P.O.V. Jessie.

Ser parte vampira é meio que uma droga. Eu aprendi a aceitar, a me aceitar, mas ás vezes as coisas podem ficar meio doidas.

Hoje vou a este show de um rockeiro que á propósito é um vampiro. Um cara que é abertamente um vampiro. O que ele está fazendo não tem precedentes.

P.O.V. Lestat.

Chega a um momento para todo vampiro em que a concepção de eternidade se torna temporariamente insuportável. Viver nas sombras, sugando sangue nas trevas, tendo apenas a si próprio como companhia torna-se uma existência solitária e vazia. A imortalidade parece algo bom, até você perceber que vai passá-la sozinho. Então, adormeci, esperando que os ecos de eras passadas se calassem e finalmente novos sons surgiram.

P.O.V. Jessie.

Esse idiota não só expôs a si mesmo e a toda a espécie vampira como está revelando segredos muito bem guardados sobre a espécie nas letras de suas músicas. Mas, está sendo bastante informativo.

Assim como Rafael e os vampiros do Brooklyn, Lestat De Lioncourt queima se exposto ao sol, uma estaca atravessada no peito e ele vai estar mortinho da silva. Precisa dormir, mas não comer.

Meu chefe, David, é obcecado com esse vampiro Marius. Ele tem uma coleção de pinturas, retratos deste tal vampiro. Eu trabalho para o Centro de Estudos Paranormais Talamasca. E por mais irônico que seja, eles nem fazem ideia de que eu sou o que eu sou.

Isso me lembra dos conselhos da minha mãe, ela é uma mãe muito amorosa, mas sempre falava a verdade nua e crua pra mim. Alguns, aqueles que não a conhecem direito dizem que ela é fria. E ela é, mas depois de ter passado por tudo o que ela passou... aprendeu algumas coisas.

No dia em que eu menstruei pela primeira vez, tivemos a nossa primeira conversa séria.

—Foi bagunçado, e nojento mãe.

—Espere até dar a luz a uma criança, estar em trabalho de parto. Você querida, sempre foi difícil. Mesmo quando nasceu, fiquei em trabalho de parto por um dia e meio para te trazer para este mundo. Não pode imaginar a dor. Eu gritava tão alto que pensei que até os anjos na Cidade Prateada podiam me ouvir. A pior dor que eu já senti foi quando tive que mandá-la pra lá. Perdi seus primeiros meses de vida.

Disse chorando e fazendo carinho no meu cabelo.

—Você tem cabelo ruivo, com sua vó. Mas, os olhos.... imagino que tenha pego do seu pai. Me permita compartilhar um pouco de sabedoria feminina com você neste dia especial. Não ame ninguém além da sua família, especialmente seus filhos. Neste quesito uma mãe não tem escolha. Acredite. 

—Então, eu não deveria buscar o amor fora da família?

—É claro que deve. Mas, seja cuidadosa. Porque nós podemos ser imortais, mas noventa e nove por cento da população deste planeta não é. Você assistirá enquanto seus amigos, e até mesmo ex-namorados e namoradas envelhecem e morrem e vai sentir suas mortes, vai sentir cada uma delas. Todos eles vão partir enquanto você, criança vai ficar para trás. Todos nós vamos. E como todas as emoções são aumentadas para um vampiro, vai sofrer profundamente. Então, quanto mais pessoas você ama querida, Jessie, mais fraca você é. Pois, fará coisas por eles que sabe que não deveria. Vai se fazer de tola para fazê-los felizes, mantê-los seguros. O amor te torna fraca e forte ao mesmo tempo. Porque se as pessoas te amam de volta então, elas te respeitam e vão coisas por você, mas também significa que elas podem ser usadas contra você. Eu sei, soa cruel, mas é a verdade.

E ela estava certa. Eu tinha um namorado, mas ele acabou morto porque sou uma Volturi e meu pai tem muitos inimigos.

Em outra ocasião quando eu já era legalmente uma adulta ela me ofereceu vinho e me chamou para outra conversa séria.

—Eu não estou com sede mamãe.

—Mentirosa. Está sempre com sede, como seu pai. E eu não te ofereci água, te ofereci vinho... dizem que ajuda com os desejos. 

Disse me estendendo a taça de cristal toda trabalhada. Tínhamos segurança pesada em casa vinte e quatro horas.

—A única maneira de manter gente pequena leal a você é ter certeza de que eles saibam que você consegue ser misericordiosa e ao mesmo tempo ter certeza de que eles temam você mais do que temem o inimigo.

Ela me ensinou a como manipular, como mentir, como ser honesta, como lutar, como ser misericordiosa, como ser impiedosa.

—As lágrimas minha querida, não são as únicas armas de uma mulher. A melhor e mais poderosa delas está entre as suas pernas, aprenda a usar. Beba.

Eu meio que tive que beber, porque estava chocada. Ela me ensinou a seduzir sem ser considerada uma vadia. Mas, de novo ela estava certa. Me ensinou a lutar com espadas, lanças, meu pai me ensinou a lutar com unhas e dentes e então minha mãe me ensinou a cantar, a sorrir, a tocar piano, a ser uma dama.

—É incrível minha querida, a ilusão de que beleza é bondade. Não estou dizendo que você não deve ser boa, porque deve, mas você é uma predadora. A ânsia por sangue vai sempre estar com você. Todos dias de sua vida para sempre. Mas, imagino que seu pai já... tenha te explicado isso.

—Sim mamãe.

Fui moldada para ser uma guerreira e uma Princesa. Não como um humano, cresci numa sociedade aristocrática, vinda de duas famílias poderosas. Fui criada para ser uma Rainha.

Flashback Off.

Agora estou no show, mas há vampiros. Eles estão atacando Lestat no palco.

Tem muitos deles, mesmo com a ajuda de seu criador, ele não vai conseguir.

P.O.V. Marius.

De repente, os vampiros pegaram fogo. Combustão espontânea.

—Akasha?

—Não. Eu nunca vi algo assim.

As chamas eram azuis. E os consumiu duma maneira que não restou nem a poeira. Os humanos fugiram correndo como uma debandada. Mas, uma ia mais devagar que os demais.

Aposto que Lestat notou isso também. Então, eu prestei atenção no que ela estava falando.

P.O.V. Lestat.

Ela agarrou a mão de um homem que estava paralisado.

—Vamos, David. Bora.

O homem foi arrastado pela garota através da multidão. Quem era ela?