

Eliza

Nada. Nem sinal deles. Fomos perguntando a várias pessoas sobre cada um deles, se tinham visto um pequeno grupo de quatro e a maioria dissera que não, os que viram disse já havia sido há algum tempo e que era pouco provável ainda estarem no mesmo lugar, por isso nem lá fomos. O Andrew estava a ter dificuldades em localizá-los. Era muita gente no mesmo local e o seu olfato vampírico não funcionava bem com tantos odores, além de que ele nem sabia propriamente o deles, já que nunca os vi e qualquer odor de magia demoníaca, por exemplo, podia vir de qualquer demónio naquele local. O mesmo valia para feiticeiras e varcolais.

—Isto é enorme. – Para uma aldeia tão pequena, a festa que organizavam estendia-se por vários quilómetros.

—Tem calma. Num momento ou outro vamos acabar por encontrá-los. Eles também devem estar à tua procura, de certeza.

—Sim, talvez.

—Talvez? – era hora de lhe contar o resto da verdade.

—É que só os conhecemos há.. Nem um dia, praticamente. Nem os posso considerar exatamente amigos, entendes? Acho que eles nem me consideram isso.

—Claro. – Riu-se – Mas pode ser que tenhas sorte. Se estavas assim tão confiante que eles podiam estar à tua procura, porque não estarão? – sorriu-me – É só continuarmos um pouco mais.

Não tinha bem a certeza se podia confiar na sua palavra, apesar de aceitar a sua ajuda, mas o Andrew estava a revelar-se um grande apoio moral e não parecia disposto a desistir, ao contrário de mim. Era bom tê-lo ali, senão aposto que já estaria a desesperar por algum canto qualquer e ele queira seguir em frente, mesmo não me conhecendo de parte alguma.

—Andrew?

—Sim? – ele seguia à minha frente, sempre de cabeça levantada.

—Porque decidiste ajudar-me? Nem me conheces. – Ele parou de imediato, quase me fazendo atropelá-lo. E então encarou-me, sorrindo.

—Responde-me primeiro a uma coisa. – Agora curiosa – Porque decidiste aceitar a minha ajuda? – agora que pensava nisso com clareza, não tinha bem a certeza. Eu não o conhecia.

—Bom… Eu estava a precisas de ajuda e tu foste o único que reparou que eu estava com problemas. Acho que não tinha a quem recorrer mais.

—Então aí está a minha resposta à tua pergunta. – Encarei-o, vendo-o encolher os ombros, antes de se voltar novamente para a frente e seguir caminho.

Sorri. Ele era um homem estranho, admitia-o, mas tinha que lhe agradecer pela simpatia e cuidado. Talvez se o convidasse para viajar comigo ele aceitasse! Ele com certeza também viaja por Genna participar nos The Game. Pode não ter qualquer bagagem às costas, ou armas – pelo menos à vista -, mas é jovem, talvez um pouco mais velho que eu e ainda deve estar a participar. Além disso ele parece estar sozinho e quem sabe se sinta solitário assim.

No entanto, o que realmente me chamava à atenção nele era a sua beleza, ainda que isso fosse algo próprio e caraterístico de um vampiro. Seria o efeito daquelas criaturas? E Moran não existiam muitos. O sol não parecia afetá-lo muito, já que não usava quaisquer proteção para os outros nem nada que se parecesse. Sinceramente, a ideia de que ele era vampiro não me saia da cabeça, independentemente de o saber e ter noção de ser criaturas perigosas, mas mesmo se ele quisesse algo de mim, já o podia ter feito, não? Talvez a minha preocupação esteja num estado de alerta após o susto de me ter pedido. O Andrew ofereceu-se de livre vontade para me ajudar, sentia-me um pouco mal ao pensar tais coisas a seu respeito, fosse qual fosse a sua natureza.

—Que tal irmos para junto dos portos da arena? – foi o próprio que sugerira ao parar.

—Achas melhor?

—Porque não? Quem sabe estejam por lá. Vocês não iam ver os combates?

—Sim, claro. Não é mau pensado!

Estava entusiasmada com a ideia de os voltar a ver. Até do Asher e das suas piada idiotas já tinha saudades. Não pensei duas vezes em agarrar o pulso gélido do Andrew e correr, felizmente ele não protestou. No entanto, senti um arrepio pela espinha a cima ao agarrá-lo. Felizmente não estávamos longe e chegamos rapidamente. Já se ouvia o público a gritar para que as batalhas começassem de uma vez. As inscrições já deviam ter terminado, pois na porta, estava apenas uma mesa vazia. E assim que paramos, soltei o Andrew, pondo-me a olhar para todos os lados… E nada. Eles não estavam ali. Suspirei.

—Vá lá. Isto ainda é grande. Eles podem estar em qualquer parte. – De certa forma ele tinha razão, mas e se estivessem lá dentro? As chances de os encontraram pareciam tornar-se quase nulas.

—Desculpa teres que andar às voltas comigo. De certeza que também te querias inscrever… - foi então que se ouviu o público vir ao rubro quando os combates começaram – E se quiserem aproveitar para entrar e ver os combates, eu compreendo.

—Eu disse que te ajudava, não foi? E vou fazê-lo até ao fim.

Foi então que ele olhou por cima da minha teste e vi-o franzir a teste logo em seguida, pondo uma cara de poucos amigos. Olhei para trás querendo ver o que se passava, quando os vi… Aos quatro! Estavam ali todos! Juntos.

—São eles! – ainda não tinham visto, mas quando ia começar a acenar, uma mão gélida agarrou a minha fazendo-me voltar para ele, surpresa com o ato.

—Tens a certeza de que são eles? – o seu tom não era mais aquele confortável e hospitaleiro que ouvira anteriormente. O sorriso, esse, desaparecera, dando lugar a uma linha fina, acompanhada de um olhar frio.

—Sim. Claro que sim. – Olhei por cima do ombro. Queria gritar – Asher! Esm…

Nem tinha tempo de terminar quando me senti ser puxada e embater contra o corpo do Andrew. Quando o encarei, vi um enorme sorriso de onde saiam duas grandes presas afiadas, as quais foram cravadas no meu pescoço. E foi quando me senti a pessoas mais idiota de todas. As minhas suspeitas estavam corretas e eu fui burra e não as segui, ignorei-a completamente pensando que ele podia ser alguém bom, mas no final só queria era isto; sangue.

Comecei a ver tudo embaciado. Consegui ouvir passos apressados na nossa direção e ouvi-a o meu grupo lá ao longe. Senti o peso no meu pescoço dissipar-se, como se tivessem acabado de arrancar duas seringas enorme, percebendo o meu sangue escorrer pelo meu pescoço, manchando as minhas roupas. Foi então que ouvi passos de corrida atrás de mim e senti o corpo do Andrew afastar-se do meu como se tivesse sido empurrado para bem longe. Queria ver e perceber o que se estava a passar, mas as minhas pernas estavam fracas, todo o meu corpo o estava depois dele se alimentar. A única pergunta que me passava pela cabeça era, porquê eu? Por que razão é que ele me escolheu para fazer aquilo? Sou apenas eu… Apenas eu.

Sentia as pernas desfalecer. Estava fraca pelo sangue que me havia sido roubado, mas percebi  que fui agarrada antes de cair. Vi apenas uns cabelos escuros e ondulados, vendo um longo focinho animal tornar-se numa preocupada cara humana, dando-me a perceber que era o Darren.

—Estás bem? – por muito que lhe quisesse responder, não tinha forças para isso. Foi como se o Andrew me tirasse a força vital. Ouvi também outra vozes à minha volta, fazendo-me perguntas, várias deles, confundindo-me. Não era capaz de responder a nenhuma. Só pensava no Andrew e no que ele me tinha feito. Estava furiosa. Sentia o sangue ferver de raiva e o meu pescoço a latejar de dor. Então, apoiei-me no Darren e tentei pôr-me de pé que, com algum esforço, consegui, enquanto ele me agarrava pelo tronco.

—Eu estou bem. – Não a cem por cento, mas estava viva – Mas só ficarei completamente quando o apanhar e lhe cortar aqueles caninos. - Olhei bruscamente para trás fazendo o meu pescoço doer ainda mais, mas ignorei a dor. Ela não era nada comparada com o que sentia.

Ele já não estava ali. As únicas vozes que se ouviam era das pessoas a gritar com o desenrolar de uma batalha, enquanto cá fora o cheiro a sangue se espalhava pelo ar.


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Notas finais do capítulo

E bom, quanto ao porquê do Andrew ter feito aquilo... kkkkkk Só daqui a uns capítulos... Ou não XD

Deixo aqui a aparência da Lyra: https://i.imgur.com/netRe9e.png (Adelaide Kane)

Espero que tenham gostado!

Bjs!



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