Vidas Secretas escrita por Srta Poirot


Capítulo 15
Natal de 1994 (I Don’t Want to Miss a Thing)


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pelo atraso, mas tive uns probleminhas pra resolver. Para compensar, estou postando hoje. Aproveitem ;-)
PS.: Eu não falo espanhol. Usei o Google Tradutor. hehehe

Dica de música: Aerosmith - I Don't Want to Miss a Thing (1998)



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I could stay awake just to hear you breathing

Watch you smile while you are sleeping

While you're far away dreaming

I could spend my life in this sweet surrender

I could stay lost in this moment forever

Every moment spent with you is a moment I treasure.

.

.

.

Queens, 24 de dezembro de 1994...

Todos os anos, os Starks se unem com os Potts para celebrarem a véspera de Natal juntos. Eles ouvem canções típicas, comem comidas típicas e vestem suéteres horrorosos, porque Amélia Potts sempre adorou suéteres.

O ano de 1994 foi muito bom para os Starks. Tony e Peter fizeram sua primeira viagem juntos para a Disneyland e isso fortaleceu a amizade e independência deles. Só Tony e Peter, e mais ninguém. O que também aconteceu nesse ano foi que Peter mudou de escola, onde ele conheceu Ned Leeds. Ele e Ned logo se tornaram amigos, pois eles sempre eram os excluídos nas atividades pelos outros alunos. Na opinião da turma, eles eram nerds demais para serem populares, e os dois decidiram unir suas forças e se tornarem melhores amigos.

Peter estava de recesso da escola para o Natal e Ano Novo e só veria seu amigo novamente próximo ano. No momento, ele só pensava em passar os feriados com sua família, o que incluía os Potts.

“Vamos, pai! Está quase na hora marcada de chegar à casa do Tio Joe!” Peter exclamou em animação segurando algumas sacolas com presentes embrulhados.

“Calma aí! Eu estava terminando uma ligação do Rhodey.” Tony disse ao filho.

“Você sempre demora.” Peter rolou os olhos.

“Se me lembro bem, era eu quem estava lhe apressando ano passado. Sei muito bem que você está louco para colocar aquele suéter horroro-, digo, de aparência não muito agradável. Sério, não sei como você gosta de usar aquilo.”

“Ah, pai, fica tão legal quando todo mundo usa. Todo mundo fica combinando.”

“Ok, vamos saindo.”

Enquanto Tony trancava a porta da frente, uma senhora de 70 anos se aproximou deles. Ela se vestia de forma simples, mas elegante, e sempre estava acompanhada de um gato. Tony sabia que ela era sua vizinha latina e, dessa vez, seu gato não estava por perto.

“Hola, señores Stark. No me gusta molestarlos, ¿pero viste a mi gato?”

A senhora perguntou a eles, mas Tony franziu o cenho em confusão, não sabendo o que responder.

“Hã... Você é a senhora Morales, não é?” Tony perguntou.

“Esto es una tragedia. No puedo encontrar a mi gato. Él es la cosa más preciosa. Por favor, ayudame.”

“Sra Morales, sinto muito, mas não estou entendendo o que a senhora está-” Tony estava dizendo, mas foi interrompido por Peter, que lhe causou surpresa.

“Lo siento mucho, pero no vimos a tu gato, señora Morales.”

“¿Estás seguro, mi joven muchacho?” Sra. Morales perguntou. “Tal vez él entró en el apartamento de ustedes.”

“Sí, lamentablemente no lo vimos. Y él no entró en nuestro apartamento.”

Tony ficou trocando o olhar entre a Sra. Morales e Peter sem entender a conversa entre eles.

“¿Qué tal preguntarle al porteiro si lo viste? Su gato puede haber salido del edificio.” Peter disse para ela.

“Haré esto, mi buen chico. Perdóname por las moléstias.”

“No fue nada. Cualquier cosa, solo pregunta. Feliz Navidad, señora Morales.”

“Muchas gracias. Feliz Navidad a ustedes.”

Com isso, Sra. Morales se retirou para o elevador para se encontrar com o porteiro. Talvez seu gatinho realmente tenha saído do prédio, como o garoto sugeriu.

Tony continuou confuso. Ele não entendeu o assunto da interação entre seu filho e a vizinha deles, o que era uma vergonha porque espanhol era tão parecido com italiano. Percebendo isso, Peter quis explicar a ele.

“Ela estava procurando seu gato que está perdido. Eu aposto que ele saiu do prédio. Uma vez, eu o vi em cima da árvore que tem ao lado.”

“E onde aprendeu a falar espanhol tão bem?” Tony perguntou.

“Na escola, é claro. Mas ter vizinhos latinos é ótimo para praticar.”

“Eu nunca prestava atenção nas aulas de espanhol na minha época.” Tony riu da própria declaração.

“Eu posso te ensinar, papai.”

“Ah, eu vou achar ótimo. Vai ser muito útil para atender alguns clientes latinos. Agora vamos, se não realmente vamos nos atrasar.”

Os dois Starks chegaram à casa dos Potts e foram recebidos por Joe.

“Feliz Natal para vocês!”

“Feliz Natal, Joe.” Tony respondeu. “Cadê a Pepper?”

“Ela está na cozinha, terminando os preparativos da nossa ceia de véspera de Natal. Ah, vejo que trouxeram presentes. Entrem!” Joe gesticulou para que eles entrassem. “Querida! Tony e Peter chegaram!”

“Que ótimo! Vou buscar os suéteres que eu separei para eles.” Amélia Potts gritou do outro cômodo que ela estava, provavelmente a cozinha. Ela realmente gostava muito dos suéteres natalinos de lã e fazia questão que todos usassem.

Peter fez uma expressão alegre enquanto que Tony fez uma careta já imaginando sua aparência com aquele suéter natalino.

“E cadê aquele seu amigo, o Rhodey?” Joe perguntou ao Tony.

“Ele me ligou há pouco tempo dizendo que vai demorar alguns minutos a mais. O trânsito de Nova York está horrível nesse horário.”

“É véspera de Natal e muitos estão saindo atrasados para comprar presentes e muitos estão querendo ir para casa comemorar com a família.”

“Tem razão, Joe. Ainda bem que eu e Peter compramos os presentes com antecedência.”

“Por falar em presentes, o que tem para mim, Tio Joe?” Peter sempre ficava ansioso para a chegada da hora de abrir os presentes e ele sempre insistia em perguntar o que era o seu presente, na esperança de que dissessem e revelassem a surpresa antes da hora. Infelizmente ou não, os Potts nunca caíram na armadilha e Peter tinha que ter a paciência de esperar até o final.

“Esse ano, eu fiz algo diferente.” Joe ia dizendo. “Ao invés de comprar um presente para cada, eu economizei e comprei uma coisa que pode ser compartilhada por todos, inclusive vocês dois.”

Peter ficou de boca aberta na mesma hora e muito mais curioso do que antes.

“E o que é? Conta, conta, conta!”

“Paciência, meu jovem Padawan! Quando for a hora de distribuir os presentes, você vai ver.” Tony disse ao seu filho, citando uma referência Star Wars porque ele mesmo estava muito curioso.

Joe riu vendo a reação dos dois. “Na verdade, eu quero mostrar logo pra vocês. Eu também estou curioso pra saber se vocês vão gostar ou não.”

Tony e Peter se olharam fazendo ambos uma expressão idêntica de ‘O que será?’ em seus rostos.

“Eu o deixei na minha salinha que eu chamo de ‘escritório’.” Joe disse. “Venham ver.”

Joe abriu uma porta do lado direito do corredor e convidou os Starks para que entrassem. Tony e Peter ficaram extremamente surpresos e felizes, pois estavam vendo um piano novinho alocado próximo a uma janela. Já tinha um objeto decorativo em cima e alguns retratos de família, sendo que um deles era de quando Pepper era criança com Amélia e Joe mais jovens sentados atrás dela.

“Joe, você comprou um piano?!?” Tony exclamou alegre, pois adorava piano. Ele tinha boas lembranças de quando ouvia sua mãe tocar piano e cantar para ele quando era criança. Raras boas lembranças.

“Peter, você tem aulas de músicas na escola, não é? Aprendeu a tocar piano?” Joe perguntou ao garoto.

“Eu gosto das aulas de música da escola, mas não tem piano lá.” Peter fez um beicinho chateado. “Eu bem que gostaria de aprender a tocar.”

“Pepper sempre gostou de música também. Eu sabia que ela ia gostar do piano. Talvez ela te ensine a tocar.” Joe disse ao Peter.

“Pode deixar que eu ensino.” Tony se pronunciou, recendo uma expressão de surpresa de Peter.

“Pai, você sabe tocar piano?”

“Bem, eu estou bastante enferrujado e... deixe-me testar aqui.” Tony se sentou de frente ao piano e apertou algumas teclas, sentindo a sensação delas e formando uma melodia qualquer.

Depois que Tony se acostumou com as teclas, ele começou a tocar com mais destreza e afinidade, formando uma melodia conhecida para ele.

“Você sabe que música é essa, Petey?” Tony perguntou ao seu filho que logo franziu o cenho em concentração.

Conforme Tony ia avançando na música, o sorriso de Peter ia aumentando. “Já sei! É ‘O Lamento de Jack’!”

Tony acenou concordando. Era claro que Peter reconheceu a música de O Estranho Mundo de Jack. Esse filme se tornou o favorito do garoto, antes da estreia de O Rei Leão. Eles assistiram a esse filme três vezes no cinema no ano passado.

“Eu não sabia que você sabia tocar piano.”

Ao ouvir uma voz familiar, Tony parou de tocar e olhou para a dona da voz. Era Pepper e, como sempre, ela estava perfeita com um vestido novo.

“Sim, eu...” Tony pigarreou para que sua voz não saísse tão rouca. “Minha mãe me ensinou.”

“O que você achou da surpresa, Peter?” Pepper se dirigiu ao menino, cujos olhos brilhavam de alegria.

“Eu adorei! Gosto das aulas de música que estou tendo na escola e agora posso praticar mais! Meu pai vai me ensinar piano.”

“E em troca você me ensina espanhol.” Tony disse completando.

“Claro!” Peter acenou afirmativamente com mais energia do que necessário. Tony já tinha entendido o recado.

Nesse momento, a campainha tocou e logo eles viram Rhodey entrar na casa dos Potts. Para a alegria de Peter, ele trazia mais presentes.

“Feliz Natal para todos!” Rhodes exclamou em voz alta. “Feliz Natal, Sr. e Sra. Potts! Feliz Natal, Srta. Potts!”

“Rhodes, eu já disse que pode nos chamar pelos nomes. Feliz Véspera de Natal!” Disse Joe.

“Tudo bem, então. Tones! Feliz Natal! E pra você também, Peter!”

“Feliz Natal, Rhodey! Fique à vontade.” Tony o abraçou e Peter veio logo atrás para abraçá-lo também.

“Feliz Natal, Tio Rhodey! O que trouxe para mim?” Peter perguntou com sua voz mais doce possível.

“Arrá! Não irei cair em sua armadilha, Petey.” Rhodey respondeu levando sua sacola de presentes para guardá-los perto da árvore de Natal.

“Alguém quer comer a torta que a Pepper fez?” Amélia perguntou a todos.

Como era de se esperar, todos levantaram as mãos. Ninguém dispensa torta da família Potts.

“Vai ser bom comer enquanto passamos o tempo.” Joe disse.

Amélia se retirou para preparar as porções. Quando ela retornou e serviu a torta, todos se uniram em conversas animadas e positivas. Rhodey levou CDs com músicas antigas de Blues e Jazz que ele pôs para tocar e relaxar todo mundo. Todos concordaram que músicas natalinas eram muito clichês.

Rhodey se aproximou da Pepper para iniciar uma conversa.

“Eu soube que você já está fazendo pós-graduação em Yale.” Rhodey comentou.

“Sim, eu estou.” Pepper respondeu.

“E onde pretende trabalhar?”

“Eu penso que no escritório de contabilidade da Clarim Diário pode ser interessante. Já conversei com J.J. Jameson.”

Rhodey acenou concordando. “A Clarim Diário está crescendo bastante. Acho que é uma boa opção.”

“Que bom que você veio passar a véspera de Natal conosco.” Pepper disse com um sorriso.

“Eu que agradeço por me receberem tão bem.”

“Rhodes, eu nunca perguntei... Como você e Tony se conheceram?”

“Ah, foi no MIT. Ele era bem caladão e ninguém queria se aproximar dele. Provavelmente porque ele era muito jovem para estar lá, mas os outros ainda não sabiam quem ele realmente era e-”

“Espera”, Pepper o interrompeu, levantando uma mão. “Como assim ‘MIT’?”

Uh-Oh

Rhodey disse mais do que devia.

“Eu disse MIT? Claramente, eu não estava falando do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Não mesmo! Tony não tem condição financeira para ir ao MIT. Na verdade, era em outro lugar que eu estava falando que por acaso se chama MIT. Já conheceu a Filadélfia? Sabia que é apelidada como a Cidade do Amor Fraternal? Sem falar que é a terra do Rocky Balboa.”

Rhodey tentou de todas as formas, mas ele sabia que Pepper jamais se esqueceria desse deslize. Ele deixou escapar sobre o MIT, mesmo que fosse pouca informação, e Tony pediu para que ele não revelasse nada sobre seu passado e Rhodey prometeu isso. Mas Pepper era inteligente e desconfiou de algo.

Rhodey ficou mais nervoso porque Pepper não insistiu na explicação. Talvez porque era época de Natal, ou porque ela estava realmente desconfiando de algo.

“Hãã... eu vou buscar mais refrigerante.”

Rhodey se retirou rápido. Enquanto isso, Pepper ficou observando uma certa pessoa do outro lado da sala. Tony estava em uma conversa animada com sua mãe Amélia, enquanto que seu pai Joe ajudava Peter a organizar os presentes.

Pepper estreitou os olhos quando pensou consigo mesma: “O que Tony estava fazendo no MIT?”

Alguma coisa estava errada ou mal contada. Tony não veio de Massachusetts, ele nasceu em Nova York, conforme ele havia dito uma vez. Poucas vezes ou quase nunca ele falava de seu passado.

Outras duas perguntas surgiram na cabeça de Pepper: “O que aconteceu no passado de Tony Stark? E quem era Tony Stark?”


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Notas finais do capítulo

Link da música que Tony toca no piano: https://www.youtube.com/watch?v=_v5J8SBu7tY

Próximo capítulo: A Carta.



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