Villain I'm not - ItaSasu escrita por Lívia Black


Capítulo 5
V - I'm the only one who knows what you need


Notas iniciais do capítulo

Eu amo esse capítulo, mas não fiquem revoltados comigo!



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Ouvir o som da voz de Itachi arrastou Sasuke para fora daquele limbo de luxúria que tinha se deixado envolver, composto pela mistura do cheiro de cereja e âmbar do irmão, o contato de suas peles nuas, e da língua dele no seu pescoço. Sasuke estava, subitamente, 100% consciente da mão direita dele apalpando sua recém-formada ereção. Por de cima de suas calças, sim, mas a região estava tão sensível que o mínimo toque fez sua garganta querer emitir um som que ele sabia que seria um gemido longo e arrastado. E claro, ridiculamente constrangedor. Teve de respirar fundo para contê-lo dentro de si. Parecia que todo o sangue que tinha no corpo estava pulsando bem ali onde aquela mão estava, e não restava nada nos impulsos elétricos de seu cérebro para ter outras reações além de ficar parado feito um imbecil patético, o que de fato, ele era.

Aquele, provavelmente, era o pior momento da sua vida. Primeiro, porque era o momento mais embaraçoso de sua vida. Segundo, porque todas as desculpas e discursos prontos que Sasuke tinha em sua cabeça para justificar o porquê aquilo tinha acontecido com seu corpo não pareciam suficientes para explicar nada, e ele se recusava a crer que Itachi poderia estar certo sobre seus sentimentos. Terceiro, porque aquele também era o melhor momento da sua vida.

Itachi acabara de dizer que aquela era a prova final de que ele estava apaixonado. E se não respondesse, seria como concordar com ele. E Sasuke não podia fazer isso. Simplesmente não podia. Obrigou-se a arrancar palavras de si.

—A única coisa que isso prova é que eu tenho uma imaginação fértil. -Pensou, de última hora, na sua possível salvação. Agora que parara para analisar tinha a desculpa perfeita, Itachi não podia contestar. -Quando você fez aquilo no meu pescoço, eu... eu... comecei a pensar no Naruto...e por causa disso... isso aconteceu...

Conseguiu ouvir o moreno rir baixinho atrás de si, claramente ridicularizando o que tinha acabado de escutar.

—Nossa, Sasuke. Você mentia melhor quando tinha quatro anos. -Debochou. – Bem, agora não estou fazendo nada no seu pescoço. -Ele observou, porque ele continuava do mesmo jeito e a desculpa não funcionava se fosse assim. -E aí?

—É, mas a sua mão... está...você sabe como funciona, não vai embora se continuar apertando, não tem nada a ver com ser você a pessoa que está fazendo isso, ok? A propósito, será que dá para tirar a mão daí antes que eu tenha que cortá-la fora? -Ameaçou, violentamente, embora não tivesse feito nenhum movimento para oficialmente remover a mão de Itachi ou se desvencilhar.

—Por quê? Ele parece estar gostando da atenção...-O moreno mais velho objetou, acariciando ainda mais o que tinha em mãos. -E você também gosta...

—Já disse que isso não tem nada a ver com você! -Finalmente Sasuke virou-se de frente para ele para encará-lo, dando uns passos para trás, livrando-se do toque entorpecedor do mais velho.

—E eu já disse que essas mentiras não enganam nem você mesmo. -Itachi deu a mesma quantidade de passos para frente. -Sasuke...-Respirou fundo antes de continuar, e parecia ter algo muito profundo a declarar. -Eu sei que tudo isso é muito difícil para você. Acreditar que eu não mudei e continuo te amando. E você tem todo direito de estar furioso comigo. – O mais novo ficou pasmo. Aquelas palavras tinham sido as primeiras coisas sensatas que Itachi dissera naquele dia, finalmente alguma coisa fazia sentido naquilo tudo. - Mas eu esperei a minha vida inteira por esse momento. Não vou deixar você escapar sem admitir que sente o mesmo por mim!

E fazendo de suas palavras um ato de verdade, Itachi colocou as duas mãos no rosto de Sasuke e o trouxe para perto beijando-o violentamente.

Sasuke quis não corresponder.

Tudo que havia de fiel a seus princípios dizia para ele o quanto aquilo era errado, o quanto ia se arrepender depois se pisasse em falso quanto a Itachi. Aquele era o homem que o traíra, que pisoteara em sua confiança, que acabara com sua vida, e ele se entregaria para a sua própria ruína se entregando a ele. Seu cérebro e seu coração travavam uma batalha mortal, uma luta pela verdade. No fundo, mesmo de forma racional, Sasuke sabia como se sentia em relação a seu irmão mais velho. Mas isso não significava que ele tinha feito as pazes com isso. Ou que estava disposto a engolir a realidade.

Sasuke tentou empurrar Itachi para trás.   

Mas era como se os músculos não obedecessem mais aos comandos cerebrais, e fosse o “coração” que tivesse assumido o comando agora, ou mais especificamente aquela parte insana dele, que ao ouvir as palavras de seu irmão mais velho havia se emocionado tanto que arrebentara todas as cordas que estavam limitando seus movimentos.

***(N/A: cenas bem picantes, se vc é uma pessoa pura, não lê)***

 A sua boca se abriu involuntariamente e deixou a língua de Itachi penetrá-la, ao mesmo tempo em que seus dois braços o envolveram num abraço lascivo, suas mãos tocando seus macios, cheirosos e longos cabelos. Sentiu o irmão sorrir no meio do beijo, que não foi interrompido por causa disso. A língua dele era macia, suave, delicada. Não era exageradamente violenta, como imaginou a princípio, e parecia movimentar-se em perfeita sincronia com a sua, explorando cada centímetro de sua boca. Os beijos eram alternados com mordidas que tornava tudo ainda mais enlouquecedor. Ele parara de segurar apenas seu rosto para tocar toda a extensão do seu corpo, assim como Sasuke. Começou a empurrá-lo para trás, sem interromper os beijos, em direção a uma grande árvore que havia atrás dele. Quando as costas do irmão finalmente encostaram lá, mordeu seu lábio inferior e o puxou. Sua mão, que deslizava na barriga de Sasuke, voltou a tocar na parte íntima dele, que continuava tão excitada quanto antes. Com uma única diferença, dessa vez: pela parte de dentro da calça. O moreno grunhiu, tentando conter sons mais embaraçosos que queriam escapar, mas o toque também foi um “chamado para a realidade”. O que ele estava fazendo?

Abriu os olhos, e encontrou os dele, tão perto dos seus, suas respirações próximas, de modo que sentia o hálito quente dele em sua pele.

—Itachi...

—Se você pedir, eu juro que paro. -O irmão mais velho começou a distribuir beijos em seu pescoço, enquanto fazia movimentos de vai e vem por dentro da calça, e torpor voltou tão rápido quanto tinha desaparecido. Agora a língua deslizava e chupava a pele do local, de uma maneira delirante e que provavelmente deixaria registros, não que Sasuke se importasse. Não se importava com nada no Mundo agora, exceto sentir aquelas sensações.

Aos poucos, Itachi foi descendo com os beijos para debaixo do queixo e ele o pôde sentir abaixando suas calças por completo com a mão esquerda. A mão direita estava ocupada com algo bem mais importante, e ele agora o masturbava da forma mais deliciosa possível, deslizando com a pressão ideal da base até a glande.

Ele foi descendo cada vez mais, até chegar no seu mamilo esquerdo. Gastou um bom tempo com ele, como para se divertir. Queria fazê-lo ficar rijo, o que conseguiu em menos de 1 segundo com apenas uma mordida, causando calafrios em todo seu corpo. Com o outro, foi um pouco mais violento, e chupou-o até deixá-lo roxo. Tinha de admitir que gostara.

Não tinha coragem de abrir os olhos, porque sabia o que viria a seguir. “Se você pedir, eu juro que paro” ele tinha dito. Mas não queria que ele parasse, embora fosse loucura deixar aquilo ir além. Aliás, já tinha sido um absurdo terem cruzado aquela linha. Mais que aquilo seria simplesmente... suicídio.

Sasuke não podia deixar Itachi fazer... sexo oral... nele. Estava completamente fora de cogitação.

Ele beijava seu ventre agora.

Abriu os olhos. Assim teria coragem de fazê-lo parar.

Mas o efeito foi justamente o contrário. Vê-lo de olhos fechados, ajoelhado para ele, com a expressão mais apaixonada do mundo. Aquilo o fazia sentir tão submisso. Tão seu.  

Simplesmente não conseguiu dizer as palavras.

E aí, já era tarde demais.

Aquela sensação ele não esqueceria nunca mais. A umidade dos lábios do seu irmão mais velho contra a pele pulsante do seu membro, era quente e deliciosa. O arrepio que percorreu toda a sua espinha quando direcionou o olhar e viu o rosto perfeito dele simplesmente o engolindo por completo e depois sugando com força, eriçou todos os seus pelos. Suas pernas bambearam, e se não fosse estar apoiado na árvore teria caído no chão.

Era como estar sonhando vivo.

—Ahnn...-Já não conseguia mais conter os gemidos em seus lábios, era simplesmente impossível. Tinha ficado sem fôlego.

Ele o engolia por completo. Os movimentos de sucção eram alternados com giros indecentes de sua língua na glande. Tudo isso junto com a visão magnífica de Itachi, a pessoa mais atraente de todo o Universo, olhando para ele, era impossível demais para se aguentar por muito tempo.

Não acreditava que era tão ridiculamente fraco assim para não durar nada, que desgraça, o que era aquilo??!

—E-eu... ahn...Isso...Está bom demais...-Falou, mas estava gaguejando, então soou ridiculamente patético. Aliás, era patético, por que quem ficava tão perto de gozar tão fácil assim?

Ele não parou. Pior, aumentou a tortura, começou a ir mais rápido.

Sasuke não queria que acabasse. Ele sabia que seus hormônios eram o que estavam o impedindo de surtar com o que estava acontecendo, e assim que o irmão o finalizasse ele se sentiria a pior pessoa do mundo.

Além disso, aquela era a experiência mais maravilhosa que tinha tido em toda a sua vida, e ele queria guardar cada segundo em sua memória, registrar cada momento, cada sensação. O rosto da pessoa que, só naqueles instantes de prazer, ele conseguia admitir, que era a mais magnífica de todas, a pessoa que ele mais amava em todo mundo.

—S-sério, se continuar...e-eu v-vou...

Itachi o ignorava, e agora segurava com a mão, sugando e fazendo movimentos circulares com a língua, bem no topo, ao mesmo tempo em que movimentava bem rápido, porque sabia que assim aceleraria ainda mais o processo, porque ele era realmente um desgraçado.

Sasuke não conseguia mais, e embora não se sentisse à vontade em gozar na boca dele, parecia ser exatamente o que ele queria e agora já não tinha mais como impedir de fazer isso.

Fechou os olhos e deixou-se atingir o orgasmo.

Foi como sair de seu corpo e visitar o paraíso por cinco segundos e depois retornar. Nunca sentira algo tão absolutamente magnífico como aquilo em sua vida, e nada jamais superaria. E era muito melhor mesmo ser dentro da boca dele. Era perfeito, aliás. Indescritível. Ficou vendo estrelas dentro de suas pálpebras escuras. Estava pisando nas nuvens.

Podia ficar assim para sempre...

Então sentiu a mão de Itachi acariciar sua bochecha.

—Você fica tão lindo assim, otouto. -Ele murmurou, num timbre meigo e carinhoso. -Gozando para mim, eu digo. – Adicionou, com malícia, rindo.

Acabou.

A voz de Itachi o removeu completamente de seu transe pós-orgásmico.

Acabou.

Todo o prazer se esvaíra de seu corpo, em breves instantes.

Acabou.

Abriu os olhos e olhou para Itachi, humilhantemente perto de si. Os lábios ainda com vestígios do que acabara de acontecer. Era o retrato de alguém perdidamente apaixonado, os olhos negros como corvos, brilhando de felicidade. Ficou encarando a figura dele, estático, e afastou a mão que ainda tocava seu rosto. Desencostou-se da árvore e começou a recuar, assustado, ainda sem tirar os olhos da figura dele.

A princípio, não sentiu nada. Foi como se estivesse subitamente vazio. Como se alguém simplesmente tivesse arrancado seu coração e ele passasse a ser incapaz de sentir qualquer coisa. Só de contemplar a paisagem.

Provavelmente era a reação causada pelo choque pós-traumático.  

Mas aos poucos, todo seu corpo foi sendo tomado por onda incomensurável de nojo, pavor, culpa, ódio, desgosto, que começaram a consumir cada fibra do seu ser. Não conseguia mais desviar os olhos de quem fora a razão de todos aqueles sentimentos tão repulsivos que agora estavam o torturando tanto.   

Itachi.

Aquele bastardo, maldito, desgraçado.

E tantos outros adjetivos piores do que esses.

 Aquele canalha tinha vencido. Tinha conseguido o que queria, o seu afeto, a sua abdicação, o seu perdão. Sasuke deixara-se levar pelo seu coração estúpido, pelas suas memórias infantis, por um sentimento que ele jurava ter aniquilado quando ainda era uma criança. Aquele maldito o tinha convencido, com seus cabelos perfeitos, seus olhos penetrantes, seu físico irresistível, seus lábios deliciosos, a se entregar, da pior forma possível.

Como se fosse uma menininha virgem ridícula.

É claro, ele estava alegre porque tirara toda a dignidade que restava de Sasuke. Fez o que precisava ter feito há tempos: subiu suas calças. Sua expressão estava o mais trancada possível.  O desapontamento no rosto de Itachi por essa atitude era extremamente visível. Ele claramente esperava que continuassem “amando-se ao luar”.

Sasuke ainda não acreditava no que tinha acontecido. Tinha vontade de gritar e chorar, por tudo que tinha perdido em um momento de fraqueza. Só sabia que estava à beira de um colapso mental. Precisava organizar seus pensamentos. Esquivou-se de cabeça baixa e começou a caminhar em direção em direção à densidade da floresta que tinha no caminho que estavam seguindo até então, punhos cerrados, expressão impassível.

—Sasuke? – Itachi perguntou imediatamente, assim que percebeu que ele estava se mexendo, indo para algum lugar.

O moreno permaneceu calado e indiferente, apenas continuou caminhando. Itachi começou a segui-lo, não se importando com as coisas que deixara para trás.

Caminharam alguns minutos.

—Sasuke? – Tentou de novo.

Era como se fosse invisível.

—Importa-se de me dizer aonde está indo? – Mais uma vez procurou obter uma resposta, e claramente isso irritou ainda mais o moreno mais novo, mas dessa vez ele pareceu ao menos ouvi-lo.

Embora.

—Para onde? -Quis saber Itachi.

Algum lugar. Não sei ainda.

O mais velho concordou, calmo e paciente.

—Ok. Eu vou junto com você.

Silêncio sepulcral.

Sasuke interrompeu seus passos. Respirou fundo. Virou-se de lado para encarar o irmão. Parecia se controlar para não berrar. A expressão dominada completamente pelo ódio.

—Eu pareço com cara de que quero companhia???!!

A violência das palavras dele assustaram Itachi, que ao mesmo  tempo era controlado o suficiente para não demonstrar isso em suas feições. Só seus olhos entregaram o quanto aquilo o deixou triste, pois perderam a vida.

—Eu não quero deixar você sozinho, otouto. -Protestou. Seu timbre também estava desconsolado. Era claro que estava sofrendo.

—Você aguentou por anos e anos, vai aguentar mais um pouquinho. – Comentou o garoto sarcasticamente, com maldade, porque sabia que aquilo iria atingi-lo exatamente na ferida, e recomeçou a caminhada. -Não me siga. -Acrescentou, porque sabia que a primeira coisa que Itachi iria tentar fazer era isso.

—Sasuke! Eu não vou deixar você ir embora assim! Não depois de...

—Dói, né? -Ele o cortou, cínico. -Ser abandonado. -Completou, e foi como se quebrasse o semblante do irmão mais velho em mil pedacinhos. Havia um rancor infinito em suas palavras. A dor de alguém que nunca havia superado suas mágoas. E que nunca superaria. Alguém que precisava ficar sozinho.  - Adeus, Itachi. -Foi a sua despedida, seca, fria, sem nenhum vestígio do sentimento que aparentara ter minutos atrás.

Virou-se de costas, e voltou a seguir seu rumo. Para longe dali. Para algum lugar onde pudesse ficar com seus sentimentos. Com sua culpa, seu ódio, seus pensamentos e com toda a sua dor. No fundo, tudo que seu coração mais queria era ouvir som de passos o seguindo, novamente. Uma voz insistindo para ele ficar.

Mas não ouviu nada.

Quando olhou para trás, Itachi tinha desaparecido.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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