Charlie Team - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 11
Capítulos 20 e 21




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Capítulo 20

Por você, Silverhill!

–         Certo, entendido! – disse Redferme pelo rádio.

Em seguida o major desligou o aparelho, fitando cada um de seus comandados. Respirou fundo, tomado por reconfortante esperança. Aquilo tudo parecia estar chegando ao fim, afinal.

–         Nós devemos voltar ao corredor e seguir até o final dele, onde há uma escada que leva ao próximo subsolo! – informou o líder da equipe Charlie. – Lá nos encontraremos com os demais! Há um soldado seriamente ferido e Freelancer precisa fazer os curativos necessários!

–         Então vamos logo! – exclamou Fred Ernest. – Quanto mais cedo escaparmos deste inferno, melhor!

Movidos pelo espírito de bravura e companheirismo característico do time Charlie, os combatentes deixaram rapidamente o laboratório principal. Nada poderia detê-los agora. A luta pela sobrevivência estava a um passo de ser vencida.

Ofegante, porém determinado, Eagle Eater agarrou o último degrau da escada metálica, impulsionando seu corpo para cima. Saiu pela abertura, fitando uma última vez o escuro interior do duto pelo qual havia subido. Aos poucos todos os obstáculos eram vencidos pelo eslavo.

O russo contemplou então o ambiente no qual agora se encontrava: o interior de um amplo armazém, precariamente iluminado por algumas lâmpadas presas a vigas de madeira no teto. Por todo o local havia inúmeros containeres, engradados, caixas e barris, contendo desde equipamento para pesquisa até produtos químicos e medicamentos da Biocom. Aqui e ali era possível ver o símbolo da empresa: uma seringa injetando algo num coração humano.

A passos firmes, Eater avançou pelo lugar, o pesado som de suas botas ecoando pela vazia atmosfera do armazém. Enquanto caminhava sozinho pelo extenso ambiente, o terrorista sentia-se o único homem no planeta. Mas sabia que tal impressão era falsa. Na verdade, o mundo era muito pequeno para ele e seu inimigo... Naquela noite, um dos dois teria que morrer.

Depois de percorrer alguns metros, Eater avistou seu objetivo logo à frente: uma grande porta metálica lacrada. À direita dela havia uma espécie de painel na parede com vários botões e uma abertura onde deveria ser inserido um cartão magnético. O eslavo sorriu sadicamente. Já podia sentir o saboroso gosto da vingança.

O criminoso aproximou-se do painel. Após cruzar aquela entrada, praticamente já estaria na pista de pouso abandonada. Suor escorreu-lhe pelo rosto, enquanto retirava um cartão magnético azul de um dos bolsos de sua calça. Cerrando os dentes, estendeu o artefato na direção da abertura com o intuito de remover a tranca da porta, quando o inesperado som de um tiro propagou-se rapidamente pelo armazém.

A bala atingiu em cheio o painel, passando a poucos centímetros do corpo de Eater. Faíscas saltaram do local atingido, ao mesmo tempo em que o russo, movido pelo instinto, voltava-se para trás apontando sua pistola silenciada para o sombrio ambiente. Nenhum som, nenhum movimento. O eslavo franziu as sobrancelhas, exclamando:

–         Quem está aí?

Se o silêncio pudesse ser considerado uma réplica, Eater teria acabado de receber uma resposta bastante satisfatória. Mas não podia. Intrigado, o terrorista caminhou alguns passos na direção de onde acreditava ter vindo o tiro, arma apontada. Foi quando o eslavo percebeu que um vulto surgia aos poucos da escuridão, também lhe apontando uma pistola. Conforme a luz iluminava o misterioso indivíduo, Eater viu que ele usava uniforme do S.T.A.R.S., mas não era aquele quem pensara ser. A hora ainda não havia chegado...

O russo parou, deixando que o autor do tiro se aproximasse. Seu olhar revelava grande ódio. Estava com certeza disposto a alojar uma bala na testa de Eater. O criminoso havia previsto algo assim. Algum integrante das equipes acabaria querendo bancar o justiceiro. O eslavo poderia se divertir um pouco antes da grande luta, afinal de contas. Aquilo lhe serviria de aquecimento.

–         Seu desgraçado! – gritou o homem da lei, engatilhando sua arma.

–         Quem é você? – perguntou Eater, sorrindo levemente.

–         O sujeito que vai te matar, assim como você fez com a mulher que eu amava!

O russo sabia a quem aquele membro do S.T.A.R.S. se referia. Lembrou-se de tê-lo visto ao lado do cadáver de uma bela jovem na sala dos armários através das câmeras de vigilância. Um amante desolado buscando revanche. Não entendia como um ser humano poderia ser tão idiota vindo enfrentá-lo sozinho daquela maneira.

–         Eu já matei a namorada de muitos, diga o nome dela! – exclamou Eater.

–         O nome dela era Silverhill, seu maldito desgraçado! – gritou Goldfield, com uma lágrima escorrendo por seu rosto. – Você foi o responsável por aquele cientista ter se transformado num monstro! Agora vai pagar!

–         Então você quer lutar, não?

Rindo, o russo guardou sua arma e fechou os punhos, ficando em posição de combate. O membro do time Charlie fez o mesmo, mordendo os lábios. Tomado por enorme tristeza, Goldfield lembrou-se de quando havia beijado Silverhill na delegacia horas antes. O recruta não tinha mais nada a perder. Se fosse para perder a vida naquele lugar, seria melhor morrer lutando contra o homem responsável por toda aquela dor e sofrimento.

O integrante do S.T.A.R.S. investiu com um soco, do qual Eater se esquivou agilmente. Em seguida o eslavo agarrou um dos braços do oponente, derrubando-o no chão com violência. Goldfield gemeu de dor, enquanto o terrorista, gargalhando, exclamava:

–         Você ganhou uma passagem só de ida para o inferno, garoto!

Nesse exato instante, o grupo liderado pelo capitão Flag seguia pelos escuros túneis do terceiro subsolo, que lembravam em parte as mórbidas cavernas subterrâneas da Mansão Spencer, na extinta Raccoon City. O caminho era aos poucos revelado pela luz das lanternas dos destemidos soldados. Aiken Frost, olhando para o pálido Nietparusky, disse, percebendo que o ferimento do sérvio sangrava como nunca:

–         Ele está perdendo muito sangue! Se não for logo medicado, não resistirá!

–         Estamos quase lá... – murmurou MacQueen, que seguia à frente junto com o capitão. – Ele vai sobreviver, tenho certeza!

Súbito, passos, vindos de uma bifurcação do túnel logo em frente. Os S.T.A.R.S. apontaram suas armas, temendo um eventual confronto, mas logo se aliviaram. As lanternas iluminaram os rostos dos integrantes do grupo de Redferme. Finalmente o time Charlie estava reunido novamente.

–         Como é bom ver vocês! – sorriu Flag.

–         Onde está o ferido? – indagou a doutora Freelancer, com seu kit de primeiros-socorros em mãos.

–         Ali! – respondeu Vitória, apontando para Helder.

Enquanto a doutora cuidava do ferimento de Nietparusky, O’Brian demonstrou apreensão. De alguma forma, ele sentia que precisava prosseguir pelos túneis o mais rápido possível. O infiltrador olhou para a faca em sua mão direita, tomado por estranha e repentina ansiedade.

–         O túnel principal termina sob o armazém – explicou MacQueen. – De lá seguiremos até a pista de pouso abandonada, onde poderemos contatar o helicóptero de vocês!

–         Espero que seu senso de direção continue o mesmo depois de tantos anos... – riu Redferme.

–         Eu e o Rafael iremos à frente para averiguar se está tudo limpo! – disse Aiken Frost.

–         Não, Aiken, fique aqui com o resto do grupo! – exclamou O’Brian. – Irei à frente e, se o caminho estiver livre, entrarei em contato pelo rádio!

–         OK! – assentiu o major.

“Leadership” desapareceu na escuridão do túnel, passos rápidos. Seu coração disparou. Sabia que teria um grande desafio pela frente...

Goldfield, dominado pela fúria, tentou se levantar, mas Eater fez com que caísse novamente acertando-lhe um soco no rosto. Angustiado, o recruta voltou a gemer, sua boca sangrando. O russo caminhava ao redor do técnico em informática, gargalhando de forma cruel. Um perfeito assassino.

–         Sua namoradinha teria nojo de você agora, rapaz! – exclamou o eslavo, cuspindo sobre a face do recruta.

–         Eu vou te matar!

Num movimento rápido, Goldfield, ainda no chão, puxou fortemente as duas pernas de Eater, derrubando-o. Ergueu-se com certa dificuldade, contemplando o adversário caído. Enquanto o russo se levantava, o integrante do Charlie pensou em sacar sua pistola e terminar tudo ali mesmo, mas o terrorista foi mais rápido, apertando o braço esquerdo do recruta com as mãos. Goldfield gritou de dor, enquanto Eater, sorrindo malignamente, quebrava o membro do jovem num golpe cruel.

–         Ah, meu braço! – berrou o técnico em informática, mordendo os lábios.

–         Está doendo, garoto? – riu Eater.

O recruta caiu de joelhos segurando o braço ferido, enquanto o russo chutava suas costas, derrubando-o mais uma vez. Sobre o chão frio, Goldfield gemia de dor, observado pelo sádico criminoso.

–         Você é patético!

Dizendo isso, Eater chutou o estômago do rapaz com enorme força. O membro do S.T.A.R.S. cuspiu sangue, trêmulo. Diante de seus olhos viu o sorriso de Silverhill, tão belo e gracioso. Provavelmente em poucos instantes se uniria a ela. O russo golpeou-o mais uma vez com a bota direita, desta vez no ombro ferido de Goldfield. O pobre jovem soltou novo gemido, aguardando a morte, tão mesquinha e injusta...

Mas ela não veio. O integrante do Charlie ouviu passos e, virando a cabeça, percebeu que Eater se distanciava. De costas para o rapaz, o sádico terrorista exclamou:

–         Pouparei-lhe a vida. Você viverá com a vergonha de ter sido derrotado em combate ao tentar vingar a morte de sua amada! Além disso, tenho assuntos mais importantes para resolver! Não posso ficar perdendo tempo lutando contra um verme como você!

Sorrindo, Eater caminhou na direção da porta metálica, disposto a atingir a pista de pouso antes dos membros do Charlie. Porém, quando estava a poucos passos do painel danificado pelo disparo de Goldfield, o eslavo notou algo estranho num engradado à sua esquerda. Não percebera aquilo quando passara por ele pela primeira vez.

Havia uma luz vermelha piscando sobre a estrutura de metal. Olhando mais atentamente, Eater, suando frio, viu que alguém fixara um explosivo C-4 ali. Temendo o pior, o russo fitou todos os recipientes em volta de si, notando, para seu desespero, que havia mais daqueles explosivos instalados estrategicamente por todo o armazém.

O eslavo voltou-se para Goldfield. Agora era o recruta que sorria, tendo na mão direita um detonador. Fitando o medo estampado no rosto de seu inimigo, o jovem exclamou, saboreando o momento:

–         Acho que você também ganhou uma passagem para o inferno, Eagle Eater!

O técnico em informática acionou a detonação dos explosivos pressionando um pequeno botão...

Seguiu-se um barulho ensurdecedor. O armazém foi engolido pela grande explosão, fomentada pelo combustível e produtos químicos estocados no local. Um mar de chamas tomou o lugar, enquanto Eater era empurrado na direção de uma parede, com a qual colidiu de costas, quase inconsciente. O calor era insuportável. Zonzo e atordoado, o russo tinha diante de si um cenário digno do inferno. Ouvia o som do fogo consumindo tudo à sua volta. Em breve seu corpo se transformaria num desolador amontoado de cinzas...

Foi quando, através de sua visão embaçada, Eater percebeu a aproximação de um vulto. Ele caminhava entre as chamas, como se fosse imune a elas. Tinha em mãos uma faca, cuja lâmina refletia a intensa luz do fogo...

Ele havia chegado.

Capítulo 21

Lâmina contra lâmina.

Eater viu seu maior inimigo surgir do fogo como um arcanjo enviado ao inferno. Rapidamente retirou “The Promise” do cinto, enquanto as feições de seu oponente se tornavam nítidas. O que o russo pensara ser apenas um delírio provocado pelo intenso calor era a mais pura realidade.

–         Como você pode ver, aqui estamos mais uma vez, frente a frente! – sorriu Eater, rosto suado.

–         O universo não se cansa de conspirar para que nós dois nos encontremos, White... – murmurou O’Brian, dentes cerrados. – Enquanto um de nós não for destruído, nossos caminhos voltarão a se cruzar infinitamente, e de alguma forma eu sabia que você estava por trás de tudo isto!

–         Não seja ingênuo, Black... – riu o eslavo de forma demoníaca. – Achou mesmo que havia me eliminado naquele navio? Não é tão fácil aniquilar Nicholai Yonenvanof quanto pensa, senhor O’Brian...

–         Pelo contrário, eu sei muito bem que desgraçados como você são difíceis de matar!

Súbito, um estrondo. O armazém estava entrando em colapso, e tudo ao redor dos dois homens desabaria a qualquer momento. Porém, ambos pareciam ignorar a morte iminente caso permanecessem ali. Mergulhavam agora num plano alheio a tudo que os cercava. Tinha início uma batalha mortal de homem contra homem, lâmina contra lâmina, alma contra alma. Apenas um dos dois sairia vivo daquele local.

–         Seu colega fez o favor de preparar o palco para nossa luta – disse Eater, apontando com o rosto para o lugar onde Goldfield se encontrava desmaiado. – Este armazém em chamas é uma amostra do que lhe aguarda no inferno, Black!

–         E pensar que já fui seu parceiro... Você me enoja, Nicholai! Mas, diga-me, para quem você está trabalhando agora?

–         Uma organização cujos objetivos estão acima de sua compreensão, Black. A Escorpião Negro. Meu superior tem seus motivos para querer ver a Biocom destruída!

–         E eu tenho os meus para querer vê-lo morto!

No passado, O’Brian, então um agente da CIA, fora recrutado para um programa especial da agência, intitulado S.I.R.S., Special Infiltration and Rescue Spies, devido à sua incrível capacidade de raciocínio. Em tal unidade, Rafael ficou conhecido como Black Man, tornando-se parceiro e grande amigo do agente Albert Fencer, o White Man. Juntos formavam uma dupla imbatível. Até que, durante uma missão na Rússia, O’Brian descobriu que seu parceiro era na verdade Nicholai Yonenvanof, um agente-duplo que trabalhava para os russos usando o codinome “Eagle Eater”.

Após ser capturado e torturado cruelmente pelo próprio parceiro, “Leadership” conseguiu escapar, travando um violento combate de facas com Eater. Rafael venceu, e Nicholai, agora com uma horrível cicatriz no rosto provocada pelo ex-parceiro, jurou vingança. Desde então, dia após dia, ambos, munidos de facas, aguardavam a inevitável revanche. Meses antes, os dois haviam voltado a se encontrar durante uma missão de O’Brian na Venezuela, mas, após breve confronto, Eater, ferido, conseguira escapar. Agora se confrontavam novamente, e aquela prometia ser a última luta entre eles.

–         Você está pronto? – indagou o eslavo em tom desafiador.

–         Como nunca antes! – respondeu Rafael, já em posição de combate.

Gargalhando, Eater investiu com sua faca, mas O’Brian esquivou-se agilmente. Sorrindo, o russo percebeu que seu antigo parceiro possuía a mesma habilidade em combate de outrora. Porém, Black estava longe de ser invencível. Foi a vez de Rafael atacar, mas a lâmina, apesar de ter passado a poucos centímetros do tórax do terrorista, não o atingiu.

Os dois inimigos mortais começaram então a duelar com suas facas, como se fossem dois espadachins dominados pelo espírito do combate. As lâminas se encontravam no ar soltando faíscas, enquanto cada um tentava em vão esfaquear seu oponente. A luta prosseguiu dessa maneira por pouco mais de um minuto, até que O’Brian tentou novamente atingir o criminoso, fazendo com que este rolasse para a esquerda, esquivando-se.

–         Você achou que seria fácil? – riu Yonenvanof.

Dizendo isso, Eater deu um forte chute no peito do adversário, fazendo-o cair violentamente. As gargalhadas do eslavo tornaram-se insanas e intensas.

–         Ha ha ha ha! Você não melhorou nada, O\'Brian – exclamou o homem da cicatriz.

Eagle se aproximou lentamente do jovem caído no chão. Rafael estava sem ar. O golpe do ex-parceiro fora violento. Acertara em cheio suas costelas. Provavelmente havia quebrado uma ou duas.

–         Vamos, O\'Brian, respire! – gritou Eater, cheio de insanidade. – Quero que você respire sangue como quando me derrubou naquela capela na Rússia!

O terrorista se referia ao primeiro confronto entre ambos, anos antes, quando Nicholai ganhara sua cicatriz. Naquele momento de intensa fúria, o russo deixava seu ódio pelo ex-parceiro extravasar totalmente. Continuou humilhando seu oponente, que cuspia sangue:

–         Simplesmente deplorável... Um grande soldado reduzido a um mero perdedor!

Eater chutou O’Brian no abdômen, impedindo-lhe de se levantar. O integrante do S.T.A.R.S. gemeu, enquanto o russo circulava ao seu redor, continuando a zombar de sua situação:

–         O que você vai fazer agora? Chamar seus amiguinhos?

–         Não, eu vou acabar com você aqui e agora, seu miserável!

Num golpe rápido, Rafael, ainda no chão, enterrou a lâmina de sua faca na perna direita de Eater. Este gritou de dor, não conseguindo manter-se pé. Aproveitando o momento, O’Brian levantou-se sem muita dificuldade, seu corpo inteiro latejando. O inimigo do infiltrador, perdendo grande quantidade de sangue, fitou-lhe com raiva ainda maior, gritando:

–         Já chega, Black! Chegou a hora de despedir-se deste mundo!

O eslavo correu na direção de Rafael pronto para golpear-lhe com “The Promise”, mas o jovem foi mais rápido, atingindo-lhe no queixo com um belo chute. Eater recuou, atordoado. A luta estava próxima do fim.

–         Prepare-se para morrer, Nicholai! – gritou O’Brian.

–         Não tão rápido...

Num movimento veloz, Eagle tentou sacar sua pistola e disparar contra seu inimigo antes que este pudesse reagir, mas “Leadership”, percebendo a intenção do russo, arremessou sua faca na direção do terrorista, o qual, incrédulo, viu a arma aproximar-se de si numa velocidade incrível.

A lâmina atingiu em cheio o pescoço de Eater, que cambaleou para trás, caindo encostado à parede com a qual antes colidira devido à explosão. Sangue jorrou pelo chão de concreto. Simultaneamente, parte do teto do armazém despencou em chamas sobre o corpo inerte do eslavo, enquanto Rafael, ofegante, contemplava o fim de seu adversário: esmagado como um inseto por uma viga de madeira incandescente.

–         Acabou, Eater! – exclamou, antes de voltar-se para trás.

Apenas nesse instante O’Brian percebeu o risco que corria permanecendo naquele lugar. Precisava sair dali. Aturdido, Rafael correu até onde Goldfield estava caído inconsciente, enquanto mais pedaços do teto vinham a baixo. Rapidamente, tentou reanimar o colega de equipe:

–         Gold, acorda... Acorda, cara!

–         Mas o quê? – murmurou o recruta, movendo a cabeça.

Zonzo, Goldfield sentou-se no chão e abriu os olhos, ainda sofrendo devido aos ferimentos e a morte de Silverhill. O’Brian exclamou, ajudando o amigo a se levantar:

–         Nós temos que sair daqui, este lugar vai desabar! Venha, eu te ajudo a andar!

Nesse exato instante, nos túneis do terceiro subsolo, os integrantes do Charlie ouviam atordoados os sons provocados pelo incêndio no armazém. Intrigados, se perguntavam sobre o que estaria acontecendo. Os batimentos cardíacos dos combatentes tornavam-se mais intensos a cada segundo.

–         Espero que nenhum dos nossos saia ferido... – murmurou Redferme, olhando preocupado na direção tomada anteriormente por O’Brian.

De repente, os soldados ouviram passos. Da escuridão surgiu Rafael, no qual estava apoiado Goldfield, que caminhava com dificuldade. Ambos estavam feridos, porém vivos.

–         O que houve? – indagou Flag, aliviado.

–         O armazém explodiu, não poderemos mais seguir por esse caminho! – respondeu “Leadership”.

–         Eu conheço um outro túnel que termina na pista de pouso! – exclamou MacQueen, engatilhando sua espingarda personalizada. – Sigam-me, eu levarei vocês até lá!

Exaustos, mas confiantes, os bravos combatentes acompanharam o chefe da segurança, certos de que tudo estava próximo do fim. Teriam mesmo todos os desafios sido vencidos?

Continua... 


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