Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 10
Aquele do Hotel Wildflowers.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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O último jogo da temporada passava na TV sob olhares concentrados de Henry e Zelena, que xingavam e vibravam com os jogadores. Regina apenas observava os dois, a cabeça escorada em uma das mãos, rindo da reação da amiga e do pai. A morena encarou o relógio em seu pulso mais uma vez, estranhando a demora do namorado, que jamais perdia o início de um jogo. 

Quando a porta  da frente abriu e Robin passou por ela, carregando duas caixas de pizza, a arquiteta sorriu contente, observando enquanto ele entrava na sala, chamando a atenção também de Zelena e Henry. Assim que os olhos azuis pousaram na figura de Regina no sofá, foi impossível pra Robin segurar o sorriso. 

"Finalmente! Que demora!" Zelena quebrou o silêncio ao notar a chegada do homem. Levantou-se e seguiu até ele, pegando as pizzas de sua mão e levando até a mesa de centro, pegando um pedaço para si e entregando outro a Henry. Robin riu, seguindo até Regina e sentando-se ao seu lado, puxando-a para seus braços. A morena lhe depositou um delicado beijo nos lábios, escorando-se no peito do namorado logo depois. 

"Quanto que está o placar? Cheguei para pegar as pizzas e não estavam prontas, tive que ficar esperando." explicou o loiro. 

"Por enquanto está zero a zero. Não se preocupe, você só perdeu os gritos da Zelena." Regina respondeu, recebendo um delicado beijo nos fios castanhos. 

Faltavam pouco menos de duas semanas para a inauguração do Hotel Wildflowers. Regina e a equipe de mão de obra já haviam sido dispensados, apenas a equipe administrativa continuava a trabalhar a todo vapor. Havia sido contratada uma empresa de evento da própria Crowley Cornes para a organização da inauguração. Ordem do próprio dono do hotel. Mas ainda era um mistério para todos a identidade do indivíduo. 

Regina havia discutido com Robin por causa disso. O homem se negou a dizer para ela o nome da pessoa para qual a Locksley Construções havia vendido o empreendimento. A arquiteta sabia que o empresário tinha o conhecimento da identidade do comprador, e entendia que por questões profissionais ele não podia revelar o nome para ela. Isso não impedia, contudo, que a curiosidade a corroesse por dentro. 

"Senti sua falta hoje." Robin falou baixinho, só para que Regina escutasse. A morena sorriu contra o peito dele, a mão a acariciar a barba por fazer. 

"Também senti a sua." respondeu buscando os olhos azuis. Robin acariciou a ponta do nariz dela com o seu, para depois selar seus lábios mais uma vez. "Espero que não tenha nada marcado na agenda amanhã. Temos um compromisso." Regina disse, sorrindo quando o loiro arqueou a sobrancelha, curioso. 

"Que compromisso?" perguntou. "O festival de Outono?" levou a mão a uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto da mulher. 

"Você não podia deixar eu fazer um pouco de suspense?" Regina reclamou, arrancando uma risada de Robin. Zelena olhou para o casal na mesma hora com cara feia, aumentando o volume da televisão. Ambos reviraram os olhos. 

"Você tem falado bastante desse festival. E o resto da cidade também. Confesso que se você não me arrastasse para lá, eu que arrastaria você, tamanha curiosidade que estou de saber o que acontece nesse evento." ele disse baixinho. Regina franziu o nariz, dando um selinho em Robin em seguida. 

"Muita comida boa, dança, coisas para pessoas consumistas como eu comprar. Leve seu cartão, por favor. Quero presentes." falou, não dando tempo de Robin lhe responder, já que levantou-se para pegar duas fatias de pizza para eles. Quando voltou, se ajeitou nos braços do homem, lhe entregando o alimento. 

"Você é uma folgada. Caipira folgada." lhe apertou a cintura com a mão livre, Regina se encolheu. "Mas eu te amo demais!" sussurrou contra o ouvido dela, depositando um beijo na pele do pescoço da morena. 

"E eu amo você!" encarou os olhos azuis, escorando-se mais no corpo do loiro, que a acolheu de prontidão. 

Apesar de adorar um bom futebol, Robin deixou para que Zelena tomasse seu lugar naquele dia para discutir e brigar com a televisão junto com o sogro. Apesar dos olhos azuis estarem focados na televisão, o loiro ficou agarrado com a namorada pelo resto da noite, comentando sobre alguns detalhes do seu dia e perguntando dos detalhes do dela. 

***

Acordar com Regina em seus braços se tornara uma das coisas favoritas de Robin a respeito de Crowley Cornes. Sentir as mãos da morena sobre seu peito, os cabelos castanhos espalhados sobre o travesseiro e a respiração leve da mulher a bater em seu pescoço. O homem fazia questão de sempre acordar primeiro, apenas para poder ficar apreciando a presença do corpo da mulher contra o seu. 

Robin estava fazendo muito isso nos últimos dias. Não sabia se era apenas pelo prazer que sentia em apreciar ela dormir ou se era a ansiedade de tudo que estava para acontecer dominando seus ossos. 

Lembrava-se da primeira vez que estivera na cidade. Achava que seu tempo ali seria terrível,  não acreditava que iria aproveitar os meses que iria passar naquele lugar ou que acabaria gostando. Robin se sentira carrancudo desde o primeiro instante em que colocara os pés na cidade, e bastara conviver alguns dias com Regina para que ele começasse a olhar a vida de uma outra forma. 

A mulher fora, sim, um dos motivos para que ele aceitasse tão bem aquela mudança repentina de vida. Mas Robin admitia também que tudo passara, com o tempo, a lhe encantar naquele lugar. Ele adorava como o clima era inusitado. Adorava como as pessoas se comportavam ali. Havia muitos caipiras, mas também pessoas bastante modernas. Aquela rotina acabara conquistando-o, e era difícil para ele se imaginar longe dali. 

Infelizmente, em poucos dias o hotel a qual tanto se dedicara nos últimos meses iria inaugurar e sua vida mudaria completamente. Mais uma vez. 

Um beijo delicado em seu pescoço fez com que Robin saísse de seus pensamentos, sorrindo quando Regina deslizou a mão que estava no peito do homem até sua cintura, se aconchegando ainda mais no corpo masculino. Robin lhe beijou os cabelos, deixando o nariz nas mechas castanhas, entorpecendo-se com o cheiro da mulher. 

"Já estava acordado?" A voz sonolenta se fez presente, enquanto um bocejo saia de sua boca. Regina, em sua preguiça típica, negava-se a abrir os olhos. 

Era sábado! Ela merecia ficar aconchegada ao corpo do namorado, dormindo até mais tarde. 

"Acordei a pouco, amor meu." Robin respondeu, a mão direita a fazer um carinho suave nas costas da mulher, um vai e vem gostoso. Regina adorava que Robin sempre fazia aquilo, era como se fosse algo deles. Aquele carinho a acalmava de formas extremas, fazendo-a se perguntar como seria quando não o tivesse mais todos os dias? 

"Que horas são? Estou cansada." resmungou, a voz saindo abafada contra o pescoço de Robin. O loiro se inclinou um pouco para alcançar o celular em cima do bidê, sorrindo com a tela de bloqueio. Uma foto dele com o seu amor. O relógio no aparelho marcava 08h04min. Ainda era cedo para um sábado, aos padrões dele. Robin sabia que nos padrões de Crowley Cornes e daquela fazenda, já era bastante tarde. 

"Oito horas e quatro minutos. Minha preguiça dormiu demais." respondeu, mais beijos sendo depositados nos cabelos castanhos. Regina suspirou, levantando a cabeça enfim, buscando os azuis que amava tanto, lhe bicando os lábios demoradamente. Apenas um encostar de lábios, os narizes brincando um com o outro no fim. Depois a cabeça descansou novamente sobre o peitoral do homem, os castanhos fechando mais uma vez enquanto a mulher se aninhava no corpo do homem. 

"Você me cansa horrores e quer que eu acorde cedo." ralhou baixinho, fazendo Robin abrir um sorriso. 

"Engraçado… você não reclamou ontem a noite." provocou, a mão descendo pelas costas da mulher, passando por sua nádega e parando na lateral de sua coxa. Regina resmungou algo contra o pescoço do homem, que não conseguiu entender. 

"É porque ontem a noite eu estava satisfeita demais para reclamar. Eu tenho um namorado muito perfeito, você sabe." riram, o silêncio tomando espaço pelos longos minutos que se passaram. 

Regina cochilou novamente nos braços de Robin, com o carinho que ele lhe fazia no cabelo. O homem sorriu quando meia hora depois as patinhas de Lola batiam na porta do quarto, sinal de que ela queria entrar. O homem beijou os cabelos de Regina, depositando a cabeça dela sobre o travesseiro. Depois seguiu até a porta, Lola fazendo rapidamente seu caminho até a cama, se aninhando nas cobertas com Regina. Robin riu com a visão e seguiu até o banheiro para se arrumar. Tomou um banho e saiu do banheiro com apenas uma toalha enrolada na cintura, seguindo até a parte do roupeiro de Regina que passara a abrigar suas roupas. 

"Acordar com essa visão não é pra qualquer um…" a voz de Regina foi ouvida, o loiro terminando de vestir a calça jeans e virando-se para a namorada, que tinha uma das mãos a sustentar a cabeça. 

"Você é muito sortuda então, Senhorita Mills." riu, depois de borrifar um pouco de perfume em seu pescoço, seguindo até a cama. Havia vestido uma camisa xadrez, e Regina sentou-se na cama, terminando de abotoar a peça no corpo do homem. Depois o nariz passou pela extensão do pescoço de Robin, os lábios depositando um beijo no queixo do homem. 

"Cheiroso!" Regina sussurrou, juntando a boca na dele. Robin a puxou para o seu colo, os braços de Regina se enrolando no pescoço dele. 

"Agora sim, bom dia, meu anjo." riram com as testas coladas. 

"Bom dia, turrão. Amo seu cheiro, sabia?" Regina falou, levando o nariz ao pescoço do homem novamente, dando vários cheirinhos. "Amo você! Inteirinho." concluiu, um sorriso nascendo no rosto de Robin. 

"Não mais do que eu amo você." selou os lábios nos dela. Regina escorou a cabeça no ombro do homem quando separaram os lábios, ficando ali por mais alguns minutos. 

"Eu vou me arrumar, quero montar no Stone. Você vem comigo, meu amor?" perguntou a mulher, levantando-se do colo do loiro, seguindo até a janela para checar o tempo na rua. Seria um belo dia de sol. 

"Assistir você montar no Stone? Sim. Eu montar no Stone? Não." disse, Regina fazendo um beicinho com os lábios, manhosa. Robin semicerrou os olhos para ela. "E nem adianta fazer essa carinha."

"Não consigo acreditar que você está indo embora em poucos dias e eu não consegui fazer você montar em um cavalo!" a morena reclamou, bufando e fazendo rapidamente seu caminho para o banheiro, frustrada. Robin riu, levantando-se e arrumando a cama, acabando com o sossego de Lola, que junto a ele fez o seu caminho para fora do quarto, encontrando Henry na mesa da varanda, tomando uma xícara de café. 

"Bom dia!" Robin saudou, chamando a atenção do senhor. 

"Bom dia, meu filho. Estava pensando no jogo de ontem… dá pra acreditar naquela palhaçada?" resmungou, indignado com o resultado do placar. Robin ralhou também, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado do mais velho, os dois a reclamar sobre os acontecidos da partida até que Regina se juntasse a eles. 

***

Por ser sábado, e um evento tão famoso na região, a rua onde acontecia o Festival de Outono se encontrava lotada. Regina e Robin caminhavam de mãos dadas, Henry a sua frente. O mais velho havia combinado de encontrar alguns bons amigos ali, além de que Regina não permitiria que o pai almoçasse sozinho. 

Robin não poderia negar que se encontrava encantado. Haviam muitos stands de todo tipo de comida que ficaram distribuídos pelas laterais. No meio da rua, diversas mesas de quatro lugares estavam depositadas, quase todas lotadas, um palco se estendia mais a frente, e no momento uma banda local tocava algumas músicas de autoria própria, mas que Robin identificou como um country. 

Já haviam passado rapidamente por todos os stands de lojinhas, que se localizavam logo na entrada do festival. Regina atestou que passariam lá depois, porque a fome que sentia não podia esperar. Até que chegassem, no entanto, na área de alimentação, tiveram que parar inúmeras vezes, já que Henry e Regina tinham muitos conhecidos. 

Enfim decidiram por pegar comida em uma das barracas que era especializada em buffet de massas. Robin fez o pedido dos três, enquanto Regina e o pai achavam um lugar para sentar. A mulher escorou os cotovelos na mesa, a cabeça descansando contra as mãos enquanto observava seu loiro na fila. 

"Vocês estão bem, não é, meu amor?" Henry perguntou, despertando Regina de seus pensamentos. A morena sorriu quando encontrou os olhos do pai.

"Muito bem, papai. Ele é incrível." se referiu a Robin, e o mais velho sorriu, apertando a mão de Regina sobre a mesa. 

"Vocês dois são." foi o que conseguiu responder, antes que Robin se aproximasse, carregando consigo uma água para si e dois sucos de laranja para a namorada e o sogro. 

"O garçom traz nossos pedidos daqui a pouco." avisou, puxando uma cadeira e sentando-se ao lado de Regina. A morena pegou a mão de Robin na sua, beijando o nó dos dedos dele. 

"Ótimo, estou faminta." disse, fazendo o pai e o namorado rirem. 

Depois que almoçaram e estavam satisfeitos, Henry se despediu do casal para procurar os amigos e companheiros que conhecia há anos. Não sem antes, claro, receber inúmeros avisos de Regina. Apesar de seu pai não ter apresentando nenhuma recaída nos últimos meses, a mulher morria de medo de algo acontecer de surpresa, como fora da primeira vez. 

Robin lhe depositou um beijo no topo da cabeça, a mão acariciando a base das costas de Regina com o intuito de acalmá-la, pois sabia o que se passava em sua cabecinha. 

"Ele vai ficar bem, meu anjo. Henry conhece os seus limites. Não se preocupe, tá bem?" falou, lhe oferecendo um sorriso. Regina respirou fundo, anuindo com a cabeça. Depositou um beijo nos lábios de Robin, a testa descansando na dele por alguns segundos. 

"Obrigada." disse baixinho contra os lábios dele. "Agora… está preparado para as compras?" perguntou, terminando seu suco de laranja e levantando-se da mesa. Robin concordou, pegando a mão dela, os dois juntos seguindo até as lojinhas. 

Passaram por diversos estabelecimentos, Regina parando diversas vezes para olhar as coisas, interessada. Robin ficou espantado com a variedade de lojinhas. Tinha de tudo. De lojinhas de alimentos artesanais até roupas, acessórios, decorações, livros, artesanatos. E ele ficava encantado com a animação de Regina a cada uma das lojinhas que passavam. A morena já havia comprado algumas casquinhas de laranja para comer em uma das lojas de alimentos artesanais que passaram. Robin ficara muito intrigado com aquilo. Regina riu, assegurando que ele iria gostar. 

O homem duvidava, no entanto. Nunca tinha visto aquilo em toda a sua vida. 

A próxima parada fora uma loja de roupas, Regina não conseguindo esconder o suspiro assim que seus olhos pararam sobre uma calça de estampa xadrez, nas cores azul forte e vermelho. Robin riu, beijando a mão dela e lhe induzindo a entrar na loja. 

"Experimente. Se gostar, é sua." falou, beijando a bochecha dela. Regina sorriu. Foram abordados em seguida pela vendedora, que mais que rápido tirou a peça do cabide para que Regina pudesse observar de perto. Logo a morena se encaminhou para o provador. Enquanto a mesma estava lá dentro, Robin observava algumas camisas xadrez. Alguns minutos depois a cortina do provador fora aberta, Regina com um sorriso de orelha a orelha no rosto. 

"Ei, amor!" Chamou o namorado, que virou-se em direção a ela e ficou encantado. "Você gostou?" perguntou, voltando-se para o espelho do provador, colocando as mãos nos bolsos que a calça possuía, balançando de um lado para o outro enquanto avaliava a peça em seu corpo. No reflexo do espelho Regina viu quando Robin se aproximou, parando atrás dela e soltando um assobio. 

"Você está perfeita. Caiu muito bem em você." elogiou, arrancando um sorriso da namorada. "Mas o importante é você gostar, amor meu."

"Eu amei!" confirmou o que Robin já sabia só de ver o brilho nos olhos dela. 

"Então é sua." O homem respondeu, lhe dando um beijo na bochecha. Regina sorriu, deixando que Robin se afastasse enquanto ela trocava de calça novamente. 

Assim que saiu do provador, Regina pendurou a peça em seu braço, enquanto seguia até Robin que olhava as camisas concentrado. A mulher o abraçou pela cintura. 

"Tem uns modelos bonitos. Quer ver se algum combina com a calça?" o homem perguntou, encarando a mulher que franziu o nariz. 

"Muito xadrez para assimilar." explicou Regina. Robin semicerrou os olhos, confirmando quando entendeu o ponto da mulher. 

"Então vê uma que goste pra quando não usar a calça." sugeriu. "Eu queria dar uma de presente pra Rose e mamãe, me ajuda a escolher?" pediu. 

"É claro. Podemos presentear Alice também." a morena falou animada. Tomou a frente de Robin e os dois passaram longos minutos a decidir quais peças seriam perfeitas para as respectivas mulheres. Após escolherem, seguiram até a vendedora que fechou o pedido para eles. Robin pagou tudo, sobre protesto de Regina. 

"Amor, você queria presentes. Eu dei presentes para você." argumentou com Regina. A mulher se deu por vencida, os dois passando pelas próximas lojinhas apenas a observar. 

Em uma lojinha de acessórios, Regina fez umas compras para si. E também comprou um par de brincos para Anna e um para Rose. Comprou um conjunto de brinco e colar para Zelena. Robin não terminaria o dia sem presentes, entretanto. Na mesma lojinha de acessórios, Regina lhe presenteou com um lindo óculos de sol, visto que notara que era um hábito do loiro usar. 

No meio da tarde, a arquiteta se encontrava cansada de tanto caminhar. Robin carregava as sacolas das compras e eles seguiram novamente para a praça de alimentação. Sentaram em uma mesa e Robin foi buscar algo para eles comerem e beberem. Regina observava o fluxo de pessoas, notando que o ambiente estava um pouco mais vazio do que pelo meio dia, entretanto havia muitas pessoas mesmo assim. Logo Robin estava de volta com uma garrafa de suco para si e uma cerveja para Regina, trazendo também um doce que a mulher imaginou que fosse um bolo de morangos com chocolate branco. 

É claro que a morena se deliciou do doce, diversas vezes parando de comer apenas para trocar beijos com o namorado. Robin ria, aproveitando o momento com ela. Ele observava a banda que tocava no palco agora, músicas conhecidas e alguns clássicos. Pessoas dançavam mais próximas ao palco. 

"Qual seu veredicto sobre o evento?" Regina perguntou, colocando sua cadeira mais próxima de Robin, para que pudesse se aconchegar nele. O loiro a recebeu em seus braços prontamente. 

"Eu quero participar dele todos os anos. Nunca fui em algo assim em Nova Iorque." disse animado, fazendo um sorriso crescer nos lábios da arquiteta. 

"Fico feliz que tenha gostado, turrão. Estava com medo de decepcionar você." respondeu, observando as mãos entrelaçadas em seu colo. 

"Enquanto eu estiver com você ao meu lado nunca vou sair decepcionado, Regina. Você melhora os meus dias cem por cento." buscou os olhos castanhos, depositando um beijo em sua testa em seguida. 

"Você é um galanteador, senhor Locksley." sorriu, roçando os lábios nos dele. Robin levou a mão até o rosto dela, aprofundando o contato. Um beijo intenso, porém contido para o lugar em que se encontravam. 

"Para você sim." sussurrou assim que se separaram. 

***

"Estou esperando você me falar o que vocês dois estão aprontando!" Regina resmungou, os braços cruzados na altura dos seios. Zelena riu ironicamente, encarando os vestidos de Regina em cima da cama. A morena tinha uma toalha enrolada no corpo, os cabelos molhados caiam sobre os ombros. "Zel, por favor. Não o vi o dia inteiro. Ele disse que estava trabalhando." implorou, se aproximando da amiga. 

"Não sei de nada, Regina. Eu apenas vim lhe ajudar a escolher uma roupa. Robin vai passar daqui 1 hora pra te pegar. Foi a única coisa que ele me disse." Explicou pacientemente para Regina, que resmungou brava. 

Robin sabia que ela odiava não saber o que estava acontecendo, ela se mordia de curiosidade. Aquele turrão teimoso!

A arquiteta nem havia visto Robin naquele dia. Ele havia saído muito cedo, antes mesmo que ela pudesse acordar. Na verdade, ela havia dormido até mais tarde naquele dia, mas custava mesmo ele ter lhe acordado para dar um beijo de bom dia? Claro que não! Então já havia um motivo para a morena ficar birrenta pelo resto da manhã. 

No meio da tarde, seu celular apitou com uma mensagem do homem. Ele perguntou como ela estava, se havia almoçado bem, se estava trabalhando e todas as preocupações costumeiras dele com ela. Regina respondeu secamente. Robin sorria com cada resposta, perguntando-se como ela podia ser tão birrenta. O turrão da história nunca seria ele. Após um pouco de conversa, Robin havia lhe falado que a buscaria de noite para jantarem fora. 

Zelena aparecera ali misteriosamente para ajudá-la a se arrumar e também por o papo em dia. Mas Regina desconfiava de que a ruiva soubesse de tudo que estava acontecendo. 

"Será que preciso vestir um vestido? Acho que prefiro ir de calça e camisa, Zelena." Regina disse, enquanto vasculhava seu roupeiro. Zelena revirou os olhos, embora soubesse que a amiga sempre sabia montar um bom look apenas com uma calça jeans e uma camisa xadrez. "Além disso, Robin adora quando me visto assim." sorriu, embora ainda estivesse chateada com o homem. Talvez tudo fizesse parte desse jantar misterioso. 

Mas ele podia pelo menos ter dado um beijo de bom dia, poxa… 

Exatamente uma hora depois, Robin chegara na fazenda. O homem estacionou, observando a luz do quarto de Regina apagada. Ela já deveria estar pronta, então sem atrasos naquele dia. Ele respirou fundo, tentando acalmar a ansiedade crescente dentro dele. Pegou a venda vermelha e colocou no bolso da calça, descendo do carro e reclamando do frio que o acometeu sem o ar condicionado. 

Ao entrar na sala, encontrou sua morena assistindo um programa na televisão com Henry e Zelena. A arquiteta se levantou assim que o viu, não conseguindo segurar o sorriso assim que o viu vestido em uma calça jeans e uma camisa branca, um sobretudo preto por cima de sua roupa. Regina se encontrava quase no mesmo modelito, uma camisa xadrez e calça jeans como de costume. O loiro se perdeu por alguns segundos na visão da mulher que amava, e ele podia jurar que ela era a mulher mais linda de todo o mundo. Ele simplesmente amava como ela ficava perfeita vestindo apenas uma calça jeans e camisa xadrez, o empresário sentia o coração vibrar de amor com a visão a sua frente. 

Robin sorriu para ela, se aproximando e encostando os lábios nos seu, dando dois selinhos rápidos. Regina sorriu, nem lembrando que estava chateada com ele. 

"Boa noite, amor meu. Preparada para o nosso jantar?" ele lhe abraçou pelos ombros, comprimentando em seguida Henry e Zelena. 

Ok. Regina estava realmente começando a ficar ainda mais ansiosa. Algo que ela não fazia ideia do que era estava acontecendo, porque Zelena tinha os olhos marejados enquanto mirava os dois e seu pai um grande sorriso no rosto. 

"Amor… o que está acontecendo?" ela perguntou pra Robin baixinho. O loiro deu de ombros, fazendo-se de desentendido. 

"Nada de mais." sorriu amarelo para ela. Regina semicerrou os olhos, e Robin limpou a garganta, se despedindo da sogro e da cunhada emprestada. Regina beijou a cabeça do pai com carinho e deu um beijo na bochecha de Zelena. Assim que ela e Robin saíram pela porta, o loiro a parou antes que entrasse no carro. 

"Tem mais uma coisa…" riu com a carinha curiosa que ela fez. Robin tirou a venda do bolso, Regina arregalando os olhos com o que imaginou que estava prestes a acontecer. 

"Robin... Não! Eu sou curiosa demais pra isso, amor." ela protestou, enquanto ele se aproximou dela. "Por favor… você já me castigou demais hoje." resmungou, um biquinho crescendo em seus lábios. 

"Amor, faz parte da surpresa." Robin explicou, mas a morena continuou irredutível, os braços agora cruzados. "Se você realmente se incomoda em usar não vou colocar em você. Mas você confia em mim, não é? Quero que seja uma noite incrível pra você." Pediu, uma das mãos fazendo um carinho na bochecha da mulher. Regina semicerrou os olhos pra ele, desfazendo um biquinho e concordando relutante com a cabeça. Robin abriu um sorriso, enchendo o rosto dela de beijos, contornando a cintura dela com as mãos. Regina gargalhou, apoiando-se nos ombros largos. "Senti saudade de você, amor meu." 

"É mesmo? Nem parece…Saiu sem nem me dar um beijo." reclamou baixinho, enquanto Robin se posicionou atrás dela e arrumou a venda em seus olhos. O loiro riu com a reclamação dela. 

"Eu dei um beijo em você, mas seu sono é muito pesado, Regina. Você nem chegou perto de acordar." explicou, voltando-se para frente dela, observou a mulher que ficou a buscar onde ele estava apenas ouvindo sua voz. "Além disso, prometo recompensar você essa noite." se aproximou dos lábios dela, tomando-os para si. 

"Não me diz uma coisa dessas, Robin." resmungou, as mãos a apertar os braços do loiro, que riu mais uma vez alto. 

Para acalmar a fera, Robin a beijou mais uma vez e a ajudou a entrar no carro, colocando o cinto de segurança nela e depois seguindo para o lado do motorista. Para que ela relaxasse ele colocou um pen drive com músicas que ela adorava cantarolar sempre. Ajudou um pouco, já que Regina passou o caminho meio cantando, meio perguntando o que ele fizera durante o dia, tentando pescar alguma informação. 

Quando Robin parou o carro assim que chegou ao local, Regina virou-se para ele do jeito que podia e fez menção a tirar a venda. Robin rapidamente levou as mãos a dela, impedindo. 

"Robin…" Regina sussurrou. 

"Eu vou tirar você do carro, aí a gente vai andar um pouquinho e eu tiro a venda, tá bom?" sugeriu a ela, que sem muita escolha concordou. 

Assim Robin fez, saindo do carro e ajudando Regina a sair, auxiliando ela a caminhar. Regina inclinava a cabeça tentando enxergar alguma coisa pela venda, sem sucesso. 

"Tem alguns degraus agora, vou ajudando você." Robin avisou. Prestando o máximo de atenção, Regina percebeu que havia muito silêncio, então não era um local público. Ela ouviu um barulho de porta abrindo e respirou fundo, a ansiedade lhe tomando inteira. 

Robin adentrou com ela o local e se posicionou atrás da mulher, suas mãos se depositando em sua cintura. 

"Eu preparei com muito carinho. Na verdade Zelena me ajudou também. Espero que você goste." falou baixinho no ouvido dela, as mãos desfazendo o nó da venda. 

Quando os olhos de Regina viram o que estava a sua frente, a morena achou que o coração ia sair pela boca. Eles estavam no Hotel Wildflowers. A iluminação estava baixa, uma trilha de pétalas de rosas vermelhas se estendia da porta de entrada até as escadas, seguindo pela mesma e fazendo um caminho para o segundo andar. Os olhos castanhos marejaram e ela levou as mãos trêmulas a boca, virando-se para Robin sem saber o que falar. 

"Robin…" sussurrou, percebendo que os azuis também estavam tão marejados quanto os dela. 

"Achei que merecíamos uma noite especial. Além disso, tem algumas surpresas para você lá em cima." Robin disse, rindo quando a morena se virou para a escada e depois pra ele de novo, sem saber muito o que fazer. Tocou delicadamente o cotovelo da mulher, seguindo com ela pela trilha de rosas vermelhas. 

"Meu Deus! Está tudo perfeito, Robin!" exclamou emocionada, apoiando-se no corrimão para seguir o caminho que as rosas faziam pela escada. Ao chegar no segundo andar, a trilha seguia para o lado direito. As luminárias do corredor estavam ligadas, clareando o caminho de uma forma que deixava tudo mais romântico. Regina esperou Robin se posicionar ao seu lado para seguirem a trilha juntos. "Não acredito que você fez isso pra nós, turrão." Regina sussurrou, tão baixo que Robin quase não ouviu. 

"Você merece isso, Regina. Eu te amo tanto, meu anjo." Robin respondeu, quando pararam em frente a porta do quarto que a trilha levava. Viraram-se de frente um para o outro, Regina se aproximando de Robin e colocando as mãos em volta de seu pescoço. Robin descansou a testa na dela, lhe tomando os lábios em um beijo delicado, cheio de amor e carinho. Regina sorriu quando finalizaram o beijo, mordendo o lábio inferior, tentando segurar as lágrimas. 

"Minhas pernas estão bambas." comentou, os dois soltando uma risada. "Amo, amo, amo você, meu turrão." silibou com os lábios quase colados aos dele. Trocaram mais um beijo e Robin sugeriu que ela abrisse a porta. Ele parecia bastante nervoso, embora o sorriso não deixasse seus lábios finos. 

É claro que, quando a porta fora aberta, Regina deixou mais um sorriso enorme deslizar pelos seus lábios. O quarto tão delicado planejado por ela há meses e meses tinha a cama tomada por pétalas de rosas, velas acesas nos bidês ao lado da cama. A lareira também estava acesa, e na mesa perto da janela havia dois pratos com talheres e uma garrafa de vinho. Ao centro da cama tinha uma caixinha pequena e retangular de veludo. Regina sentiu a respiração falhar com tudo aquilo,  as mãos palpitando o ar procurando o corpo de Robin, que estava logo atrás dela. O homem se aproximou rapidamente, a mão delicada apertando fortemente o braço dele, apenas para confirmar que tudo aquilo era real e estava acontecendo. 

"Robin…" murmurou emocionada pela segunda vez na noite, os olhos castanhos marejando. "O que está acontecendo? É algum aniversário que eu esqueci?" perguntou sorrindo nervosa. Robin riu, as mãos tomando o rosto da mulher. 

"Eu tenho uma coisa para falar pra você, na verdade." Ele disse, o nariz tocando a ponta do dela. Regina fechou os olhos, a ansiedade crescendo novamente em seu peito. 

"Por Deus! Você quer me matar?" ela perguntou, fazendo-o sorrir. 

"Só se for de amor. E felicidade." Robin falou, roubando-lhe mais um beijo. "Vem." puxou-a para mais dentro do quarto, aproximando-se da cama. 

Regina olhava para todos os detalhes encantada. Sentia um tremor tão grande em suas pernas que temia cair se não estivesse com Robin a sustentando. 

"C-como você fez isso, amor? Se o pessoal do hotel descobre…" ela virou-se para ele, o rosto se inclinando pro lado. Robin apenas negou com a cabeça, apontando para a cama. Regina virou-se novamente, se aproximando para pegar a caixinha de veludo. Sabia que não era um anel pelo tamanho retangular da caixa, mas as mãos tremiam mesmo assim quando ela pegou a mesma, olhando pra Robin com uma curiosidade no olhar. Percebeu que o homem estava nervoso. Ele anuiu com a cabeça, a incentivando a abrir. Regina respirou fundo para logo depois fazer o que estava pedindo. 

O cenho franziu assim que viu que um molho de chaves estava bem no centro da caixinha. Ela tocou delicadamente com as mãos trêmulas o objeto e logo pegou o mesmo, retirando de dentro da caixa. Olhou para Robin, com os olhos marejados, porém sem entender. O loiro se aproximou dela, sorrindo nervoso. 

As mãos do empresário suavam como nunca antes em sua vida. Ele estava apreensivo com a reação que sua namorada teria com o que ele estava prestes a revelar. Tomando todo o fôlego que conseguiu, Robin depositou uma mão na cintura de Regina, a outra cobrindo a mão que ela segurava o molho de chaves. 

"Tudo o que aconteceu entre nós foi muito inesperado, Regina. Sempre. Eu não esperava que viria para essa cidade e me apaixonaria pela mulher mais incrível desse mundo. A mulher da minha vida. O amor da minha vida." começou, a voz embargado levemente quando disse a última frase. "Nos envolvemos naturalmente, deixamos as coisas acontecerem ao seu tempo, um tempo um pouco rápido, mas mesmo assim, agora eu sei que estava perdidamente apaixonado por você desde a primeira vez que te vi. Você só somou na minha vida durante todos esses meses, caipira. E eu quero passar o resto da minha vida somando na sua. Não consigo fazer isso de Nova Iorque. Acho que a saudade que eu iria sentir de você me mataria." falou, os olhos de Regina já transbordavam lágrimas com todas aquelas palavras. Os castanhos se iluminaram com o rumo que a conversa estava tomando, seu coração batendo rapidamente no peito. 

"Robin… do que você está falando?" ela perguntou, a voz embargada. Os lábios vermelhos se apertaram, tentando conter o choro que quis explodir em seu peito. Não entendia do que ele estava falando, e a simples ideia de Robin não voltar para Nova Iorque a fazia sentir tanta emoção e alívio que não conseguia nem pôr em palavras. "De onde são essas chaves, turrão?" 

"São cópias de todas as chaves do Wildflowers." falou, limpando com o dedo as lágrimas que escorriam do rosto de Regina. O cenho da morena franziu ainda mais, o rosto balançando levemente em negação. Robin sorriu. "Você tem me perguntado há semanas quem tinha comprado o hotel, Regina. Agora você tem sua resposta." o rosto de Regina continuou balançando de um lado pro outro em negação. "Você está olhando para o dono do Wildflowers, caipira." concluiu Robin, os olhos azuis presos na mulher. Regina negou com a cabeça mais uma vez, enquanto as lágrimas escorriam sem parar de seus olhos castanhos. 

"Vo-você comprou o h-hotel?" a voz embargada se fez presente e Robin assentiu com a cabeça, abrindo um sorriso nervoso nos lábios. 

"Não tenho como viver longe de você, meu amor. E assim como me apaixonei por você, me apaixonei por esse lugar." explicou, a mão fazendo um leve carinho na bochecha molhada pelas lágrimas. Regina apertou os olhos, ainda sem acreditar no que o loiro estava dizendo. 

"Robin… não brinca comigo." pediu, as mãos trêmulas pousadas no peitoral do homem. Robin riu, uma lágrima caindo de seus olhos. 

"Nunca iria brincar com você sobre algo tão sério." Apertou a mão dela que segurava o molho de chaves. "Você vai me ter por perto por um longo, longo tempo." 

"Você não vai embora?" Perguntou a morena, ainda tentando assimilar o que tudo aquilo representava para eles. O que aquele molho de chaves representava para eles. A cabeça tombou para o lado, enquanto ela analisava cada detalhe do rosto do namorado. 

"Não vou." Sorriu, incerto com toda aquela reação da morena. 

"Você não vai embora." Repetiu a mulher, agora como uma afirmação. Ela encarou o molho de chaves, soltando uma risada baixa. Depois fungou, buscando os olhos azuis que a encaravam apreensivos. "Meu Deus, Robin, o que eu faço com você?" perguntou, enquanto jogava a chave na cama e enlaçava o pescoço de Robin, colando as testas. "Você vai ficar comigo." afirmou, contra os lábios dele. Sorriu, um sorriso que fez Robin sentir toda a tensão deixar seu corpo na mesma hora. 

"Vou ficar com você, amor meu." confirmou. Regina soltou uma risada antes de enfim juntar os lábios nos do homem. Um beijo que começou delicado, mas que tomou proporções muito maiores, todo o amor que sentiam um pelo outro falando pelos dois. 

*** 

O estômago de Robin roncou, fazendo Regina rir no meio dos beijos que depositava no peitoral do homem. Após uma longa e intensa rodada de amor, os dois estavam a trocar carícias, apaixonados e felizes demais para pôr em palavras tudo o que sentiam. 

"Parece que tem alguém com fome." a morena silibou contra os lábios dele. Robin sorriu, embora não conseguisse pensar em nada que não fosse admirá-la. 

"Eu realmente não comi nada pela tarde, estava muito nervoso com tudo." confessou, a mão indo parar na base das costas dela. 

"Ainda não acredito." Regina sussurrou, mais para si mesma do que para Robin. Mordeu os lábios, tentando impedir que seus olhos ficassem marejados novamente. Os olhos castanhos miraram os azuis, encontrando a mesma emoção. 

"Pois…" Robin deixou um beijo nos lábios dela. "Pode…" Mais um beijo na ponta do nariz. "Acreditar…" beijou-lhe as duas bochechas, fazendo a morena gargalhar. "Só vou sair daqui para buscar o seu jantar, fora isso, estou a seu dispor pelo resto de meus dias, Senhorita Mills." ele terminou de falar, depositando um beijo nos lábios da mulher e levantando-se da cama. 

"O que é nosso jantar?" ela perguntou, enquanto mordia os lábios ao ver o homem sair da cama completamente nu. Deitou a cabeça no travesseiro, observando ele colocar a cueca e em seguida a calça. 

"Surpresa." Robin respondeu, piscando para ela.

Quando ele saiu do quarto, Regina se permitiu pensar em tudo que havia acontecido desde o momento em que pisara ali naquela noite. Ela estava tão convicta de que Robin iria voltar para Nova Iorque que ainda parecia um sonho o fato de ele ter comprado o hotel que foi o principal fator na história dos dois. 

Regina levantou-se da cama, vestindo a camisa do loiro e servindo-se de uma taça de vinho, deixando uma já servida para Robin. Depois andou pelo quarto, os pés descalços a tocarem as pétalas vermelhas e os olhos marejaram com a emoção que sentia. 

Robin ficaria com ela. 

Ficaria por ela. 

Quando o loiro voltou ao quarto, a encontrou sentada na cama com a taça na mão e o olhar perdido, um sorriso a deslizar pelos lábios. O homem sorriu com a visão dela vestindo sua camisa, e depois de depositar o jantar deles sobre a mesa, seguiu até ela. Regina sorriu quando o colchão afundou, e logo os braços do homem estavam circulando a cintura dela. Robin afundou o rosto no pescoço da morena, destruindo diversos beijos molhados, fazendo-a suspirar. 

"Vamos comer, meu anjo?" Robin convidou, um último beijo sendo depositado na bochecha corada da arquiteta. Regina levantou-se junto com ele e os olhos brilharam quando percebeu a caixa de pizza sobre a mesa. 

"Você comprou pizza?" Os olhos castanhos encararam os azuis, brilhando. Robin riu, assentindo. Regina seguiu rapidamente até a caixa, abrindo-a e se deliciando com o cheiro do frango e do bacon. "É a mesma do nosso primeiro encontro, amor." sorriu emocionada, virando-se para Robin e o abraçando. 

"Não sabia que uma pizza ia te deixar tão feliz, amor meu. Posso comprar todos os dias para você, até enjoar." sugeriu risonho. A mulher esfregou o nariz contra o peito dele, apertando as mãos delicadas na cintura do mesmo. 

"Não é a pizza. É tudo que você faz por mim." se afastou de Robin, mirando os olhos dele. "Obrigada, eu amo você." lhe beijou. 

"Eu sempre vou fazer tudo que puder por você, Regina. Eu te amo!" exclamou quando finalizaram o contato. Regina tomou a frente para se servir, a boca salivando para sentir o gosto da pizza. A mulher nem quis saber de prato, comendo com a mão mesmo. Robin riu, e seguiu o modelo da mulher,  os dois degustando do jantar, conversando sobre diversas coisas. 

"Amor… Como você fez isso?" Regina perguntou depois de um tempo, Robin franzindo o cenho. 

"Não fiz a pizza, eu encomendei." respondeu e Regina riu, negando com a cabeça. 

"O que eu quis perguntar foi como que você comprou o hotel." se levantou, seguindo até ele e sentando-se em seu colo. Robin depositou uma das mãos nas costas da mulher, enquanto a outra ficou a brincar com os fios castanhos. "Quando tomou essa decisão?" 

"A decisão veio quando eu estava em Nova Iorque, na penúltima vez que fui, na verdade. Quando comprei seu anel e Rose me disse que sabia que eu não voltaria para Nova Iorque permanentemente…" ele começou a contar, os olhos castanhos prestando toda a atenção nele. "Eu fiquei realmente tocado com o que ela me disse, Regina. Já estava pensando muito sobre a venda do hotel, que inclusive já estava sendo negociado para um amigo de Richard. Conversei com Anna sobre a minha vontade. Falei todos os meus receios, afinal, administrar uma construtora e administrar um hotel é muito diferente." fez uma pausa, descansando a cabeça sobre a mão de Regina quando a mesma levou-a para seu rosto. 

"Anna sabia?" Perguntou e recebeu um aceno como resposta. 

"Desde o primeiro momento. Me deu tanta força, Regina. Falou com o amigo do Richard, arrumou outro empreendimento para ele. E eu apenas comprei. Não quero ir embora daqui, se não fosse o Wildflowers, eu iria arrumar algum emprego na minha área aqui ou na cidade vizinha. Não ia deixar você." Falou convicto. Mais uma vez os castanhos marejaram, e a mulher depositou um longo beijo nos lábios do loiro. "Então eu vendi a minha parte da Locksley Construções para a mamãe. De qualquer forma, tudo será de Rose no futuro. Pensei muito no futuro dela também. Vendi meu apartamento em Nova Iorque. Ainda sobrou um pouco de dinheiro, assim posso manter em caixa caso os primeiros meses não sejam fáceis. Mas estou confiante." sorriu para ela, recebendo outro sorriso em resposta. 

"Você não pensou em me contar em nenhum momento?" Regina perguntou depois de alguns instantes. 

"Não enquanto não fechava o negócio. A última vez que fui pra Nova Iorque foi para assinar os papéis." ele falou, deixando Regina um pouco pensativa. "Eu sei que deveria ter falado, que você sofreu por isso… mas eu queria que tudo estivesse certo antes de lhe contar, Regina. Não aguentaria decepcionar você." Robin acariciou a face dela. 

"Eu vou castigar você por isso, pode esperar." Disse, fazendo Robin sorrir. Ele respirou aliviado pela mulher não ter levado para o lado negativo. "Quando eu briguei com você, o senhor já sabia de tudo então. Sabia que ficaria." concluiu, a mão agora brincando com a dele. Regina observava as mãos juntas, que se encaixavam perfeitamente. 

"Sim, e doeu demais não poder lhe falar nada, amor meu." sorriu sem graça para ela, que lhe beijou a ponta do nariz. 

"Nada disso importa agora. Nada me tira a felicidade de saber que vou ter você aqui pertinho de mim." Escorou a testa na dele. "E tenho certeza que você vai se dar muito bem com esse hotel, meu amor. Você ama gerenciar as coisas, faz isso com maestria. Estarei a seu lado para qualquer coisa." 

"Se eu tiver você ao meu lado posso fazer qualquer coisa, amor meu." deslizou os lábios contra os dela. 

"Você comprou o Wildflowers." Regina falou mais uma vez, em alto e bom som. Uma última tentativa de se convencer. E o sorriso que Robin deu a ela lhe ajudou a finalmente entender. 

Seu turrão não sairia de seu lado tão cedo. 

"Ah! Tem mais uma coisa…" Robin falou, um sorriso crescendo em seus lábios. Beijou os lábios de Regina carinhosamente antes de sua mão ir até o bolso da camisa que Regina vestia, tirando de lá um pequeno papel dobrado em quatro partes, as orelhas amassadas. Enquanto deixava o papel apresentável, sentia os olhos castanhos atentos em sua direção.  

"O que é isso?" Regina questionou, a cabeça tombando para o lado, já que não havia percebido nada no bolso da camisa antes. Robin entregou o papel a ela, que dizia: 

Escola de Equitação Crowley Cornes

Atestamos para os devidos fins que o aluno Robin Locksley está matriculado nas aulas de equitação em nossa instituição e que tem sua aula teste agendada para a próxima quinta-feira. 

***

Na manhã seguinte não fora Robin quem acordara primeiro. Ao contrário do que acontecia na maioria das vezes, o loiro dormia tranquilo, as pernas entrelaçadas na de Regina e a mão em sua cintura. O peito subia e descia com sua respiração leve e Regina conteve a vontade de lhe tocar. 

Escorando a cabeça sobre uma das mãos, a morena ficou a pensar sobre tudo que havia acontecido na noite passada. Sorriu ao lembrar de toda a surpresa que o empresário havia feito para ela. Se perguntava se havia algo mais incrível do que aquela prova de amor, aquela mudança de vida. 

Nunca imaginou que uma atitude dessas viria por livre e espontânea vontade de Robin. Claro que acreditava com todo o seu coração no homem que amava, mas não era como se Robin não tivesse uma vida em Nova Iorque, pessoas que amava. E ele abrira mão de tudo por ela. Para ficar com ela. 

Regina ainda se sentia muito surpresa. Mas extremamente feliz e amada. Sabia que Robin sentiria bastante saudades da mãe e da irmã, ela mesma não se via longe de Henry, então jamais obrigaria Robin a ficar ali. Saber que a decisão e escolha veio dele, porque ele a amava e se sentia bem com todos os sentimentos que a cidade lhe causada era reconfortante para seu coração. 

Amava aquele homem com todo o seu ser. 

Não aguentando mais ficar apenas olhando-o, Regina traçou toda a lateral do rosto do homem com a ponta dos dedos, abrindo um sorriso quando ele franziu o nariz, um claro sinal de que estava acordando. A mão delicada parou sobre a barba por fazer, a qual ela amava tanto, enquanto ela aproximava seu rosto do dele, as pontas dos narizes se encontrando. Devagar os olhos azuis se abriram, e os braços do loiro circularam a cintura da mulher. 

"A minha dorminhoca já está acordada. Uau!" brincou Robin, a voz rouca de sono. Regina sorriu abertamente, levantando uma sobrancelha. 

"Hoje o dorminhoco é você." respondeu, os lábios se aproximando da boca do loiro, mas sem o beijar. 

"Bom dia, amor meu." disse, os olhos focados nas íris castanhas. Ele amava aqueles olhos, aquela imensidão de intensidade, de amor, carinho que moravam ali. As mãos dos loiros fizeram uma trilha pelas costas dela, indo de encontro aos cabelos castanhos e desgrenhados pela noite de surpresas e amor que tiveram. Robin sabia que não havia momento em que ela ficasse mais linda. "Dormiu bem?" 

"Ao seu lado eu sempre durmo bem." respondeu. "Mas pro meu dia ser um bom dia eu preciso de um beijo. Ainda não recebi nenhum." fez um biquinho e Robin soltou a primeira risada do dia. Enquanto uma de suas mãos ficou enterrada nos fios castanhos, Robin desceu a outra até a base das costas da mulher, aproximando ainda mais seus corpos. Regina inspirou fundo, mordendo os lábios. 

"Temos que mudar isso então, huh?" lhe beijou o pescoço, trilhando um caminho até o ombro esquerdo da mulher. Regina soltava pequenos suspiros, a respiração entrecortada. Robin sorriu, subindo os beijos até a orelha da mulher, depois descendo até a bochecha, o queixo e o canto dos lábios. 

"Robin…" Regina pediu, manhosa. Robin não esperou mais nenhum minuto para tomar os lábios dela nos seus, em um beijo que começou terno, as línguas se encontrando de forma singela. Regina se aconchegou ainda mais ao corpo de Robin, as mãos descendo pelo peito do homem, as unhas arranhando levemente toda a extensão do peitoral. Fora a vez de Robin suspirar o nome dela, fazendo a morena sorrir no meio do beijo. Se separaram ofegantes, os corpos tremendo de desejo um pelo outro. "Um bom dia desses, posso me acostumar a viver isso todos os dias…" sorriu travessa, e Robin não esperou mais nenhum minuto para virar ela na cama, ficando por cima do corpo da morena, que soltou uma gargalhada gostosa com o gesto. 

Robin também sentia que podia se acostumar com aquilo todos os dias. 

Passava-se das 10h00 quando os dois finalmente deixaram o hotel, Robin tomando o caminho do centro para levar sua caipira comer alguma coisa. O loiro via um brilho de felicidade tão grande nos olhos da namorada, e podia afirmar que eram um reflexo dos seus próprios. 

Enquanto dirigia “Jolene” tocava em um volume bastante alto, Regina competindo com a Dolly Parton para ver quem cantava melhor. É claro que o coração de Robin tinha uma vencedora de lindos cabelos castanhos e camisa xadrez. A morena tinha uma das mãos entrelaçadas na de Robin, enquanto os castanhos observavam a movimentação de Crowley Cornes naquela manhã. 

A morena se surpreendeu quando Robin não pegou uma mesa na confeitaria em que pararam. O loiro seguiu com ela até o balcão, fazendo o pedido para a atendente simpática. Ele pedira dois sanduíches de frango, alguns croissants doces, e um pedaço generoso de torta de limão. Para beber fez o pedido de dois cafés com leite e também um suco de laranja. E tudo isso para levar. Regina escorou-se no ombro largo, dando-se conta de que as surpresas não haviam acabado. 

"Vai adiantar eu perguntar por que não vamos comer aqui?" brincou com os dedos da mão de Robin, observando a atendente preparar os pedidos feitos pelo homem. Robin riu, levando a mão dela até os lábios e depositando um beijo. 

"Surpresa." o loiro respondeu, se afastando de Regina apenas para confirmar o que já sabia, um biquinho quase imperceptível tomava os lábios dela. 

Sua caipira teimosa e difícil de lidar. 

Mas era dele. O amor dele. A mulher dele. 

Enquanto faziam o caminho para o lugar surpresa que Robin dissera, Regina não se segurou em comer alguns croissants. Afinal, a fome era grande. Ela levou um deles até a boca de Robin, que dirigia concentrado. Depois escorou-se como pode no ombro do homem, enquanto prestava atenção nas ruas pelas quais passavam. 

Poucos minutos depois Robin adentrou um bairro residencial, de casas geminadas, casas com uma arquitetura mais antiga, e também com pequenos prédios residenciais. Era um dos melhores bairros da cidade, e Regina se perguntou o que estavam fazendo ali. Sua curiosidade só aumentou quando estacionaram em frente a um prédio de quatro andares, um jardim modesto e bem cuidado na frente. Coberto de tijolos, o prédio até mesmo lembrava a arquitetura tão vista em Nova Iorque. 

Robin saiu do carro, pegando no banco de trás as sacolas com as comidas. Observou enquanto sua morena saia do veículo também, os olhinhos castanhos brilhando em curiosidade. Robin até mesmo conseguia ver as engrenagens da cabeça dela girando e girando. Logo a voz dela pode ser ouvida. 

"Robin, o que estamos fazendo aqui?" perguntou, quando se aproximou dele. Robin ofereceu o braço a ela, que depois de dar um olhar a ele, aceitou de bom grado. Robin então adentrou com ela o lugar, e Regina observou curiosa todo o hall de entrada. Era simples, mas bastante aconchegante. Entretanto, só haviam escadas, nada de elevador. "Amor?" pediu uma explicação, já que Robin não lhe falara nada. 

"Vou te falar quando estivermos lá em cima." Acalmou-a, lhe beijando a mão. Regina concordou e os dois começaram a subir as escadas. 

Regina observava a decoração modesta do lugar bastante admirada. Apesar de tudo ser muito simples, era bastante bonito. Subiram três lances, e Robin parou com ela em frente a porta C03, no final do corredor. Os olhos castanhos observaram enquanto o homem tirava uma chave do bolso, abrindo a porta e entrando, segurando a mesma aberta para que ela o seguisse. 

Regina não demorou a fazer o caminho para dentro do apartamento, já imaginando o que aquilo significava. Robin fechou a porta, abrindo um grande sorriso para ela. 

"Bem vinda a minha casa, caipira." abriu os braços, a sacola ainda em sua mão. Robin seguiu rapidamente até a mesa de centro, depositando o café da manhã deles lá em cima, enquanto virava-se para a morena novamente, que observava o lugar atentamente. 

A porta de entrada dava direto com a sala, que tinha um estilo aberto, apenas uma ilha separando os limites da cozinha com o cômodo de estar. Um corredor pequenino dava para duas portas, que Regina imaginou que seriam o quarto e o banheiro. Tudo pequeno mas bastante aconchegante. 

"Sua casa?" Saiu de sua avaliação, voltando os olhos castanhos para Robin e se aproximando dele. 

"Bem, eu não podia ficar morando no hotel para sempre. Precisava de um cantinho agora que vou ficar definitivamente em Crowley Cornes." explicou o loiro, as mãos parando na cintura da mulher, que o observava atentamente. 

"Você podia ter ficado na fazenda amor, já para muito tempo lá." Regina disse apenas, as mãos indo parar na barba por fazer dele. 

"Eu sei, meu anjo. Passo mais tempo lá com você do que naquele hotel. Mas precisava mesmo ter um espaço, pelo menos por enquanto." Ele explicou, as mãos brincando delicadamente com a bainha da blusa dela. "Além disso, você e seu pai precisam de um pouco de privacidade, quando chegar a hora daremos mais esse passo."

"Tudo bem. Eu entendo." sorriu pra ele, as mãos indo até sua nuca e adentrando os fios loiros. "Papai não iria se importar, de qualquer jeito. Ele é louco por você." riram, bicando-lhe os lábios. "É lindo o apartamento, meu turrão. Estou tão feliz por você. Tão feliz por nós." sorriu, os lábios roçando os dele, os narizes se encontrando rapidamente antes de juntarem as bocas em um beijo cheio de amor. 

"Você gostou?" ele perguntou, receoso. Regina concordou com a cabeça, dedilhando a nuca dele carinhosamente. "Que bom, minha arquiteta preferida tem que aprovar. Venha, pegue seu café que eu quero te mostrar o resto." 

Quando terminou de mostrar o lugar pra Regina, Robin a puxou para sentar-se em seu colo no sofá, rindo com a forma que a mulher conseguiu escapar de seus braços para pegar os sanduíches na sacola em cima da mesa a frente deles. Assim que pegou a comida, Regina voltou para os braços dele. 

“Como você encontrou esse lugar?” perguntou, a boca cheia. Robin riu, limpando o canto dos lábios dela que ficou sujo de manteiga. 

“Nos classificados. Marquei a visita quando mamãe estava aqui, queria uma opinião.” contou, rindo sem graça quando os olhos castanhos semicerraram. 

“Sua mãe sabia de tudo, não é?” fez um biquinho, Robin não resistindo em beijar. 

“Ela trocou uma noite das garotas para me acompanhar na loucura.” falou, aliviado por deixar aquela afirmação sair por seus lábios. Regina parou de mastigar quando percebeu o que aquilo significava. 

“Foi naquela quarta?” tombou a cabeça. Robin assentiu, apertando os lábios finos. “Vocês não haviam ficado trabalhando?” questionou. 

“Não meu amor… eu não podia contar para você o real motivo de mamãe não ir com vocês no pub.” ele explicou, torcendo para que Regina entendesse. A morena ficou alguns segundos em silêncio, observando o oceano azul. Ela conseguia perceber que ele estava amedrontado com a reação dela. 

“Então você mentiu…” falou baixinho, vendo-o baixar os olhos, derrotado. “Eu não esperava que você fosse fazer isso comigo, Robin.” 

“Caipira, eu sinto muito…” tentou se desculpar, voltando a encarar os olhos castanhos, apertando forte as mãos dela entre as suas. 

“Pedir a opinião de outra arquiteta antes da minha, isso é inadmissível, mesmo que ela seja a Anna Locksley.” fez um biquinho, fazendo Robin franzir o cenho. As mãos delicadas fizeram o caminhão tão conhecido até a barba por fazer do homem e Regina deixou um beijo esquimó em seu nariz. “Não seja bobo, eu jamais ficaria brava com você por isso. Fez parte da surpresa. E vendo você conquistar tantas coisas... não existe um mundo onde eu ficaria chateada com suas vitórias, Robin.” 

“Quando eu acho que não posso te amar mais…” ele sorriu, juntando os lábios no dela rapidamente. Regina sorriu entre o beijo, deixando o sanduíche de lado e se arrumando no colo do namorado, suspirando quando Robin deixou diversos beijos em seu pescoço. 

*** 

Na terça-feira, Regina aguardava no portão de desembarque a chegada de sua sogra, cunhada e Alice. Embora a morena já conhecesse as duas mulheres mais importantes para seu namorado, não podia negar que se encontrava ansiosa por estar ali. As mãos brincavam com o anel em seu dedo, enquanto os olhos castanhos observavam as pessoas que desembarcavam se encontrando com seus familiares.. 

Robin não conseguira se liberar a tempo para que pudesse ir até o aeroporto buscar a mãe, a irmã e a cunhada. Regina se ofereceu prontamente para fazer isso, acalmando o coração do loiro. 

Quando Anna passou pelo desembarque, o rosto da mais velha se ascendeu ao ver a nora. Regina abriu um sorriso, acenando para a mulher. Logo atrás de Anna estava Rose, com os braços de Alice sobre seu ombro. As duas seguiram os olhares pelo aglomerado de pessoas que estavam a espera, quando finalmente focaram em Regina. 

Anna tomou a arquiteta em um abraço cheio de carinho, Regina correspondendo na mesma proporção. Os olhos castanhos marejaram levemente ao perceber tudo o que aquela mulher significava para ela. Para a história dela com o seu turrão. 

"Obrigada Anna." Regina sussurrou ainda no abraço, e quando as duas mulheres se separaram, Regina percebeu que Anna também estava emocionada e que sabia exatamente pelo que a mulher agradecia. 

"Tudo pela felicidade dele, não há porque agradecer. Eu que agradeço você." sorriu, as mãos apertando as de Regina. 

Rose não se apressou ao abraçar a cunhada. Elas haviam desenvolvido uma amizade bastante forte, embora a maioria de suas conversas fosse por rede sociais. Regina estava sempre disposta a auxiliar a loirinha em qualquer dúvida envolvendo o curso de arquitetura, e também sobre inúmeras outras coisas. Além disso, não era difícil gostar de Rose. Não quando ela tinha o mesmo encanto e simpatia que o irmão. 

"Que bom que vocês estão aqui." Regina disse, separando-se de Rose. Então seus olhos voltaram pra Alice e Regina abriu um sorriso, puxando a menina para seus braços, iniciando um abraço o qual a cunhada de Robin aceitou de bom grado, um pouco tímida. "Que prazer conhecer você, Alice." 

"O prazer é meu Regina. Estava ansiosa para te conhecer, já que Rose adora falar de você e do Robin." riram, encarando a loirinha que levantou as mãos em sinal de que não havia nada que ela poderia fazer. 

"E eu vou fazer o que se a melhor cunhada do mundo é a minha?" Rose falou alto, abraçando Regina pelos ombros enquanto faziam o caminho pelo saguão do aeroporto. 

"Que puxa saco!" Anna retrucou, fazendo todas rirem, menos Rose, que a olhou fingindo ofensa. Regina perguntou se elas queriam parar para tomar um café, mas as mulheres negaram, então elas seguiram para o estacionamento. 

"Então, Alice, soube que você anda a cavalo." Regina comentou, quando entraram no veículo. Anna sentou-se na frente com Regina, enquanto as duas mais novas sentaram no banco de trás. 

"Sim… não vou negar que estou louca pra conhecer sua fazenda." respondeu animada e Regina capturou através do espelho a forma carinhosa com a qual Rose encarava Alice. 

"E os seus cavalos." foi Anna quem complementou, fazendo a nora rir. 

"Eles são um doce! Tenho certeza que você vai adorar." Regina disse, olhando para Alice pelo retrovisor. "Só não levo vocês até a fazenda hoje porque o senhor turrão quer jantar em uma pizzaria…" falou, arrancando sorrisos das mulheres ao ouvirem a forma como Regina se referiu a Robin. 

"Oba! Pizza!" Rose bateu palminhas, animada, parecendo uma criança. 

"Foi só pensando em você que seu irmão escolheu o lugar para jantarmos, Rose." 

***

Robin parou em frente a entrada da escola de equitação, ainda incerto se deveria mesmo fazer aquilo. Havia tantas coisas que precisavam de sua atenção no Wildflowers, coisas que ele deixou pendente para conseguir tirar duas horas de intervalo. Intervalo que ele não tinha desde que a obra finalizou, já que como dono do hotel, Robin ficava a frente de exatamente tudo. 

A risada de sua irmã, que vinha caminhando devagar com Alice, fizera ele sair daqueles pensamentos e encarar sua namorada que lhe segurava a mão, sabendo de tudo que passava na cabeça dele. Regina lhe ofereceu um sorriso, o qual só ela sabia lhe dar, acalmando seu coração na mesma hora. 

A morena sabia que o loiro, apesar de tentar se mostrar confiante a respeito daquela decisão de se matricular em uma aula de equitação, estava bastante receoso por dentro. E sabia que Robin estava sobrecarregado com toda a inauguração do hotel. Por isso que Regina achava ótimo eles estarem ali, seu turrão precisava dar um tempo de todas as suas responsabilidades. Mesmo que elas estivessem apenas começando… 

Regina pegou a mão dele e levou a seus lábios, depositando um terno beijo nos nós de seus dedos. Robin sorriu, se aproximando dela para um singelo selinho. 

"Vai dar tudo certo. Eu amo você!" Regina disse, a descansar a testa na dele. Robin brincou com o nariz dela, a abraçando rapidamente em seguida. Depois se separou, os dois adentrando o estabelecimento. 

Apesar de não gostar muito de cavalos, nem Rose resistiu a ir junto com Robin em sua aula teste. Alice e ela vinham mais atrás, as mãos dadas balançando pra frente e pra trás. Rose estava amando o tempo que passava naquela pequena cidade, agora ainda mais do que a primeira vez, pois tinha a sua namorada ao seu lado. 

O lugar da aula de equitação era justamente num pequeno rancho, alguns minutos de distância da fazenda de Regina. Alice se mostrava encantada com a região, e Rose ainda lembrava da felicidade da namorada ao entrar no estábulo da propriedade de Regina. 

Agora as duas estavam ali, a observar toda a extensão do lugar, tão bonito quanto o de sua cunhada. Trocaram alguns beijos antes de finalmente decidirem entrar e procurar por Robin e Regina, afinal, Rose estava preparada para registrar o momento o qual jamais pensou que veria seu irmão. Apesar disso, estava muito orgulhosa e feliz. Sentia tanta felicidade por tudo que Robin estava vivendo, que não ficava mais triste ao pensar que agora para vê-lo seria mais difícil. 

Só de pensar que o empresário estava construindo sua vida de novo, que se arriscara tanto a comprar um hotel apenas para poder permanecer no lugar que agora chamava de casa, Rose perdia o ar. Robin merecia um mundo inteiro de coisas boas, e a Locksley mais nova tinha a impressão que ao lado de Regina, Robin não teria apenas o mundo, mas o universo todinho. 

A risada veio fácil quando ao adentrar o grande lugar onde aconteciam as aulas avistou Robin já em volta de um animal, conversando e prestando muita atenção em tudo que o rapaz ao seu lado lhe explicava. Como já estava se acostumando com a presença dos animais, visto que Regina sempre o arrastava junto com ela aos estábulos, não fora difícil pro homem se aproximar do animal. 

O professor ficou alguns bons minutos conversando com Robin, explicando como o empresário deveria lidar com o animal, prepará-lo para a prática e de como, acima de tudo, Robin deveria respeitar o bichinho. O loiro desviou brevemente a atenção do professor naquele momento, encontrando os olhos castanhos da namorada, que sorria emocionada. 

Regina entendeu aquele olhar, porque ao longo de todo esses meses que o levava para os estábulos, mesmo sem perceber, ela lhe ensinava essas mesmas lições. 

Quando Robin enfim montou o animal, ele parecia bem atrapalhado, mas determinado a aprender como continuar em cima do bicho, que parecia extremamente dócil. O professor então guiou o cavalo por alguns metros, explicando a Robin uma série de formas que ele poderia se conectar com o animal para encontrar um equilíbrio. 

Regina estava escorada na cerca, os olhos brilhando com algumas lágrimas. O sorriso em seu rosto era indescritível, e Rose não se segurou em capturar o momento. 

A morena nem notou, no entanto. Seus olhos castanhos tinham apenas um foco, e seu coração, naquele momento, tinha um só motivo de orgulho: seu turrão montando em um cavalo.

***

Robin tentava arrumar a gravata na frente do espelho, entretanto estava tão nervoso e apreensivo que não conseguia fazer o nó de forma correta. Soltou um palavrão ao tentar pela terceira vez, se livrando dela irritado. Regina estava há alguns minutos parada com o corpo escorado no batente da porta, e sorriu sem mostrar os dentes quando viu a irritação do loiro. No momento em Robin virou-se com a intenção de seguir sem a gravata, se deparou com a mulher que caminhou devagar até ele, os braços abrindo em um pedido de abraço. 

É claro que o loiro não demorou para tomá-la nos braços, apertando o corpo esguio contra si. Depois a afastou, fazendo com que ela desse uma voltinha em seu próprio eixo, assobiando ao constatar o quão linda sua namorada estava. Regina gargalhou quando ele a puxou pela cintura em direção ao seu corpo, os lábios e barba por fazer deixando uma trilha pelo pescoço dela. A arquiteta suspirou, fechando os olhos com o contato. 

"Amor, os convidados estão chegando. Não podemos nos distrair agora…"  Regina encontrou forças para falar, os olhos azuis erguendo até os castanhos. O loiro concordou com a cabeça, beijando-a na ponta do nariz e depois na testa. Regina se afastou dele e seguiu até a gravata jogada sobre a poltrona que havia no escritório. 

"Posso te ajudar? Ou você quer ficar sem?" ela perguntou, enquanto se aproximava dele novamente com a gravata na mão. 

"Você acha que precisa?" Robin perguntou, ainda incerto. Talvez ternos e gravatas já não fossem mais tão necessários. 

"Eu acho que a ocasião pede. Mas você já está lindo assim, tão despojado." Ela passou as mãos pelo peito dele, os olhos acompanhando suas mãos até que enfim encontraram os azuis. Sorriu.

"Coloca pra mim, amor meu? Acho que você está certa sobre a ocasião pedir." concordou o loiro, observando a forma concentrada com a qual a mulher passou a gravata pelo seu pescoço, os olhos castanhos e dedos ágeis prestando atenção somente naquele nó. Robin não conseguia tirar os olhos dela, a amava tanto. 

"Dá pra acreditar que estamos inaugurando o hotel?" sorriu nostálgica assim que terminou. As mãos ficaram sobre o peito de Robin, que colocou as suas sobre as dela. "Seu hotel." 

"Passou tão rápido… mas estou feliz por tudo estar concluído. Foram os melhores meses da minha vida." sorriu, tomando os lábios dela. Regina passou as mãos para os ombros largos, aprofundando o beijo. 

E aquele era todo o contato que precisavam para saber que tudo ficaria bem. 

Quando saíram do corredor onde ficava o escritório, nos fundos do hotel, não demorou para que o cheiro de todos os petiscos que seriam servidos na festa chegasse aos narizes dos dois. Regina chegou a salivar, apertando o braço de Robin, que deu uma risada. Ambos passaram na cozinha, mais para Regina cumprimentar a todos. Muitas das pessoas ali presentes eram apenas contratados para serviço extra naquele dia, mas as duas cozinheiras fixas que Robin já havia recrutado para a equipe de funcionários Regina fez questão de saudar com dois beijos estalados na bochecha. As duas senhoras sorriram, e a morena até acabou ganhando uma provinha. 

Depois os dois seguiram pelos corredores até o hall de entrada, sendo recebidos com grande felicidade por todos os convidados. 

Estavam presentes na inauguração do Wildflowers todos os colaboradores responsáveis pela realização daquela obra. A equipe da Locksley Construções viera de Nova Iorque em peso. Todos os fornecedores da região e parceiros também estavam presentes. E claro, os conhecidos próximos de todas aquelas pessoas que deram um pouco do seu tempo para que aquele projeto pudesse se realizar. 

O hall do hotel estava ainda mais decorado para o primeiro dia de funcionamento. Mas a festa mesmo era a céu aberto. Afinal, uma das coisas mais lindas que aquele lugar tinha eram seus jardins com lindas flores selvagens. Mesas se estendiam pelo gramado, uma banda local tocava um country enquanto garçons andavam servindo as pessoas de diversos tipos de bebidas. 

Uma faixa vermelha estava presa entre os dois principais pilares da entrada, apenas esperando o momento em que alguém a cortaria, para celebrar a tão esperada inauguração para a região. 

Regina e Robin foram abordados desde o momento em que desceram as escadas da entrada e estava difícil poder atender a todos. Regina observou seu pai em um canto, conversando animadamente com Richard, que chegara em Crowley Cornes no dia anterior. 

Os dois haviam se acertado muito bem, e Regina podia sentir que Richard, apesar de ter um jeito mais fechado, era uma boa pessoa. Além disso, Henry Mills sempre conseguia fazer qualquer um se sentir em casa, tamanha hospitalidade que exalava dele. 

Quando se liberou, a morena seguiu até os dois. Robin não tivera a mesma sorte, no entanto, sendo abordado por um de seus parceiros no escritório da Locksley. Regina apertou a mão dele, apontando para o pai em um canto e fazendo seu caminho até ele. Sorriu ao pensar que a cada pessoa que os dois encontravam de Nova Iorque, Robin fazia a questão de apresentá-la como arquiteta responsável pela obra e também sua namorada.

Henry abraçou a filha pela cintura assim que ela se aproximou, e logo Zelena, Rose e Alice estavam em roda deles também, todos com uma bebida na mão. 

Já Anna e Robin era bastante disputados por todos os convidados. Robin recebia os parabéns pela obra e também pelo seu mais novo negócio, enquanto Anna era cortejada, sempre recebendo propostas e propostas de parcerias. 

A festa seguira animada. Rose se encontrava toda faceira, e Regina tinha que confessar que a menina e Zelena juntas faziam muita folia. Já Regina e Alice apenas observavam as duas mulheres se divertirem, arriscando de vez ou outra alguns passos de dança. 

Graham já havia tirado Regina, Zelena e Rose para dançar, tamanho galanteador que era. Regina se sentiu triste ao lembrar que o amigo estava indo embora, e também desapontada por não ter conseguido fazer um serviço de cupido tão bom para ele quanto ele fora para ela e Robin. Infelizmente, o relacionamento do loiro com Zelena não dera o passo a mais para continuar mesmo com a distância, e apesar de tudo, parecia que os dois estavam bem com isso. 

Algumas pessoas da equipe contratada para organizar o evento pediu que os convidados se dirigissem até a frente do hotel, pois o momento mais esperado por todos finalmente chegara. Atrás da faixa se encontravam a equipe responsável por toda a gestão da obra, os colaboradores na primeira fila. Anna estava ao lado de Robin, que tinha Graham e mais alguns homens da Locksley Construções ao seu lado. Regina estava em um dos cantos da fileira, um sorriso brilhante a deslizar por seus lábios. Fora Anna quem começara o discurso. 

"Boa tarde a todos! É um prazer enorme estar aqui hoje, nesta cidade linda, com esse céu lindo e azul sobre nós, nesse lugar que é tão inspirador e calmo. A primeira vez que vi a foto desta propriedade, passei uma noite inteira pensando se valia mesmo investir nela. Afinal, foi um tipo de empreendimento jamais feito pela nossa empresa." sorriu, os olhos passando pelas pessoas que escutavam o discurso atentas. "Mas tinha algo sobre esse lugar que chamou a minha atenção desde o primeiro momento, e na manhã seguinte eu já sabia que não tinha dúvidas sobre o que tinha que fazer. Não pensem que foi fácil, mas também nunca é impossível. Não por ser meu filho, mas eu designei a melhor pessoa possível para tomar a frente desse projeto." falou, arrancando gargalhadas de todos. Robin apertou a mão dela, sabendo que agora era com ele. 

"Boa tarde!" saudou, passando os olhos pela primeira fileira, fitando a irmã na plateia, que brilhava de felicidade. Robin piscou para ela e logo retomou a fala. "Desde o começo do dia venho recebendo diversas congratulações por esse grande feito para a Locksley Construções. Mas eu queria dizer que não sou eu quem merece todos esses parabéns, mas sim toda a equipe que fez essa restauração ser possível. A cada trabalhador que ficou acordado até tarde da noite planejando, cortando, fazendo pedidos, pintando, derrubando paredes, entre outras coisas. Cada setor que se envolveu nessa obra merece um grande reconhecimento e um agradecimento. A equipe do Wildflowers fez isso. Fico completamente orgulhoso de todos vocês, e agradeço a oportunidade e confiança ao ter sido encarregado de algo tão grande e bonito." sorriu emocionado para a mãe, recebendo assobios vindo da plateia. Seus olhos azuis procuraram os castanhos da mulher que amava. "Wildflowers fora muito mais que apenas uma obra. Dentro desse hotel fizemos amigos, parceiros e irmãos que levaremos para a vida toda. Essa obra tem um peso especial demais para mim e vocês sabem o motivo." riu, arrancando risos e gritos da plateia, vindos principalmente de Graham, Zelena, Rose e Alice.

Robin estendeu a mão em direção de Regina, que olhou para ele com os olhos arregalados, sorrindo timidamente ao caminhar até a mão dele, enlaçando-a e recebendo um beijo na testa. 

"Foi nesse projeto que conheci o amor da minha vida. Agradeço todos os dias por isso." falou, os olhos azuis voltados  para os castanhos. "Comecei a obra com o coração cheio de ansiedade para poder retornar a Nova Iorque, e agora, no dia da inauguração, posso dizer que a minha maior ansiedade a partir de hoje é fazer esse lugar se tornar um dos melhores hotéis da região." seu olhar voltou-se novamente para a multidão. "Um grande obrigado a todos vocês!" 

Quando Anna passou a tesoura para que Robin cortasse a fita vermelha, o loiro encontrou os castanhos da mulher que amava, pegando as mãos dela e colocando sobre a sua, para que cortassem juntos a fita daquele lugar que era responsável por colocá-los um no caminho do outro. 

Uma contagem regressiva fora feita, e no momento em que a multidão chegou ao um Robin e Regina cortaram a fita, uma série de aplausos e risadas escoando pelo ambiente. O homem tomou a mulher em seus braços, beijando-a calmamente. Mais assobios explodiram, fazendo os dois se separarem aos risos. Depois Robin abraçou sua mãe, e logo Rose estava em roda deles, querendo um pouco de carinho também. 

Regina passou os olhos por todas aquelas pessoas, lembrando exatamente do dia em que chegara atrasada naquela reunião. Sentiu o abraço de seu pai, que sempre a motivara e acreditara nela. Aproveitou o abraço de Zelena, sua amiga irmã, que nunca a deixara sozinha. Sorriu ao abraçar a sogra, uma mãe emprestada que Robin colocara na vida dela. É claro que sua cunhada se jogara em seus braços de uma forma destrambelhada. 

Mas seu coração se acalmou mesmo quando sentiu os braços do homem que amava contornarem sua cintura, minutos e minutos depois, quando todos já estavam de volta ao lugar da celebração. Robin descansou o queixo na cabeça da mulher, as mãos seguindo um caminho pelas costas dela. Regina se permitiu derramar algumas lágrimas, tamanha felicidade que sentia no peito. 

"Uma vez cantaram para mim uma música que falava sobre eu pertencer a um lugar cheio de flores selvagens, pertencer a um lugar onde eu me sinta livre. A música pedia para mim encontrar um amor." ele começou a falar, arrancando uma risada falha da morena. Robin se afastou dela, apenas para que pudessem se olhar. "Eu encontrei bem aqui. Em Crowley Cornes. Com você." 

"Eu amo tanto você, turrão." Regina falou, os dedos tocando delicadamente os lábios de Robin. 

"Minha caipira teimosa." Ele retrucou, sorrindo contra os lábios dela. 

"Eu não sou teimosa!" Regina resmungou, mas Robin já havia a calado com um beijo. Os braços da morena circularam os ombros fortes, as mãos indo parar nos fios castanhos claros. Robin apertou o corpo dela contra si, Regina rindo entre o beijo. 

"É completamente." riu Robin, o nariz tocando o dela. "E eu te amo exatamente do jeitinho que você é." 

 

Fuja, encontre um amor

Fuja, deixe seu coração ser seu guia

Você merece todos os cuidados

O seu lugar é onde for o seu lar

O seu lugar é entre as flores selvagens

O seu lugar é algum lugar perto de mim


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Notas finais do capítulo

E aí, gente?
Finalmente descobrimos o fim dessa história, né non? haha Me deixem saber o que acharam, se vocês imaginavam que o Robin tomaria uma atitude assim... vamos conversar.

Alguns esclarecimentos:
1) Gente, quando eu pensei na história, tudo o que eu pensei foi até esse momento. Ou seja, esse seria o final de Flores Selvagens. Porém, conforme eu fui escrevendo, fiquei imaginando o que aconteceria com eles após esse final, e aí resolvi escrever um prólogo que na verdade transformei em 2 capítulos a mais.
Então é isso, a fanfic terá mais 2 capítulos.
2) Eu joguei aquele mistério da mentira do Robin e deixei vocês curiosas mas era apenas o que foi explicado no capítulo mesmo. Inclusive eu não ia nem mencionar ele falando com a Regina sobre, mas escrevi a cena de última hora porque fiquei com medo de deixar isso em aberto. Também não quis fazer muito drama sobre, Regina está radiante por saber que vai ter o Robin juntinho com ela, não ia fazer eles brigarem né?
3) Fazer o Robin comprar o hotel foi uma ideia muito aleatória, mas não consegui pensar em nenhum outro jeito de fazer ele ficar. hahaha Espero que tenha atingido as expectativas, ou ao menos chegado perto.

Agradeço muito por todo o apoio e carinho que a fanfic tem recebido. É incrível poder escrever algo outlawqueen e fazer vocês bem.
Preparadas para as aventuras do nosso casal pós inauguração do Wildflowers?
Nos vemos lá.
Beijos!



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