A Garota dos vampiros escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 9
O sorriso dela


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/N9D0cZCXAbI- Surto da Ness.



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P.O.V. Alec.

O lobo está olhando feio para mim. Como se eu me importasse.

—Ela é minha. Então se afaste.

—Está com medo que ela goste mais de mim do que de você?

Ele começou a tremer.

—Sabe, de acordo com uma maldição, ela é minha alma gêmea e você é meramente o conflito que torna a história interessante.

Então, ela apareceu.

—Jake? O que está acontecendo? Ei, respira fundo. Vai ficar tudo bem. Não precisa se estressar.

—Porque tinha que trazer esse assassino italiano pra cá?!

Ela ficou ofendida.

—Eu não o trouxe pra cá. Ele veio porque quis! E o que era pra eu fazer? Expulsá-lo?

—Sim!

A híbrida balançou a cabeça em negação.

—Ei, Nessie, eles são os malvados.

—Sei. Olha, Aro é um idiota. Isso é indiscutível, mas essa coisa de malvado ou bonzinho, vilão vs herói. É uma noção simplista demais. Ele e a irmã estavam sozinhos no mundo, com um bando de aldeões ignorantes que tentaram queimar eles vivos! E para melhor ou pior, o Aro salvou eles. E de um jeito lhes deu uma segunda chance, então essa coisa que Volturis não dão segundas chances não é necessariamente verdade.

—Não acredito que está defendendo ele!

—Não acredito que está sendo tão idiota!

A discussão ia ficando cada vez mas acalorada.

—Ele assassina pessoas á sangue frio! Humanos e até mesmo os membros da sua própria espécie! Aposto que ele matou um monte de sanguessugas que não tinham cometido crime nenhum!

Ela andava em volta.

—Jacob, eu piro na batatinha de vez em quando e tenho surtos. Eu destruo a casa.

—Pelo menos não matou ninguém.

—Eu não vou brigar.

A híbrida subiu as escadas e nos deixou os dois sozinhos na sala de estar. Os outros Cullens tinham saído para caçar coelhos.

P.O.V. Ness.

Eu sabia que seria difícil desde o momento em que o Alec passou pela porta, mas o Jake tá insuportável. Ele implica com tudo.

Ouvi alguém bater na porta e pelo cheiro eu sabia quem era.

—Entra.

—Então, você tem surtos?

—Ninguém é perfeito. E todo esse poder... ás vezes, fica demais e é como um balão sempre prestes á explodir e eu tenho que deixar explodir antes que acabe machucando alguém ou pior.

P.O.V. Alec.

Era incrível como ela era natural, como era doce e falava daquilo com humor e um sorriso.

—E o que era pra eu fazer? Ficar brava? É, isso não ajuda.

—E como os tais surtos funcionam? Se me permite perguntar?

—Posso te mostrar, mas aviso que eu pareço meio doida quando está acontecendo.

—Vai surtar agora?

—Não! Só vou te mostrar o que aconteceu no meu último surto. Tente não me julgar com muita seriedade.

Ela tocou meu rosto. E as imagens começaram a passar. Ela estava destruindo a cozinha da Senhora Esme Cullen. Usando seus poderes para quebrar vidros, as louças estilhaçadas, ela berrava, chorava e os cabelos bagunçados. Ela quase acertou uma faca no meio da cara do pai dela. Então, parou.

—Viu? Eu estava irritada com uma vadia da minha escola que me chamou de aberração. Odeio essa palavra. Isso e ainda tinha rancor dos seus Mestres, amados e adorados.

—E não tem mais?

—Não. Eu não gosto deles particularmente, mas eu tenho pena deles. Marcus não sente nada, ele está morto de dentro pra fora. Se fechou. Caius está sempre transbordando de inveja e ódio. Ele odeia todos que tem algum poder especial porque eles o tem e se odeia porque ele não tem nenhum e Aro? Ele é um buraco negro de tempo, energia e amor. Sua fome por mais poder é insaciável. Pensa que colecionar pessoas como se fossem troféus vai encher o vazio que está lá dentro. É uma coisa patológica, compulsiva.

—Porque me defendeu? Eu fiz tantas coisas ruins.

—Eu também da última vez que estive em Cabo. Todos fazemos coisas das quais nos arrependemos, Alec. Só que a maioria das pessoas morre antes que a lista fique embaraçosa.

A cama de solteiro com um lençol roxo de flores, o protetor de sonhos pendurado na parede logo acima da cama. Um espelho de corpo inteiro com moldura de madeira branca, luzes pisca pisca, o abajur quadrado no criado mudo. Encima do armário haviam porta retratos cheios de fotos de família.

Ela bebê, criança, adulta. Alice, Jasper, Rosalie, Emmett, Edward, Bella, Carslile, Esme e o lobo.

—Sabe, existe uma razão para vampiros evitarem fotografias.

—Você é um mala. Além do mais, depois do ocorrido na clareira achamos melhor tirarmos mais fotos de família. Me ajudou a lidar com os pesadelos.

—Pesadelos?

—Tente ser uma criança de três dias de idade e saber que tem um exército vindo pra te matar e então podemos conversar. Crianças normais tem sarampo, eu tinha ataques de pânico. Insônia, paranoia e pesadelos.

Nossa!

—Isso sem falar os problemas com a culpa. Minhas tias não falaram comigo por anos. Eu me culpei pelo o que aconteceu com a tia Irina e elas também. Foi minha culpa que ela morreu e foi minha culpa que minha família ficou anos sem se falar. Então, como alguém pode ser um milagre e um erro ao mesmo tempo?

Minha Nossa!

—Ninguém é um erro. Especialmente não você.

Nunca havia parado para pensar no efeito que causamos nos Clãs quando... aplicamos a lei.

—É claro que não. Mas, me diga. Como se sentiria se tivesse que assistir a Jane ser esquartejada e depois queimada? Como se sentiria sabendo que ela morreu e você não pôde fazer absolutamente nada para salvá-la. Que ela estava á mercê de outra pessoa. Uma pessoa que não conhece a palavra misericórdia?

As paredes brancas, cheias de pôsteres de bandas. Fui lendo os nomes.

—Linkin Park, The Offspring, Pink, Black Eyed Peas. Não conheço nenhuma delas.

—É claro que não. E ironicamente, essa já não existe mais. O vocalista do Linkin Park se suicidou á dois anos. 

—Credo.

—Ele sofria de depressão. Era quase um bruxo de tão sensível que era.

—O cantor era bruxo?

—Não. Só humano, mas ele era um artista e isso tá em falta ultimamente. As letras das músicas eram lindas, cheias de poesia, significado... agora a música é insignificante. A maioria é só barulho.

Ela deu um sorriso e era um sorriso lindo. Honesto, sincero, cheio de significado. Nem me lembro da última vez que alguém sorriu assim para mim ou perto de mim.

—Isso é triste. Mas, você fez a sua cama agora vai ter que deitar nela. Sabe, eu estou orgulhosa de você.

—Porque?

—Porque tomou uma decisão por si mesmo. Foi corajoso o suficiente para vir aqui sem pedir a permissão do Aro, sem dar a mínima para o que ele ia pensar. Alguém está crescendo.

Disse a última parte em tom de deboche.

—Eu tenho mil e tantos anos.

—E teve autonomia pessoal pela primeira vez em todos esses anos! Então, isso merece uma comemoração. Vai ter uma festa da fogueira esse final de semana. É á noite, então você vai poder sair. Você podia vir.

Isso me lembrou.

—Como fez para que os Cullens saíssem ao sol?

—Sinto muito, mas confiança se conquista. Não posso dar assim de bandeja e ainda mais um segredo desses. Eu gosto de você, mas não confio em você. Quem me garante que isso não é uma tramoia do Aro? Que você não está aqui para espionar a gente ou algo assim? E não posso deixar aqueles três soltos no mundo, assim sem rédea, sem freio. 

Admito que fiquei magoado, mas é compreensível.


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