A Garota dos vampiros escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 8
De volta para casa




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779755/chapter/8

P.O.V. Renesmee.

Depois de um voo longo e cansativo, cheguei ao aeroporto de Miami onde minha mãe e o Jake estavam me esperando.

—Mãe!

Corri para abraçá-la. E ela me recebeu de braços abertos e com um sorriso.

—Você tem o cabelo do seu pai.

—É. Mas, os cachos são seus.

 Abracei e beijei o Jacob.

—Você fede a sanguessuga.

Eu e minha mãe olhamos feio para ele.

—Certo. Foi mal. Mas, acho que vocês entenderam.

—É.

Eles me ajudaram com as malas e foram tipo, vinte minutos de Miami até Magic Falls.

—Então, como foi a viagem?

—Eu fui testada, interrogada, tive um acesso de raiva e estourei os tímpanos do Alec.

—Eu queria ter visto isso.

—Jake! Foi um acidente. Ai eu me livrei de um monte de espíritos e liberei o triângulo de expressão mais poderoso do mundo! E eu dei uma surra no Félix. Mas, agora... mal posso esperar para voltar ao normal. E sair com as minhas amigas, dormir na minha cama, ir a festas e ser uma adolescente quase normal.

—É. Você está naquela fase.

Minha mãe estava dirigindo, Jake estava no banco do carona e eu estava no banco de trás. 

Quando finalmente chegamos fui recebida calorosamente pela minha família. Muitos abraços, beijos e amor.

—E ai baixinha! Como foi no Castelo do Terror?

—Horrível. Mas, teve coisas boas.

Meu tio enorme me abraçou. Um abraço de urso.

—Ai!

—Desculpe.

—Te peguei.

—Sua peste. Não nega que é filha do seu pai.

—Ei!

—A Bella é de boa, mas você é um pentelho.

O meu pai só rolou os olhos.

—Nossa! Eu senti falta dos olhos dourados. Tenho que admitir que os olhos vermelhos são... esquisitos e parecem que querem engolir a nossa alma.

—Você se alimentou direito?

—Sim vovô. E eu não matei ninguém, se é com isso que está preocupado.

—Senti falta do seu latim.

Disse o meu avô. Ele era filho de pastor, então acho que o pai dele falava latim nas missas.

—O seu pai falava latim quando dava missa?

—Missa é para católicos. Os protestantes vão ao culto. Mas, não.

—Certo. Para mim é o mesmo. Sabe, o cara lá na frente falando de paz, amor e Jesus.

O meu vô deu risada.

—Duma forma você está certa. 

Minha vó veio me abraçar.

—É bom tê-la de volta. Ficamos preocupados.

—Ah, eu não tenho que ter medo dos Volturi. Os Volturi é que tem que ter medo de mim.

Então veio a minha tia Alice. A dançante e saltitante tia Alice.

—Comprou roupas bonitas?

—Tia, eu nem sai do Castelo.

—Que pena. Mas, na próxima vez que formos para a Itália vou te levar na loja da Valentino, a da Dior, umas bolsas Gucci, os sapatos da nova coleção da Louis Vuitton estão lindos! 

E a minha tia desembestou a falar.

—Tia! Eu acabei de voltar. Ano que vem vai ter outra coleção.

—Ah, mas você não tem jeito. O seu total descaso com a moda você herdou da sua mãe!

Eu ri. Isso não era verdade. A tia Ali é muito dramática. O que é o contrário do tio Jasper. Mas, ele é mau compreendido. As pessoas pensam que ele é insensível, mas ele é o oposto. Por isso a expressão dele é sempre neutra. É difícil para ele saber o que está sentindo. Enquanto a tia Alice é mais de falar... o tio Jas é mais de fazer. Ele é na dele.

—Acho que vou deixar o meu cabelo crescer. O que acham?

—Você vai ficar linda de qualquer jeito tia.

—Own! Ela é uma fofa!

É. Essa é a tia Alice. Montanha russa emocional.

—Sabe tia, acho que sei porque o tio Jas gosta de você.

—Porque?

—Porque você é uma montanha russa emocional. Noventa e nove por cento do tempo você tá feliz, mas em cinco minutos você pode ficar pistola ou ofendida ou qualquer coisa então ele nunca fica entediado.

Todo mundo riu.

—Você provavelmente tem razão. Que tal uma comidinha caseira?

—Eu acho que vou tomar banho e dormir. Foi uma longa viagem. E eu to detonada.

—Claro. Fica pra mais tarde. Assim eu consigo planejar!

Eu ri. A minha tia é doida. Ela é obcecada com projetos e planejar coisas.

—Claro. Divirta-se.

Depois de tomar um belo e longo banho, sequei meu cabelo no secador, dei uma ajeitada mais ou menos, coloquei meu pijama azul escuro de estrelinhas coloridas. Deitei na cama e apaguei.

P.O.V. Alice.

Estava pensando no que cozinhar para a Ness comer quando eu tenho essa visão.

—Aro está mandando Alec de volta?

—Não. Foi... foi decisão do Alec. Não do Aro.

P.O.V. Edward.

Isso foi um choque. Os membros da guarda nunca tomam uma decisão dessas sem a permissão do Aro.

E quando ele chegou também ficou chocado com o fato de morarmos na Califórnia e não nos expormos.

—Como estão fazendo isso? Como não estão... como eu?

Emmett respondeu:

—É tudo obra dela. A monstrinha tem uns truques maneiros na manga.

—Renesmee? Ela está fazendo isso?

—Ela fez isso. O que você quer sanguessuga?

—É meio difícil explicar.

Vi as imagens na mente dele. Lucinda. Várias versões da minha filha. Reencarnação? Agora eu já vi tudo.

—Ela tá dormindo. E do jeito que a coisa vai não vai acordar tão cedo.

Disse enquanto ouvia os roncos da minha filha que vinham do andar de cima.

—E eu achava que o cachorro roncava alto.

—Você não precisa dormir, então não reclama Barbie.

—Ela dorme?

—Sim. Ela dorme. Menos do que um ser humano, mas precisa dormir ou a magia fica fora de controle. Se ela não dorme direito, fica irritada e as coisas acabam quebrando.

—Lembra o que ela fez na cozinha mês passado?

—É. Foi... porreta.

—Mas, aquilo não foi falta de sono, foi estresse.

—Os gritos podiam ser ouvidos a quilômetros. Não foi estresse, foi um surto.

—Quem tem teto de vidro que atire a primeira pedra.

Disse Bella com certa grosseria para Emmett. O meu irmão pode ser o ursão da casa, mas Bella é a mamãe ursa.

—Certo, mamãe ursa.

—E me orgulho disso.

Ela dormiu doze horas direto.

—O que diabos aconteceu lá naquele Castelo para ter dado essa pane no sistema dela?

P.O.V. Alec.

É o Cullen tava puto.

—Eu não sei. Ela disse que o Castelo deixava ela doente, ai teve aquele ritual maluco, as almas indo embora, o nariz dela sangrou, ela ficou inconsciente e decidiu vir embora.

—Ela canalizou energia demais. Podia ter se matado. Além do mais, se o Castelo era um triângulo de expressão... então aquela energia de morte deve ter contaminado ela. Deixado-a irritada, com fome, sobrecarregada. Ai, deu nisso.

—O que quer dizer?

Perguntei para Bella.

—Bruxas são servas da natureza.

—Não sei exatamente o que é isso, mas ela já me falou.

—Elas podem literalmente sentir a vida que emana das coisas. E a morte também. Sempre que ela toca em nós sente o fato que estamos mortos. Ela descreve como frio, escuridão, como se fosse o nada.

—Isso é loucura.

—A loucura é uma questão de perspectiva. Nunca pensei que existissem bruxas e agora eu tenho uma filha que é uma. A gente se acostuma com o cheiro de cera de vela, de ervas, com as velas se acendendo sozinhas pela casa toda, as chamas nas alturas, o latim, o francês de bruxa, os grimórios mais velhos que eu. Coisas flutuando, ás vezes explodindo. As linhas de sal nas portas.

—Porque sal?

—Elemento de ligação. Não sei exatamente o que quer dizer, mas é como elas chamam.

Então, uma voz respondeu.

—Magia é energia. Mas, para fazer qualquer feitiço a energia precisa de um equivalente físico. Uma representação física da energia. Magia é a vontade feita realidade. O sal é a ligação entre o físico e o não físico. Ele mantém as barreiras no lugar.

Disse enquanto vinha descendo as escadas. O rosto estava ainda um tanto inchado, nada de maquiagem, o cabelo estava arrumado, mas não impecável. E ela estava de pijama.

—Então, já planejou com o que vai me alimentar tia?

—Oh, eu esqueci.

—Que tal ovos mexidos e torrada com manteiga?

—Boa ideia.

—Mas, já está na hora da janta! Estou fazendo fetuccini ao molho branco com mussarela de búfala e tomate seco. Seu favorito.

—Obrigado vó. Você é demais. 

—Obrigado querida.

Ela comeu uma panela inteira de macarrão com molho. E notei que tinha muito queijo. Mussarela de búfala, mussarela comum, ovos de codorna, alcaparra e muitos vegetais.

—Você gosta de queijo?

Como estava de boca cheia, fez que sim.

—Mas nada de carne?

Fez que não. E depois que engoliu respondeu:

—Sou vegetariana. Carne bloqueia o fluxo de energia.

—O que?

—A carne é um bicho morto. Então, isso bloqueia o meu chacra do terceiro olho e embaça minhas visões, faz os feitiços darem tiu-ti.

—Visões?

—Sou vidente como a tia Alice. Empata que nem o tio Jas, um escudo como a minha mãe e telepata como meu pai. Herdei as habilidades dos meus pais. As outras eu copiei.

Ela continuou comendo, comeu sobremesa. 

—Como cabe tanta comida numa garota tão pequena?

—Não me culpe. Aquele seu Castelo sugou tudo o que eu tinha. Aquele lugar é um buraco negro. Pelo menos era.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Garota dos vampiros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.