Roller Coaster escrita por Helo


Capítulo 19
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem??
Primeiro queria agradecer por todos os comentários e por todas as visualizações na história.
Eu estou postando hoje, porque as lembranças do Facebook me fizeram lembrar que, a seis anos atrás, eu conheci uma garota no Nyah que levo sempre no meu coração por ser umas das pessoas mais maravilhosas que conheço. A gente mora longe pra caramba, mas vira e mexe, mantemos nossas conversas atualizadas, mesmo no meio da correria do nosso dia a dia. Enfim,
Joice, esse é pra tu!



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Pov Garrett 

Eu nem podia acreditar no que tinha acabado de ver, era Rose que estava dentro daquela cabana, sentada no chão, com roupas rasgadas, coque no cabelo e magra, muito mais magra do que me lembrava. Ela estava viva, foi tudo uma mentira de Royce, o carro até era o de Emmett , mas não era Rose dentro dele, agora só bastava descobrir o porquê de tudo isso.

O homem que estava lá dentro, apontando uma arma para ela, era Laurent, ex marido de Kate, eu ia matar esse desgraçado, ele ia apanhar tanto, mas tanto, que ele iria se arrepender de ter nascido. 

— Câmeras desligadas! - Jim falou 

Não esperei ele guardar as coisas dele para sair correndo em direção a cabana, estava com minha arma na mão e tiraria Rose de dentro dali de qualquer forma. Jazz corria um pouco mais atrás que eu, não o esperei para entrar, apenas chutei a porta, com toda a força que eu tinha, fazendo Laurent e Rose me olharem. Ele apontou a arma dele para mim e eu para ele:

 – Você está preso seu desgraçado!

Jazz entrou na cabana também e passou direto por nós dois. Ele se jogou em Rose e os dois se abraçaram chorando muito. 

— Eu abaixo a arma se pudermos conversar! - Laurent falou e Jim entrou na cabana também. 

— Conversar sobre o que ? - Falei com raiva. - Você tem mantido Rose aqui durante três meses… 

— Royce me forçou a isso! - Ele falou enquanto eu revezava em olhar para ele e Rose. - Quando comecei, eu não sabia o que ele fazia e quando vi, não consegui mais sair disso! 

Jasper ajudou Rose se levantar e a encarei. Ela chorava tanto, parecia tão pálida e fraca, mas mesmo assim, ela caminhou até mim, com muita dificuldade. Abaixei minha arma, vendo que Jasper apontou a dele para Laurent e  sabendo que Jim também não abaixaria a dele. A abracei com toda a força que eu tinha, mas cuidando para não machucá-la. Não consegui mais segurar minhas lágrimas e me permiti chorar com ela em meus braços. A soltei, dei alguns beijos em sua testa e bochechas: 

— A gente achou que você estava morta Rose, eu fiz de tudo para prender o culpado. - Passei as mão sobre meu rosto.  - Desculpa não ter descoberto que você estava viva antes. 

— Não me peça desculpa! - Ela falou ainda chorando. - Vocês me encontraram! 

— Você está bem? Fizeram algo para você? 

— Fisicamente acho que estou bem! - Ela falou e secou o rosto. - Eu só quero ir para casa!

— A gente vai! - Respondi apontando minha arma novamente para Laurent. - Eu só preciso descobrir o que está acontecendo aqui. 

— Eu posso contar tudo para vocês, mas preciso que vocês garantam minha segurança. - Laurent falou 

— Comece abaixando sua arma! - Jasper que estava quase ao lado dele, arrancou a arma da mão dele o surpreendendo. 

— Queremos tudo que você sabe, nomes, endereços, como aconteceu, os próximos passos de Royce e em troca, podemos colocar você como nosso informante e isso contará na hora do juiz dar sua sentença! - Foi Jim que falou recebendo um olhar indignado meu, eu não estava fazendo acordo com um bandido.

— Tudo bem, eu só não quero ser jogado numa cadeia junto com Royce, ele vai me matar! - Laurent falou 

— Você devia ter pensado nisso antes de se envolver com ele. - Falei com raiva e me coloquei na frente de Rose, para protegê-la de qualquer coisa que ele tentasse fazer.

— Eu não tive escolhas, quando sai da cadeia e descobri que você tinha ocupado meu lugar na vida de Kate e dos meus filhos… 

— Não fale neles! - Falei me aproximando dele. - Você não tem direito! 

— Garrett, calma! - Jim me pediu. -  Laurent, a gente não quer saber sobre seus motivos, depois você vai ter muito tempo para se explicar, agora, queremos falar apenas sobre Royce. - Jim tirou o celular do bolso. - Senta aí e comece apenas a responder nossas perguntas. 

Ele se sentou e Jim segurou o celular bem próximo a ele, para gravar toda a conversa e sim termos mais provas contra Laurent e Royce.

— Porque Royce manteve Rose aqui? - Perguntei 

— Ele tem um esquema de tráfico de drogas! 

— A gente já sabe disso! - Jazz o interrompeu

— Ele recebe a droga aqui nos Estados Unidos e em troca, envia mulheres, jovens adolescentes, para fora. 

— Tráfico de mulheres? - Perguntei 

— Basicamente. Todas elas são pegas da mesmo forma que Rosalie. O traficante manda as características e eles buscam entre pessoas que não tem família ou que não tenham condições para buscar por justiça e dão sumiços nelas. Lógico que Rosalie existe um motivo maior, mas as histórias são basicamente as mesma. 

— Então tem outras mulheres que foram dadas como morta sendo preparada para ser entregue a um traficante de outro país? 

— Sim, só essa noite serão, sete, contando Rosalie. 

— Três meses para fazer a troca, porque esse tempo? - Jim perguntou 

— Normalmente é mais rápido tudo, mas vocês estamparam a cara de Royce e Rosalie na mídia nacional e internacional, ele precisou esperar a poeira baixar um pouco. 

— Que lugar será realizado a troca? - Perguntei 

— Hangar 13 do porto! 

— Você ia levar Rose para lá? - Jazz perguntou 

 – Sim!

— Qual vai ser o horário da troca? - Jim perguntou 

— Tenho que estar lá às 04:00 da madrugada, todos os motoristas receberam as mesmas orientações. 

— Esse carro nunca saiu de Seattle e você nunca dirigiu ele, porque hoje? - Jazz perguntou a ele. 

— Eh um carro rápido e não chama atenção. 

— Eu preciso avisar alguém! - Falei coçando minha cabeça, eu precisava pensar rápido no que faríamos.

— Royce pode interceptar qualquer ligação que você fizer para a polícia da cidade. - Laurent falou 

—  Tem algum federal envolvido nisso? - Perguntei  

— Sim, inclusive o seu amiguinho James, o federal que diz te ajudar é um dos cara de Royce. 

— Filho da puta ! - Passei a mão no rosto desesperado, eu não tinha ideia o que fazer. -  Ir nós três para o porto, é suicídio.

— Ligue para o capitão Holt, tenho certeza que ele não está envolvido nisso. - Jim falou 

— Vou ligar no celular privado. - Falei 

Rose, que tinha ficado ao meu lado o tempo inteiro, me acompanhou para fora da cabana. Enquanto falava com o capitão ela sentou na escada da varanda e fechou os olhos, ainda chorando. Expliquei a situação rapidamente e ele ficou de me retornar a ligação, para dizer o que fazer. Desliguei o telefone, sentei ao lado dela e a abracei:

— Acabou Rose, a gente te achou, vamos te levar para casa! 

— Porque esse Royce fez isso comigo Garrett? - Ela tentava falar em meio ao choro. - Eu estava em casa, recebi umas mensagens com uma localização, fui atrás, me encontrei com ele e vim parar aqui. Porque ele fez isso? - Ela tremia em meus braços. 

— Isso tudo é sobre sua família Rose, seus pais e irmão verdadeiros. - Lágrimas voltaram a se juntar em meus olhos. - Foi tudo culpa nossa! 

— Do que você está falando? - Ela se desvinculou de meus braços e me olhou séria!

— Você é a Nicole Cullen, Esme e Carlisle são seus pais!

— O que!? - Ela tentava controlar o choro, mas não conseguia muito.

— A gente começou investigar o caso Nicole e acabamos ligando Royce a você e aos Cullens - Eu tentava me manter forte, para ela não ficar mais desesperada do que já estava. - Não tivemos tempo de te contar, Royce te pegou antes! 

Ela se aconchegou novamente nos meus braços chorando muito e fiquei em silêncio, ela estava frágil demais e era muita informação que ela estava recebendo. Ela respirou profundamente a me perguntou, depois de um tempo?

— Como eles estão? – Ela olhou para mim de novo. 

— Coitados, eles perderam tudo minha irmã, junto com você morreu a esperança, a fé, a união. - Suspirei. - Carmen e Eleazar penaram para unir a família novamente.

— Meu Deus! - Ela chorou mais. - Eu não queria fazer ninguém sofrer Garrett!

— Todo mundo ficou destruído Rose, a gente tinha um laudo confirmando sua morte, fizemos seu velório, te cremamos, esses foram os três piores meses das nossas vida. 

— Eu não parava de pensar em vocês, eu não sabia o que estava acontecendo e nem por que alguém estava fazendo mau para mim. – Ela limpou o rosto, mas as lágrimas não paravam de escorrer de seus olhos. -  Se eu soubesse, nunca teria saído de casa aquele dia! 

— Você não tem culpa, ele ia te pegar de qualquer forma, você é a vítima desta história Rose. – Fiz carinho no rosto dela e forcei um sorriso. – Você está viva, tem ideia de como todo mundo vai ficar feliz por isso? 

Ela sorriu tristemente para mim e meu celular tocou. Levantei para atender e fui receber as orientações do capitão. Faltava pouco agora, logo Royce estaria atrás das grades e Rose voltaria para o conforto e sossego da nossa família. 

Pov Rose. 

Eu não conseguia parar de chorar, eu finalmente tinha saído de dentro dessa cabana, Jazz e Garrett estavam comigo e me levariam para casa. Passei o inferno nesses três meses, fiquei sozinha, não vi ninguém, não falei com ninguém, comida e aguá eu aproveitava o que tinha dentro dos armários, mas era basicamente algumas comida enlatadas, que me davam até enjoo de colocar na boca.

Eu não fazia ideia do que estava acontecendo lá fora, mas chorava dia e noite, ficava pensando em Emmett e nas crianças o tempo inteiro, ficava rezando para que eles estivessem bem em casa. Pensava muito também em Garrett e Jazz e, se eu tinha certeza de alguma coisa, era que os dois me encontrariam, mais cedo ou mais tarde. Pensava também em todos os Cullens e McCarty, lógico que considero eles como a família que Deus  me deu, mas nunca passou pela minha cabeça que eu podia ser Nicole ou até mesmo que eles estavam sofrendo tanto com meu desaparecimento.

Para falar a verdade, descobrir que sou a filha perdida de Esme, acabou ainda mais comigo, meu Deus, eu acompanhei todo o sofrimento deles neste um ano, vi os choros, os desesperos, as conversas e eu apenas pensava “ meu Deus, que sofrimento, por uma garota que provavelmente deve estar morta”, mas eu estava errada, completamente errada, eu era a Nicole, eu fui o motivo por tanto sofrimento. Sim, eu sabia que nunca foi minha intenção ser o motivo do sofrimentos deles, mas me senti péssima em saber que, por tantas vezes falei mal da minha família biológica e eles passaram a vida toda atrás de mim. Garrett falando no telefone me tirou de meus pensamentos:

— Eu não vou arriscar a vida dela de novo! - A frase dele me chamou a atenção. - Tem que ter outra forma de fazermos isso. - A fisionomia dele era de total preocupação. - Tá, tá , eu vou ver, te ligo quando estivermos chegando lá. 

Ele desligou o telefone e perguntei:

— O que aconteceu? 

— O capitão acha que você deve ir com Laurent até Royce, assim podemos prender ele em flagrante, não só pelo tráfico de mulheres e drogas, mas também pelo seu desaparecimento.  

— Eu faço isso Garrett! - Me levantei e sequei minhas lágrimas.

— Não Rose, eu não posso deixar alguma coisa acontecer com você, de novo!

— Garrett eu to com ódio, eu  só me lembro do rosto dele no dia do parque, mas eu quero que ele sofra, Deus me perdoa, mas quero que ele passe o inferno dentro da cadeia até o último dia de sua vida, e se pra isso, eu preciso estar lá, eu vou! - Falei decidida. 

— Não é tão simples Rose, eu não sei o que pode acontecer lá, estou falando sobre uma verdadeira guerra dentro daquele porto. 

—  Eu não me importo, só vamos ter paz com esse desgraçado preso ou morto, então vamos fazer isso! - Segurei no braço dele. - Eu sei que você vai me proteger, você me encontrou nesse meio do nada, eu confio em você! - Eu tinha parado um pouco de chorar e falava com mais firmeza agora. 

—  Eu não te protegi Rose, eu achei que ele faria algo com as crianças e achei, erradamente, que você estava segura. - Ele me falou. - Eu me culpei por sua morte todos esses dias! 

—  Mas eu não morri, estou aqui, viva e pronta pra ajudar colocar um bandido desgraçado atrás das grades! 

—  Gente! - Jazz nos chamou da porta.. - Já terminamos aqui dentro. 

—  Ok, estamos entrando! - Garrett respondeu 

Entrei na frente de Garrett para ele não falar mais nada sobre o assunto, eu estava decidida, ia ficar cara a cara com Royce e teria o prazer de vê-lo sendo preso. Dentro da cabana Laurent continuava sentado no sofá na mira da arma de Jim. Jasper veio até mim e me abraçou, mais uma vez, eu estava tão feliz por eles terem me achado.

—  Você está bem? - Ele perguntou 

— Sim! - Fiz um carinho em seu rosto e sorri um pouco para ele. - Senti tanto a sua falta!

—  Eu também Rose, eu não me conformava que você estava morta. 

— Eu estou bem aqui, meu bem! 

— Eu falei com o capitão, ele encaminhou uma equipe do FBI e CIA para cercar o porto. - Garrett passou por nós dois falando. - Eles vão dar voz de prisão assim que Rose e Laurent chegarem lá. 

— Rose vai participar disso? - Jazz perguntou me soltando. - Não é uma boa ideia isso! 

— A convença de não participar! - Garrett falou e Jazz me olhou sério. 

— Eu quero esse desgraçado atrás das grades. - Falei dando os ombros para o Jazz.

— Laurent passou tudo ? Garrett perguntou a Jim. 

— Sim, temos bastantes nomes aqui. - Jim respondeu 

—  Certo, vamos fazer assim, eu vou com Laurent e vocês vão com Rose, no meu carro. Paramos umas cinco quadras do Porto para fazer a troca de carros. - Ele suspirou. - O capitão vai estar lá para nós orientar. - Ele caminhou até Laurent e o segurou pelo braço, o fazendo levantar. - Eu juro, que se você tentar alguma gracinha, eu te mato! 

— Eu vou colaborar Garrett. - Laurent falou tentando se soltar, mas foi em vão. 

— Então vamos! 

Garrett saiu puxando Laurent pela porta e eu caminhei até Jim. Recebi um abraço dele e fomos eu, ele e Jazz para o carro. O carro de Laurent estava na frente da cabana e ele e Garrett entraram nele, o de Garrett estava mais distante, precisamos andar um pouco até chegar nele. Assim que entrei no banco de trás,  voltei a chorar descontroladamente, eu estava indo para casa, o inferno tinha acabado, eu ia ver minhas crianças, Emmett e toda a família, a minha verdadeira família. 

Demorou para eu me acalmar, Jazz me abraçava e tantava me amparar.  Me ajeitei melhor no banco e perguntei a ele um pouco mais calma:

—  Como estão todos ?

— Mais conformados agora, mas foram meses terríveis para todos Rose. O carro de Emmett foi encontrado em chamas num barranco, um legista confirmou sua morte, um perito confirmou falha mecânica no carro, fizemos seu velório, cremamos teu corpo. - Ele me respondeu com lágrimas nos olhos.

— Como as crianças reagiram a tudo? 

— Tem sido tudo muito difícil, Alex e Peter já não vivem naquela alegria de quando a gente conheceu eles, Aggie ainda é um bebezinho, mas tem dado um bom trabalho para Emmett. 

— Meus bebês! - Voltei a chorar. 

— Eles vão pirar quando te encontrar Rose e não é só sobre você ser Nicole Cullen, todo mundo te amava por você ser você, pela sua alegria, sua bondade, sua amizade. - Ele enxugou uma lágrima que escorreu de seus olhos. -  Você é o nosso milagre. 

— Não era para ninguém ter sofrido Jazz. - Suspirei. 

— Você não teve culpa Rose! - Ele segurou minha mão. - Graças a Deus te achamos viva e bem, agora falta pouco para você ir para casa para a felicidade voltar a nos rodear. 

Encostei novamente nele e ele começou a fazer um carinho em meus cabelos. Fechei meus olhos e tentei tranquilizar meu coração, logo tudo acabaria e eu iria finalmente para casa onde todos me receberiam de braços abertos, não apenas por serem minha família biológica, mas também  minha família do coração, que eu escolhi e fui escolhida para amar e ser amada, para o resto de nossas vidas.


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