Charlie Team - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 12
Capítulo 22 e Epílogo




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Capítulo 22

Mande um sinal!

Subindo pela escada de um duto que se assemelhava a um poço escuro e profundo, os soldados ganharam novamente a superfície, tendo ao redor de si uma sombria floresta de pinheiros, que compunha cenário digno de um filme de terror. Logo as lanternas dos integrantes do Charlie iluminaram o caminho, ao mesmo tempo em que MacQueen gritava:

–         A pista de pouso é por aqui, sigam-me!

As botas dos combatentes avançaram rapidamente sobre o solo, seus passos sendo orientados pelo chefe da segurança. Todos haviam sido tomados por grande esperança. Tudo estava chegando ao fim, eles conseguiriam escapar vivos daquele inferno, afinal. Depois de alguns metros percorridos, o contorno das edificações ao redor da pista de pouso pôde ser visto logo à frente.

–         Vamos, pessoal! – exclamou Flag. – Falta pouco!

Kursknavo seguia algemado, resmungando inúmeros palavrões em russo. Devendeer zombou do terrorista:

–         Falta pouco para você começar a apodrecer atrás das grades, Boris!

–         Veremos... – murmurou o eslavo em tom soturno.

O que os membros do S.T.A.R.S. não sabiam era que, enquanto cruzavam os túneis do terceiro subsolo, Kursknavo batera várias vezes a corrente de suas algemas contra uma pedra, sem que ninguém percebesse, e ela estava quase se rompendo...

Súbito, a marcha parou. Diante dos corajosos e persistentes soldados havia um indivíduo armado, trajando o uniforme do S.T.A.R.S. assim como eles. Hayter indagou, apontando seu rifle para o desconhecido:

–         Quem é você?

–         Estou do mesmo lado que vocês, não atirem! – exclamou o sujeito. – Meu nome é Leon S. Kennedy, fui enviado pelo Escritório Central do S.T.A.R.S.!

–         OK, Leon – disse Redferme, se aproximando. – Creio que chegou atrasado. Já eliminamos a ameaça terrorista. A pista de pouso está limpa?

–         Limpa não, eu diria abandonada! – riu Kennedy.

–         Certo, pessoal! Vamos em frente!

A caminhada prosseguiu. Faltava muito pouco para a missão estar cumprida.

Nesse exato instante, uma voz feminina pré-gravada anunciava por todo o centro de pesquisas através de inúmeros alto-falantes, enquanto luzes vermelhas se acendiam pelo lugar:

–         O processo de autodestruição foi ativado! Este complexo será destruído em dez minutos! Todos os funcionários devem seguir o plano de evacuação imediatamente! Isto não é um exercício!

Enquanto as trancas de todas as portas eram removidas, um amedrontador urro inumano ecoava pelos corredores...

Assim que os sobreviventes atingiram a pista de pouso, um gélido vento atingiu seus corpos, provocando-lhes incômodos calafrios. O sopro frio parecia querer dizer algo aos combatentes, mais precisamente alertá-los sobre um perigo iminente. Flag contatou Falcon pelo rádio:

–         Falcon, você me ouve?

–         Alto e claro, capitão! – respondeu o piloto através do aparelho. – Vocês estão bem?

–         Alguns ferimentos, mas nada grave. Pode vir nos buscar?

–         Não precisa pedir duas vezes! Qual a localização?

–         Estamos numa pista de pouso abandonada alguns metros ao norte do centro de pesquisas!

–         Podem me mandar um sinal?

O capitão olhou de forma apreensiva para seus comandados, mas tranqüilizou-se ao ver um sinalizador numa das mãos de Leon.

–         Apanhei alguns no depósito! – sorriu o jovem. – Sabia que de uma forma ou outra eles seriam necessários!

Todos abriram espaço, enquanto Kennedy, após alguns instantes, acendia o sinalizador, agitando-o no ar. Depois de cerca de três minutos, os membros do S.T.A.R.S., com os corações disparados, puderam ouvir o som de hélices girando. Falcon os havia encontrado, e o Black Hawk logo pousaria para tirá-los dali.

Porém, Kursknavo, sorrindo, afastou-se discretamente dos demais, enquanto estes olhavam esperançosos para o céu. Num movimento brusco com os braços, o russo arrebentou a já frouxa corrente de suas algemas, correndo rapidamente para longe de seus inimigos.

–         Vejam! – exclamou Logan atordoado, notando o que ocorria. – Kursknavo está fugindo!

Antes mesmo que Devendeer terminasse de falar, Aiken Frost e Vitória saíram em disparada no encalço do terrorista. O infiltrador, mordendo os lábios, tinha em mãos suas Swing Blades, letais armas de combate corpo-a-corpo, que ansiavam por sangue. Chegara a hora do acerto de contas entre Aiken e Boris, intensamente aguardado desde a noite em que Kursknavo assassinara a família de Frost na Polônia.

Num belo golpe, o integrante do Charlie atingiu as costas do criminoso com uma das armas. Este veio ao chão, gemendo, mas sem desistir da fuga. Levantou-se rapidamente, cambaleando, para ser atingido novamente por Aiken Frost, agora na perna esquerda. O terrorista caiu mais uma vez, porém, como antes, colocou-se de pé com extrema dificuldade, voltando a cambalear na direção da floresta.

–         Você não desiste, não é, seu desgraçado? – gritou o infiltrador, tomado pela fúria.

Aiken estava prestes a acertar Boris novamente, quando um vulto assustador surgiu diante do criminoso, após ter saltado do teto de uma das construções. Imóvel, Kursknavo gritou de horror, enquanto um alto urro da sinistra criatura era ouvido por toda a pista de pouso. Sem que pudesse reagir, o terrorista teve um grande espinho enterrado em seu coração, caindo no chão em estado convulsivo.

Frost e Vitória puderam então contemplar o monstro. Pele esverdeada, jaleco em frangalhos, garras afiadas. Trêmulos, os dois combatentes recuaram andando de costas.

–         Oh, não! – exclamou a jovem. – Ele de novo!

–         Filha, corra, rápido! – disse Aiken, sacando suas Twin Bears.

–         Do que o senhor me chamou? – indagou Vitória, testa franzida.

–         Apenas corra!

A russa obedeceu, enquanto o infiltrador encarava o mutante assassino. Aquele que um dia fora o doutor Hideo Vegeta caminhou na direção de Frost, fitando-o com seu aterrorizante olhar inumano. Os demais S.T.A.R.S. perceberam nesse instante a presença da aberração.

–         Merda! – praguejou Goldfield, ainda amparado por O’Brian, quase inconsciente.

–         Entrem no helicóptero, eu e o Flag cuidaremos dessa coisa! – exclamou Redferme. – Se necessário, partam sem nós!

–         Não podemos deixá-los aqui! – replicou Fong Ling, tensa.

–         É nosso dever como líderes da equipe! – disse Flag, colocando munição em sua Red Colt. – Vamos lá, Ferme!

Os dois velhos membros do Charlie seguiram até onde Aiken se encontrava, ao mesmo tempo em que Falcon, confuso, procurava um local seguro para pousar. Frost continuava recuando conforme o monstro avançava, e os disparos de suas Twin Bears nada provocavam no mutante. Redferme e Flag, já próximos do russo, também começaram a atirar, mas tampouco conseguiam deter a criatura.

–         Droga, o que faremos? – perguntou o capitão, testa suada.

–         Não podemos deixar que ele se aproxime dos outros! – disse Redferme, dentes cerrados.

A abominação urrou novamente, enquanto Falcon aproximava o Black Hawk do chão, distante cerca de cinqüenta metros de onde o monstro se encontrava. O’Brian e Devendeer correram para auxiliar os companheiros, disparando também contra a ameaça. Porém, qualquer esforço era inútil.

–         Esse “Homem-Planta” já está me dando nos nervos! – exclamou Fred Ernest, protegendo os colegas de equipe enquanto se dirigiam até o helicóptero.

Ao ouvir tal frase, Logan teve uma idéia inusitada, olhando para alguns barris de combustível espalhados ao redor da pista... Sim, poderia dar certo!

–         Hayter, chute um desses barris perto de você até mim! – gritou Devendeer.

–         O que vai fazer? – indagou o franco-atirador.

–         Apenas chute!

William apanhou um dos recipientes, colocando-o deitado no chão. Em seguida chutou-o na direção do ex-sargento da SWAT. Após rolar por alguns metros, o barril parou perto de Logan, que o apanhou. Enquanto isso, o terrível monstro continuava sendo alvejado pelas armas dos S.T.A.R.S., sem nem ao menos sentir os tiros. No momento em que trocava o pente de sua arma, Rafael percebeu que Devendeer havia desaparecido atrás de uma das construções, provavelmente com o intuito de contorná-la.

–         O que o Logan vai fazer? – estranhou “Leadership”.

Poucos segundos depois, o especialista em explosivos surgiu atrás do mutante, tendo o barril em suas mãos, agora aberto. Num movimento ousado, Devendeer se aproximou do monstro sem ser percebido, despejando todo o combustível do recipiente sobre o corpo esverdeado da aberração.

Mas o pior aconteceu: Logan foi notado pelo mutante, que se voltou para o soldado.

–         Sai daí! – gritou Aiken Frost.

Não houve tempo. Num forte golpe, a criatura atingiu o tórax de Devendeer com suas garras, arremessando-o na direção da construção próxima. Logan colidiu de costas com a parede de concreto, quebrando duas costelas. Os demais membros do Charlie voltaram então a ser o centro da atenção do monstro.

–         Mas o que deu no Logan? – perguntou Redferme, voltando a atirar.

–         Espere, isso que ele fez tem lógica! – exclamou Flag.

–         Um isqueiro! – gritou Devendeer com dificuldade, cuspindo sangue. – Incendeiem esse maldito!

Leon S. Kennedy, que se encontrava próximo ao Black Hawk, ouviu nitidamente as palavras de Logan. Dirigiu-se velozmente até os combatentes que disparavam contra o mutante, olhando para o artefato metálico em sua mão direita.

–         Eu tenho um isqueiro! – bradou o jovem, jogando o objeto na direção dos colegas do S.T.A.R.S., coração aos pulos.

Após breve vôo, o major apanhou o isqueiro no ar. Acendendo-o, murmurou, fitando a aberração diante de si:

–         Está na hora do churrasco vegetariano!

O artefato foi então arremessado por Redferme na direção do monstro, chocando-se contra seu abdômen. O efeito foi o esperado: um mar de chamas intensas envolveu o mutante, desintegrando seu corpo com enorme fúria. Soltando gemidos bizarros, a aberração iniciou um balé agonizante, tentando em vão livrar-se do fogo. Era agora totalmente vulnerável.

–         Atirem à vontade, pessoal! – exclamou Flag.

Os tiros recomeçaram, desta vez infligindo grande dano ao monstro. Entre gemidos e urros desesperados, o mutante veio ao chão depois de poucos segundos, seu corpo reduzido a uma deprimente carcaça negra totalmente consumida pelas chamas. O triste fim de um brilhante cientista vítima da maldade de homens inescrupulosos.

–         Acabou, soldados! – gritou Redferme, ofegante. – Todos para o helicóptero!

Falcon preparava-se para decolar. Os combatentes restantes se dirigiram até a aeronave, com O’Brian e Flag ajudando Devendeer a caminhar, mas havia um problema: nem todos caberiam ali.

–         Creio que terá de fazer duas viagens, Falcon! – disse Flag.

–         Pelo contrário – sorriu o piloto. – Por via das dúvidas, eu trouxe reforços!

Mal concluiu a frase, um segundo Black Hawk pousou sobre a pista a poucos metros do primeiro. Dirigindo-se com seus homens até o helicóptero recém-chegado, Redferme surpreendeu-se ao ver quem eram os ocupantes:

–         Puxa, que surpresa!

A aeronave era pilotada por Raphael Redfield, que tinha ao seu lado o infiltrador Adam “Jack Crow” Groove, ambos ex-integrantes do time Charlie.

–         Entrem logo, pessoal! – exclamou o piloto num gesto.

–         Que pena termos chegado tarde para a festa! – riu Adam.

Porém, enquanto ganhavam o interior do helicóptero, os soldados ouviram um gemido. Aiken Frost voltou-se para trás, vendo-se de frente para Boris Kursknavo. O russo cambaleava na direção do infiltrador, todo ensangüentado, pele pálida, com o espinho cravado em seu peito bem visível. Fora transformado num horrendo zumbi. Aproximando-se oscilantemente do inimigo, o terrorista berrou, voz não mais humana:

–         Drakov!

As Twin Bears de Aiken agiram. Kursknavo, atingido em cheio na cabeça, veio ao chão diante de seu ex-colega dos Dragões Negros, boca aberta numa expressão de espanto.

–         Chegou a hora de pagar eternamente por seus pecados, Boris! – exclamou Frost, olhando para o corpo inerte do assassino de sua família.

Segundos depois, as duas aeronaves decolavam rapidamente. Aos poucos a pista de pouso e o complexo da Biocom foram ficando mais distantes, até que um intenso clarão, seguido pelo alto som de uma explosão, envolveu toda a área.

Pelas janelas dos helicópteros, os sobreviventes daquele bizarro pesadelo puderam observar a floresta em chamas, após a autodestruição do centro de pesquisas ter sido concluída. Em seus corações pulsava a dor pelos colegas das outras equipes, mortos covardemente, mas também algo nobre e inabalável, que sempre seria o símbolo máximo da bravura e companheirismo da equipe Charlie: o sentimento do dever cumprido.

O heliporto do Departamento de Polícia fora tomado por grande quantidade de policiais, jornalistas, autoridades e curiosos. Assim que os dois helicópteros do S.T.A.R.S. surgiram no céu noturno, todos ali presentes prenderam a respiração. Aqueles que possuíam conhecimento de informações secretas temiam que o ocorrido em Raccoon City se repetisse, principalmente após a notícia de que o complexo da Biocom havia explodido minutos antes.

Logo as aeronaves pousaram, sendo cercadas por inúmeras pessoas. Enquanto seus ocupantes pisavam no heliporto, o som incompreensível provocado pela fala de todos ao mesmo tempo impediu que os recém-chegados explicassem de imediato o que ocorrera nos arredores da cidade. Dois homens começaram a empurrar a multidão, surgindo diante dos sobreviventes. Eram Richard Harrington e John Brentwood.

–         Muito bom trabalho, major! – congratulou o diretor da NSA, apertando a mão direita de Redferme, que seguia à frente de seus comandados. – Pensamos que fracassariam como as duas primeiras equipes devido ao fato de não termos lhes revelado as informações sobre os terroristas, mas vejo que você e seus homens são melhores do que eu pensava!

A expressão facial do major alterou-se imediatamente. Num movimento totalmente inesperado por aqueles ao redor, Redferme acertou um forte soco no rosto de Brentwood. Todos soltaram um “Oh!” de admiração, ouvindo o líder do Charlie exclamar, olhando com desprezo para o diretor da NSA, caído no chão:

–         Soldados de valor morreram hoje por causa de você e suas malditas informações não-reveladas! Espero que nunca mais durma em paz!

Atônito, John, ainda no chão, fitou os membros do S.T.A.R.S. caminhando para dentro da delegacia após terem aberto uma brecha entre as pessoas que os cercavam.

Epílogo

A doutora Kasty, arrumando os óculos, olhou para o papel sobre sua mesa por alguns segundos, voltando em seguida a fitar o recruta Goldfield, que possuía um braço engessado. Surpresa e ao mesmo tempo decepcionada, a psicóloga girou sua caneta entre os dedos, a qual possuía seu nome escrito em dourado e o símbolo do S.T.A.R.S., perguntando ao técnico em informática após um instante:

–         O que significa isto, soldado?

–         Minha ordem de afastamento – respondeu Goldfield, fitando fixamente o rosto da doutora. – Como psicóloga da equipe, é necessário que assine na parte inferior da folha!

Kasty simplesmente não sabia o que dizer. O recruta, que fora de essencial importância durante a missão nos arredores da cidade dias antes, estava agora pedindo afastamento. Mas por que motivo? A doutora já desconfiava...

–         É por causa de Silverhill, não? – indagou a médica, percorrendo o papel com os olhos.

–         O que acha? – suspirou Goldfield.

Seguiu-se breve silêncio. Kasty voltou a girar sua caneta, pensativa. Respirando fundo, a doutora perguntou em seguida:

–         Acha que se Silverhill estivesse viva ela gostaria que você fizesse isso?

–         O que quer dizer?

–         Por que você acha que ela se apaixonou por você? Devido à sua coragem? Sua inteligência, talvez?

–         Eu não sei...

–         O que ela mais admirava em você era sua força de espírito, Goldfield! É a coisa mais nobre que um ser humano pode ter! Diga-me, se arriscará mesmo a perder esse dom abandonando a equipe?

O recruta não respondeu. Fitou o chão, refletindo profundamente. Fechando os olhos, contemplou o belo sorriso de Silverhill mais uma vez em sua mente. Não, ela com certeza não gostaria que Goldfield deixasse a equipe Charlie!

Num movimento súbito, o jovem apanhou a ordem de afastamento, rasgando-a ao meio. Kasty sorriu, observando o técnico em informática se dirigir até a porta da sala, sem antes agradecer:

–         Obrigado, doutora!

–         É bom tê-lo no time Charlie, recruta Goldfield!

Os três combatentes seguiam rapidamente pela rua sombria e deserta. Logo à frente havia um ônibus tombado selando o caminho. Ao redor era possível ouvir os gemidos aterrorizantes dos mortos-vivos.

–         Cadê a maldita loja de armas? – gritou Aiken Frost, engatilhando suas Twin Bears. – Flag e Hayter morreram tentando encontrá-la!

–         Com esse maldito ônibus bloqueando a rua, nós não iremos muito longe... – murmurou O’Brian.

–         Hei, o que é aquilo? – exclamou Devendeer, apontando para o alto do veículo destruído.

Ao olharem na direção indicada por Logan, os três soldados estremeceram: havia um Hunter sobre o ônibus prestes a atacá-los. Antes que os membros do Charlie pudessem esboçar qualquer reação, o mutante, num salto, arrancou a cabeça de Devendeer com suas afiadas garras.

–         Droga! – praguejou Aiken.

O russo e “Leadership” dispararam contra a criatura, mas num movimento extremamente ágil, o monstro aniquilou Rafael num piscar de olhos. Horrorizado, Frost continuou atirando no Hunter, mas subitamente viu-se sem balas. Em poucos segundos, o ex-agente da KGB também perdeu sua cabeça.

“Simulação encerrada!”.

Após ouvirem a voz robótica, os três membros do S.T.A.R.S. deixaram a cabine do simulador de combate criado por Goldfield. Do lado de fora encontraram Flag, Hayter e Nietparusky. Aiken Frost exclamou, indignado:

–         Fomos mortos por um Hunter, camaradas! Há algo de errado nesse simulador!

–         Vocês só precisam de um pouco mais de treino! – sorriu o capitão. – Além disso, todos  nós estamos cansados devido à última missão!

–         Pessoal, Redferme quer que todos se reúnam na nossa sala! – informou Freelancer, surgindo na entrada da sala.

No escritório do S.T.A.R.S., Fong Ling servia aos presentes canecas de seu excelente café. Assim que ganhou o recinto, Aiken Frost beijou a testa de sua filha Vitória. Após o fim da missão, tudo fora esclarecido: o infiltrador, cujo verdadeiro nome era Andrei Drakov, aparentemente morto na noite em que a jovem perdera sua família, na verdade sobrevivera, vivendo afastado de sua herdeira com o intuito de protegê-la. Aiken deixara Vitória sob os cuidados de Dimitri, irmão de sua esposa, o qual fora lamentavelmente morto por Kursknavo e seus asseclas.

Todos os sobreviventes da missão encontravam-se na sala, os quais ingressariam na equipe Charlie, exceto Vitória, que mesmo assim se mudaria para Metro City. Ela e William Hayter estavam agora namorando, apesar de Aiken ter deixado claro que era um pai bastante ciumento...

Em sua mesa, Redferme concluía a entrevista concedida à repórter Ana Newton, do jornal “The Metro City Times”:

–         E assim, trabalhando em equipe, conseguimos conter a ameaça biológica provocada pelo incidente, que por sorte não afetou a parte urbana de Metro City!

–         Simplesmente inacreditável, major! – sorriu a jornalista. – É muito bom saber que podemos contar com pessoas capazes de atos tão heróicos!

–         Obrigado, senhorita!

–         Eu é que agradeço!

Ana desligou o gravador, enquanto se levantava, cumprimentando Redferme com um aperto de mão. Ao lado da repórter havia uma jovem de cabelos revoltos, usando também crachá do jornal, que segurava junto ao peito uma grande quantidade de papéis. Ao virar-se na direção da porta, ela acabou esbarrando num dos soldados que entravam, derrubando tudo no chão.

–         Oh, me desculpe! – disse ela, abaixando-se para apanhar as folhas. – Como eu sou desastrada!

–         A culpa foi minha, deixe-me ajudá-la! – exclamou o combatente na qual a jovem havia esbarrado, mais precisamente o recruta Goldfield.

O técnico em informática também se abaixou para auxiliar a mulher e, enquanto recolhiam os papéis, seus olhares se encontraram. Voltando a fitar o chão, Goldfield percebeu que, entre os documentos, havia um intitulado “Um Conto Sobrenatural”. Curioso, o recruta apanhou a folha, perguntando:

–         Puxa, você escreve histórias?

–         Bem, na verdade eu tento... – respondeu ela, corada.

–         Eu também gosto de redigir, na verdade já publiquei um livro!

Ambos sorriram, enquanto Goldfield lia o nome presente no crachá da jovem: “Mary Copperplain – Estagiária”. Sentaram-se então para conversar, ao mesmo tempo em que Redferme exclamava, vendo que todos já se encontravam no escritório:

–         Como sabem, há alguns dias passamos por situações extremamente traumatizantes no complexo de pesquisas da Biocom, localizado nos arredores da cidade. Unidos pelos invioláveis laços de cooperação e companheirismo do time Charlie, conseguimos superar nossos medos e evitar que vidas inocentes se perdessem! Tenho em mãos a nova formação da equipe, a qual agora lerei para vocês!

Segurando uma folha de papel, o major anunciou quais seriam os membros do Charlie a partir daquele momento:

RECON – Aiken Frost, Rafael “Leadership” O’Brian, Leon S. Kennedy, Adam “Jack Crow” Groove.

APOIO – Freelancer, Goldfield, Logan Devendeer, Helder Orkland Nietparusky, Fred Ernest.

SNIPER – William Hayter.

RETAG – Redferme, Flag, Fong Ling, Kasty e MacQueen.

PILOTOS – Falcon e Raphael Redfield.

–         Gostaria que todos saudassem os novos integrantes com uma salva de palmas! – disse Redferme, cheio de orgulho.

Todos obedeceram, enquanto Goldfield exclamava, sorrindo:

–         E eu decidi que irei escrever um livro baseado em nossa última missão! O nome será “Charlie Team – By Goldfield”, e espero contar com o prestígio de todos vocês!

Novas palmas, enquanto a repórter Ana Newton tirava fotos. Essa era a equipe Charlie, unida por fortes laços de amizade, os quais nem a mais arriscada missão ou o mais horrendo mutante seriam capazes de romper.

FIM

“Dedicado a Silverhill”

Goldfield – Técnico em Informática, Equipe Charlie – S.T.A.R.S., Metro City.


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