Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 5
Aquele em que os dias são melhores com você.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Na segunda feira após o jantar de Robin e Regina, depois de ambos terem concordado que deixariam as coisas acontecerem e fluírem naturalmente, a morena se preocupou ao chegar na obra pela manhã e receber uma mensagem de Robin, pedindo que o encontrasse no escritório. 

Era bastante cedo, e poucas pessoas haviam chegado ao canteiro de obras naquele horário. Regina fez seu caminho até Robin, o encontrando na máquina de café, virado de costas para ela. 

"Bom dia!" falou, fazendo Robin virar-se no mesmo instante, o sorriso com covinhas a brilhar em seu rosto. Regina sorriu de volta, sentindo-se ansiosa quando o loiro se aproximou calmamente. 

"Bom dia, Regina." cumprimentou, por fim findando a distância entre seus corpos, as mãos fortes sendo depositadas na cintura da mulher, cujo sorriso já estava de orelha a orelha, enquanto encarava os olhos azuis com expectativa. 

"Você disse que queria falar comigo." falou, baixinho. Robin riu, levando uma das mãos até a bochecha da mulher. "É um assunto sério?"

"Muito, muito sério." Ele vociferou, convicto. Regina levantou a sobrancelha, o cenho se franziu. 

"O que houve?" ela perguntou, procurando vestígios no rosto do homem, atrás de um possível problema. Robin negou com a cabeça, não se segurando mais em tomar os lábios da morena nos seus. Regina se surpreendeu, mas não impediu o contato. Suas mãos foram parar nas costas do homem, que aproveitou para aprofundar o beijo. As línguas se encontraram, os gostos misturaram-se. 

"Era um problema muito grave, creio que você tenha entendido a situação." Robin explicou, após se separar ofegante da mulher. Regina riu, colando a testa na dele, enquanto o nariz brincava com o do empresário. As fortes mãos do homem faziam delicados círculos na cintura da mulher, e eles trocaram meia dúzia de beijos antes de resolverem se separar. 

Aquele havia sido um bom dia e tanto, e viraria uma rotina para os dois pelos próximos meses, se tudo corresse bem. 

 

Alguns dias depois…

 

Regina bateu na porta do escritório de Robin e ouviu um sonoro entre da parte do loiro. A morena adentrou o lugar, carregando uma sacola com dois hambúrgueres e duas coca-colas. O loiro abriu um sorriso assim que a arquiteta entrou, largando a caneta sobre os papéis e chamando-a para seu colo. A mulher largou as sacolas sobre o canto da mesa e seguiu até ele, sentando-se em seu colo e entrelaçando os braços ao redor de seu pescoço, em seguida juntando os lábios em um beijo delicado. 

"É o paraíso!" Robin brincou, fazendo a morena gargalhar. Ele se deleitou com aquela gargalhada,  gargalhada que estava ainda mais presente em sua vida nessas últimas duas semanas. A morena descansou a testa sobre a de Robin, suspirando contente. 

"O que é o paraíso, senhor turrão? Meu beijo?" Ela questionou. As mãos de Robin acariciavam num vai e vem as costas da arquiteta, que se sentia derreter a cada toque. 

"Você todinha, Regina." O homem declarou, fazendo o sorriso que já tomava os lábios da morena se alargar ainda mais. Em resposta, ela depositou um intenso beijo nos lábios do homem, beijo o qual só findaram por precisar de ar. O ar era um dos principais inimigos de Robin nesses últimos dias, visto que se pudesse, gostaria de ficar pra sempre em um beijo com Regina. 

Mas os beijos dela eram apenas uma das coisas que o faziam perder a cabeça. A forma como ela se importava com ele e com as pessoas ao seu redor, o jeito como os olhos dela brilhavam sempre que um sorriso lhe deslizava pelos lábios vermelhos, a risada contagiosa que ela tinha e também a forma como qualquer conversa com ela se tornava incrível. 

Desde o dia em que se beijaram no Gazebo, a arquiteta e o empresário se aproximaram ainda mais, e embora não soubessem ainda como rotular aquela relação, Robin sabia o que sentia por ela, pois essas últimas semanas passadas entre beijos, conversas e aproximação só o fizera se apaixonar ainda mais por ela. 

"Alguns pensamentos estão tirando você de mim de novo" Regina brincou, lhe depositando um beijo na bochecha e levantando-se do colo de Robin. A morena entregou a ele um dos hambúrgueres e pegou o outro pra si, puxando uma das cadeiras da frente da mesa para mais perto de onde Robin estava sentado. O mesmo desligou o notebook, colocando os papéis que estavam por cima da mesa sobre o mesmo, abrindo espaço para aquele almoço improvisado dos dois. 

"Estava pensando em você, como sempre" ele confidenciou, fazendo a morena sorrir. Ficaram por trocar olhares enquanto comiam e conversavam. Robin nunca poupando flerte com a morena. Regina devolvia na mesma moeda. 

"Venha jantar comigo e com o papai hoje a noite" Regina convidou e Robin que estava concentrado em seu hambúrguer a encarou. A morena o encarava sorridente, mas a testa levemente franzida, com medo de uma possível recusa. "Se você não tiver outro compromisso, claro." completou rapidamente. 

"Oh, Regina. Eu sinto muito, mas acho que minha agenda está lotada." Robin falou, seriamente. O sorriso da morena vacilou. "Você sabe, a TV do hotel oferece diversos canais." O homem completou, fazendo graça, e Regina estreitou os olhos pra ele. "Eu fico imensamente feliz em aceitar o seu convite." Respondeu e a morena sorriu, levantando-se e seguindo até ele. Robin a puxou para o seu colo, beijando-a.

"Em vez de beijos você merecia uns belos tapas." Ela disse séria. Mas não resistiu ao sorriso quando o loiro traçou toda a lateral de seu rosto com o polegar. 

"Eu acho que mereço apenas beijos." Robin alfinetou, sentindo um leve tapa em seu braço. "Seu pai sabe sobre o que está acontecendo entre a gente?" 

"Que você beijou a princesinha dele?" Regina devolveu a pergunta, fazendo o loiro respirar profundamente desconcertado. Ele afrouxou o nó da gravata e ouviu a morena gargalhar. "Robin…" 

"Regina… como você pode estar calma? E se ele quiser realmente ter aquela conversa comigo?" ele disse, perdido em pensamentos. Regina deslizou as mãos que estavam nos fortes braços até o rosto do homem, fazendo com que os olhos azuis encontrassem com os castanhos. Aquela calmaria e intensidade castanha, que fazia com que Robin sentisse que tudo ficaria bem. Robin respirou fundo, abrindo um sorriso fraco para a mulher. Ele bicou seus lábios e acariciou o nariz dela com o seu. "Eu enfrento ele por você." 

"Ah, senhor turrão. Você derrete meu coração." ela disse. 

"Não quero derretê-lo, Regina. Mas acho que vou roubar ele pra mim." ele brincou. 

"Você não pode roubar o que foi dado a você." Regina disse, os olhos castanhos brilhando em reflexo aos azuis. Ambos sorriram, os lábios se encontrando novamente. Se separaram com o celular de Robin, que começou a tocar. O nome Rose, com o pequeno coração ao lado, brilhou na tela. Regina sorriu, alcançando o iPhone a Robin, que a agradeceu. A morena tentou se levantar do colo de Robin, mas o mesmo a segurou delicadamente pela cintura. A morena assim ficou a observá-lo. Seu coração aqueceu com o sorriso que ele deu assim que atendeu. 

"Hey, Rose!" saldou. "Estou bem e sim, estou almoçando. E você?... Com a mamãe?... Diga que eu lhe mandei um beijo." Regina escutava ele falar. "Não, não estou sozinho." O coração da morena deu um salto, se perguntando se ele falaria dela para as duas mulheres. "Na verdade é alguém bastante especial, Rose." Ele falou e afastou o telefone da orelha quando a menina gritou um sonoro você está namorando e não me disse?. Regina teve que pôr as mãos nos lábios, abafando a risada. Robin riu junto, puxando Regina mais para perto. "É porque eu ainda não a pedi em namoro, Rose. Você sabe como o seu irmão é demorado." Ele explicou e ouviu um turrão vindo de Regina. O sorriso do loiro abriu ainda mais. Ótimo, ele tinha três mulheres fortes em sua vida agora. "Vou mudar isso logo, Rose… E vou apresentar ela pra você… Sim. Eu mando.... Fique bem também, vocês duas… Também estou com saudade… Beijos!" finalizou a ligação, os olhos castanhos curiosos a observá-lo. O coração batendo rápido com o que ele disse… o que ele mudaria logo? "Rose lhe mandou um beijo."

"Que doce! Seria precipitado da minha parte dizer que eu estou louca para conhecê-la? Sei que não sabemos ainda onde isso vai dar, mas se eu tiver a oportunidade quero muito conhecê-las Robin. Elas são uma parte importante da sua vida." a morena disse, sincera. O loiro sorriu, sentindo os olhos marejarem levemente. 

"Quero muito apresentá-las a você, Regina, você não faz ideia." Ele respondeu, levando uma das mãos a lateral do rosto da mulher, que descansou o mesmo sob a mão de Robin e fechou os olhos com o carinho gostoso que ele depositava ali. "E eu sei exatamente onde isso vai dar, você ainda não sabe?" Questionou, sorrindo. Regina abriu os olhos, o azul e castanho se perdendo um no outro novamente. 

Os almoços com Regina salvavam o dia do empresário. E ele estava ansioso por aquele jantar. Afinal, era do futuro sogro que ele estava falando. 

***

Regina descia as escadas da varanda de casa com a intenção de ir até os estábulos, para ver os cavalos, principalmente Stone. Entretanto, antes que tomasse o caminho do lugar, ouviu o barulho de um carro adentrando a propriedade. Sorriu, virando-se na direção do som. Viu o carro de Robin estacionar a alguns metros dela e logo o loiro descer do veículo, um brilhante sorriso tomando-lhe o rosto. Regina o observou de longe, percebendo o quão bonito ele parecia. O homem trajava uma calça jeans com uma camiseta de manga curta na cor azul marinho, nos pés um sapatênis.

Os dois seguiram em direção um do outro, Robin recebendo Regina em seus braços com um abraço gostoso, a morena enterrando o rosto no vão do pescoço do homem, inalando o perfume que estava a cada dia mais viciada. 

"Hey, minha linda." falou delicadamente, findando o abraço e depositando um beijo na bochecha da mulher. Não contente, Regina salpicou diversos beijos na face do homem, até que chegasse aos lábios. "Onde a senhorita estava indo?" 

"Aos estábulos. Vamos comigo?" Ela perguntou, pegando-o pela mão e o puxando em direção ao lugar em que os cavalos passavam a noite, não dando a opção dele negar. Robin entrelaçou a mão na dela, enquanto eles faziam o caminho em silêncio. A ideia de ir para um lugar com vários cavalos o deixava aflito, mas para a sua sorte, a presença de Regina era como um calmante. "Achei que você fosse demorar mais." 

"Por que? Sempre demoro muito pra chegar?" ele indagou, brincalhão. 

"Não é isso." ela riu. "Você só parecia tão cheio de trabalho hoje." completou. 

"E eu estava. As vezes me pergunto por que eu escolhi a parte da burocracia?" Falou o loiro e Regina acenou com a cabeça, lembrando de como ela nunca pensou em seguir um ramo assim, já que as questões administrativas a irritavam bastante. "Mas consegui resolver a maioria das coisas pra hoje. E estava com vontade de ver você." 

"Estava? Mas nós almoçamos juntos." Regina disse. Embora ela também estivesse cada vez mais viciada na presença do homem, ela achava fofo como Robin deixava seus sentimentos a mostra com facilidade. 

"Estou sufocando você, não é?" Robin perguntou, tirando a mão da dela e passando no rosto, um tanto envergonhado. Regina o encarou, porque não havia percebido que ele havia levado a sério o que ela dissera.

"Robin, claro que não." Falou a mulher rapidamente, se aproximando dele. O homem encarou os olhos castanhos quando as delicadas mãos de Regina tomaram o rosto dele. "Eu estava brincando, senhor turrão. Estava contando os minutos para ver você." Regina disse. Robin deu um pequeno sorriso para ela, selando os lábios em um beijo intenso. Se perderam um no outro por alguns instantes. 

"Isso que temos é importante pra mim, Regina. Tenho medo de tudo estar acontecendo rápido demais, mas me sinto mais encantado por você a cada minuto. O que você está fazendo comigo?" Ele perguntou, quando findaram o beijo. A mulher sorriu diante da fala do homem, compartilhando de tudo que ele havia dito. 

"Estou fazendo com você exatamente o que você está fazendo comigo." Regina respondeu e Robin a envolveu em outro beijo. 

Eles seguiram então o resto do caminho conversando sobre alguns detalhes que Regina estava pensando para os acabamentos da cozinha do hotel, a morena se mostrava bastante animada com tudo que contava. Robin já tinha noção de todos os projetos dos cômodos semanas antes de chegar a Crowley Cornes, porque Regina havia mandado tudo por e-mail antes, para as devidas aprovações. Mas ver a mulher dar voz a todas aquelas coisas fazia o coração do homem acelerar, porque ele amava ouvi-la. Amava a forma como ela dizia todos os detalhes animada. Amava como ela tentava fazê-lo visualizar tudo. Amava a arquiteta apaixonada e dedicada que Regina era. 

"Estou louca pra ver a cozinha pronta. Afinal, é uma das partes mais importantes do hotel, imagina tomar um café quentinho com um bolo em um dia de inverno em um dos quartos com vista para o vale?" Regina perguntou por fim, buscando os olhos azuis, encontrando os mesmo a encarando com adoração. Seu coração saltou dentro do peito, ao mesmo tempo que se aqueceu com aquele olhar de Robin. 

"Temos que fazer isso algum dia." Ele disse apenas, fazendo a mulher sorrir. Ela acenou com a cabeça, compartilhando da ideia dele. Robin depositou um beijo na bochecha rosada pela caminhada e os dois adentraram o estábulo. O lugar era bastante sofisticado, e Robin notou que havia passado por uma reforma não devia fazer muito tempo. Embora tivesse umas 8 baías no local, apenas 5 delas estavam ocupadas pelos cavalos. 

"É um estábulo muito bonito, Regina." O homem elogiou. 

"Gostou? Foi eu que planejei." ela disse, erguendo as mãos e dando uma voltinha. Robin sorriu. Regina tinha total noção de que era muito talentosa no que fazia. 

"É incrível." Ele confirmou, parabenizando-a. A morena sorriu para ele, andando alguns passos até a primeira baía. Um cavalo de cor branca se encontrava com a cabeça para fora, e ganhou um carinho da arquiteta. Ela verificou se ele tinha água e comida e partiu para a próxima baía. 

"Há uns dois anos papai sentiu que o lugar necessitava de uma reforma, sabe? Nós prezamos bastante o bem estar dos nossos animais. Eles precisavam de um estábulo a altura." Ela explicou, fazendo carinho no animal que estava na terceira baía, visto que a segunda se encontrava vazia. Esse animal tinha um pelo marrom. 

"É um lugar muito bonito e eles parecem bem felizes aqui." Robin disse. Regina chamou o homem pra perto e sorriu quando Robin exitou. 

"Você tem medo deles, não é?" Regina indagou, chegando perto do homem, já que ele não deu nenhum passo em direção a ela e ao animal. Robin negou rapidamente com a cabeça, sorrindo amarelo. "Você tem." ela insistiu, rindo. Robin bufou, fazendo uma careta. 

"Digamos que não encontrei muitos cavalos ao longo da vida, Regina." Ele disse apenas, esperando que ela não levasse o assunto a diante. "Eles são animais bastante intimidadores."

"Robin, por Deus! Olhe a cara desse anjo, ele não tem nada de intimidador." Regina disse, segurando o riso. Seguiu até Andante e acariciou seu pelo. 

"Você diz isso porque deve montar em cavalos desde que nasceu." Robin retrucou e a morena inclinou a cabeça para o lado, sabendo que o argumento dele era válido. 

"Bom, a sorte é que você encontrou uma linda mulher que sabe muito sobre cavalos e pode te apresentar cada coisinha sobre eles." Regina disse, risonha, se aproximando do homem novamente. Robin riu da fala dela, embora Regina sentiu que ele estava tenso. "Olha, muitas pessoas tem medo de cavalo, Robin. É normal. Mas eles são animais que, se tratados bem, te tratarão bem também." falou, pegando-o pela mão e seguindo até a última baía. Robin reconheceu o cavalo do dia em que ele veio a fazenda para lhe entregar as amostras de madeira. 

"Stone." O loiro disse somente e Regina sorriu pra ele, em confirmação. 

"Esse é o meu garoto. Ganhei ele no meu aniversário de 18 anos. Embora eu estivesse em Nova Iorque, papai sabia que sempre que eu viesse pra casa iria querer montar em um cavalo meu. O meu antigo faleceu uns meses antes de eu ir embora." Ela contou, quando se aproximou do animal. Stone emitiu um som com as narinas assim que Regina se aproximou, fazendo a mulher rir. "Oi, garanhão. Você tá bem? Eu vim te apresentar o Robin. Ele é um turrão de Nova Iorque." Ela falou com o cavalo enquanto lhe acariciava o pelo. Robin sorriu para a cena, apaixonado. Regina esticou a mão para o loiro, que caminhou incerto até ela. "Você ouviu esse som que ele fez quando eu me aproximei? Foi um sopro, os cavalos emitem sons assim quando querem fazer uma saudação." Ela explicou pro loiro, levando a mão dele que estava entrelaçada na sua até a pele do cavalo. "Relaxe, huh? Stone só vai querer fazer algo com você se me fizer chorar." Ela brincou, e Robin riu, relaxando um pouco. A mão do homem acariciou a pele do cavalo e Regina sorriu para a cena. 

"Não é tão ruim." Robin falou depois de alguns instantes. Regina riu, e os dois se despediram de Stone. Não sem antes Regina verificar se o animal tinha água e ração. 

"Na próxima vez traremos maçãs e cenouras pra eles, huh?" Ela convidou e Robin afirmou com a cabeça, fazendo ela dar um beijo nele em comemoração. "Viu, você não é tão medroso, afinal."

"É porque os cavalos não são nada perto de encarar seu sogro." Ele falou, as mãos na cintura de Regina. Os dois estavam no meio do estábulo, três dos cavalos a observarem o casal, como se entendessem o que se passava ali. 

"Você já conhece meu pai, seu bobo. Por que está tão nervoso?" ela questionou. 

"Porque agora é realmente sério, Regina. Eu tenho que causar uma boa impressão, porque pretendo ter você na minha vida por bastante tempo." Robin respondeu convicto. Regina riu. Juntou os lábios nos dele em um beijo, com a intenção de passar segurança. 

"Meu pai já gosta de você, seu turrão. Você acha que ele iria ficar contra algo que faz sua filha chegar todos os dias feliz em casa?" Ela perguntou e Robin ficou sem resposta, sentindo o coração aquecer com a afirmação de Regina. Ele ficava lisonjeado por fazer ela feliz. 

"Eu fico mais calmo por saber disso." ele falou, descansando a testa sobre a de Regina, a mulher fechou os olhos com o contato. "E pretendo fazer você feliz por muitos outros dias, meu amor." Regina abriu os olhos, se afastando um pouco do homem para poder encarar seus olhos azuis. 

"Seu amor?" Ela perguntou, os olhos marejados com o apelido. 

De senhorita Mills para Regina. De Regina para meu amor. Uau! A morena achava que seu coração iria literalmente explodir por tudo que estava sentindo por aquele homem. E isso em apenas algumas semanas passadas ao seu lado. 

"Meu amor." Ele confirmou, delicadamente. Regina juntou os lábios nos dele novamente e foram separados por um relincho de Stone no fundo do estábulo. Sorriram. "Seu cavalo está com ciúmes." Robin disse e Regina gargalhou, pegando-o pela mão, enquanto eles faziam seu caminho para fora do lugar. 

***

O celular de Regina vibrou sobre a mesa e a morena desviou os olhos para a notificação que aparecia na tela. Uma mensagem da ruiva tão conhecida e querida por ela. As palavras "O turrão já fugiu?" brilharam na tela, o que fez ela soltar uma risada baixa, chamando a atenção de Robin, que conversava animadamente com Henry. Sentando ao seu lado, o loiro tinha uma de suas mãos na base de suas costas, a qual fazia um delicado carinho que deixava Regina extasiada. 

Enquanto faziam o seu caminho do estábulo até a casa, Regina pode sentir o quão apreensivo e tenso Robin estava. A mulher achava isso fofo, embora não entendesse o porquê de tanto temor. O empresário já havia conhecido o seu pai em um primeiro momento, além de que, não era como se Regina tivesse 15 anos e fosse apresentar o primeiro namorado a Henry. Apesar de tudo, assim que os dois adentraram a casa, Henry fora muito receptivo com Robin e homem enfim pareceu relaxar um pouco. 

Henry terminou de finalizar o jantar junto de Regina, enquanto os três jogavam conversa fora. O pai da mulher não deixou, claro, de analisar por meio de perguntas discretas o homem que havia conquistado o coração de sua menina. Regina era uma mulher incrível e merecia um homem a sua altura. Que somasse junto com a pessoa que ela era. E apesar de ser seu segundo contato com Robin, Henry sentia pelo sorriso da filha e também pelo carinho que Robin demonstrava com Regina, que talvez aquela relação realmente funcionasse. 

O casal achava que Henry não notava os toques discretos, singelos, que eles manteram no decorrer do jantar. Pequenos afagos, que traziam ao rosto do casal sorrisos verdadeiramente apaixonados. Podia ser muito cedo ainda, e talvez os dois tentassem negar, mas a paixão ali estava evidente. E o senhor sentia-se feliz pela filha. 

"Ele não fugiu. Eles se deram muito bem, sabia?" Regina enviou o texto em resposta para a amiga, bloqueando o celular e voltando a atenção para os homens. 

"É que na verdade a maioria das nossas obras são na região de Nova Iorque. Temos algumas em Londres também, mas foi inusitada a decisão de pegar uma reforma aqui em Crowley Cornes." A mulher ouviu Robin explicar. "Eu não estava botando muita fé antes de ver os indicadores, mas vocês tem um fluxo de turistas muito bom. Embora a cidade já conte com bastante hotéis, a inovação é um dos caminhos dos negócios, e quanto maior o número de turistas maior necessita ser a demanda de hotéis." 

"Vocês já tem um comprador?" O senhor perguntou, curioso. Regina sorriu, contente pelos dois terem se acertado tanto. 

"Temos alguns interessados." Robin falou. "Provável que mais para o final da obra já tenhamos tudo acertado. Imagino que você tenha a mesma preocupação de Regina… mas tomarei os cuidados que estiverem ao meu alcance para que o comprador seja alguém que não vá acabar com a beleza natural do lugar." Robin falou, desviando a atenção de Henry para encontrar os olhos da arquiteta. 

"Aprendeu direitinho, senhor turrão." Ela brincou, fazendo o loiro sorrir. Depositando um beijo na bochecha dele, Regina levantou-se da mesa e seguiu até a geladeira, tirando de lá uma forma com uma torta. Ela depositou a mesma no meio da mesa, seguindo até o balcão e pegando três pratos e talheres. "Eu fiz uma torta de limão. Espero que você goste, é a favorita do papai e também a minha." 

"Minha avó costumava fazer para mim quando eu era criança. Depois que Rose nasceu ela passou a fazer pra nós dois. Para o seu conhecimento, eu acabei por aprender a receita também." Ele disse, fazendo a morena ficar surpresa. Henry tomou a frente e serviu três pedaços de torta. Assim que provou, Robin soube que era mais uma coisa que iria amar em Regina: sua torta de limão. 

Os três comeram o doce em uma conversa agradável, que ia de assuntos relacionados ao hotel a algumas peripécias que Regina fazia na infância. Depois de um tempo, Henry se despediu do casal, alegando que o dia havia sido longo e que ele deixaria os dois ficarem a sós um pouquinho. Ele beijou a testa da filha e apertou a mão de Robin.

"Gostei de você, rapaz. Venha almoçar conosco esse final de semana." O senhor mais velho convidou e Robin concordou com a cabeça, dando um sorriso. 

O casal então lavou a louça que foi usada na sobremesa, Regina lavando-as e Robin secando. Quando terminou de secar o último prato, depositando ele sobre a mesa. Virou-se com o pano na mão, preparado para perguntar para Regina onde guardava as coisas, mas encontrou a morena escorada no balcão da pia, os olhos brilhando em direção a ele. 

"O que foi?" perguntou a ela, a testa franzindo. Regina se aproximou dele, tirando o pano de suas mãos, enlaçando o pescoço de Robin com os braços. 

"Você existe mesmo?" Regina questionou fazendo Robin erguer a sobrancelha em questionamento. 

"Espero que sim." Ele respondeu, abrindo um sorriso. Regina sorriu ainda mais, acariciando a ponta do nariz dele com a do seu. Quando iam encostar os lábios, o celular da morena tocou. Regina resmungou, fazendo Robin rir, apertando a cintura dela com as mãos e depositando um beijo em sua bochecha para logo depois se afastar dela. Antes que a morena atendesse, entretanto, o aparelho parou de tocar. Ela viu que era Zelena e fez uma nota mental para retornar depois, pois sabia que a amiga queria saber os detalhes do noite. 

"Não vai ligar de volta?" Robin perguntou, indo até a cadeira que estava seu casaco. Regina negou com a cabeça, mandando um texto pra Zelena falando que mais tarde ou pela manhã retornava a ligação. 

"Era a Zelena, depois eu falo com ela. Você já vai?" perguntou, vendo que ele vestiu a peça de roupa. 

"É melhor, meu anjo. Amanhã trabalhamos cedo e você deve estar cansada." Ele disse, se aproximando dela, envolvendo-a em seus braços. 

"Vamos no Gazebo um pouquinho? Não quero que você vá ainda." Regina pediu. Robin depositou um beijo nos fios castanhos, concordando com a mulher. Pegou suas chaves e celular que estavam em cima da mesa e colocou ambos no bolso, pegando a mão da morena que chamou Lola, os três seguindo rumo a construção na beira do pequeno lago. Sentaram-se em um banco acolchoado que tinha no local, Regina escorada no peito de Robin, os pés em cima do banco. As mãos estavam unidas, e eles ficaram em silêncio por alguns instantes, apenas apreciando a beleza do lugar. Lola fazia um tour pelo Gazebo, o fuço a cheirar o chão. 

"Ela não cansa…" Robin comentou, fazendo Regina rir contra seu peito. 

"Isso não é nada… tá sempre procurando comida." respondeu, fazendo um barulho com a boca para chamar a atenção de Lola, que olhou para a dona e depois voltou a fuçar pelo lugar. Os dois sorriram. 

"Semana que vem tem um evento em um pub que eu e Zelena costumamos frequentar. Vamos?" Regina convidou, enquanto sem perceber traçava círculos na região do peito de Robin, sobre a camisa. O loiro sorriu com o convite. 

"Claro, vamos sim." concordou e Regina sorriu, abraçando-se mais a ele quando uma rajada de vento bateu sobre eles. Robin se afastou dela rapidamente, fazendo a morena ficar um momento sem entender. O loiro tirou o casaco que vestia e a puxou para seu peito novamente, cobrindo-a com o casaco. Regina suspirou contente. "Convide Zelena para ir que eu convido o Graham, huh? Acho que ela vai gostar" sugeriu. 

"Boa ideia. Vou mandar uma mensagem pra ela depois." concordou, animada. "Faz dias que ela está querendo que eu banque o cupido entre os dois." 

"Acho que talvez eles possam dar certo." Robin comentou. 

"Talvez, mas Zelena não vai querer embarcar em algo sério." Regina respondeu, buscando os olhos de Robin. O loiro levou a mão até a bochecha dela, fazendo um leve carinho. 

"E pelo que eu conheço de Graham, ele também não. Por isso acho que vai dar certo, eles vão ter um pouco de diversão." falou. 

"Tomara. Assim Zelena sai do meu pé um pouquinho." disse ela, suspirando. Robin riu. "É sério, Robin." 

"Eu sei que sim. Mas também sei que você fala isso da boca pra fora, porque sentiria falta dela pegar no seu pé." 

"Não quero que ela pare de pegar no meu pé, mas sim que pegue menos." disse, fazendo um beicinho quase imperceptível. Mas Robin percebeu, e achou adorável, como sempre. 

"Você me chama de turrão, mas é uma caipira muito teimosa também, sabia?" Ele comentou, fazendo ela revirar os olhos. 

"Eu não sou teimosa." rebateu. 

"Isso é exatamente o que os teimosos dizem." falou o loiro, recebendo um leve tapa em seu peito. "Ai, Regina! Que mão pesada!" 

"É pra você aprender a não me insultar duas vezes na mesma frase. Caipira e teimosa, senhor Locksley?" cruzou os braços por baixo do casaco do empresário. "Agora também vai ficar sem beijos."

"Ah não, me tire tudo, menos os seus beijos. Estou muito viciado para perdê-los." Robin disse, fazendo drama. Regina mordeu a bochecha para prender o riso, mas não olhou pra ele. 

"Deveria ter pensado nisso antes." Resmungou Regina. Robin suspirou, puxando-a ainda mais para perto, escorando a cabeça no vão do pescoço da mulher. Regina não impediu, pelo contrário, se aconchegou ao corpo do homem. 

"Quando eu me referir a você como caipira, nunca será como um insulto, Regina." ele disse, no pé do ouvido dela, fazendo-a ficar arrepiada. "Eu a...gosto de tudo em você que te faz caipira. Se eu soubesse que viria pra Crowley Cornes e encontraria você eu tinha dado um gás maior nesse projeto, para virmos antes" confessou, fazendo os olhos de Regina brilharem em lágrimas. Ela se virou em seus braços, ficando em uma posição em que podia enxergar os olhos dele. 

"Onde você esteve por todos esses anos, senhor turrão?" Regina perguntou apenas, fazendo ele sorrir com a fala. Ela traçou o rosto dele com a ponta dos dedos. "Você não sabia que ia me encontrar antes, mas agora que encontrou, acha que podemos enrolar o projeto do Wildflowers para que você não tenha que ir?" disse, tentando brincar. Robin percebeu um ponto de verdade naquela brincadeira. 

"Temos muito tempo ainda, minha linda. Não há com o que se preocupar." Robin garantiu a ela, tombando a cabeça sobre a mão da morena quando ela depositou um leve carinho em sua bochecha. Regina juntou os lábios aos de Robin, e eles trocaram significativos beijos por alguns instantes. Logo estavam falando sobre outras coisas. 

Minutos depois, Regina se encontrava deitada no peito de Robin, as pálpebras lutando contra a vontade de fechar e seu consciente tentando não se entregar ao sono. Mas era realmente difícil vencer aquelas duas batalhas quando a mão do loiro fazia um cafuné gostoso em seu cabelo. Tentada a desistir, permitiu que seus olhos fechassem. 

Robin percebeu que a respiração da mulher em seus braços estava a ficar mais calma de minuto em minuto, e pela quietude que ela se encontrava, era provável que o sono já estivesse tomando conta dela. Robin também estava sonolento. Mas ter Regina em seus braços era tão bom, que ele não se importava em ficar ali por mais longos minutos. 

Entretanto, o ar estava a ficar cada vez mais gelado e ele sabia que o melhor para Regina seria dormir em uma cama quentinha e confortável. Por isso, ele depositou um beijo em seus fios castanhos para logo depois chamá-la. 

"Meu anjo, não é pra dormir." disse. Regina abriu os olhos, se aconchegando mais a ele, tentada a ignorá-lo. Fechou os olhos novamente, fazendo ele sorrir. Que preguiça! "Regina, está ficando frio. É melhor você entrar e ir dormir na cama, é mais confortável." 

"Seus braços também são confortáveis e quentinhos." Robin pode ouvir ela murmurar. 

"Fico lisonjeado por saber disso, e eles vão estar sempre disponíveis para você. Mas não quero que a senhorita pegue um resfriado. E sei que está cansada." falou. "Eu levo você, huh?" sugeriu e Regina anuiu com a cabeça. O homem a tomou em seus braços, levantando-se. Regina enlaçou o pescoço dele com as mãos, a cabeça escorada no vão do pescoço do loiro. Robin chamou Lola, que se encontrava que nem a dona, e a cachorra seguiu eles pela trilha de pedras até a casa. Regina falou para Robin onde ficava seu quarto, e logo o loiro estava a depositando sobre a cama de casal, que parecia muito aconchegante. Ele deu uma olhada discreta pelo quarto, sorrindo com o que viu. Era tão dela. Dois pares de botas jogados ao lado do roupeiro, a camisa xadrez que ela usara naquele dia depositada delicadamente sobre a cadeira que ficava em frente a uma escrivaninha. 

Robin virou-se para Regina, que tinha os olhos sonolentos voltados para ele. A morena bateu com as mãos ao lado do espaço vazio da cama, e Robin se sentou ali, debruçando-se sobre ela, juntando os lábios em um beijo casto. Ele salpicou alguns beijos pelo queixo, nariz e bochechas da mulher. Depois levantou-se, tirando as botas que ela tinha nos pés. Logo ele viu um sutiã sendo arremessado em direção a mesma cadeira que se encontrava a camisa xadrez que ele havia reparado mais cedo. Ele levantou a sobrancelha, encontrando um sorriso travesso no rosto da mulher. 

"Eu não consigo dormir de sutiã." disse apenas, sem qualquer tom provocante. Robin teve que engolir em seco mesmo assim, entretanto. Ele chacoalhou a cabeça, afastando alguns pensamentos e seguindo até a mulher. 

"Precisa de mais alguma coisa, meu anjo?" perguntou, sentando ao lado dela. Regina se aconchegou ao travesseiro, os olhos castanhos encontrando com os azuis. 

"Um beijo de boa noite." Pediu. Robin atendeu prontamente o pedido, juntando os lábios aos dela em um beijo intenso. 

"Seus pedidos sempre serão uma ordem." brincou, fazendo a morena sorrir. 

"Tem uma chave no vaso que fica pendurado ao lado da porta da frente. Você pode chavear a porta pra mim?" Perguntou, recebendo um aceno de resposta. "E me mandar uma mensagem quando chegar no hotel? Fico preocupada." 

"Eu mando sim, meu anjo. Mas não se preocupe, huh?" Depositou um beijo na testa de Regina. "Bom descanso, até amanhã. Obrigado pela noite." 

"Boa noite, Robin. Me avisa quando chegar no hotel." pediu uma última vez, e ele depositou um selinho em seus lábios, para logo depois se levantar. Lola passou correndo para dentro do quarto, pulando em cima da cama, se aconchegando nas pernas de Regina. A mulher tinha os olhos fechados, o sono a vencendo novamente. Robin deu uma última olhada nela antes de fechar a porta e seguir para o andar de baixo. Ele foi até a cozinha rapidamente apenas para ter certeza que não haviam esquecido nada ligado, e depois de trancar a porta e deixar a chave no vaso, ele seguiu até seu carro. 

Robin se encontrava sorridente durante todo o caminho para o hotel.Sentia-se leve. Feliz. E Regina, em seus sonhos, se sentia da mesma forma. 


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Notas finais do capítulo

Ai gente, finalmente nosso casal tá só no love. Espero que vocês não achem que está rápido demais, afinal, como é uma short fic tenho que fazer acontecer. Estou tentando desenvolver o melhor que posso.
A primeira cena ficou muito aleatória? Eu já tinha esse cap pronto há bastante tempo, e resolvi escrever a cena há umas duas semanas atrás quando tava vendo alguns gifs OQ.
Estou postando do celular, peço desculpas se a formatação ficar ruim.
No mais, espero que tenham gostado, me deixem saber o que acharam.
A fanfic tem uma AU no twitter, caso alguém queira ler o link está aqui (https://twitter.com/heartmad0nna/status/1151990830950838272?s=19)
Acho que é isso, bom final de semana e até a próxima!



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