Charlie Team - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 7
Capítulos 12 e 13




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Capítulo 12

Suspense.

A sala de segurança do complexo.

Eagle Eater olha atentamente para um dos monitores das câmeras de vigilância. Na tela é possível ver três soldados usando uniforme do S.T.A.R.S. descendendo por um dos elevadores do hall até o subsolo.

Um combatente em especial atrai a atenção do russo.

O líder dos invasores toca a cicatriz em seu rosto com a mão esquerda e sorri, enquanto observa o jovem através do monitor. Quem diria, seu maior inimigo vindo até ele! Exatamente como na América do Sul, meses antes...

O russo tira sua faca de combate do cinto. “The Promise”, como a batizara. O momento de utilizá-la novamente estava cada vez mais próximo. Seria aquela a última batalha entre os dois?

Isso só a afiada lâmina de “The Promise” poderia responder, na hora certa...

As portas do elevador se abriram.

O’Brian foi o primeiro a deixar o transporte, apontando sua pistola calibre 45 para os lados. Aiken Frost o seguiu, sempre cauteloso, examinando também o lugar. Estavam numa sala toda revestida de metal, iluminada por lâmpadas de mercúrio no teto. No chão havia um enorme símbolo de perigo biológico em vermelho-escuro, com a inscrição “Bio Hazard”, a qual lembrou aos três soldados o que eles poderiam encontrar ali.

Erguendo os olhos, os combatentes viram uma porta metálica de frente para os elevadores, com um painel à sua esquerda e uma placa possuindo a inscrição “Laboratórios de Pesquisa – Bloco A”.

–         Bem, onde nós estamos exatamente? – indagou Devendeer, o último a deixar o elevador.

–         No lugar onde os cientistas trabalhavam... – murmurou Aiken Frost, se aproximando da porta.

O russo sabia que a entrada estava provavelmente lacrada e que eles precisariam inserir um cartão magnético no painel ao lado dela para prosseguirem, mas para sua surpresa a porta se abriu assim que chegou perto o suficiente. Aiken olhou para seus companheiros sem entender.

–         Vamos em frente! – exclamou Rafael, já prosseguindo.

O grupo avançou rapidamente, ganhando um extenso corredor cinza e frio. Havia duas portas à esquerda e outras duas à direita, sendo que cada uma levava a um dos quatro laboratórios de pesquisa daquele subsolo, segundo as placas que possuíam.

–         Qual delas? – perguntou Logan.

–         Hei, camaradas! – gritou Aiken Frost, que se encontrava um pouco mais à frente. – Venham ver isto!

Os outros dois integrantes da equipe Charlie seguiram até o russo. Este se encontrava abaixado ao lado de um cadáver, o qual jazia sobre uma poça de sangue. Ferimento a bala letal, na cabeça. Trajava terno, gravata e óculos escuros, possuindo um crachá em seu peito. O’Brian leu o que havia nele e murmurou:

–         Segurança da Biocom, morto sem chance de defesa...

–         Um tiro certeiro na cabeça – disse Aiken Frost. – Eu gostaria de saber o que aconteceu neste lugar!

Seguiu-se um longo e profundo silêncio. Os três soldados olharam para o cadáver, cada um tendo em mente sua própria teoria para explicar tudo aquilo. Enquanto isso, no início do corredor, sombras humanas eram projetadas sobre as paredes de metal, misteriosas e perturbadoras.

Sombras com armas.

Ela seguia rapidamente pela floresta, movida por sua enorme determinação. Suas botas tocavam silenciosamente o tapete de folhas aos pés dos pinheiros, avançando decididamente na direção de seu objetivo. Tinha em mãos sua pistola H&K 9mm, arma com a qual seu tio Dimitri a havia ensinado a se defender. A arma com a qual aprendera a matar.

Vitória. Esse era seu nome. Um nome que contrastava com sua atual situação. Sua vida, há alguns anos, havia se transformado numa amarga sucessão de derrotas. Ela, apesar do treinamento que seu tio Dimitri havia lhe dado, nunca acreditou que as palavras dele um dia se tornariam mesmo em realidade. Desde quando ele começara a cuidar de Vitória, quando esta tinha apenas três anos de idade, Dimitri a prepara para o dia em que os assassinos de sua família voltariam. Os homens que, numa fria noite de inverno, haviam eliminado os pais da menina e seu outro tio.

Alguns anos antes, o tão temido dia chegara. O refúgio na Sibéria, que para Vitória sempre parecera tão seguro e intocável, acabou violado por cruéis mercenários. Ex-agentes da KGB, que no passado haviam trabalhado com seu pai. Ela, por muita sorte, havia conseguido escapar com vida, mas Dimitri terminara seus dias com dois tiros no peito. Em seus últimos instantes, ele pediu a Vitória que punisse os culpados, aqueles seres sem escrúpulos que eliminavam inocentes com tanta frieza.

E lá estava ela, perseguindo aquela funesta organização mais uma vez.

Logo ganhou o estacionamento do complexo de pesquisas, olhando cautelosamente ao redor. Estava chegando a hora do acerto de contas.

–         Fong, aqui é o Hayter! – exclamou o franco-atirador pelo rádio. – Você está me ouvindo?

–         Alto e claro! – respondeu Fong Ling através do aparelho. – Quais são as novas?

–         Nós encontramos o Fred! Ele está desmaiado, mas ficará bem!

–         É bom ouvir isso! Onde vocês estão?

–         No hall do complexo. Tudo está vazio por aqui, apenas sinais de confronto. O’Brian, Aiken Frost e Devendeer desceram até o subsolo! Estamos aguardando contato!

–         Entendido. Reportem qualquer hostilidade!

–         OK!

William guardou o rádio. A doutora Freelancer terminou de fazer o último curativo em Fred Ernest, o qual ainda estava inconsciente. Goldfield montava guarda próximo à porta que levava ao estacionamento, aparentemente preocupado. Hayter se aproximou do colega, sabendo o motivo de sua apreensão.

–         Não se preocupe, ela está bem, tenho certeza! – disse o franco-atirador.

–         Cara, eu nunca senti por mulher alguma o que estou sentindo pela Silverhill... – afirmou o recruta, cabisbaixo. – Se algo acontecer a ela, eu...

–         Procure não pensar nisso!

De repente, um som chegou aos ouvidos dos membros do Charlie. Viera de uma porta fechada, que levava aos sanitários, próxima ao balcão da recepcionista. Alguém estava girando a maçaneta de metal. Os S.T.A.R.S. imediatamente apontaram suas armas na direção do barulho.

Seguiu-se um rangido. A porta abriu-se lentamente, mas os combatentes nada puderam enxergar, devido à escuridão existente do outro lado. Veio então um novo som. Passos. Alguém estava caminhando para fora dos sanitários, ganhando o hall com aparente cautela. Primeiro surgiu um vulto, que rapidamente tomou forma. Logo o indivíduo foi reconhecido pelos integrantes da equipe Charlie, os quais viram-se tomados por um misto de alívio e surpresa.

Capítulo 13

Terríveis surpresas.

–         Ice Breaker! – exclamou Freelancer, reconhecendo as feições do indivíduo.

De fato, era o líder da equipe Alpha, que abrira a porta e agora se encontrava ali, na frente deles, imóvel. Seu uniforme estava todo ensangüentado, e havia algo como um enorme espinho enterrado um pouco abaixo de seu ombro direito. Apesar da imensa dor que um ferimento como aquele poderia causar numa pessoa, Ice Breaker aparentava não ter dificuldade em manter-se de pé.

–         Meu Deus, que houve com você? – espantou-se William Hayter, abaixando o rifle e se aproximando alguns passos do colega.

Ice Breaker não respondeu. Continuou parado, olhando para cada um dos presentes. Examinava-os atentamente. Foi a vez de Freelancer se aproximar, com seu kit de primeiros-socorros em mãos, dizendo:

–         Esse ferimento é muito grave! Você precisa ser levado para um hospital, imediatamente!

A doutora, a poucos centímetros de distância do líder do Alpha, estendeu uma das mãos com o intuito de segurar o braço direito do colega e assim poder examinar melhor a perfuração, mas, para surpresa de todos, Ice Breaker, num movimento extremamente rápido, sacou sua pistola Desert Eagle e apontou-a para a cabeça da doutora, gritando:

–         Parados ou ela morre!

William e Goldfield voltaram a apontar suas armas, tensos. Deus, o que Ice Breaker estava fazendo? Seria ele um traidor, assim como Albert Wesker na unidade S.T.A.R.S. de Raccoon City? Que significava aquilo, afinal?

–         Ice, o que você está fazendo? – indagou Hayter, confuso.

–         Já disse para largarem as armas! – gritou o líder do Alpha novamente, em tom ainda mais ameaçador.

Freelancer não movia um músculo sequer. Com o coração aos pulos, via o cano da arma de Ice Breaker se aproximar cada vez mais de sua testa, e achou que talvez não saísse viva daquela situação. Fechou os olhos, enquanto ouvia o suposto traidor gritar mais uma vez:

–         Larguem as armas!

Os dois soldados, sem opção, colocaram suas armas sobre o piso, calados e trêmulos. Temiam pela vida da doutora. Ice Breaker, vendo que sua ordem havia sido cumprida, abriu um insano sorriso e exclamou, com os olhos arregalados:

–         Seus idiotas! Pensam que eu a pouparei?

O líder do Alpha encostou o cano da Desert Eagle na testa de Freelancer, prestes a apertar o gatilho.

–         Morra! – gritou, ensandecido.

Ouviu-se um disparo.

Hayter e Goldfield fecharam imediatamente os olhos, tomados por enorme desespero. Permaneceram assim por alguns instantes, sem terem coragem de ver o que havia acontecido. Só voltaram a enxergar quando uma voz feminina disse, carregada de sotaque russo:

–         Esta foi por pouco!

Próxima à porta de vidro que levava ao estacionamento estava uma bela jovem de jaqueta, ainda apontando uma pistola H&K 9mm na direção de Ice Breaker. Este estava caído no chão, atingido por um disparo no meio da testa, efetuado pela recém-chegada. Freelancer aproximou-se de seus companheiros de equipe, ainda respirando com dificuldade devido ao medo, enquanto Hayter perguntava a misteriosa jovem:

–         Quem é você?

–         Meu nome é Vitória Drakov! – respondeu a russa, abaixando a arma. – Acho que estamos lutando contra o mesmo inimigo!

–         Se ao menos soubéssemos ao certo quem é o inimigo... – murmurou Goldfield, apanhando sua arma do chão.

–         Você sabe alguma coisa sobre o que houve aqui? – indagou William.

–         Sei apenas que este complexo foi atacado por uma organização que quer destruir a Biocom – respondeu Vitória. – Uma organização formada pelos homens que destruíram minha família...

Seguiram-se alguns instantes de silêncio. Os três S.T.A.R.S. mais a russa se aproximaram do cadáver de Ice Breaker, examinando-o com atenção. Freelancer disse, num suspiro:

–         Ele ia mesmo me matar... Obrigada, Vitória! Você salvou minha vida!

–         Não precisa agradecer – respondeu Drakov, um tanto fria.

–         Eu gostaria de saber o que houve com ele... – murmurou William, olhando para o rosto sem vida do líder do Alpha. – O Ice sempre foi uma pessoal leal e confiável, simplesmente não consigo entender!

–         Há muitas coisas neste lugar difíceis de entender... – disse Goldfield. – Penso no que os outros encontraram no subsolo...

Aiken Frost, O’Brian e Devendeer ainda examinavam o cadáver do segurança da Biocom, intrigados. Quem teria atirado naquele homem? O que havia ocorrido ali, afinal de contas?

Nesse instante, os três membros do Charlie ouvem passos vindos do início do corredor. Surpresos, o trio de combatentes vira-se rapidamente na direção dos elevadores, armas apontadas e dedos nos gatilhos.

–         Por Trotski! – exclamou Aiken, olhando para os três homens que caminhavam na direção do grupo.

Os autores dos passos eram Thunderbolt e Punisher, da equipe Alpha, mais Piercing, do time Bravo. Os três S.T.A.R.S. encontravam-se em estado lastimável: o primeiro tinha o braço direito quebrado e um enorme espinho cravado em seu abdômen. Punisher, por sua vez, possuía um viscoso líquido verde lhe escorrendo pela boca, além de inúmeros ferimentos pelo corpo e um espinho enterrado em uma de suas coxas. Já Piercing era o menos ferido do grupo, mas possuía também um acúleo fincado em seu corpo, mais precisamente no antebraço esquerdo.

Apesar do estado em que se encontravam, os S.T.A.R.S. caminhavam normalmente na direção dos integrantes do Charlie, não aparentando dor alguma. Rafael exclamou, preocupado com os colegas:

–         Vocês precisam de cuidados médicos! Venham conosco, os levaremos até a superfície!

–         Vocês não nos levarão a lugar algum! – gritou Thunderbolt.

Os membros das equipes Alpha e Bravo, com os olhos arregalados, apontaram seus rifles M4A1 na direção dos infiltradores e Devendeer, os quais, confusos, não conseguiam compreender tal atitude por parte dos sobreviventes. Teriam enlouquecido, ou eram simplesmente traidores?

–         O que está havendo aqui? – indagou Logan, nervoso.

–         Larguem as armas já, se não quiserem morrer! – ordenou Piercing, dentes cerrados.

Foram ouvidos três disparos, que não haviam sido efetuados pelos membros do Charlie e muito menos por seus colegas. Surpreendidos, Aiken, Rafael e Devendeer viram os corpos sem vida dos sobreviventes das outras equipes caírem no chão, atingidos por disparos certeiros na nuca. Os autores dos tiros, armados com pistolas calibre 45, são então relevados, caminhando até os S.T.A.R.S. sem demonstrarem qualquer tipo de apreensão.

Três homens trajando roupa tática completa, sorrindo desafiadoramente, armas apontadas para os integrantes do Charlie. Um deles dá alguns passos à frente, rindo de forma provocadora.

–         Vejo que nos encontramos novamente, senhor Drakov! – exclama o provável terrorista, com forte sotaque eslavo na voz.

Aiken aponta suas Twin Bears para o russo, tomado por enorme fúria. Mais uma vez, seus caminhos se cruzavam. Ele devia ter desconfiado...

–         Como disse? – indagou Flag pelo rádio, certo de que não havia ouvido direito. – Ice Breaker ameaçou atirar na doutora Freelancer?

–         Você ouviu bem, capitão! – exclamou Hayter através do aparelho. – Ele estava estranho, olhos arregalados e, apesar do grave ferimento que possuía, aparentava não sentir dor alguma! Não era a mesma pessoa, Flag!

–         Esta missão está cada vez mais bizarra. Mantenham contato!

–         Entendido!

Flag desligou o rádio, olhando para cada um dos integrantes do Retag. Suas faces demonstravam enorme preocupação com os companheiros de equipe, e eles simplesmente não podiam ficar ali, sem fazer nada.

–         O que acha disso, doutora Kasty? – perguntou o capitão a psicóloga.

–         Um soldado pode mudar de lado devido ao stress em combate, mas isso tudo soa muito estranho para mim! – afirmou a doutora.

–         Fong?

–         Há algo muito estranho acontecendo lá embaixo, e precisamos descobrir o que é! – disse Fong Ling, engatilhando sua pistola Desert Eagle.

–         Redferme, você é o comandante. A última palavra é sua.

–         Precisamos ajudá-los! – preocupou-se o major. – Se não agirmos logo, o pesadelo de Raccoon City se repetirá!

O capitão fitou brevemente sua Red Colt e exclamou, voltando-se para a cabine do helicóptero:

Falcon, leve-nos para o estacionamento do complexo! O Retag vai entrar em ação!

Continua... 


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