Vidas Secretas escrita por Srta Poirot


Capítulo 19
Para Entrar em Midtown (Father and Son)


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um capítulo para compensar vocês! Amei escrever esse capítulo e espero que gostem bastante.

Dica de música: Cat Stevens - Father and Son (1970)



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I was once like you are now, and I know that it's not easy

To be calm when you've found something going on

But take your time, think a lot

Why, think of everything you've got

For you will still be here tomorrow,

But your dreams may not.

.

.

.

Queens, 15 de junho de 1999...

“E então? O que você achou? Maneiro, não é?”

Por diversas vezes, Peter não conseguia conter seu contentamento quando ele conseguia algo que lhe causava interesse.

Ele já estava com 13 anos e seu progresso na escola era sempre seguido de diversos elogios pelos professores. Eles até chegaram a comentar que Peter já deveria estar no ensino médio devido a sua inteligência avançada, para que ele aprendesse muito mais. Mas, Tony recusou educadamente a oferta de mudar Peter para turmas avançadas porque isso significava que ele perderia a companhia de seu melhor amigo, Ned. Tony sentiu na pele a pressão pra terminar os estudos mais depressa só por causa de status. Era melhor deixar que o garoto seguisse seu caminho natural no seu devido tempo.

Atualmente, a animação de Peter era pela possibilidade de mudar de escola, já que seu amigo Ned também vai mudar. A escola em questão era a Escola Midtown de Ciência e Tecnologia, onde aceita adolescentes com alta inteligência e/ou interesse em tecnologia. Era bastante renomada e tinha a possibilidade de ganhar bolsa de estudos.

“Quer dizer, eu não gosto muito de usar gravata e casaco...”, Peter continuava falando enquanto mostrava um panfleto com a ilustração do uniforme da escola, “mas se significa que eu vou ter aulas de robótica, eu posso lidar com isso.”

Tony sorriu para o garoto. Na verdade, eles já haviam visto este panfleto milhões de vezes, mas Peter estava bastante ansioso. Quando Peter expressou seu desejo de ir para Midtown, Tony fez logo sua inscrição para concorrer a uma bolsa de estudos. Peter fez a prova no mês passado e agora eles aguardavam a resposta.

Nesse momento, Pepper apareceu na cozinha impecavelmente arrumada para mais um dia de trabalho.

“Bom dia!” Ela cumprimentou.

“Bom dia, Bela Adormecida! Que bom que levantou na hora.” Tony brincou.

“Ha-ha. Eu já estou pronta, ao contrário de você.”

“Ô, Pepper! Já viu o uniforme da Midtown?” Peter perguntou mostrando o panfleto para ela.

“Já! O uniforme parece ótimo. Você deve estar ansioso.” Pepper respondeu.

“Nem me diga! Ned disse que os resultados devem chegar nessa semana! Se for um envelope pequeno, não fui aprovado. Mas, se for um envelope grande, eu serei um dos alunos da Midtown no próximo ano letivo.”

“Então vamos manter nossos dedos cruzados, embora eu tenha certeza de que você foi bem na prova.” Tony disse enquanto preenchia sua xícara com mais café.

“Quantas xícaras você tomou hoje, Tony?” Pepper questionou.

“Hãã, essa é a primeira do dia.” Tony disse, mas Pepper semicerrou os olhos em descrença. “Ok, essa é a primeira de uma pessoa normal.”

“E quantas antes dessa?”

“Só duas. Olha, eu preciso de café para me manter.”

“Você é um viciado em café.” Pepper pegou um pano de prato e jogou na cara dele. “Vamos, Peter. Eu te levo para a escola.”

“Beleza. Tchau, pai.”

Peter se despediu de seu pai com um abraço e Pepper com um beijo. Tony ficou na cozinha terminando seu café da manhã.

Como ele não precisou levar o Peter pra escola, ele tinha mais meia hora livre antes de ir trabalhar. Passou-se apenas vinte minutos quando o porteiro ligou informando que havia chegado uma correspondência para Tony.

Tony ficou bastante animado quando viu que o envelope era grande. Ele leu o conteúdo e sorriu ao ver que Peter tinha razão. Envelope grande significava que ele foi aprovado. E o melhor, Peter ganhou uma bolsa integral!

Mas foi quando Tony leu as informações sobre a matrícula que ele sentiu como se tivesse levado um baque.

A taxa de matrícula é quanto?!?

“Como eu vou arranjar $50.000 até sexta-feira?!?”

Apesar de ter ganhado bolsa integral para as mensalidades, a matrícula deve ser paga por todos os ingressantes e em uma taxa única, e esse valor era um absurdo. Tony sabia que a escola era renomada e de elite, mas não sabia que seria esse valor para entrar.

Tony pegou o telefone para fazer uma rápida ligação para Midtown.

“Alô? Bom dia, meu nome é Tony e eu recebi a carta de ingresso para meu filho estudar na Midtwon... Sim, é sobre a matrícula... Mas o que acontece se eu não pagar até sexta-feira?... Eu entendo que ele pode perder a vaga, mas... As aulas só começam em agosto. Vocês não poderiam estender esse prazo até julho?... Ok, eu entendo. Obrigado pelas informações.”

Tony ficou desapontado. Peter ficaria desapontado.

Tony faria qualquer coisa pela felicidade dele. Só precisaria da ajuda de alguém que tenha o dinheiro para emprestar.

Mas quem o ajudaria? Quem?

Joe não poderia ajudar porque a oficina está passando por problemas financeiros e ele gastou muito dinheiro consertando irregularidades encontradas por uma auditoria da prefeitura.

Pepper também não poderia porque, com certeza, ela não teria esse dinheiro e o salário dela não é digno de uma pessoa formada na faculdade.

Rhodey estava investindo em uma casa nova, então não teria condições de ajudar tão depressa.

Mas Tony tinha mais uma opção. Um certo casal milionário que mora em Manhattan.

Eles definitivamente poderiam pagar esse valor e nem faria falta. Eles certamente ficariam contentes em ajudar na educação de seu único neto. Mas Tony não queria deixá-los pôr suas garras em Peter e, por extensão, nele mesmo. Ele passou anos se distanciando deles, provando que não precisava deles ou do seu dinheiro.

Mas é para uma causa nobre! A educação de Peter!, a consciência de Tony dizia.

Ele pensou tanto no assunto que se se atrasou para o trabalho. Mais tarde ele pensaria mais, mas não contaria ao Peter essa parte.

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Queens, 16 de junho de 1999...

No dia seguinte, Peter estava mais animado que no dia anterior. Ao chegar em casa depois da escola, ele recebeu a boa notícia de que foi aceito em Midtown. Agora ele estava ansioso para contar ao Ned.

Ao ver Ned no corredor, Peter correu na direção dele sem se importar com olhares curiosos de outros colegas.

“Ned! Adivinha só!”

“Calma aí! Eu também tenho algo pra te dizer.” Ned disse animado.

“Eu fui aceito em Midtown!!!” Os dois falaram ao mesmo tempo e ficaram de boca aberta com a surpresa um do outro.

“Cara, você recebeu a carta ontem?” Ned perguntou.

Peter acenou. “Quando cheguei em casa, meu pai me mostrou o envelope. Havia chegado quando eu saí para a escola.”

“Eu também! Meus pais até me levaram para jantar em comemoração.”

“Eu sabia que nós dois íamos conseguir.” Peter comentou. “Eu sei que não tem aula de música lá, mas vamos ter robótica! É muito massa!”

“Eu sei! Mal posso esperar! Ei, você sabe quanto ganhou de bolsa de estudo? Eu ganhei 50%.” Ned disse enquanto pegava alguns livros do armário.

“Sério? Eu ganhei 100%.”

Ned parou o movimento e fitou Peter. “Nossa, você é mesmo superinteligente. Eles devem ter ficado impressionados com a sua nota.”

“Talvez. Você sabe, eu sou filho do meu pai.”

Ned riu. “E o que ele falou da matrícula? Eu sei o quanto essa escola é cara e, apesar de eu ter ganhado 50%, meus pais reclamaram do preço da matrícula. Mas eles estão felizes que eu vou para Midtown.”

Eles fecharam os armários e estavam caminhando lentamente em direção à sala de aula.

“A matrícula?” Peter perguntou meio incerto do que Ned estava falando.

“É, a taxa de matrícula. Todos têm que pagar para entrar.”

“E é... é um valor muito alto?”

“Tá brincando? São $50.000 para pagar em um curto prazo. Por isso que minha mãe ficou economizando dinheiro durante um ano inteiro para poder pagar a taxa de matrícula!”

Peter parou de andar e ficou em silêncio por alguns segundos. Ned ficou preocupado e ficou olhando para todos os lados, vendo colegas passarem por eles.

“Você está bem?”

“Meu pai não me disse sobre essa taxa de matrícula.” Peter disse em voz baixa, como se estivesse forçando para as palavras saírem.

“Talvez ele não queria te preocupar. Talvez ele já tenha o dinheiro reservado.”

“Não, ele não tem.” Peter disse em voz triste e angustiada. “Eu sei que ele não tem esse valor reservado.”

“Peter, não fica triste. Seu pai garantiu que você vai estudar lá, não é? Provavelmente ele vai fazer um empréstimo...”

“Você não entende, Ned! Não posso deixar meu pai em dívidas só porque eu quero entrar em uma escola idiota. Ele já fez tantos sacrifícios...”

“A escola não é idiota...” Ned parou de falar e observou Peter por alguns segundos. “Você não está pensando em desistir de Midtown, está?”

“Eu não sei, Ned. Preciso pensar um pouco.”

“Você só tem 13 anos, não precisa se preocupar com essas coisas.”

“Eu já disse que vou pensar, Ned.” Peter disse de forma ríspida, mas logo se acalmou. “Vamos pra aula.”

“Vamos.”

Os dois entraram na sala de aula com um pouco de atraso. Peter nem sequer ouviu a reclamação do professor, pois sua mente não parava de pensar no seu problema atual.

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No dia anterior, Tony pensou na melhor forma de abordar o assunto com seus pais, sendo que quase três anos atrás ele disse que não os queria envolvidos na vida de Peter. Agora ele vai pedir ajuda ao menos para a educação dele.

Tony encarou o enorme portão, quase perdendo a coragem, mas determinado a enfrentar qualquer coisa.

Era por Peter.

Tony foi atendido pela mesma empregada da primeira e única vez que esteve lá. Ele aguardou poucos segundos até sua mãe aparecer na sala de visitas.

“Tony! Que saudades de você, meu filho. Não esperava uma visita sua.” Maria Stark deu um abraço em Tony. Sem nunca expressar ressentimento com a decisão de Tony de mantê-los longe, ela o deixou confortável no sofá.

Tony ficou sentado de frente pra ela. Eles mantiveram silêncio por vários segundos.

“Então...” Tony quebrou o silêncio. “Onde está o pai?”

“Ele estava em um telefonema, mas deve estar vindo.” Maria respondeu.

Eles caíram em silêncio de novo e Tony estava ficando desconfortável. O silêncio terminou quando Howard entrou na sala.

“Ora, ora, quem retornou. Veio entregar fotos e atualizações do Peter pessoalmente?” Howard questionou.

Tony manteve sua promessa de mantê-los atualizações sobre a vida do seu filho de tempos em tempos, mas manteve cuidado em não revelar seu endereço. Não ficou despercebido para Tony que Howard chamou o garoto pelo nome.

“Não, eu vim por causa de outro assunto.” Tony disse.

Howard se dirigiu a uma mesinha atrás do sofá em que Maria estava sentada e pôs uma dose de conhaque em um copo, como ele sempre fez quando estava prestes a iniciar uma reunião.

“E esse assunto tem a ver com dinheiro?”

Tony arregalou os olhos surpreso. Maria percebeu a mudança súbita na expressão de seu filho.

Tony tratou de explicar. “Não, quer dizer, tenho um motivo nobre para-”

“Então tem a ver com dinheiro.”

“Howard, por que você acha que tem a ver com dinheiro?” Maria perguntou.

“Porque, da última vez que ele esteve aqui, ele fez um discurso deixando claro o quanto não nos queria envolvidos em sua vida, mas, mesmo assim, ele veio aqui. Provavelmente para pedir algo que ele não tenha. Eu acho que é dinheiro, já que ele não é rico.”

“Nem tudo na vida é dinheiro e existem coisas que o dinheiro não compra.” Tony retrucou.

“Mesmo assim, você veio pedir dinheiro.” Howard tomou um gole de seu conhaque.

Howard sabia ser irritante.

“Eu tenho uma explicação para isso.” Tony viu Howard levantar uma sobrancelha e continuou a falar. “Desde o começo do ano, Peter fala dessa escola que ele quer muito entrar, a Escola Midtown de Ciência e Tecnologia.”

“Ah, eu ouvi falar dessa escola! É a melhor de toda Nova York.” Maria exclamou.

“Sim, Peter passou nos testes e agora eu preciso fazer a matrícula dele, mas... A taxa é muito alta e não é para mim, é para o neto de vocês. É claro que eu vou pagar tudo de volta. Eu só preciso dessa ajuda para garantir a educação dele.”

“Tony...” Maria começou a falar calmamente. “É claro que nós nos preocupamos com a educação de nosso neto. Não é, Howard?”

“Se você diz.”

“Que tal discutirmos esse assunto em particular?”

Tony ficou surpreso com o pedido de Maria. Ela nunca perdia tempo discutindo com Howard sendo que a palavra final era sempre dele, mas Tony percebeu que ela realmente queria advogar sua causa.

Eles saíram para o corredor e passaram alguns minutos. Quando eles voltaram, Tony estava mais ansioso do que nunca. Maria voltou sorrindo ocupando seu lugar no sofá. Howard permaneceu de pé.

“Nós vamos lhe dar o cheque. Não importa o valor.” Maria anunciou.

Tony sorriu de volta. “Obrigado! Não é para mim, é para o Peter. Eu pagarei cada centavo de volta.”

“MAS...” Howard se pronunciou. “Nós queremos conhecê-lo pessoalmente. Não vou simplesmente pagar a matrícula de um garoto que eu mal conheço, sendo neto ou não.”

“Que tal um jantar?” Maria perguntou.

O sorriso de Tony esmoreceu. “Mas eu não decidi sobre isso.”

“Se vamos nos envolver na educação dele, então queremos nos envolver na vida dele também.” Howard disse. “Ou você sai daqui com o cheque e um jantar marcado, ou não poderemos lhe ajudar.”

Tony ficou meio atônito por alguns segundos. A proposta era justa e ele não tinha muito tempo. “Vocês podem me prometer que não contarão a ele sobre o dinheiro pra matrícula?”

Maria acenou positivamente sorrindo. “Que tal um jantar toda sexta-feira, começando depois de amanhã?”

Tony lançou um sorriso forçado ao responder. “Perfeito.”

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Ao final da tarde, Tony notou que Peter estava agindo estranho, totalmente oposto de seu comportamento de manhã. Ele foi à escola extremamente alegre e ansioso para contar a novidade ao Ned, e agora ele estava quieto e pra baixo.

Tony apenas o perguntou sobre isso quando estavam em casa. Ele não queria preocupar Joe.

“Peter, aconteceu alguma coisa? Você está estranho.”

“Não, não aconteceu nada.” Peter respondeu naturalmente. “É só que...”

“Está preocupado em mudar de escola?”

“Não, eu estava pensando... que talvez seja melhor eu não ir para Midtown.”

“O quê?! Por quê? Não me diga que mudou de ideia.”

“E daí se eu tiver mudado de ideia?” Peter surpreendeu Tony com uma irritação repentina.

“E daí?! Por qual motivo você mudou de ideia?”

Peter rolou os olhos. “Por que acha que tem um motivo?”

“Você se mostrou muito interessado em entrar nessa escola e agora muda de ideia repentinamente! Alguma coisa aconteceu?”

“Nada aconteceu.” Peter hesitou antes de continuar. “Eu só acho que não é um bom momento.”

“Não é um bom momento?” Tony não estava acreditando.

“É, e... e eu teria que pegar o ônibus. É uma viagem de 30 minutos, tanto na ida quanto na volta.”

“Não se pegar o trem. O trem é mais rápido.” Tony retrucou.

“E quanto à matrícula? Não deveríamos gastar tanto dinheiro assim.”

“Você sabe sobre a matrícula?”

“É, pai. Eu sei sobre a matrícula.”

“Mas veja pelo lado bom. Você pode ir para Harvard ou MIT estudando em Midtown.”

Peter suspirou. “É muito cedo para pensar em faculdade, mas eu posso ir para o MIT estudando na minha escola atual. E é mais perto.”

“Eu não estou acreditando nisso.” Tony sentou no sofá transtornado.

Peter, sentindo que seu pai estava abalado por algum motivo, sentou ao seu lado e tentou confortá-lo.

“Olha, eu realmente não me importo em não estudar em Midtown. Eu só não quero lhe prejudicar, só isso.”

“Você não deveria se preocupar com isso, meu filho. A culpa é minha. Eu tentei esconder sobre esse assunto financeiro, mas você sempre foi muito esperto. Mais esperto que eu.”

“Sei que está tentando me proteger, mas-”

“Não é só por isso.” Tony o interrompeu. “O dinheiro não é problema porque... porque outras pessoas é que vão pagar a taxa.”

“Que outras pessoas? Tio Joe e Pepper? Tio Rhodey?”

“Não.” Tony suspirou pesadamente. “Os seus avós paternos.”

Peter ficou pasmo de tanta surpresa.

“Os meus... os... avós? Que avós? Nunca me falou de avós.”

“Eu sei. Foi um erro meu. Eu devia ao menos ter mencionado eles.” Tony disse. “E você nunca perguntou...”

Peter se levantou indignado. “Não, não, não. Eu não perguntei porque achei que estivessem mortos e que te deixava triste falar sobre eles. Uma vez, Pepper me falou sobre os avós dela e o Tio Joe ficava triste sempre que falava deles. Por favor, não venha com essa desculpa de que eu não perguntei.”

“Você está certo. Eu não contei sobre eles porque eu queria excluí-los da minha vida de uma vez por todas, mas eu não tinha o direito de excluí-los da sua vida.”

“Mas por quê? Eu não consigo imaginar alguém que queira excluir seus próprios pais de sua vida.”

“Eu quis. Você não entenderia porque não teve minha infância. Mas agora isso não importa. Estou pronto para reconciliar com eles e recuperar o tempo perdido, desde que eles não se intrometam na sua vida.”

“E eles... eles podem pagar a matrícula?”

“Ó, sim, eles podem.” Tony respondeu em tom de brincadeira.

Mas Peter não estava brincando. Ele estava dando passos nervosos pela sala como se estivesse pensando seriamente. Ele falou depois de um tempo.

“Eu quero conhecê-los.”

“Que bom, porque temos um jantar com eles na sexta.”

Peter parou de andar. “Já estava marcado? Foi por isso que me contou sobre eles?”

Tony fez um olhar de culpa que dispensava qualquer resposta.

“Quero que me conte tudo, pai.” Peter disse. “Sem mentiras. Eu fui educado a não esconder segredos de você, mas manteve segredos de mim. Isso é injusto.”

Peter tinha toda a razão. Tony foi injusto, mas, acima de tudo, ele foi apenas um pai tentando proteger seu filho de uma pessoa tóxica, o próprio avô. Peter não tinha ideia de como Howard era. Talvez Howard tenha mudado, mas o tempo não volta atrás.

Então Tony contou tudo. Contou sobre sua infância, adolescência, MIT, Mary... Na verdade, não tinha muito de Mary para contar, mas Peter merecia saber um pouco mais além do nome de sua mãe. O garoto sempre achou que ela os abandonou, mas Tony negou isso.

Foi estranho. Não foi a primeira vez que Tony revelou a verdade pra alguém, mas dessa vez foi mais emocionante. Revelar tudo para o filho foi muito difícil, porém, ele se sentiu mais aliviado. Tirou um peso absurdo que segurou durante 13 anos.

Nada melhor do que contar a verdade.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Próximo capítulo vai ser o jantar e Peter vai conhecer os avós. Finalmente!

P.S.: Tenham um Feliz Natal e boas festas! Espero que eu consiga terminar o próximo antes de finalizar o ano.

Próximo capítulo: Reunião de Família.



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