Lúcifer's Legacie escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 12
Admirel's Arms




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P.O.V. Lestat.

Cá estou eu na taberna Admirels Arms quando ela entra. Desacompanhada. A garota do Show.

Ela viu alguns vampiros se alimentando dum humano, mas virou a cara e foi para o bar.

P.O.V. Jessie.

Caramba! Eu só consigo sentir cheiro de sangue.

—Oi.

—Oi.

—Vem sempre aqui?

—Não.

Eu sabia que ele tinha sentido meu cheiro. O cheiro do meu sangue de anjo.

—Talvez eu pudesse ser o seu guia.

Era um grupo deles.

—Não obrigado, estou acompanhada.

—E onde está o seu acompanhante?

—Está andando por ai. Olha, eu não quero encrenca e você não quer me irritar. Não se for esperto.

—Como se chama este seu acompanhante misterioso?

—Marius.

P.O.V. Lestat.

Agora ela tem a minha total atenção.

—Nunca ouvi falar.

—É porque ele é velho.

—Não sobrou mais nenhum velho. Todos viraram pó.

—Você acha é? Agora, se me derem licença.

Ela saiu e eles saíram atrás dela. Estavam a sua volta.

—Calma, vai doer só um pouquinho e acho que você pode até gostar.

—Mas, você não vai. Então, seja inteligente e me deixa ir.

—Você tem cheiro de algo com o que eu sonhei um dia.

O vampiro tentou avançar, mas voou longe. Foi arremessado. Todos eles foram. E eles fugiram correndo.

—Boo.

Disse charmosamente estendendo a mão pra ela que a pegou. E disse:

—Olá pra você também.

—Foi um belo desempenho. Devia ser mais cuidadosa.

—O mesmo pra você.

Sua mão não era tão quente quanto a de um humano. Então, ela a puxou.

—Então, conhece Marius?

—Conheço muitas coisas.

—Inclusive como ficar viva, aparentemente. Como fez aquilo?

—Ser filha da minha mãe tem suas vantagens. Sua música, Redentor é sobre a garota do violino não é?

—É? O que mais acha que sabe?

—O nome dela era Sophia. O pai dela era careca, mas tinha um bigode grosso, eles foram gentis com você, mas quando mostrou a eles os seus dons, eles fugiram. Marius matou o pai, mas você matou a Sophia. Por acidente, quebrou o pescoço dela.

Bem, agora estou chocado.

—E como sabe tudo isso?

—Ser filha da minha mãe tem suas vantagens.

Comecei a avançar, mas ela não revidou.

—Então, fale mais sobre mim.

—Eu conheço você, conheço tudo. Você quer...

—O que eu quero?

—Você anseia...

—O que eu anseio?

Com minha unha fiz um corte no dedo dela.

—Ai.

Quando eu ia beber, ela revidou.

—Não!

Me jogou longe com a outra mão e assisti atônito o ferimento cicatrizar instantaneamente. Mas, o sangue dela... tinha um cheiro... maravilhoso.

—Ser aceito pelos mortais, sair da fria e escura desolação da eternidade.

—Bom, isso a torna uma esperta bibliotecária. Talamascana. Sabia que havia deixado aquele diário em algum lugar.

—Sinto muito.

—Pelo o que?

—Ler o seu diário.

—Foi uma boa leitura?

—Me comoveu.

—É mesmo?

—É. Porque eu estive dentro da sua mente quando li aquele diário e eu vi o quão distorcida ela realmente é. E talvez eu me identifique.

—Não se preocupe, Jessie. Seu tipo jamais satisfez minha sede.

—Que mentiroso. Além do mais, como saberia? Eu sou a primeira e única do meu tipo. E você nunca bebeu meu sangue.

Eu me virei e sai.

—Lestat! Sei de uma coisa que não está no diário.

—O que?

Perguntei, irritado. Odeio perder uma discussão.

—Você ainda tem o violino não é? Não, tá tudo bem. Afinal, é apenas humano. E não foi sua culpa. Não tinha consciência de sua própria força.

Passei voando por sob sua cabeça e ela abaixou, mas não se assustou. Me escondi nas sombras, mas ela simplesmente se levantou e olhou diretamente para onde eu estava parado.

—Tchau Lestat. Foi bom falar com você.

E ela saiu correndo. Correndo como uma vampira.

Voltei pra casa e peguei o violino.

—Esperta bibliotecária. 

Ela certamente não era humana, mas também não era uma vampira. Não sei o que ela era. E isso me intriga. Estava no meu caixão, ouvindo a uma das minhas músicas, quando sinto sua presença.

—Marius.

—Olá Lestat. É um prazer vê-lo.

—Igualmente. Já considerou trocar de roupa?

—Velhos hábitos não se perdem.

—Como atravessou os anos cinquenta sem ser notado?

—Adormecido.

—Não perdeu muita coisa.

—Elvis?

—Elvis. Sim.

—Agora você é mais famoso do que ele.

Disse jogando a revista Rolling Stones sob a mesa. E adivinhem quem estava na capa? Eu.

—Então, depois de todo este tempo porque está aqui?

—Você se tornou difícil de se evitar hoje em dia meu filho. Pelo menos nas conversas. O que quer provar, Lestat?

—Ah, por favor. É meio tarde pra isso. Duzentos anos sem nenhuma palavra sua.

—Você quase arruinou a minha existência. E agora? Tornou a fazê-lo. Não é o momento de acertamos nossas diferenças?

—Vampiros não acertam diferenças, Marius. Alimentamos o rancor. Como me encontrou?

—Sou seu criador Lestat, sempre soube onde estava. E além disso, bastava procurar a casa mais feia do quarteirão.

—Venha, eu vou mostrar como é ser famoso.

Subimos num andaime, de frente para um outdoor meu. Marius e eu falamos de fama e de ser adorado.

—Pode estar na hora de arranjar companhia.

—Ora, o que está querendo dizer?

—Sua música despertou uma amiga muito antiga. Não está ouvindo? Ou você agora só ouve aplausos?

Perguntou debochando de mim. E com um pouco de força, eu ouvi.

—Akasha.

—De volta a vida. Ela bebeu  o sangue do Rei, absorveu os poderes dele. E há algo mais, algo estonteantemente poderoso, porém novo. 

—Os vampiros que atacaram a primeira noite do concerto.

—Sim. Queimados vivos duma forma que não pensei que fosse possível.

Haverá outra noite de concerto. A última.

—Cancele o concerto, Lestat.

—Nunca. Aposto que ela estará lá.

—Você não é oponente para ela. 

—Não estava falando de Akasha. 

Fui pra casa e adivinhe quem Roger decidiu trazer?

—Boo.

—Boo pra você.

Havia outra garota, mas eu queria ela.

—Lestat, eu vim lá de Tarzana.

—Mesmo? E quanto a você?

—Londres.

—Uma londrina gótica? Sei, engraçado... direi que você é uma talamascana.

—Eu sou episcopal.

—Roger, pode levar nossa pequena episcopa para a igreja?

—Só uma hoje, Lestat?

Roger levou a garota embora.

—Porque está me seguindo. O que você quer?

Ela tirou o meu antigo diário de dentro da bolsa.

—Sinto muito de novo, por ter lido seu diário.

—Então veio aqui só pra me devolver isso? Por ter um bom coração?

—É. Qual é o problema? Ele é seu, e você está vivo, mais ou menos. Eles não tinham o direito de pegar. Agora que sabemos que está vivo. Á propósito, eu não entraria no palco hoje, se fosse você.

—E porque não?

Ela estava olhando em volta.

—Eu salvei você da última vez. Mas, esta noite é diferente. Tem algo vindo. Algo antigo, poderoso e maligno. E se eu não sei se tenho a força pra enfrentar a coisa... imagine você. O que quer que seja vai fazer picadinho de Lestat.

—Está preocupada comigo?

—Sou filha da minha mãe. E sou vampira. Os outros vão vir pegar você, como vai passar aquela que pode ser a sua última noite nesta terra?Como sempre passou, Sozinho? 

—Porque não?

—E porque não passá-la comigo? Não tenha ideias, não estou planejando fazer sexo com você, só... te fazer companhia, conversar.

Eu ri. Todas as outras garotas morreriam para passar a noite comigo, mas ela me rejeita logo de cara e na cara.

P.O.V. Jessie.

Estou sinceramente preocupada com ele. Mas, como minha mãe sempre me diz, garotos querem o que outros garotos querem. Homens são conquistadores por natureza. Eles gostam da emoção da caçada, conquistar, flertar, etc. Eles gostam de um desafio. E aquele que diz que não... está mentindo.

—Tá legal. Pode ser doloroso para uma mortal. Ainda está ligada a sua pele.

—Não sei se percebeu, mas não sou mortal.

—Muito bem. Confia em mim?

—Confio.

—Então feche os olhos.

Ele me carregou, mas não era tudo isso. Voar com minhas asas me leva mais alto do que isso. Quando ele pousou, calculou a distância errado e eu quase cai.

Quando ele me jogou pra cima e me pegou, quase que eu abri as asas.

—Marius tinha razão, mas nunca entendi até conhecer você.

—O que quer dizer?

—Acho você linda porque apesar de tudo, você é humana. Sua fragilidade, sua juventude, seu coração. Mesmo quando pensa que está partido. Tudo isso parece mais precioso para mim do que qualquer coisa que já conheci.

—Vou ser jovem pra sempre. Tanto quanto você.

—Sim, vi sua habilidade mais cedo.

—Você não viu nada.

Disse se sentando na beirada do prédio.

—Nenhum vampiro consegue fazer o que você fez naquela boate. O que é você?

—Você foi mordido. Eu não. Eu nasci.

Ok, agora estou completamente perdido.

—Espera, está me dizendo que nasceu vampira?

—Sim. Meu pai é um vampiro, mas não como você. Ele é... diferente.

—Diferente como?

—Se você sai no sol... você queima. Ele não. Ele nunca queimou. Vocês são da mesma espécie, mas não da mesma raça. Se tenta atravessar uma estaca no peito dele... ele não sente nada. E nem eu. Sei quem ela é, sabia? Sua Rainha. Não acredito que ela seja a primeira da sua espécie. Isso é loucura.

—Akasha?

—É. Mas, este nem sempre foi o nome dela. O nome que meu bisavô colocou nela era... Lilith. Ela é literalmente a primeira mulher da terra. Pensei que a tia Izzy tinha matado ela, mas a piranha achou um jeito de voltar. Odeio as brechas.

—O que?

—Akasha ou Lilith, ela é sua mãe, mãe da Maze, ela é a mãe de tudo. Ela é o princípio. Cada vampiro, lobisomem, demônio de toda sorte e espécie veio á partir dela. Não como você ou os outros... Lilith é uma diurna porque ela foi criada pelas mãos do Próprio Nosso Senhor. Isso a torna divina e ainda mais poderosa, letal, perigosa. Da última vez que ela ficou livre para vagar pela Terra, o mundo foi para as cucuias. Ela massacrou mundanos aos milhares. Na sua última visita, ela fez um ritual para trazer o seu precioso filho Jonathan de volta dos mortos. Ai a minha vó e o colega diurno dela baniram a piranha de volta pra Eadon. Tia Isabelle destruiu Eadon, pensávamos que tinha matado a Lilith, mas é claro que ela sobreviveu.

—Lilith? Quer que eu creia que Akasha é na verdade, Lilith a primeira mulher do mundo?

—Não quero que acredite em nada. Não quero e nem posso controlar se ou em que você crê. É contra as regras.

—Regras?

—Existem regras, sabia? Anjos não podem matar humanos, não podem fazer bebês com humanos, mas meu bisavô mandou essa regra pro... Inferno.

Disse rindo. Era como se houvesse um sentido naquilo que eu não entendia.

—Meu tio está tentando me rastrear. Olá Marius.

—Olá para você.

—Meu nome é Jessica. Jessica Leah Volturi. Odeio meu nome do meio, não combina com o meu primeiro nome.

—Volturi? Impossível.

—O impossível é só questão de opinião. Eu tenho que ir. Minha mãe tá atrás de mim também.

Ela se levantou e olhou para Marius.

—Á propósito, só pra deixar claro. Se encostar um dedo, num fio de cabelo do David, se o matar ou o transformar sem sua permissão... eu te mato. Da forma mais lenta, dolorosa e agonizante que eu conseguir imaginar.

Ela havia acabado de ameaçar Marius assim na cara?

—Está me ameaçando, criança?

—Está ficando senil? É. Estou. Se machucar o David, eu vou te caçar e dai vou te matar.

—Arriscaria sua vida por um humano?

—Minha vida não está em risco, mas sim. E David não é só um humano. Ele é meu amigo.

Então... ela tinha asas! Belas asas cintilantes de penas brancas e brilho cor de rosa. Ela as abriu e saiu voando.

—Bem, isso não é algo que se vê todo dia.

 


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