Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 9
Aquele do meu eu em você.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Era boa a forma como o outono se comportava em Crowley Cornes. Robin gostava da loucura que era, e já se acostumara a sempre ter um casaco dentro do carro, caso a temperatura baixasse gradativamente. 

Naquele domingo, no entanto, o sol estava fortíssimo no céu, a temperatura bastante elevada para a estação. Regina aproveitara a tarde para passar um tempo com os cavalos, e levara Robin junto aos estábulos. Era claro que, por ainda se sentir bastante intimidado com os animais, o homem ficou a perambular pela construção, enquanto a morena ia direto para a baía de Stone, para escovar seu pelo marrom. 

O cavalo se sentia importante por toda a atenção que recebia da dona. Robin conseguia ver isso nos olhos dele, embora às vezes achava que era coisa de sua cabeça. Mas Stone sabia que era o preferido de Regina, dentre de todos os outros. 

A morena escovava delicadamente a pelagem do animal, da forma como aprendera desde criança. Robin amava observá-la nesses momentos. Amava observá-la em qualquer momento, na verdade. Mas tinha alguns, aqueles em que Regina se encontrava mais distraída, que faziam o coração do homem se aquecer em níveis muito extremos. 

Como por exemplo, quando ela cozinhava, sempre cantarolando alguma melodia; ou quando deitava no sofá com Lola em seus braços, franzindo o cenho sempre que algo que lhe chamasse atenção passasse na TV; quando ficava a explicar na obra algo para algum colega, com tanta paciência e dedicação; ou antes de dormirem, quando a mulher mergulhava na leitura de livros ou artigos sobre arquitetura, os óculos de descanso a escorregarem para ponto do nariz. E um de seus favoritos no mundo, era quando ela pegava no sono, o rosto enterrado no pescoço do loiro. Robin adorava admirá-la em seus braços. 

Lola entrou no estábulo com o rabo a balançar de lá para cá, uma bolinha vermelha na boca. Ela nem deu bola para Regina, seguindo contente até o empresário.  Ela o amava, assim como sua dona. Era incrível o quanto a cachorrinha era dada a Robin. O loiro se abaixou, ficando na altura do animal. Lola largou a bolinha em frente a suas patas, focinhando as mãos do loiro, pedindo por carinho. Não demorou para que o loiro lhe acariciasse as orelhas e a cabeça, fazendo a cachorra deitar, folgada. Depois de muitos minutos de carinho, Robin insinuou que pegaria a bolinha, despertando Lola para a brincadeira na hora. 

Quando Regina terminou a escovação de Stone, desviou os olhos do cavalo para os dois sorrindo com a forma que Robin se divertia com coisas tão simples. Ele jogava a bolinha longe, Lola corria para buscar, trazia de volta e o loiro jogava a bolinha novamente, sempre elogiando o desempenho da cachorra. 

Regina imaginava como Lola ficaria chateada quando ele voltasse para Nova Iorque, assim como ela. E embora a arquiteta tentasse não pensar nisso, nas últimas semanas estava sendo bem difícil. 

Robin havia ido para Nova Iorque na semana anterior, pegando o mesmo voo que Rose e Anna pegaram. O loiro voltou bastante feliz com os resultados que obtiveram com o comprador do hotel. Regina se tranquilizou com isso. 

Mas mesmo assim, não mudava o fato de que em algumas semanas Robin estaria voltando para a cidade sede da Locksley Construções. 

A morena balançou a cabeça para afastar tais pensamentos, pegando Stone e o levando para pastar. Quando voltou, Robin continuava a brincar com Lola. A morena seguiu até ele, lhe abraçando pela cintura, os dois a observarem a cachorra correr como um relâmpago atrás da bola. 

"Me ajuda a escovar a Sol? Você sabe que ela é bem calminha." pediu a morena, ficando em frente ao loiro. Robin franziu o nariz, pensativo. Logo os olhos pidões, tão característicos de sua namorada, estavam presentes no belo rosto da mulher. Ele riu, chacoalhando a cabeça.

Então seria assim. Regina pediria algo, lhe olharia com os olhos pidões, e ele não pensaria duas vezes antes de dar o que ela queria. 

"O que eu vou ganhar se ajudar você com a Sol?" inquiriu, as mãos indo parar na cintura da mulher, as orbes se mirando com carinho. 

"Deixa eu pensar…" Regina levou o dedo ao queixo, os castanhos desviando dos azuis. "Talvez alguns beijos?" sugeriu, um largo sorriso deslizando pelos lábios do empresário com a oferta. 

"O que eu não faço por alguns beijos seus?" cochichou, os lábios a roçar os de Regina. Fora a mulher que iniciara o beijo, visto que já estava acostumava com a forma como Robin sempre a provocava. Dessa vez não iria dar chance a ele. Quando se separaram, Regina descansou a testa na dele. 

"Você sabe que teria meus beijos de qualquer jeito." constatou, risonha. Se afastou do loiro, pegando-o pela mão e seguindo até a baía de Sol. A égua se encontrava tranquila e Regina buscou os olhos azuis para ver se estava realmente tudo bem antes de entrar no pequeno espaço. 

Apesar de se sentir levemente nauseado, Robin queria por demais enfrentar aquele medo. E sabia que seria melhor começar a se aproximar dos cavalos, mesmo que tivesse que começar por Sol. O loiro observou enquanto Regina comprimentava o animal carinhosamente. 

"Hey Sol! Você não é a menina mais sortuda desse planeta? Olha só quem vai escovar você…" Regina afinou a voz, enquanto acariciava o animal, buscando os olhos de Robin. O loiro sorriu, se aproximando e depositando as mãos no pelo de Sol, fazendo um leve carinho. 

"Acho que ela é sortuda por ter você." Robin respondeu, buscando as íris castanhas. "Eu, pelo menos sou. Muito sortudo." Lhe beijou a face, o coração batendo com o grande sorriso que sua namorada tinha nos lábios. 

Regina então entregou uma escova a Robin, lhe explicando como passar o objeto sobre a crina do animal. O loiro a ouvia atentamente, tentando fazer tudo como Regina lhe explicava. A morena comentou o quanto aquele contato aproximaria Sol de Robin, e que era importante que ele fizesse aquilo para poder superar o pavor que tinha. 

"Eu sei muito sobre cavalos e as reações que causam nas pessoas, Robin. Além disso, andei dando uma lida em algumas matérias para poder te ajudar quanto a isso." confessou, enquanto observava o loiro a escovar o cavalo. Sol parecia tranquila, até relaxada com o cuidado. Era um dos animais mais calmos que tinha ali. Robin levantou os olhos azuis para encarar Regina, que piscou pra ele. 

"Você quer muito que eu ande em um, né?" inquiriu risonho. Mas se sentia feliz por saber que o assunto era tão importante para Regina a ponto de ela ler e se informar sobre. 

"Você já imaginou isso? Quando acontecer, devemos transformar a data em feriado." riram. Regina foi até a frente do animal, acariciando o seu focinho enquanto Robin terminava o trabalho. Engataram em uma longa conversa sobre toda a higiene que os animais passavam, Regina tirando pacientemente todas as dúvidas do loiro. 

Quando Sol estava pronta, Robin foi até o lado de Regina, tomando o focinho de Sol nas mãos. A égua ficou calma com o contato, e o loiro gostou da sensação. Já não se sentia com medo do animal, um pouco receoso, talvez, mas não com medo. 

Regina o ajudou a levar Sol para pastar, junto com Stone, e depois eles voltaram para os estábulos para fazer o mesmo trabalho com os outros 3 cavalos. Andante fora o próximo, e a escovação dele fora calma, embora tenha arrancado muitos risos de Regina, já que Robin fazia caras bem cômicas sempre que o animal fazia algum movimento um pouco mais brusco que o normal. 

Quando terminaram a higienização de todos, se escoraram na cerca, a observá-los correrem livre pelo pasto. Lola estava junto, é claro. Regina quase sempre pensava que a cachorra se pudesse escolher, seria um cavalo. Riu alto com o pensamento, compartilhando com Robin. O loiro a abraçou por trás, enquanto os dois ficavam em silêncio por longos minutos. 

"Você está muito cansado?" perguntou, enquanto brincava distraidamente com a mão do loiro que estava sobre sua barriga. 

"Não, meu amor. Pra você nunca estou." beijou-lhe o pescoço, fazendo Regina sorrir. A mulher se virou para ele, enlaçando os braços em seu pescoço. 

"Tem um lugar da propriedade que eu ainda não te mostrei. Mas fica um pouco longe…" disse, enquanto suas unhas arranhavam de leve os fios loiros na nuca do homem. Robin sorriu, capturando os lábios nos seus, em um beijo forte, intenso. Regina deixou um gemido escapar quando o loiro a puxou mais para si, um desejo crescendo no interior dos dois. 

Mas Robin sabia que não era o momento, e não provocaria Regina dessa forma. Sua morena sabia ser bastante persuasiva no que queria, fazendo ele se perguntar como os dois não haviam feito nada mais intenso do que apenas beijos. 

"Uma caminhada com a minha garota, me parece ótimo." sussurrou contra os lábios dela quando se separaram. Regina lhe deu um selinho, lhe entrelaçando a mão, enquanto gritava para que Lola fosse com eles. 

Eles fizeram o caminho entre conversas e paradas para beijos roubados. Regina por diversas vezes narrava sua histórias com Zelena, e tudo que as duas aprontavam por ali quando mais novas. Narrava também sobre suas aventuras sozinha pela propriedade, chamando a atenção de Robin. 

"Você andava sozinha por aqui?" inquiriu surpreso. "Que idade você tinha?" 

"Eu já devia ter 8 ou 9." lhe tranquilizou. "Mas quem nasce aqui sabe se virar desde muito novo, Robin. Eu andei de cavalo a primeira vez com 4 aninhos, com 3 vivia correndo atrás das galinhas, e adorava correr livre pelo pasto… foi lá que dei meus primeiros passos, acredita?" contou, enquanto o homem lhe observava admirado. 

"Uau! É uma caipira muito bem formada, hein?" sorriram, Regina dando um tapa no ombro do homem. "Mas você nunca ficou preocupada em se perder?" perguntou, tentando memorizar bem os lugares por onde passavam. Já faziam alguns minutos que entraram em uma mata mais fechada. Ao contrário de Robin, Regina nem olhava por onde andava. Lola já estava a frente deles, explorando. 

"Nunca. Já conhecia muito porque sempre saia com o papai para montar." explicou. 

"Sua mãe montava?" Robin questionou, com cuidado. Sabia que aquele assunto era difícil para Regina. Mas ao invés de ficar triste, a mulher deu um enorme sorriso, encarando os olhos azuis. Robin quase perdeu o ar com todo o brilho que tinha nos castanhos. 

"Ela adorava! Montou até o final e só parou quando os médicos realmente proibiram." contou, o sorriso sumindo de seus lábios por um momento. "Sabe que ela era como você?" a mulher questionou. Robin levantou as sobrancelhas, negando com a cabeça. "Morava na cidade… meus avós tinham uma loja de calçados. Apesar de ser do interior, mamãe havia ido poucas vezes a uma fazenda, e quando conheceu meu pai nunca tinha andado em um cavalo." narrou, enquanto os dois continuavam a andar pela vegetação. Robin notara que assim como tudo ali, os lugares pelos quais passavam eram de uma grande beleza natural. "Aí em um dia qualquer, meu pai entrou na loja dos meus avós para comprar um presente para a mãe dele. Cora o atendeu. Papai sempre conta que ele sabia que ela era o amor da vida dele no momento em que seus olhos pousaram nela, no primeiro olhar que trocaram." sorriu, emocionada. Robin também se encontrava emocionado. Puxou a morena para seus braços, a apertando contra si em um abraço. Regina enterrou a cabeça no pescoço do loiro, inspirando o cheiro que tanto lhe acalmava. 

"Eles têm uma história linda. Queria muito poder ter conhecido a Cora, agradecer a ela por ter colocado no mundo a mulher mais incrível de todo esse planeta." Robin falou, quando se separaram para que pudessem olhar um para o outro. Regina sorriu, negando com a cabeça enquanto os olhos enchiam-se de lágrimas. Robin lhe acariciou a face delicadamente, beijando-a na testa. A morena fechou os olhos mais uma vez, respirando fundo para espantar a emoção. 

"Ela teria amado te conhecer." disse baixinho, ambos trocando sorrisos emocionados. Robin a beijou delicadamente, apenas um roçar de lábios. Eles então voltaram a andar, Robin certificando-se de que Lola estava próxima a eles. A cachorra não havia ido longe, de qualquer modo. Ela nunca ia. 

Andaram por mais alguns longos minutos, e logo Robin pode ouvir um barulho de água. Regina se animou assim que ouviu, apressando os passos e puxando o namorado pela mão. Logo eles chegaram na beira de um riacho, raso e que corria por uma longa extensão. Várias pedras cortavam o fluxo da água, e estavam todas cobertas de limo. 

Não adiantou que Regina pedisse para que Lola ficasse ali na beira, sem entrar no riacho. Em poucos segundos a cachorra saltou para dentro, as patinhas jogando água para todos os lados. Os dois adultos sorriram. 

"É lindo, não é?" Regina virou-se para Robin, que admirava o lugar deslumbrado. Imaginou como deveria ser bom aproveitar o lugar no verão, e lamentou que estivessem no meio do outono. 

"Muito bonito." sorriu para a mulher, que piscou para ele. Regina se agachou, tirando as botas e as meias, dobrando a calça jeans até a metade das canelas. Robin levantou uma sobrancelha. "Regina, não está quente o bastante para entrar. A água deve estar gelada." 

"Será que o turrão pode sair da caixinha um pouco?" pediu, enquanto adentrava o riacho. Parou no mesmo momento, soltando um gritinho quando entrou em contato com a água gelada. Virou-se para Robin, uma expressão sapeca no rosto. "Você vem?" lhe estendeu a mão, um biquinho se formando em seus lábios. 

Robin suspirou… tudo que ela pedisse, afinal. 

Tirou os sapatos e arremangou a ponta de sua calça, se aproximando da morena e abrindo a boca para soltar um palavrão ao sentir a água fria em seus pés. Regina gargalhou alto, o puxando para si e o beijando. Robin correspondeu de imediato. Ele poderia passar o dia a beijando, jamais cansaria. 

"Você é impossível, sabia?" falou contra os lábios dela. Regina o beijou novamente, não se importando em dar resposta pra ele. Robin levou as mãos até as costas da mulher, lhe puxando mais para si. Quando o ar se tornara escasso, Regina encheu o rosto do loiro de beijos. Lola acuou para o nada, fazendo os dois se separarem para olhar para a cachorra. 

Regina seguiu até uma pedra, sentando-se sem cerimônias. Robin sentou-se atrás dela, lhe envolvendo em seus braços. Trocavam doces carícias e por diversas vezes alguns beijos ardentes, enquanto a água do riacho corria, molhando seus pés e metade de suas pernas. 

"Você vinha muito aqui quando criança?" ele perguntou, depois que finalizaram mais um de seus longos beijos. O loiro teve que respirar fundo com a visão de Regina a sua frente. Ele achava que jamais se acostumaria com a beleza da mulher, com sua essência. Todos os dias, a todos os momentos, o homem achava diversos pequenos detalhes a respeito dela que o faziam suspirar e se apaixonar ainda mais. 

Entregue aquele momento, a morena tinha os lábios vermelhos e inchados pelos beijos trocados com o loiro. Alguns fios de cabelos teimosos desprendiam do coque desajeitado que ela tinha na cabeça e os olhos castanhos se encontravam brilhando de contentamento. 

"Sim, esse lugar é a praia da propriedade." riu, enquanto sua testa tombava sobre a de Robin. "E crianças adoram água, Robin." 

"Bem, parece que a minha criança adora água mesmo." constatou, arrancando um sorriso de Regina quando ela entendeu que o homem se referia a ela. Levou a mão em concha até a água, pegando-a na mão para jogar no loiro. Robin reclamou, fazendo o mesmo com ela. Quando cansaram, voltaram para os braços um do outro, agora molhados pelos respingos da água. Regina se aconchegou no colo do loiro, Robin escorando os lábios na cabeça da mulher. 

Em seus devaneios, Robin imaginava uma tarde de verão, o som da água do riacho sendo enriquecido com a risada de crianças. Imaginou ele e Regina sentados na margem, uma cesta de piquenique ao lado dos dois. Ficou imaginando a morena entre suas pernas, aquele sorriso gratificante a deslizar pelos seus lábios enquanto observava as duas crianças jogarem água uma na outra, a pobre Lola sendo um alvo no meio delas. 

Robin se sentiu arrepiado quando percebeu sobre o que seus pensamentos se referiam. Era sua família com Regina. A família que ele queria construir com ela. O pensamento o emocionou completamente, de tal forma que os braços fortes apertaram a cintura de Regina, a trazendo mais para perto. A morena, perdida em seus próprios pensamentos, apenas se aconchegou mais no homem, e ficaram ali por longos minutos. 

"O que tirou você de mim?" Regina questionou, se afastando o bastante para conseguir encarar a imensidão azul que o empresário carregava nos olhos. O loiro voltou a si, franzindo o cenho para a pergunta da mulher. "Seus pensamentos. Onde eles estão?" questionou, refazendo a pergunta. Robin levou uma de suas mãos ao rosto da mulher, o dedão a traçar a sobrancelha esquerda de Regina delicadamente. 

"Estava pensando no nosso futuro juntos." ele respondeu, a sobrancelha de Regina se erguendo em questionamento. Ele riu. "Em como seria se… bem… se tivéssemos filhos juntos." falou, um pouco receoso. Afinal, eles estavam juntos há poucos meses, tinha medo de assustar a morena. Regina abriu um sorriso, lhe acalmando o coração. 

"Eu quero no mínimo dois." foi clara, surpreendendo Robin. O loiro abriu um sorriso, acompanhando o que Regina tinha nos lábios. 

"No mínimo?" ele questionou, a mão agora apoiada na bochecha da arquiteta, o dedo a traçar um carinho delicado. 

"Ér… ser filho único não é bom, né? Eu sou… e se não fosse por Zelena, teria sentido falta de uma irmã. E você tem Rose. Acho importante termos no mínimo dois…" respondeu convicta, os olhos focados nos azuis. "Se vier mais com o passar do tempo… bem, onde comem dois comem três e quatro, não é?" disse, o nariz franzindo. Robin sorriu ainda mais, concordando com a cabeça e logo beijando Regina. 

"Espero mesmo que a gente faça dar certo, Regina. Eu seria o homem mais feliz do mundo se você fosse a mãe dos meus filhos." declarou sobre os lábios da mulher, que sorriu com a declaração. 

"Você tem dúvidas de que vamos fazer dar certo? Porque eu não tenho. Vamos dar um jeito." lhe acariciou a barba carinhosamente, bicando-lhe os lábios em seguida. Robin riu entre o beijo, ao mesmo tempo que puxava Regina para si em seu colo, o beijo se intensificando mais uma vez. 

 

***

Como sempre imaginara em sua cabeça e projetos, a cozinha do Wildflowers havia ficado perfeita. Lindíssima. Regina quase desejou ser as cozinheiras que fariam as mágicas naqueles fogões, com aquelas panelas. O cômodo estava finalmente mobiliado. Haviam por fim terminado de montar as últimas prateleiras naquele final da manhã, e agora estavam ela e Robin a observar o resultado do trabalho. 

O loiro aproveitara que estavam sozinhos para circular a cintura de sua amada, apaixonado demais pela forma que ela estava brilhando de felicidade. Depositou um beijo no pescoço dela, inalando seu perfume. Regina riu, encolhendo-se contra ele. 

"Você é com toda a certeza a melhor arquiteta e decoradora de todas. Eu simplesmente sou apaixonado pelo seu trabalho." vociferou o loiro, virando Regina para si. A mulher abriu ainda mais o sorriso. 

"Eu não sou tão boa assim." disse modesta. Robin ergueu as sobrancelhas pra ela, virando-a em direção a cozinha pronta. Regina riu alto, as mãos apertando as de Robin em sua cintura. A morena virou-se novamente para ele, lhe depositando um beijo nos lábios. Logo depois se afastou, pronta para pegar o notebook em cima da mesa, para que pudesse mostrar a ele algumas mudanças que tinha feito de última hora. 

Entretanto, antes que conseguisse fazer seu caminho de volta até o loiro, uma moça loira entrou na cozinha, os olhos a passarem pelo lugar até que caíssem em Robin, que estava distraído olhando para a morena. Robin não viu quando a mulher se aproximou dele por trás, o abraçando carinhosamente pela cintura de uma forma muito, muito íntima. 

É claro que o loiro se afastou do toque na mesma hora, pronto para xingar a pessoa que fizera aquilo. Ao se virar, porém, se deparou com Diana, que lhe olhava com um grande sorriso no rosto. A mulher, antes que ele pudesse lhe dizer algo, se jogara em seus braços, Robin não podendo fazer muito a não ser lhe abraçar de volta meio sem jeito. 

Regina sentiu a respiração falha, o cenho se franzindo na mesma hora. Sentiu um leve incômodo ao ver a cena, mesmo que fosse algo de leve. Quem diabos era aquela mulher? 

Mas ela não era de ter ciúmes, nunca tivera ciúmes de um homem na vida. Mas também nunca amara ninguém como amava Robin. No entanto, ciúmes nunca era saudável em um relacionamento. E, além disso, confiava cegamente em Robin. Então ela apenas respirou fundo, aguardando que Robin saísse daquele abraço e lhe apresentasse a mulher. Deveria ser alguma amiga de Nova Iorque, apenas isso. 

"Deus do céu! Você está mais lindo do que já era, hein, bonitão? Acho que o interior fez bem pra você." Diana vociferou sorrindo, enquanto as mãos tomavam o rosto de Robin. O homem riu, colocando as mãos sobre as dela e educadamente as afastando. É claro que a mulher não notara, o sorriso ainda no rosto. 

"Diana! Bom ver você, não sabia que viria com o resto do pessoal." ele falou, a mulher lhe dando uma piscadinha, que não passara despercebida por Regina. 

"É claro que eu vim, precisa conhecer o que levou você para longe de mim, não é? Além disso, temos algumas coisas profissionais para resolver, huh?" disse, a mãos pousando no braço do loiro. Ele forçou um sorriso, desconcertado. 

Não entendia por que ela estava o tratando assim, com tamanha intimidade. Eles eram amigos, sim, e em diversas noites foram mais do que isso, mas tudo havia ficado no passado e antes que ele viesse a Crowley Cornes eles já estavam afastados. Ele já não tinha nenhuma relação com ela que não fosse a profissional. Virou-se para Regina, encontrando a morena com cara de poucos amigos. Se afastou da loira para que seguir até a namorada, sussurrando um pedido de desculpas que a morena ignorou. 

"Diana, está é a Regina. A arquiteta responsável pelo projeto e também minha namorada." apresentou, a mão indo parar na base das costas de Regina. Diana se aproximou, os olhos encarando Regina com atenção. A conhecia das fotos que Robin compartilhava nos últimos tempos nas redes sociais. 

"Ah! A namorada." falou pausadamente, abrindo um sorriso provocante ao apertar a mão de Regina. Robin sentiu que a morena ficou tensa, e delicadamente ele fez um carinho na base de suas costas. 

"Regina Mills, muito prazer." Regina estendeu mão, e Diana a apertou prontamente. "Mas desculpe, não sei quem você é… Robin nunca me comentou sobre nenhuma Diana." alfinetou, se irritando ainda mais quando um sorriso cresceu nos lábios da mulher. 

"É claro que ele não falou…" disse, uma sobrancelha levantando para Robin, que pigarreou, desconfortável com a situação. "Vocês formam um lindo casal." falou por fim, deixando os dois surpresos. Diana negou com a cabeça, rindo com as reações. "Não vim atrapalhar sua paixão de verão, Robin. Fique tranquilo. Mas é uma pena que a obra esteja acabando." disse, sem perceber como aquilo cairia feito um raio no coração de Regina, destruindo todas as boas energias que estava tentando criar por semanas. 

Finalmente, como um véu sendo retirado do rosto de uma noiva, Regina conseguiu enxergar o que estava acontecendo. 

Robin estava partindo para Nova Iorque em poucas semanas, uma Nova Iorque de onde seu turrão nunca desejou ter saído, o lugar onde ele tinha uma família, um trabalho e inúmeras mulheres que viviam nos mesmos ambientes que ele. 

Tudo o que Robin e Diana conversaram depois passou despercebido por Regina. A morena se sentiu bastante triste com o que chegara a conclusão. Queria que Robin a abraçasse e dissesse que tudo ficaria bem. 

Sabia que era estupidez pedir para que ele ficasse em Crowley Cornes. Sabia que ele não iria largar toda a sua vida, que ele não podia. Assim como ela não podia largar a dela. Os olhos marejaram, mas respirou fundo, segurando o choro. Não deixaria nenhuma lágrima cair na frente dos dois.

Saiu de seus pensamentos com a risada de Diana. Buscou os azuis de Robin, que olhava em sua direção preocupado. O leve aperto na base de suas costas a deixou mais tensa, e Robin percebeu. O coração afundou no peito, pois qualquer toque dele sempre a fazia relaxar, e não causava o efeito contrário. 

"Regina, estava convidando Robin para almoçarmos juntos. Quer vir conosco?" Diana tomou a fala, fazendo a morena lhe encarar. 

"Diana, na verdade eu e Regina tinham…" começou o loiro, mas Regina o impediu. 

"Você pode ir almoçar com Diana, Robin. Lembrei agora que combinei de levar o papai para fazer compras." A morena falou, os castanhos encarando o notebook para não ter que olhar para os azuis. Robin se aproximou ainda mais. 

"Mas, meu amor…" Ele tentou, a mão tocando-lhe levemente o braço. Regina forçou um sorriso, encarando Diana e depois Robin. 

"Pode ir. Fazia tempo que vocês não se viam, não se preocupe comigo, ok?" juntou as coisas rapidamente, se afastando de Robin. Parou em frente a Diana, se despedindo brevemente. 

Não estava com raiva da mulher, entretanto. Estava com raiva de si mesma. Sabia que isso iria acontecer desde o começo. 

Sabia que Robin teria que ir embora. 

***

Depois disso, Regina passou o resto da tarde focada no trabalho, para que esquecesse toda a tempestade interna. E é claro que evitara Robin a todo custo. O loiro havia enviado milhares de mensagens para ela. Havia ligado. Havia até mesmo tentado falar com ela na parte da tarde. Mas quando percebeu que ela não queria conversar com ele, resolveu lhe dar espaço. 

Ele fora almoçar com Diana, que se mostrara bastante preocupada com a reação de Regina. Não queria, de forma alguma, causar algum mal pro relacionamento dos dois, mesmo que indiretamente. Robin a assegurou de que não havia causado mal algum, embora não tivesse tanta certeza. 

No final do expediente, Robin se encontrava concentrado em uma planilha, bastante estressado, quando ouviu um leve bater na porta. Logo pode ver a cabeça da arquiteta na fresta da porta, o encarando timidamente. Regina entrou, fechando a porta atrás de si, se escorando na mesma. Ela e Robin se encararam por longos segundos. 

"A margarida resolveu aparecer." Robin comentou por fim, quebrando o silêncio. Embora tenha tentado brincar, Regina sentiu um tom de seriedade na voz dele. 

"Eu tinha que pensar um pouquinho, desculpe por não responder você." ela pediu, se aproximando da mesa dele. Robin a encarou por poucos segundos, percebendo a carinha de cansaço que ela transparecia. Ele então esqueceu o gelo que havia levado, levantando-se e a tomando em seus braços. Sorriu quando Regina relaxou contra ele, o loiro depositando longos beijos em seus fios castanhos. 

"Você não tem que se desculpar, amor meu." falou, a voz abafada nos fios castanhos. "Eu que tenho que te pedir desculpas… Diana é uma velha amiga… e-eu…" tentou falar, mas Regina se afastou dele, o dedo indo de encontro aos lábios finos, impedindo que ele continuasse. 

"Eu que tive uma atitude ridícula, Robin. Você foi educado com Diana, e ela agiu como sua amiga. Não estou chateada com nenhum de vocês dois." falou, as mãos acariciando todo o rosto de Robin, que fechou os olhos com a carícia dela. A morena aproveitou para observá-lo. Decorar cada detalhe do rosto do homem que amava. 

"Então o que apagou o brilho desse olhar que eu tanto amo? Fale comigo, amor meu." Robin pediu, quando abriu as íris azuis para encarar todo o rosto de Regina. 

"A conversa hoje com Diana… a presença dela… Me fez abrir os olhos para uma coisa…". disse, os olhos enchendo-se de lágrimas. Robin sentiu o coração se apertar. O loiro tentou dizer algo, mas novamente Regina o interrompeu. "Nessas últimas semanas tenho estado tão preocupada, sofrendo antecipadamente com o término dessa obra. E eu me culpo por isso… Me culpo porque sempre soube que você ia ir embora. E me apaixonei mesmo assim" tocou-lhe delicadamente a sobrancelha, traçando-a com o dedo. "Me apeguei mesmo assim…" tocou-lhe a ponta do nariz. "Fiz uma rotina ao seu lado mesmo assim…" finalmente traçou os lábios finos com os dedos. Sorriu para ele, mas um sorriso triste. Robin começou a sentir que o ar lhe faltava. "Eu me culpo porque me deixei levar por esse sentimento em tão pouco tempo, que não consigo pensar nem eu ficar um dia longe de você, Robin." 

"Eu não estou entendendo." Ele disse apenas, o coração batendo com medo de onde Regina queria chegar. 

"Sua vida é em Nova Iorque, Robin. E a minha é aqui. Diana está certa sobre o que estamos vivendo: é um amor de verão. Que passou para o outono, mas não vai sair dessas duas estações." ela parou de falar quando a voz ficou embargada. Robin negou com a cabeça. 

"Nós podemos fazer dar certo, meu amor." Ele vociferou, uma pontada de desespero em sua voz. "Preciso que confie em mim." pediu, limpando as lágrimas que caiam dos olhos de Regina. A morena sorriu sem mostrar os dentes para ele, a cabeça tombando sobre a mão forte. 

"Você pode ficar aqui comigo?" Regina perguntou, tão baixo que Robin quase não ouviu. O loiro fechou os olhos fortemente. Porque sabia qual era a resposta que ela esperava. E sabia que não podia dar essa resposta a ela. 

"E-eu… Regina, eu sinto tanto…" pediu, e agora quem lhe secava as lágrimas dos olhos era Regina. A morena sorriu para ele, embora fosse um sorriso bastante triste. 

"É por isso que eu preciso de um tempo. Preciso ser realista. E não consigo ser realista, não consigo pensar direito quando estou perto de você, meu amor." Ela falou, vendo o loiro negar com a cabeça em desespero. "Robin, você é a melhor coisa que já aconteceu comigo, e amortece qualquer coisa ruim que tente chegar perto de mim." ela explicou, enquanto as mãos acariciavam a barba por fazer. "Mas eu preciso me acostumar a viver sem você." falou por fim, quase não aguentando a angústia que via nos olhos azuis. 

"Não quero perder você…" ele sussurrou, num fio de voz. 

"Você não vai…" ela bicou seus lábios rapidamente. Rápido demais para Robin. A morena se afastou dele, seguindo até a porta. Todo o corpo de Robin gritava por ela, mas ele jamais desrespeitaria um pedido de Regina. "Eu só quero a sua felicidade, não sei se você vai encontrar ela comigo." disse por fim. 

Robin pensou mesmo em correr atrás dela. Em fazer qualquer coisa para que ela entendesse que estava totalmente errada. Mas agora, naquele momento, o choque fizera com que suas pernas se transformassem em chumbo. E, naquele instante, ele não tinha nenhuma carta na manga para poder jogar. 

*** 

Assim que entrou em casa Regina ouviu o barulho da TV, que passava o jogo. Seguiu até lá, apenas para se certificar que o pai estava bem. 

A mulher demorara mais do que gostaria para chegar em casa, já que diversas vezes as lágrimas embaçaram sua visão de tal forma que ela não conseguia enxergar nada à sua frente e tivera que parar o carro. 

Já não tinha certeza se havia tomado a decisão correta. 

Suspirou de alívio ao ver o pai esparramado no sofá, uma bacia de pipoca em mãos. Lola estava no tapete deitada. Embora não quisesse chamar a atenção do senhor, a cachorra levantou-se e seguiu até Regina assim que percebeu a sua presença. Henry sorriu, sem desgrudar os olhos da TV. 

"Querida, diga para o Robin vir de uma vez… ele vai perder os primeiros minutos. E olha que eu ainda fiz pipoca." exclamou faceiro. No entanto, não houve resposta, e isso o fez se virar para a porta, encontrando a sua menina escorada no batente, os olhos a verterem lágrimas. Henry levantou-se na hora, caminhando em sua direção de braços abertos, braços os quais Regina se jogou sem cerimônia, o choro preso durante toda a tarde explodindo em seu peito. 

Chorou nos braços do pai, que queria poder tirar toda a dor e angústia que sua menina estava sentido. Henry caminhou com ela até o sofá, sentando-se com ela em seus braços. A morena chorava no peito do pai, a TV agora desligada. Embora estivesse inquieto querendo saber por que sua menina chorava daquele jeito, apenas esperou ela se acalmar, enquanto depositava um leve carinho em seu cabelo. 

"O que aconteceu, minha menina?" ele perguntou, depois que ela se acalmara. Regina negara com a cabeça, abraçando ainda mais o pai. O homem entendeu então que ela precisava de tempo. Ficou apenas a lhe fazer cafuné, como quando ela era criança e ralava o joelho. Agora, no entanto, o homem temeu que um simples band-aid não resolvesse o problema de sua menina. 

"Eu pedi um tempo para ele, papai." Regina disse baixinho, depois de minutos e minutos de silêncio. O senhor lhe escutava atento. "Pedi um tempo e nem sei mais qual foi o motivo." riu, amarga. 

"O que ele fez?" Henry perguntou apenas. Regina encolheu os ombros. 

"Nada. Mas eu… eu percebi que está acabando, papai. E me bateu um desespero tão grande. Algo que quase me sufocou num primeiro momento. Estou tomada por medo de não conseguir fazer dar certo, papai. Não quero perdê-lo." fungou, as lágrimas voltando a seus olhos. 

"Querida… Você está presa demais no fato de que Robin vai voltar para Nova Iorque. Isso não vai ser o final do mundo. Seria, se vocês vivessem há dois séculos… Agora existem tantos meios. Se você pegar um avião em poucas horas pode estar nos braços dele." Henry falou delicadamente. "Se você acha que precisa se afastar dele, que precisa realmente desse tempo, tudo bem." Se afastou da filha, para que os olhos pudessem se encontrar. "Mas eu acho que não é isso que você quer realmente, não é?" perguntou. 

"Eu fui tão estúpida, papai! Mas estava tão confusa…" os olhos voltaram a transbordar lágrimas, enquanto lembrava do desespero no rosto de Robin. 

"Você não foi estúpida, minha filha. Mas eu acho que está sim na hora de você e Robin terem essa conversa. O amor que esse homem tem por você, minha filha! Se você tivesse ideia da energia que vocês tem juntos…" o senhor exclamou, enxugando as lágrimas do rosto dela. 

"Eu o amo, papai." Regina confessou pela primeira vez em voz alta, a mão passando nervosamente pelo cabelo. Se arrependia de como havia feito as coisas. A carga daquele dia fora tanta, a levando a tomar decisões extremas que não precisavam ter sido tomadas. 

"E você já disse isso para ele?" O senhor perguntou, tirando-a de seus pensamentos. 

***

Robin abria a segunda garrafa de cerveja. A camisa com a qual passara o dia se encontrava amassada, os primeiros botões abertos. Ele desligara o celular, porque sabia que se o aparelho ficasse ligado ele não resistiria em fazer a ligação. 

Apesar de estar completamente magoado, tentava manter um pensamento positivo. Devia ter previsto a chegada de Diana, devia ter lhe afastado no primeiro contato. Regina afirmou não ter ficado com ciúmes, mas algo em Diana acometeu todos esses pensamentos em sua namorada. Se é que ainda poderia se referir a ela assim.

Mas a culpa era inteiramente dele.

Prometera que jamais a machucaria. E não comprira sua promessa. Ele nem conseguia pensar no sofrimento que acometia o rosto de Regina. Talvez ela ficasse melhor sem ele, mas Robin era egoísta demais para abrir mão dela. Se ela queria um tempo, ele iria dar. Mas jamais desistiria dela. Não enquanto soubesse que os sentimentos eram recíprocos. 

O homem andou pelo quarto nervoso por longos minutos, a garrafa com a bebida na mão. Devia ter ido atrás dela. Se perguntava se ela havia feito seu caminho sã e salva até a fazenda. Deuses! Devia ter se oferecido para levá-la. Pelo menos ele saberia que ela estaria bem, que estaria segura. 

As batidas urgentes na porta o tirou de seus pensamentos. A recepção do hotel não avisara que alguém estava subindo. Largou a cerveja sobre a escrivaninha, seguindo desconfiado até a porta. Assim que abriu, no entanto, a surpresa tomou seu corpo. 

Regina não esperou mais nenhum segundo, assim que a porta fora aberta, se jogara nos braços do homem que amava, abraçando-o com desespero. Robin devolveu o abraço na mesma intensidade, chegando a erguer ela do chão. Virou-se com ela em seus braços, fechando a porta com o pé atrás de si. A arquiteta não disse nada, apenas pegou o rosto do empresário entre as mãos e lhe beijou com todo o amor que tinha. Com toda a intensidade, desespero, saudade, amor. Provavam do gosto um do outro, não se importando com mais nenhuma coisa. Robin a amava tanto. Amava tanto tê-la em seus braços, o peso do corpo da mulher contra o seu, o cheiro dela invadindo seus sentidos. Quando o ar se tornara escasso, Robin se afastou a muito custo da mulher. 

"Você está bem?" perguntou, preocupado, passando a mão por todo o corpo da dela. Regina riu com a preocupação dele, as lágrimas lhe tomando os olhos. 

"Agora eu estou." afirmou Regina, as mãos deslizando dos braços de Robin até o seu rosto. Ele depositou inúmeros selinhos por todo o rosto da mulher, fazendo-a se deliciando com as sensações que a barba por fazer dele lhe causavam. "Faz amor comigo, Robin." Ela pediu, os olhos castanhos escureceram, fazendo Robin engolir em seco, tentando controlar a vontade de depositá-la sobre a cama e amá-la de todas as formas possíveis. 

"Amor meu… você tem certeza?" ele perguntou, encarando-a com adoração. Regina concordou, preparada para lhe tomar os lábios, entretanto o ar lhe faltou e ela teve que recuar para inspirar profundamente, logo depois avançando sobre a boca de Robin com vontade, uma intensidade tão grande que o homem nem pensou mais em constatar. 

Também a queria. Também a amava. 

Robin beijou cada canto do rosto da mulher, descendo para o pescoço e até onde a camisa xadrez permitia. Regina se agarrou fortemente nos ombros loiro, soltando pequenos gemidos no ouvido de Robin. Ela soltou uma risada gostosa quando ele se atrapalhou com os botões da peça xadrez que ela usava. 

Com todo carinho e amor que sentiam um pelo outro, num desejo e urgência crescente, os dois se livraram de suas peças de roupas. Logo Robin pegara Regina no colo e a depositara sobre a cama, tentando ter todo o cuidado do mundo com ela, com medo de que ela quebrasse a qualquer toque seu. 

Robin sabia que ela era perfeita. Mas quase achou que seu coração ia sair voando pela boca quando finalmente pode vislumbrar ela totalmente nua e entregue a ele. A cada som que ela fazia, a cada suspiro que dava, a cada vez que chamava seu nome… Regina não fazia ideia das sensações que causava nele. Mas estava prestes a descobrir. 

Quando enfim Robin juntou seu corpo no dela, Regina jurou que não importava o que tivesse que passar, jamais deixaria aquele homem se livrar dela. Robin a beijou com paixão, enquanto ditava um ritmo gostoso, vendo Regina desfalecer em prazer pouco a pouco em seus braços. A morena o agarrou com força, puxando-o mais para si, o contato se tornando ainda mais íntimo, Robin se perdendo ainda mais nela. 

Com ele tocando cada parte dela que conseguia, não demorou para Regina sentir o ápice a atingir, fechando os olhos com forças, sentindo Robin beijar-lhe a testa suavemente enquanto chegava a seu próprio ápice também, se enterrando no pescoço dela, cuidando para que o peso do seu corpo não a esmagasse. 

A arquiteta enrolou as pernas nas de Robin, beijando-lhe os cabelos. As unhas arranhavam de leve as costas do loiro, em um vai e vem gostoso. 

"Achei o meu lugar favorito no mundo." Ele sussurrou, beijando-a delicadamente no pescoço, causando arrepios novamente no âmago da mulher. Ela sorriu, e Robin levantou a cabeça para encará-la. 

"Eu te amo tanto." declarou Regina, as lágrimas fazendo o caminho por seu rosto. Robin não aguentou vê-la chorar, mas sabia que era por um bom motivo. Antes que pudesse responder, entretanto, Regina lhe depositou um beijo na testa. "Tanto." mais um beijo em um dos olhos. "Daqui até a lua." beijou o outro olho. "E de volta." Lhe beijou a ponta do nariz carinhosamente. "Muito mesmo. Obrigada. Nunca me senti assim na vida!" 

"E eu te amo o triplo disso, meu amor." sorriu para ela, depositando um selinho em seus lábios. O homem se separou dela, arrumando-se na cama e a puxando para os seus braços. "Como é bom poder falar isso em voz alta: eu te amo, Regina." Riu, o nariz se enterrando nos cabelos castanhos. Depois de alguns segundos, Regina levantou a cabeça para poder encarar os olhos azuis. Ela se ajeitou sobre ele, as pernas se enlaçando novamente. Robin depositou as mãos na base das costas da morena, descendo uma delas até que ficasse descansada na bunda dela. Regina sorriu, tomando os lábios dele nos seus. "Você está bem, meu amor? Não sente dor nenhuma?" Robin perguntou preocupado, levando uma de suas mãos ao rosto de Regina, a mulher fechando os olhos para sentir o carinho gostoso que ele fazia. O sorriso que ela tinha nos lábios comprovava que na verdade Robin não precisava se preocupar, ela se sentia muito bem. 

"Depois de fazer amor com você desse jeito? Acho que nunca estive tão bem em toda a minha vida." Ela respondeu, tranquilizando-o. 

Robin sorriu, beijando-lhe a testa e mais uma vez os lábios. Com delicadeza arrumou o fino cobertor em cima do corpo da mulher, que se aconchegou em seu peito. O loiro não conseguia parar de acariciá-la. Simplesmente não conseguia tirar as mãos dela. 

"Você me perdoa por mais cedo?" Regina perguntou após longos minutos, apoiando o queixo sobre o peitoral do homem, a buscar os olhos azuis. Robin sorriu, concordando com a cabeça. "Eu não sei o que deu em mim. E-eu…eu acho que o medo me dominou. Ver Diana foi como se eu acordasse de um sonho… E naquele hora mais cedo eu percebi que você vai ir embora… o pensamento me sufocou, Robin. Porque eu te amo tanto." sussurrou a última frase, mordendo os lábios e desviando os olhos de Robin para tentar segurar as lágrimas. Como se fosse possível, o loiro a puxou ainda mais para si. "Eu não quero tempo nenhum, eu não preciso. Achei que precisasse, mas não quero me acostumar a viver sem você enquanto temos tempo juntos." terminou de falar e Robin levou uma mão ao rosto dela, limpando algumas lágrimas que escorriam. 

"Você pode sempre conversar comigo, Regina. Sempre. Você tem a noção do quão preocupado eu fiquei com você? Não me afaste de você quando as coisas ficarem ruins. Nós somos um casal. Nosso amor é tão lindo. Quero vencer o mundo ao seu lado, amor meu." falou Robin, ainda acariciando o rosto da mulher. Regina assentiu, selando os lábios nos dele. "E eu te devo desculpas também…" 

"Já disse que não deve. Você foi educado com ela, Robin. Você a afastou quando pode." Regina respondeu. "Vamos esquecer isso, huh? Já passou." pediu, a testa descansando sobre a de Robin. 

"Se você quiser assim, então assim faremos." lhe deu um selinho demorado. "Você sabe que eu vou tentar vir todos os finais de semana para ver você, não é? Que eu vou ligar todos os dias, mandar mensagens em todas as horas. E levar você e seu pai pra Nova Iorque também…" sorriram com a ideia. Regina suspirou alto. 

"Todos os finais de semana?" perguntou baixinho. "Robin, esse amor vai sair muito caro." deu uma risadinha. 

"Mas você vale muito mais para mim." Ele assegurou, dando um beijo na ponta do nariz dela. "Além disso, eu tenho dinheiro." completou Robin, a morena semicerrando os olhos para ele, rindo. "Vamos fazer dar certo. Depois dessa noite tenho ainda mais certeza disso. Você confia em mim?" 

"Com todo o meu coração." Regina respondeu, mirando Robin intensamente. O loiro lhe tomou os lábios mais uma vez, em um beijo forte, que fez a morena se agarrar a seus braços, um fogo crescendo dentro dos dois. 

Não demorou para que Robin a estivesse amando novamente. Dando a Regina todo o amor que ela merecia. Os dois tendo uma noite inesquecível, depois de um dia tão conturbado. 

***

Robin fazia o nó da gravata na frente do espelho do banheiro. O quarto já estava tomando pela luz do sol da manhã, mas isso não fora o bastante para que Regina despertasse de seu sono. O loiro acordou primeiro que ela, ficando por muito tempo observando a mulher em seus braços. 

Não teve coragem de acordá-la, no entanto. Eles ficaram acordados até muito tarde na noite anterior, e a morena tinha um sono pesado. Não foi difícil para Robin levantar sem que ela percebesse, o difícil foi sair da cama e deixá-la para trás. 

Agora, quase 30 minutos depois, a arquiteta ainda dormia, serena, agarrada ao travesseiro de Robin. Depois de se arrumar na frente do espelho do banheiro, Robin ligou para a recepção e pediu que o café fosse servido no quarto. Queria realmente esquecer a manhã de trabalho, mas justo naquele dia tinha uma reunião com o pessoal que chegara na cidade no dia anterior. 

Sentou-se ao lado de Regina na cama, tirando os fios castanhos da frente do rosto dela. Devagar o homem se aproximou, salpicando diversos selinhos em sua face. Logo um sorriso preguiçoso se abriu no rosto da mulher, os olhos castanhos sonolentos encontrando os azuis, as mãos delicadas indo parar na barba por fazer do homem. 

"Bom dia, minha preguiça." Robin sussurrou contra os lábios da arquiteta, um baita sorriso nos lábios finos. Regina riu, as mãos saindo do rosto dele para segurarem os ombros largos. 

"Bom dia, meu turrão. Por que você já está vestido?" perguntou, alisando a camisa perfeitamente passada. "Que horas são?" 

"7h46, meu anjo. Deixei você dormindo um pouquinho mais, mas tenho uma reunião às 8h30. Não queria acordar você tão cedo." explicou, um biquinho nascendo nas lábios de sua namorada. 

"Não é possível que você tenha uma reunião justo hoje. Achei que ia poder ser preguiçosa com o seu corpo junto ao meu." reclamou, juntando os lábios aos do loiro, depois mordendo o lábio inferior dele. Robin suspirou, tomando os lábios dela novamente em um beijo. A morena levou as mãos até a base das costas do loiro, puxando-o para si, sem parar de beijá-lo. Robin deitou-se delicadamente sobre a mulher, que enlaçou as pernas em sua cintura. 

Parecia que sua caipira em insaciável.  

"Você vai me enlouquecer, mulher!" exasperou, respirando fundo depois que se separaram. Regina riu, uma das mãos fazendo um carinho gostoso no cabelo do loiro. 

"Eu só achei que você merecia um bom dia a sua altura." ela explicou, perdida no azul que tanto amava. "É uma pena que não podemos." Fez um biquinho e Robin riu, a mão passando pelo lateral do corpo nu de Regina. A mulher suspirou, lembrando dos momentos da noite anterior. Robin beijou sua bochecha, saindo de cima dela. A morena levou o cobertor até a altura dos seios, olhando em volta, parando na figura do loiro, que a observava admirado. "Pare de me olhar assim! E acho bom colocar outra camisa, eu amassei toda essa, desculpa." 

"Eu não posso dizer que não gostei." riu, malicioso. Regina piscou pra ele. "Eu já pedi o nosso café… suas roupas estão no banheiro, se quiser tomar um banho." lhe avisou, seguindo até o armário, para escolher uma camisa nova. Não percebeu quando a morena levantou-se da cama e seguiu até ele, o abraçando por trás. Robin pode sentir todo o corpo dela colado a seu, mordendo a língua para não falar um palavrão. 

"Eu estou tão cansada. Sei que você tem uma reunião agora… mas realmente não sei se consigo tomar banho sozinha…" Regina falou baixinho, a voz manhosa, no ouvido dele. Robin apertou as mãos dela que estavam em sua cintura. 

"Regina…" ele murmurou, virando-se para ela e perdendo o ar com a visão de sua mulher. Regina sorriu, adorando a sensação que causava nele. Ela levou as mãos até a gravata do loiro, mordendo os lábios enquanto observava o empresário lhe olhar com os azuis em chamas. 

"Você acha que podemos ser rápidos, senhor Locksley?" perguntou, próximo aos lábios finos do homem. Robin levou as mãos a cintura dela, apertando fortemente. Regina sorriu. "Você não seria capaz de deixar uma caipira precisando da sua ajuda, não é?" questionou, terminando de desfazer o nó da gravata e jogando-a longe. Não precisou falar mais nada para que Robin tomasse seus lábios, faminto. Regina pulou em seu colo, as pernas enlaçadas na cintura dele. 

Robin chegaria na reunião às 08h47min, pedindo desculpas a todos na mesa e dizendo que o despertador havia o deixado na mão. Quando encarou Diana, na outra ponta da mesa, a mulher piscou pra ele, sabendo bem que o atraso de Robin não tinha nada haver com o despertador. 

Seu atraso tinha nome e sobrenome. 


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Notas finais do capítulo

Ai gente, sinceramente? Pensei muito antes de postar o capítulo... estou nervosa. Mas quando eu não fico nervosa né? kkk
Quem me conhece sabe que eu não gosto muito de hot então... se estiver horrível essa parte do capítulo vocês sabem o porquê.
Eu sempre disse que a Diana não era ruim, ninguém nunca acreditou em mim.
Estamos oficialmente na reta final da história... palpites do que vai acontecer?
Me deixem saber o que acharam, viu? Obrigada por terem lido até aqui.
Beijos e até o próximo!



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