— O que você está vestindo? – Carapace questionou assim que Ladybug pousou ao lado dele, enquanto observava antes de agir.

— Não faço a mínima ideia. – admitiu, fazendo o amigo rir – Mas vamos cuidar disso depois. Cadê o resto?

— Rena Rouge, cuidando das irmãs e Queen Bee, ocupada no evento do pai. – respondeu – Já o Chat Noir...

— Está bem aqui. – pousou atrás deles, fazendo com que eles se virassem para olha-lo, se deparando com uma visão inusitada. – Pelo visto não fui o único a atualizar o guarda-roupas.

— Realmente. – concordou, analisando rapidamente o traje agora com detalhes verdes do namorado. – Você está incrível, gatinho!

— O seu está ótimo também, Bugaboo!

— Agora o assalto... – Carapace pigarreou.

— Ah, claro. Claro. – eles riram. Então Ladybug tomou distância – Vamos acabar com isso logo.

***

Gabriel desenhava inúmeros modelos, alguns descartava, outros arrumava até os mínimos detalhes. Totalmente perfeccionista. Sempre foi assim.

No dia de hoje, o estilista estava se sentindo inspirado. Então aproveitaria para adiantar a sua próxima coleção.

— Está bom, mas sinto que está faltando algo. – murmurou, olhando para um vestido em tons azulados.

Gabriel tateou a mesa em busca do seu café, ainda com os olhos vidrados na sua criação e acabou batendo a mão na xícara, a derrubando. Felizmente não quebrou e também não havia mais nada dentro, porém mesmo assim se abaixou para juntar. Assim que o fez, olhou de relance para baixo da sua mesa e notou um dos azulejos soltos. Não era como se estivesse completamente fora do lugar, mas perfeccionista como era, o Agreste mais velho não o deixaria assim.

O homem rapidamente colocou a xícara vazia em cima da mesa e se abaixou para colocar o azulejo no lugar. Porém assim que pegou o pedaço de cerâmica branco, notou que abaixo dele havia um buraco. Franziu o cenho. Não lembrava disso.

Se aproximou mais e colocou a mão no local, retirando um bolo de papéis.

— O que é isso? – passou os olhos rapidamente pelas folhas e logo as colocou sobre a mesa.

Gabriel então, pegou mais uma xícara de café e sentou sobre sua cadeira confortável, iniciando a leitura daqueles papéis misteriosos, que não fazia ideia do motivo de estarem ali.

***

A luta com os criminosos tinha sido intensa e com certeza precisariam do resto da equipe, isso se Ladybug e Chat Noir não tivessem evoluído seus poderes.

Marinette estava se sentindo mais forte. Mas só foi se tocar de que realmente estava, quando notou Carapace ofegante mesmo depois que a polícia tinha chegado. E sabia que se precisasse, ela aguentaria mais uma briga daquelas.

— Será que eu posso tirar uma foto de vocês? – Nino questionou, puxando o celular e fazendo os dois estranharem – É que a Alya vai me matar se eu não tirar e ela não for uma das primeiras a publicar sobre os novos uniformes de vocês. – Marinette e Adrien riram.

— É claro que pode tirar.

— Valeu, pessoal.

Os três se despediram depois da foto, então Marinette e Adrien resolveram ir para a casa dela para passarem um tempo juntos.

— Nossos trajes ficaram muito incríveis. – disse ela, olhando-se no espelho.

— Sim. Mas será que são permanentes? – Adrien tocou os novos detalhes do seu e Marinette deu de ombros.

— O Mestre disse que tecnicamente isso não deveria ter acontecido e pra gente não contar. Então possivelmente não.

— Claws in!

— Spots off!

— E vocês dois podem nos dizer se essa mudança é permanente? – Adrien cruzou os braços e questionou os kwamis.

— Não sabemos. – Plagg deu de ombros – Agora me dá o meu queijo que essa evolução me deixou cansado! – o loiro revirou os olhos e estendeu o camembert.

— Vocês não sabem mesmo? – Marinette questionou Tikki, enquanto dava um macaron para ela.

— Infelizmente não. As evoluções são misteriosas até pra nós. Assim como as fórmulas dos novos poderes, os kwamis não podem saber muito sobre. Uma medida de segurança caso o Miraculous caia em mãos erradas. – explicou – Mas nós sentimos que há mais poder envolvido. – Marinette e Adrien trocaram olhares. Em seguida, o loiro deu de ombros e envolveu a cintura da namorada com seus braços, a puxando para si.

— Bom, são informações interessantes. Agora que tal uma partida de videogame? – a azulada riu.

— Sério mesmo, Adrien Agreste?

— Claro. Estou com saudades de fazer algo do tipo. Sempre que estamos juntos, estamos teorizando, lutando contra o crime ou estudando. – fez careta – Quero passar um tempo com você, como pessoas normais pra variar um pouco.

— Tem razão. Não somos pessoas normais há um bom tempo.

— Você nunca foi, princesa. – Marinette deu uma cotovelada na barriga do loiro, fazendo ele a soltar. – Ei! Estou brincando. – riu e depositou um beijo na bochecha dela.

— Aham, sei. Agora vamos pegar os controles que eu vou detonar você! – Adrien levou a mão até o peito, fazendo uma expressão de ofendido.

— Você acha que pode me vencer assim?

— Não só acho, como vou. – ele riu.

— Veremos então, my lady. Veremos.

***

— Não, eu preciso dos contratos para no máximo amanhã. – Nathalie acenou com a cabeça para Gorila, que entendeu e abriu a porta da mansão pra ela entrar, enquanto ela falava ao telefone – Acontece que a revista não vai atrasar a publicação por nossa causa. Então eu preciso disso resolvido o quanto antes. – entrou no escritório, se deparando com Gabriel concentrado em suas criações – Certo, nos falaremos amanhã. Até. – desligou e deu um longo suspiro – O dia de hoje foi um completo caos e...

— O que é isso? – a interrompeu, mostrando um bolo de papéis.

— Como assim, Gabriel? Eu é que pergunto, que papéis são esses?

— Eu os encontrei de baixo de um azulejo solto aqui no escritório. – Nathalia arregalou os olhos.

Depois da derrota de Hawk Moth e do Guardião dos Miraculous ter feito Gabriel esquecer de tudo, Nathalie ficou responsável por tirar tudo relacionado à Hawk Moth e os Miraculous que tinha na casa, principalmente no escritório. Ao menos tudo que ela sabia – o que não era pouco.

Porém ela sequer lembrou que Gabriel tinha arrumado um novo esconderijo para coisas importantes depois que Adrien descobriu o cofre secreto atrás da pintura da sua esposa. Embora ela não soubesse aonde era o esconderijo, já que Gabriel mencionou que tinha, mas não quis dizer nem à ela por motivos de segurança. Obviamente ela aceitou sem questionar.

— Pela sua expressão, imagino que saiba do que eu estou falando. Agora pode me dizer, do que se tratam esses papéis?

— Eu não sei. – respondeu com sinceridade. Imaginava do que poderia se tratar, mas não sabia ao certo.

— É claro que você sabe!  – aumentou o seu tom de voz – Você sabe tudo o que se passa na minha empresa, melhor do que eu mesmo! – bateu a mão na mesa, irritado – E se estamos financiando um projeto ilegal de produção de armamentos, é óbvio que você saberia disso, Nathalie!

***

— Você ganhou por pura sorte!

— Esse tempo todo namorando comigo e ainda não admite que eu sou muito melhor que você no videogame? – Marinette se inclinou na direção do namorado com um sorriso convencido.

— Nunca admitirei uma coisa dessas! – brincou, fazendo os dois rirem – Mesmo depois de ter perdido quase todas, fiquei feliz de termos conseguido passar um tempo juntos.

— Eu também. – sorriram um para o outro. – Eu amo você.

— Também amo você. – entrelaçou sua mão na da namorada e depositou um beijo. – O que você quer fazer agora?

— Dormir, porque amanhã temos aula.

— Nossa, nem vi a hora. – olhou para a janela, notando que já era noite. – Posso dormir aqui?

— Claro.

 - Vou avisar a Nathalie então. – disse e rapidamente digitou uma mensagem para a mulher.

— Na verdade, vamos jantar antes. Porque não sei você, mas estou com fome depois da última briga. E é claro, depois de derrotar você novamente. – ele riu.

— Eu também, acredite.

— Meus pais provavelmente já foram dormir, então eu vou esquentar alguma coisa pra não fazer muito barulho. Pode ser?

— Claro que sim.

Adrien esperou no quarto, enquanto Marinette desceu até a cozinha e esquentou a pizza que sua mãe tinha feito no almoço. Em seguida, levou para ela e Adrien comerem no quarto. O casal jantou, conversando animadamente sobre assuntos diversos, como se não houvesse demais preocupações. De vez em quando precisavam de momentos assim.

Depois de terminarem de comer, Marinette foi lavar os pratos, enquanto Adrien arrumava a cama para dormirem.

Tikki e Plagg já tinham pegado no sono, na pequena almofada cor-de-rosa no divã de Marinette.

— Olhando assim, ele não parece tão rabugento. – Adrien brincou, olhando seu kwami dormir de modo angelical.

— Tadinho. Você fala, mas não é muito diferente. Com o tempo você tá cada vez mais igual ao Plagg. A começar pelas piadas. – o loiro riu.

— Tem razão. Não posso discordar disso. Mas são piadas ótimas, não são?

— Claro, claro. – deitou, sendo seguida pelo namorado.

— Eu sei que é meio chato puxar esse assunto agora, mas eu achei algumas coisas sobre o Tibete no cofre do meu pai.

— Não é chato. Pode falar sobre isso quando quiser. – segurou a mão dele, o reconfortando.

— Eu achei um guia de viagem e passagens. Não é nada demais, mas isso comprova o que Nathalie disse de eles terem viajado pra lá. Acho que a única pessoa que poderia me dizer mais sobre, é o meu pai. Mas fico com receio de perguntar.

— Sem contar que possivelmente ele não lembre de tudo, já que sua relação com os Miraculous foi apagada.

— É, tem mais isso. – lamentou, dando um longo suspiro em seguida.

— Mas você pode perguntar pra sua mãe quando ela voltar. – Adrien riu.

— Estou confiante de que isso vai dar certo. Mas não sei se vai ser logo na primeira tentativa.

— O que importa é que não vamos deixar de tentar.