— Temos que falar de um assunto sério agora. – Ladybug recobrou a postura – Queen Bee recentemente fez uma descoberta...

— Já fiz outra, inclusive. – a loira complementou sorridente – Mas uma coisa de cada vez. Por favor, prossiga Ladybug.

— Tá bem. Enfim, ela descobriu que o projeto dos armamentos miraculosos foi vetado pelo prefeito, logo, não deveria ter sido produzido. – começou explicando – Ou seja, alguém com influência e recursos passou por cima da ordem de veto e resolveu assumir a produção ilegal.

— Que foi roubada por uma gangue, que já foi detida. – Rena Rouge complementou – Embora a tecnologia já tenha se espalhado. Só recapitulando o que eu disse na outra reunião.

— Não sabemos quem ou porque, só que essa é a nossa situação no momento. – as três garotas olharam de relance para Adrien, que sequer percebeu, pois estava ocupado refletindo sobre os fatos. Em seguida, trocaram olhares entre si, lembrando de quem suspeitaram no dia anterior.

— Então... – Queen Bee pigarreou, chamando a atenção – Outra coisa que eu descobri é que os caras que me sequestraram aquela vez que a Rena Rouge estava junto, não eram de um partido rival. – a morena prestou total atenção na fala dela – Foi isso o que eles fizeram a polícia acreditar.

— Quem foi que nos sequestrou então?

— Não sei, mas de fato eles queriam chantagear o meu pai. Só que não por causa de dinheiro ou questões partidárias e sim para que ele liberasse a produção das armas. – os heróis ficaram surpresos – Ele me contou que chegou a cogitar a possibilidade, principalmente depois do quase sequestro. Mas a derrota de Hawk Moth foi um argumento forte para o veto total. Pois tecnicamente, a única ameaça era ele.

— E sem ameaças, sem necessidade de armas. – a azulada completou – Só que eu entendo que algumas pessoas não pensem assim. Os Miraculous sempre podem estar sujeitos a caírem em mãos erradas enquanto existirem. – refletiu. Marinette sabia que ter aceitado a oferta de Mestre Fu para se tornar a Guardiã definitiva da caixa dos Miraculous era arriscado. Também sabia que possivelmente não estava pronta para tamanha responsabilidade, mas tinha se convencido a tentar. – A nossa missão é não deixar isso acontecer. E se acontecer, precisamos impedir como já fizemos uma vez. – disse em um tom mais sério.

— Você sabe que podemos fazer isso, Bugaboo. – Chat Noir falou colocando a mão sobre o ombro dela. Sentiu a firmeza no tom de voz da namorada, sabendo que ela parecia levemente preocupada. Então, lhe lançou um sorriso, como se dissesse que tudo daria certo.

— É, somos a melhor equipe de super-heróis! – Rena Rouge fez um gesto engraçado, fazendo a equipe rir.

— Mas ainda sobre as armas... – Queen Bee começou e olhou para Ladybug, como se pedisse permissão com o olhar para falar sobre o que tinham conversado ontem. A joaninha então assentiu. – Suspeitamos que pode ser coisa do Hawk Moth. – Chat Noir desviou o olhar para ela – Não que ele esteja consciente disso, até porque o Mestre fez com que ele esquecesse, sei disso. Mas talvez seja de quando ele ainda era o Hawk Moth.

— É, não sabemos ao certo. – a morena complementou – Mas é uma forte suspeita, já que ele tem dinheiro, influência e queria os nossos Miraculous. – dizia com cuidado. Não queria que Adrien entendesse que estavam acusando maldosamente o seu pai.

— Faz sentido. – murmurou, para a surpresa de todos – O que foi? – questionou assim que os olhares se voltaram para ele – Eu não sou ingênuo a ponto de ignorar o que aconteceu. Sei que meu pai pode estar envolvido, por mais que eu acredite que agora não conscientemente. – Marinette sorriu de leve, seu namorado tinha amadurecido tanto. – Vamos investigar.

— Olha, isso sendo verdade ou não... Não vamos deixar você na mão, cara. – Nino se manifestou. Seu melhor amigo sorriu.

— Tem razão. Vamos resolver. – Marinette passou os braços ao redor da cintura do loiro e depositou um beijo na bochecha dele.

— Obrigado pessoal, vocês são incríveis.

O momento foi interrompido por sirenes de polícia frenéticas passando na rua. Os heróis trocaram olhares e foram até o parapeito.

— Uma perseguição. – a heroína recuou, tomando distância – Continuamos depois, agora precisamos agir. Vamos! – dito isso, saiu correndo e saltou do prédio, jogando seu ioiô no poste e se pendurando nele. – Chat Noir e Queen Bee à esquerda! – apontou para o carro vermelho – Rena Rouge comigo na direita! Carapace na viatura atrás! – assentiram e se posicionaram. Então Ladybug prendeu Rena Rouge no fio do seu ioiô e a heroína invadiu o carro pela porta do carona.

— Olá! – chutou o bandido que estava no volante, fazendo o carro balançar. Ladybug teria caído se não conseguisse aderir às superfícies.

— Peguem as armas! – um deles gritou e em seguida a azulada olhou para o carro aonde estavam Chat Noir e Queen Bee. O teto estava aberto, pois o herói tinha usado o Cataclysm, porém a sua mão estava presa em algum lugar. Queen Bee estava quase caindo, desviando de disparos, protegendo ela e Chat Noir.

— Carapace, vai lá com eles! Use seu poder pra parar o carro! – o herói assentiu e saltou da viatura.

— Shellter! – disse formando uma redoma em volta do veículo. Ladybug agora desviou a sua atenção para Rena Rouge, que estava se saindo bem, mas sabia que não podia deixa-la sozinha. Então saltou e quebrou a janela do passageiro, atrás do motorista, entrando no carro.

Uma arma foi apontada na direção de Marinette, porém ela chutou o objeto, que caiu para fora do veículo. Em seguida, acertou os dois criminosos que estavam no banco de trás, forte o suficiente para deixá-los desacordados. Rena Rouge tinha feito o mesmo com o motorista, contudo o pé dele ainda estava no acelerador, então Alya segurava o volante para que não batesse.

— Precisamos parar o carro!

— Ok, deixa comigo! Lucky Charm! – acionou o seu poder. No entanto, quando ia pegar o objeto, algo acerta ele, fazendo com que o mesmo se desfizesse em cinzas. Ladybug olhou na direção do disparo e notou que um dos bandidos que pensou ter deixado desacordado, tinha usado uma arma tecnológica contra ela.

— Ladybug! – Alya chamou desesperada a joaninha, que parecia chocada. Logo, a heroína voltou para realidade e chutou mais uma vez o homem, dessa vez o desmaiando.

— Aguenta firme! – saiu pela janela e caminhou até a frente do carro. Notou que estavam se aproximando de dois postes altos e saltou, lançando seu ioiô e fazendo quase que uma teia. O carro se chocou contra o fio, parando em um solavanco. Marinette pegou seu ioiô de volta e rapidamente foi até Alya. – Você está bem?

— Estou. Consegui nos segurar. – a polícia logo chegou, junto com os demais heróis da equipe.

— O que é isso? – Marinette questionou, vendo o objeto que parecia ser de metal envolvendo a mão de Adrien.

— Acho que agora sabemos o que eles têm contra mim.

— É um tipo de capsula que ativou depois que ele usou o Cataclysm. – Queen Bee explicou.

— Bom, se servir de consolo também descobri o que eles têm contra mim. Uma arma que desintegra o meu Lucky Charm.

— Olha que ótimo! – ironizou.

— Está tudo certo? – Ladybug se aproximou dos policiais.

— Tudo certo. Assumimos daqui, Ladybug.

— Só precisamos de um rápido depoimento. – assentiu, em seguida, contou tudo para o policial. Quando terminou, acenou com a cabeça e voltou sua atenção para equipe.

— Vamos, precisamos dar um jeito tirar isso da mão do Chat Noir. – os heróis assentiram e se locomoveram para o mesmo lugar que estavam antes. – Isso não parece que vai abrir fácil. – disse depois de forcejar – Alguma ideia?

— Um Cataclysm? – Chloé sugeriu dando de ombros.

— É, o jeito vai ser esperar a minha transformação acabar e...

— Ei! – Alya ergueu as mãos, fazendo com que prestassem total atenção nela. – Olha os seus brincos! – apontou.

— O que tem eles? – a azulada rapidamente colocou a mão sobre as joias, com receio de algo ter acontecido.

— Nada. – Adrien a tranquilizou – Estão normais e carregados. Não entendi o que tem demais.

— É, o que você.... Espera, carregados? – Marinette questionou e o loiro assentiu – Eles não deveriam estar carregados, eu usei o meu poder.

— Mas aquela arma desintegrou o seu Lucky Charm.

— Eu sei, mas mesmo assim eu usei. – disse sem entender – Acha que ela pode ter afetado os meus poderes?

— Duvido. – Alya se aproximou, observando os brincos de perto – Não acho que ela seria tecnológica a esse ponto.

— Será que seu poder pode ser usado mais de uma vez agora? – Nino questionou, tão curioso sobre o fato quanto Alya.

— Talvez sim, mas por que não estamos falando que a transformação do Adrien ainda não acabou também? – Chloé apontou e agora os olhares se voltaram para ele.

— Tenta usar o seu poder de novo pra tirar essa coisa. – Adrien assentiu, por mais que não levasse muita fé que daria certo.

— Cataclysm! – a capsula se destruiu, fazendo os heróis ficarem boquiabertos.

Os cinco fizeram um círculo e Marinette segurou a mão dele, olhando para o anel. Todas as patinhas ainda estavam lá, mesmo depois de Chat Noir ter usado seu poder especial duas vezes.