Charlie Team - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 4
Capítulos 6 e 7




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Capítulo 6

No Bar Greenwich.

O chefe Farfield fitava o oficial da SWAT que se encontrava de frente para sua mesa. Era o sargento Logan Devendeer, e ao lado dele estavam o major Redferme e o capitão David Flag.

–         O sargento Devendeer demonstrou enorme coragem hoje, chefe Farfield – disse o major. – Se não fosse por ele e Aiken Frost, aquela bomba teria explodido!

–         Compreendo... – murmurou Jeremias. – Então vocês querem que ele ingresse no S.T.A.R.S., certo?

–         Sim – respondeu Flag. – Estamos dispostos a ter um integrante a mais no time Charlie. Além disso, a equipe SWAT de Devendeer foi completamente dizimada durante a invasão do prédio. Não há nada que o impeça de entrar para o S.T.A.R.S., onde ele seria muito útil!

–         Bem, não vejo empecilho algum – afirmou o chefe de polícia. – Preciso apenas cuidar da parte da papelada, mas o sargento Devendeer já poderá entrar em ação ao lado dos membros do Charlie!

–         Obrigado, chefe! – agradeceu o sargento.

–         Não precisar agradecer!

Redferme, Flag e Devendeer deixaram a sala de Farfield, ganhando um dos corredores do quarto andar da delegacia.

–         Agora você é um dos nossos, Devendeer! – exclamou o major.

–         Vamos chamar os outros! – disse o capitão. – O Bar Greenwich nos espera!

Apressado, o doutor Vegeta terminou seu sanduíche e dirigiu-se na direção do laboratório principal do complexo. Cruzando os frios corredores, pensava na enorme quantidade de trabalho que tinha para fazer. Enquanto inseria seu cartão magnético num painel ao lado da porta, o cientista pediu a um segurança que ali se encontrava:

–         Não quero ser incomodado, entendeu? Se precisar de alguma coisa, avisarei pelo fone!

–         Pode deixar, doutor!

Após entrar, Vegeta lacrou a porta. Mal sabia o que estava para acontecer...

O capitão Flag foi o primeiro do grupo a pisar no estabelecimento, olhando ao redor. O Bar Greenwich era bem acolhedor: no balcão ou nas mesas, os fregueses, em sua maioria oficiais da polícia, riam e jogavam conversa fora, relaxando após um dia exaustivo de trabalho. Em volta de uma mesa de sinuca vários homens jogavam animados, enquanto o barman, notando a chegada dos integrantes do time Charlie, mais Fred Ernest do Bravo, exclamou, apontando para os combatentes:

–         Vejam! São os heróis do dia!

A atenção de todos voltou-se para os S.T.A.R.S., os quais, um pouco sem jeito, receberam uma salva de palmas. Em seguida os membros do Charlie acomodaram-se próximos ao balcão, enquanto Aiken Frost, acertando um soco na mesa em que estava sentado junto com O’Brian e Devendeer, gritou:

–         Quero uma vodka!

–         Eu também! – disse Logan.

Em outra mesa, na qual estavam Redferme, Flag, Fred Ernest e Goldfield, este último disse:

–         Vocês disseram que iam me contar sobre aquela história dos zumbis, confesso que estou curioso!

–         Oh, sim! – lembrou-se Flag. – Você tem conhecimento da destruição de Raccoon City, certo?

–         Sim! – respondeu Goldfield. – A cidade foi destruída devido a uma epidemia viral que transformava humanos em criaturas agressivas. Mais tarde foi revelado que a Umbrella Corporation estava por trás de tudo.

–         Essas criaturas agressivas eram zumbis – explicou Fred Ernest. – Antes que a epidemia atingisse a cidade, uma unidade S.T.A.R.S. foi enviada para a floresta nos arredores de Raccoon City, com o intuito de investigar estranhos assassinatos. Eles acabaram descobrindo que tais crimes haviam sido cometidos por mutantes, na verdade seres contaminados pelo T-Virus, uma arma biológica criada pela Umbrella num laboratório debaixo de uma mansão nos arredores da cidade, que havia vazado, contaminando todos os pesquisadores. Após muitas baixas, os S.T.A.R.S. sobreviventes destruíram a mansão e revelaram o que sabiam às autoridades, mas ninguém lhes deu crédito. Nessa época, diversas unidades S.T.A.R.S. pelo país foram manipuladas diretamente pela Umbrella, encobrindo as ações da empresa.

–         Foram tempos turbulentos – afirmou Redferme. – Enquanto isso, os S.T.A.R.S. que haviam sobrevivido a Raccoon combatiam a Umbrella pelo mundo, destruindo laboratórios e aniquilando aberrações. Após anos de sabotagem, a empresa faliu e seus crimes foram finalmente revelados ao mundo. Porém, todos sabem que nem tudo terminou...

–         Vieram homens após a Umbrella capazes de semear o terror novamente – disse Flag. – Saddler, Wesker, que era um ex-capitão do S.T.A.R.S., entre outros... O mal se manifestará novamente, sinto que muito em breve, e nós devemos estar preparados!

Enquanto isso, na mesa onde Aiken Frost estava sentado, O’Brian e Devendeer conversavam animadamente, mas o russo encontrava-se quieto, admirando uma fotografia. Logan notou o silêncio do amigo, perguntando:

–         Hei, Aiken, que foto é essa?

–         Não interessa! – respondeu Frost com grande grosseria, levantando-se irritado da mesa.

–         Puxa, eu só estava querendo ser amigável! – murmurou Devendeer, sem entender.

–         Não ligue! – disse Rafael. – O Aiken é um cara muito legal, mas quando o assunto é essa foto, ele sempre costuma se fechar...

O russo encontrava-se agora sentado de frente para o balcão, ainda admirando a fotografia. Que haveria nela?

–         A senhorita precisa de mais alguma coisa? – perguntou o funcionário do hotel, colocando a bagagem no chão.

–         Não, obrigada – respondeu a bela jovem, com um carregado sotaque russo em sua voz.

O empregado estendeu uma das mãos para a hóspede, e esta entendeu que ele desejava uma gorjeta. A jovem entregou algumas moedas para o funcionário e em seguida fechou a porta de seu quarto.

Ela olhou para a cama, sentindo-se fraca e cansada. Poderia deitar-se sobre ela e dormir um dia inteiro, mas sabia que tinha metas a cumprir. Retirando a jaqueta, pendurou-a no encosto de uma cadeira e colocou as malas sobre o móvel. Apanhou então sua arma, uma pistola H&K 9mm, e verificou se estava carregada.

Apanhou algo que estava em seu bolso. Uma foto. Nela, havia uma adolescente sorrindo ao lado de um homem de cabelo curto, cerca de trinta anos. Ela abraçou a fotografia, enquanto uma lágrima escorria por seu rosto.

–         Tio Dimitri... – suspirou. – Não se preocupe, eles vão pagar por isso!

Perseguia há anos aquela misteriosa organização pelo mundo. A organização que matara seu tio. Seus membros sempre executavam roubos, assassinatos, sabotagem... Todos os crimes tinham algo em comum: o alvo era sempre a Biocom, uma poderosa multinacional farmacêutica, sediada em Metro City. Ela achava que a próxima ação de seus inimigos ocorreria naquela cidade, e por isso viajara até ali. Para ela, a sinistra organização não tinha nome algum, apenas um símbolo.

Um escorpião negro.

Fitando o iluminado centro da cidade pela janela do quarto, a jovem procurava afastar suas tristes lembranças. Sabia que sua vida corria enorme risco, mas ela simplesmente não podia parar...

Capítulo 7

O impensável acontece.

O doutor Vegeta boceja, enquanto digita alguns comandos no teclado do computador. Apesar do cansaço, ele não podia interromper seu trabalho naquele momento. Iniciaria a verificação dos resultados de diversas experiências realizadas aquela noite com a Petronina. Ele precisava encontrar a cura do câncer. Milhões de pessoas dependiam dele, e Hideo não podia desapontá-las.

Após seus dedos tocarem mais algumas teclas, Vegeta pressionou “Enter” para iniciar a verificação. Uma barra de progresso surgiu na tela, e o cientista sabia que aquele processo levaria alguns minutos. Levantou-se então da cadeira, caminhando pensativo pelo laboratório principal do complexo, que parecia mais uma estufa. Junto às paredes havia inúmeros espécimes de plantas, originárias do mundo inteiro, as quais o doutor Vegeta muitas vezes utilizava em seu trabalho. Além de biólogo, Hideo era um conhecido botânico, apaixonado pela profissão.

Pensou no doutor Mário Petroni. Afinal de contas, que teria ocorrido a ele?

De qualquer maneira, ele ficaria orgulhoso se soubesse que alguém estava dando continuidade à sua pesquisa. Seu trabalho não havia sido em vão...

Uma hora da manhã.

Na frente do complexo de pesquisas cedido pela Biocom a ShiroKassa Yakuhin, nos arredores de Metro City, existia um amplo estacionamento. Naquele momento, o único veículo no local era o carro do doutor Vegeta. Cerca de sete seguranças patrulhavam a área, armados com submetralhadoras silenciadas.

Um dos guardas, olhando para a floresta de pinheiros que circundava o complexo, perguntou a um de seus colegas:

–         O doutor não vai embora hoje?

–         Você sabe como esses cientistas são... Nunca se cansam de trabalhar!

–         Eu não queria ter sido transferido para o turno da noite...

De repente, a conversa foi interrompida por um barulho. Os seguranças entraram em alerta, percebendo que se tratava do som de uma hélice girando. Havia um helicóptero nas proximidades.

–         O som veio dali! – exclamou o segurança que parecia comandar os demais, apontando para as árvores à direita do estacionamento. – Ervin e Parker, vão investigar!

–         Sim senhor!

Os dois seguranças correram na direção da floresta, surpresos e apreensivos. Os demais guardas os fitavam com o coração aos pulos, perguntando-se o que um helicóptero fazia ali de madrugada.

A dupla de guardas se aproxima das árvores. Suas sombras, projetadas sobre o chão de concreto do estacionamento, formam figuras sinistras. Cautelosos, os seguranças apontam suas submetralhadoras para a escuridão, quando vêem vários vultos surgirem entre os troncos dos pinheiros.

Dois estampidos são ouvidos.

Os dois guardas tombam quase simultaneamente, atingidos em cheio por disparos na testa. Os demais vigias seguem na direção dos colegas mortos, já atirando com suas armas, enquanto os vultos ganham o estacionamento, tomando forma...

Oito homens vestindo roupa tática preta apontam pistolas 9mm silenciadas na direção dos seguranças. Os semblantes dos invasores refletem enorme satisfação, enquanto disparam contra os guardas. Todos os vigias, um a um, caem mortos sobre o chão do estacionamento, atingidos na cabeça.

–         Odeio amadores... – murmura um dos intrusos, de cabelo loiro raspado e forte sotaque russo na voz. – Vai ser mais fácil que roubar doce de criança!

–         Vamos em frente!

A ordem é dada por um eslavo de expressão fria, que parece comandar os demais. Há uma horrível cicatriz em seu rosto, mas para ele, tê-la em sua face é o mesmo que ostentar um troféu. Carrega na cintura uma faca com o emblema de um escorpião negro no cabo. Ele nunca a utilizara contra inimigo algum, pois a guardava para um combate em especial, e a hora de tal confronto estava próxima...

O grupo se dirige até a porta de vidro que leva ao hall do complexo. O lugar é decorado por várias pinturas e vasos de plantas. Atrás de uma mesa de mármore ficava a recepcionista, ausente naquele momento, pois seu turno já terminara. Após alguns passos, os russos encontram uma grande placa dourada com a inscrição “Biocom Pharmaceutical Company”, próxima a dois elevadores que levam ao subsolo, onde estão localizadas as instalações principais. Ignorando as demais portas, os invasores seguem na direção de um dos transportes, enquanto o líder pressiona um botão em seu painel.

–         Este lugar é mesmo a cara da Biocom... – resmunga um russo de cabelo castanho.

O elevador chega. Metade do grupo desce por ele, enquanto os outros quatro utilizam o outro.

Os russos avançam pelos corredores do segundo subsolo como um exército invencível. Os seguranças não têm tempo de reagir, atingidos por tiros certeiros na cabeça. Após deixarem uma verdadeira trilha de cadáveres pelo caminho, os oito russos param na frente de uma reforçada porta de metal, com um painel à sua esquerda.

–         É aqui? – pergunta um eslavo careca.

–         Sim – responde friamente o líder da equipe. – Pavell, pode abrir caminho para nós?

–         Certamente, senhor!

O invasor de cabelo raspado abaixa-se de frente para o painel da porta, retirando de sua mochila um teclado de computador, que é conectado à parede através de um cabo. Em seguida, apanha de seu equipamento um outro aparelho, o qual possui um pequeno visor, e o acopla ao teclado usando outra entrada.

Depois de digitar rapidamente alguns comandos, uma numeração surge no visor do aparelho conectado ao teclado, na verdade um decodificador eletrônico, cujos algarismos se alteram a cada fração de segundo. Após poucos instantes, a seqüência de números no visor torna-se fixa, e a porta se abre lentamente, deslizando para dentro da parede.

–         Abra-te, Sésamo! – ri Pavell, enquanto o grupo segue em frente.

“Verificação 87% concluída”.

Enquanto o computador concluía a tarefa, o doutor Vegeta examinava suas plantas. Em seguida, olhou para os frascos de vidro sobre uma mesa próxima, contendo Petronina. Estaria mesmo a cura do câncer naquela substância verde? Conseguiria ele finalmente concluir o trabalho do doutor Petroni, em poucos instantes?

A porta do laboratório se abriu.

Surgiram vários homens armados, oito, mais precisamente. Eles não usavam o uniforme da segurança, o que deixou Hideo apreensivo.

–         Quem são vocês? – perguntou o cientista, surpreso.

–         Os homens que evitarão a glória da Biocom! – exclamou o líder dos intrusos, apontando sua pistola 9mm para Vegeta. – A ShiroKassa Yakuhin se arrependerá do dia em que se uniu a eles, doutor!

–         O que vocês têm contra a Biocom? – indagou Hideo, mãos para o alto.

–         Nós apenas seguimos ordens! Pavell, esse computador está ligado à rede central da Biocom, apague o máximo de dados que puder!

–         Sim senhor!

O hacker da equipe sentou-se de frente para o computador, onde a barra de progresso indicava que a operação estava concluída em 92%. Os dedos de Pavell começaram a pressionar as teclas do teclado, enquanto Vegeta observava tudo atônito. Quem eles pensavam que eram para fazer aquilo?

–         Vou chamar a segurança! – ameaçou o cientista.

–         Nós já matamos todos! – sorriu um russo de barba negra.

Hideo sentiu um calafrio. Aqueles intrusos estavam prestes a destruir anos e anos de trabalho! Ele não podia ficar ali parado, permitindo que eles extinguissem a esperança de milhões de pessoas! Era preciso agir, e rápido.

Num movimento precipitado, Vegeta saltou sobre Pavell, derrubando-o da cadeira. Durante a queda, o hacker esbarrou em alguns frascos contendo Petronina que estavam sobre a mesa, fazendo com que a substância verde escorresse pelo chão.

Pavell livrou-se do adversário com facilidade e, levantando-se, apontou sua arma para o japonês, que ainda se encontrava no chão.

Três disparos silenciosos.

Vegeta, agonizante, fitou seus inimigos.

–         Devia ter cooperado, doutor... – murmurou o líder dos russos. – Nós o teríamos poupado!

Com as poucas forças que lhe restavam, Hideo tentou se levantar, mas o máximo que conseguiu foi cair de bruços enquanto erguia-se, em meio às risadas dos russos. Os ferimentos do cientista estavam agora em contato direto com a poça de Petronina que havia se formado no chão.

–         Estará morto em poucos instantes, não representando mais perigo! – exclamou o líder, coçando sua cicatriz. – Vamos aniquilar os seguranças ainda vivos, e em seguida voltaremos aqui para que Pavell apague os dados! Rápido, pois temos muito o que fazer!

Apressados, os invasores deixaram o laboratório, não percebendo que o doutor Vegeta começava a ter convulsões.

Incrivelmente, o pesquisador levantou-se pouco depois, sem dificuldade. Ele caminhava estranhamente, cambaleando como um bêbado. Era movido pelo instinto. Ao invés de sangue, uma substância esverdeada escorria agora de seus ferimentos...

Vegeta seguiu até as plantas das quais cuidava como se fossem filhas. Sorrindo, ele tocou suas folhas. O cientista gemeu, enquanto algo inacreditável ocorria: as perfurações provocadas pelas balas de Pavell se fecharam numa velocidade espantosa, enquanto a pele de Hideo ganhava uma estranha coloração verde...

No computador, a verificação dos resultados das experiências com a Petronina fora concluída. Uma mensagem piscava em vermelho no monitor, emitindo um irritante som.

“Aviso: Vírus Desconhecido Encontrado”.

Continua... 


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