Shun, Shiryu e June seguiram para o Templo de Éris no norte da Grécia.

— Eu sinto uma energia muito negativa neste lugar. - Disse June. - É um cosmo extremamente hostil. Esse lugar é terrível!

— June, precisamos ter muito cuidado. - Disse Shun. - Não sabemos que tipo de inimigos iremos enfrentar.

— Não temos tempo a perder. - Disse Shiryu. - Atena pode estar em perigo. Nós precisamos nos separar.

— Este lugar parece um enorme cemitério. - Disse June. - Há três pequenas construções que se parecem com mausoléus em volta do Templo de Éris. A ânfora deve estar em um deles. Vamos procurá-la.

Os três se dividiram e seguiram em direção ao Templo.

June se aproximou de uma construção que se assemelhava a um pequeno templo, escuro e medonho. Ela entrou naquele lugar e viu que nas paredes havia imagens de demônios por todos os lados. No fundo havia uma pequena estatueta de ouro. June chegou perto e estendeu a mão para tocar na estatueta, quando uma luz cor de violeta brilhou no interior daquele templo macabro e surgiu a figura de um homem trajando uma armadura de cor violeta escura. Os olhos eram vazios e sombrios.

— Quem é você? - Perguntou June.

— Um pouco indelicado você, enquanto visitante, perguntar o meu nome sem antes se apresentar, não acha? Mas tudo bem, eu me apresento primeiro. Eu sou Érigor. Fui convocado pela deusa Éris para guardar o seu sagrado Templo.

— Sou a amazona de Camaleão. Sou uma amazona de Atena e estou aqui para salvá-la.

Os olhos de Érigor brilharam com um brilho mórbido e sua feição mudou. Ele assumiu um semblante hostil, cheio de ódio assassino. Ele então disse, com uma voz áspera e medonha:

— Eu não me importo nem um pouco com Atena, Éris ou qualquer um dos deuses. Eu não sou humano, sou um demônio, e o que eu quero é unicamente me alimentar de sua alma. Vou aprisioná-la aqui para sempre, junto com todas as outras almas condenadas.

Érigor então avançou contra June. Esta sacou o chicote e começou a girá-lo em volta de si. Érigor então desferiu um poderoso golpe contra June, ignorando sua defesa. June foi atingida em cheio e arremessada contra a parede. Érigor continuava avançando na direção de June com um olhar voraz, como um lobo faminto para a sua presa.

June então elevou o seu cosmo e disparou um golpe na direção de Érigor, mas este desviou-se do golpe com muita facilidade. Érigor então começou a desferir uma sequência de golpes contra June, ininterruptamente, deixando-a quase inconsciente e, por fim, arremessando-a ao chão. June ficou caída, como se estivesse desmaiada.

— Acabou, amazona. - Disse Érigor. - Agora eu vou arrancar sua alma para mim.

Érigor estendeu a mão e nela surgiu uma energia, como uma espécie de buraco negro, que atraía toda luz ao redor. Ele então começou a se aproximar de June. June então fez um esforço para se levantar e saltou para longe dele.

June tentou atacá-lo novamente, mas ele mais uma vez teve muita facilidade em se desviar do golpe.

— Você nunca poderá me atingir, mulher! - Exclamou Érigor. - Meu poder é infinitamente maior que o seu. E este lugar me faz mais forte.

June então começou a se movimentar com muita rapidez e a tentar escapar de Érigor. Este começou a tentar acertá-la. June saltava de um lado para o outro, até que Érigor conseguiu atingi-la perto da entrada. Ela tombou e seu elmo rolou pelo chão, indo parar na entrada do templo. A luz de fora se refletiu no metal do capacete de June e atingiu o rosto de Érigor. Este soltou um grito agudo, como se tivesse sofrido uma queimadura.

June estranhou aquela reação à luz, mas não teve tempo de pensar mais. Érigor disparou mais um poderoso golpe contra ela e a atingiu em cheio. Depois, ele a atingiu mais uma vez, e June caiu no chão, mais uma vez muito enfraquecida.

Érigor se aproximou mais uma vez, produzindo novamente aquela esfera de poder em sua mão direita. Ele chegou bem perto de June e estendeu a mão para ela. June começou a gritar, ao sentir que sua alma simplesmente estava sendo sugada de dentro de seu corpo. Ela então reuniu suas forças e disparou um poderoso golpe. Érigor se esquivou, mas parecia que o golpe não havia sido direcionado a ele. O golpe atingiu a parede, fazendo nela um imenso buraco. A luz do sol surgiu e raios luminosos penetraram o templo, iluminando intensamente o rosto de Érigor. Os raios de sol pareciam fogo sobre a pele de Érigor, que gritou desesperadamente. A luminosidade enfraquecia o seu poder.

June então começou a atacá-lo. Ela disparou vários golpes contra ele, que ficou atordoado. June então fez arder intensamente o seu cosmo, e disparou o seu poderoso golpe Chicote do Camaleão, que atingiu Érigor em cheio e o arremessou contra a parede. A armadura de Érigor de desfez em milhares de pedaços. June então lançou seu chicote e envolveu o pescoço de Érigor. Ela então o puxou de volta e decepou a cabeça do demônio, que caiu no chão sem vida.

O outro templo tinha em seu interior algo como um antigo altar babilônio. Nele havia a imagem de uma antiga divindade pagã. Shun se aproximou, assustado. Surgiu então, por trás do altar, uma figura imponente.

— Jovem guerreiro, aprecie este altar. É nele que você será oferecido em sacrifício.

Shun deu um passo para trás. Suas correntes ficaram tensas.

— Este ser é um demônio... - Sussurrou Shun.

Shun tentou atacar com as suas correntes, mas acabou sendo imobilizado.

— Você gosta de correntes, não é?

Aquele ser aprisionou Shun e o acorrentou sobre o altar em seu templo.

— Você será oferecido como sacrifício à deusa Éris, que me trouxe à vida para servi-la. Deusa Éris, aceite esta oferta de seu servo, Ashtarote!