Wildflowers escrita por Nonni


Capítulo 4
Aquele dos vários caipiras, mas apenas um novaiorquino turrão.


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde!
O título do capítulo tá quase maior que o próprio cap né kkk
Estou postando pelo celular, então se tiver algum erro de formatação a culpa é do nyah.
Boa leitura!



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"Por que você está nervosa? Lembro de você dizer que não sentia nada por ele" Zelena disse, esticada na cama de Regina, com Lola ao seu lado. A ruiva encarava a morena que andava de um lado para o outro do quarto. 

"Eu não sentia nada por ele, Zelena" respondeu, irritada.

"Não sentia?" a ruiva perguntou novamente, erguendo as sobrancelhas sugestivamente. 

"Não sei, Zel. Quando ele me toca ou olha pra mim eu me sinto tão bem. Apesar do jeito mais difícil dele, Robin tem se mostrado uma pessoa incrível nos últimos dias. A forma como ele me olhou ontem...argh! Por que não consigo parar de pensar nele, Zelena?" 

"Primeiro de tudo…" Zelena começou "você gosta dele, Rê. E isso é ótimo, você merece tanto achar alguém pra dividir sua vida" Regina olhou para a amiga, os olhos marejando um pouquinho. "Segundo: ficar com esse friozinho na barriga é completamente normal. Você vai ver que assim que ele chegar vai ficar tudo mais calmo. Aproveita a noite, Regina." 

"Eu não sei, Zelena…" Regina disse, pressionando os lábios. O olhar se perdeu por um momento, seus pensamentos presos em uma coisa que poderia atrapalhar tudo. "Ele vai embora assim que tudo isso acabar." 

"Regina, você não pode dizer com certeza…"

"Ele não gosta daqui, Zel" Regina interrompeu a amiga. 

"Talvez ele não goste daqui, mas eu acho que ele gosta de você, Regina. Então se dê essa chance. E se não der certo eu vou estar aqui por você, ok?" Zelena falou, levantando da cama e seguindo até a amiga. Abraçou Regina e a morena aceitou o abraço de bom grado. "Agora, coloca uma blusa, por favor? Tá sendo difícil ficar admirando você só de calça e sutiã" fez graça e Regina sorriu. "Deuses, esse turrão vai ser muito sortudo se souber valorizar uma mulher como você." 

Regina riu, mas sentiu o coração palpitar mais rápido só de imaginar onde esse jantar iria dar. Quando Regina chegou a obra pela manhã, Robin a esperava com um café. Ela ficou extremamente surpresa de início, mas não pode evitar a forma como seu coração aqueceu. Robin disse que não poderia vê-la durante o resto do dia, por ter que resolver uns problemas a respeito da construtora, mas que aquele café era um lembrete de que eles tinham um compromisso às 19h. Era apenas um café com leite, mas que melhorou o dia de Regina em níveis extraordinários. 

"Eu não sei o que vestir" Regina falou, encarando o guarda roupa aberto. Zelena parou atrás dela, tirando um macacão liso preto de um dos cabides e pegando uma camiseta xadrez na cor vermelha. Regina levantou as sobrancelhas para a escolha. 

"Você sempre usa calça jeans, vamos inovar um pouquinho" explicou, sem nem a morena precisar perguntar, "e a camisa xadrez é pra dar um tchã… o turrão vai ficar ainda mais apaixonado" disse e Regina revirou os olhos, pegando as peças de roupa das mãos da ruiva e tirando a calça jeans sem cerimônia. "Tá bem, eu fecho meus olhos" fez graça. 

Regina se vestiu rapidamente e ao se encarar no espelho ficou extremamente feliz com o resultado. Zelena era ótima em escolher modelitos. Juntas, as duas mulheres fizeram uma leve maquiagem na morena e Regina optou por deixar o cabelo solto. Quando estava terminando de retocar o batom, pode ouvir o barulho do atrito das rodas do carro com o cascalho da estrada. Seu coração saltou dentro do peito. 

Era isso então. Ela estava indo jantar com o senhor turrão. 

****

Robin abriu a porta do carro para que Regina descesse e ela lhe presenteou com um lindo sorriso. Regina deu alguns passos a frente e Robin pode observá-la mais atentamente. Seu coração não havia mentido quando lhe disse que em menos de um mês ele estaria completamente perdido pela mulher a sua frente. A morena se virou para ele, o sorriso ainda a enfeitar seus lábios. 

"Eu já disse que você está linda?" Robin perguntou novamente, se aproximando da mulher.

"Assim que me viu, Robin." Regina respondeu, rindo. Henry recepcionou Robin quando o mesmo bateu na porta da casa e quando Regina desceu as escadas, junto de Zelena, encontrou o loiro e seu pai em uma conversa animada sobre futebol. Podia ser clichê, mas ela sentiu o coração aquecer ao ver a cena. E também ficou feliz por saber mais uma coisa sobre Robin. Assim que os olhos do loiro pararam sobre ela, pareceu que o tempo havia parado. Aquele sorriso composto pelas lindas covinhas dera as caras e Regina não conseguiu não sorrir. Robin, saindo do transe, disse o quanto ela estava bonita. Entretanto, antes que Regina conseguisse responder, Zelena fez questão de entrar em cena. A ruiva se apresentou como a melhor amiga de Regina e deixou bem claro que ela era durona o bastante para fazer qualquer pessoa pagar caso fizesse Regina sofrer. Robin sorriu amarelo, entendendo o recado. Mas se dependesse dele, jamais faria a mulher sofrer. "Mas. obrigada. Você também não está nada mal" Regina elogiou, erguendo as sobrancelhas para o homem. Pela primeira vez desde que se conheceram, Robin não trajava terno e gravata. Ele usava uma calça jeans escura e uma camisa de mangas longas azul. Ele ficava ainda mais lindo, Regina tinha que frisar. 

"Obrigado" Agradeceu o homem, oferecendo o braço para ela. Regina aceitou, depositando a mão no braço dele e os dois seguiram para o restaurante. A arquiteta conhecia o lugar e era um de seus favoritos. "Espero que você goste daqui, eu não sabia muito bem qual restaurante era melhor" Robin disse, depois que os dois já estavam sentados na mesa. 

"Bem, pra quem não sabia qual era o melhor, você fez uma ótima escolha. A comida daqui é uma delícia!" Regina comentou. O garçom veio até eles e Robin pediu uma garrafa de vinho. 

"Já que você conhece o lugar, qual prato me indica?" Robin perguntou. Regina que ainda não havia aberto o cardápio, o fez. A morena passou os olhos pelos variados pratos. 

"Bem, eles tem várias opções de massa. Eu já provei quase todas" piscou e Robin sorriu "e as pizzas também são uma delícia. Ah, eles tem também algumas carnes e sopas." 

"A pizza foi a que você mais defendeu. Vamos pedir uma, então?" ele perguntou. Regina concordou, porque as pizzas do lugar eram realmente gostosas. O loiro deixou que ela escolhesse o sabor. 

"Mas eu não sei do que você gosta..." ela falou. 

"Eu gosto de tudo. Pode escolher" respondeu, e a mulher concordou, o olhar voltando para o cardápio, onde os sabores estavam listados. 

"Certo, então vamos querer uma pizza de frango especial" a morena disse pro garçom, que acenou com a cabeça e saiu, dizendo que logo traria o vinho. "É a minha favorita, e do papai também. Embora eu tive que cortar um pouco, por causa do bacon" ela fez uma careta e Robin assentiu, sabendo de todo o processo que Regina passou com o mais velho após o infarto. 

"E como ele está?" o loiro perguntou.

"Melhor, embora tenha dias que eu ache ele um pouco abatido" respondeu. "Então, vocês falavam de futebol?" 

"Sim. Eu tive que perguntar o placar para ele quando vi que ele estava acompanhando" Robin falou. "É compreensível ele estar abatido em alguns dias, Regina. Mas o importante é que ele não se entregou." 

"Se entregar? Aquele ali não para nunca" ela falou, suspirando. "O trabalho que eu tive pra ele parar quieto durante toda a recuperação…" comentou. 

"Eu imagino, ele parece bem disposto." 

"Você deveria aparecer lá em casa uma hora dessas e assistir ao jogo com ele. Tenho certeza que ele vai ficar contente, já que eu não sou uma boa companhia pra isso. Mas em minha defesa, eu tento" ela brincou, mas olhou para ele esperando uma resposta. Robin abriu um grande sorriso com o convite. 

"Seria ótimo, Regina. Se ele não se incomodar, marcamos um dia e eu faço isso com prazer. Tenho certeza que ele vai me atualizar a respeito do campeonato" o loiro confirmou e Regina assentiu, querendo muito mesmo que seu pai e Robin se dessem bem. Ela não entendia muito o porquê de querer isso, mas queria. 

"Mas me fale um pouco dos seus pais" Regina pediu. Nesse momento o garçom se aproximou da mesa, trazendo o vinho. Após ele servir as duas taças se retirou. Robin bebeu um gole da bebida, pensando no que dizer a Regina. 

"Meu pai morreu quando eu tinha 12 anos" Robin falou e Regina levou a sua mão a dele, apertando-a delicadamente "ele era um homem incrível e muito dedicado ao trabalho. Foi difícil perdê-lo e ter que ver Rose crescer sem ele, embora minha mãe tenha se casado alguns anos depois, nunca foi a mesma coisa, sabe?" Regina confirmou com a cabeça, a mão ainda na dele "Ele me ensinou muitas coisas. E bem, minha mãe é uma pessoa sensacional também, dona da maioria das ações da Locksley Construtora." 

"Anna Locksley?" Regina perguntou, já havia ouvido falar da mulher, uma das engenheiras e empreendedoras mais importantes do país. Robin confirmou e a mulher abriu a boca em surpresa "Sua mãe é quase uma celebridade" falou. 

"Ah, ela é famosa no nosso ramo, sim. Uma mulher fenomenal, na verdade" o loiro elogiou e Regina sorriu. 

"Dá pra ver o quanto você a ama" comentou a mulher. 

"Minha mãe e Rose são muito importantes pra mim, estiveram comigo em momentos que eu achei que não conseguiria superar" Ele disse, os olhos azuis ficando perdidos por alguns momentos. "Mas isso é assunto para um segundo ou terceiro encontro, nada que eu precise que você saiba agora" falou e Regina assentiu, dando um aperto na mão dele, mostrando que entendia. Ela imaginou que Robin se referia a tal de Marian. 

"Então haverá mais encontros?" Regina ergueu a sobrancelha sugestivamente. 

"Se depender de mim, muitos outros" flertou o empresário. Regina sentiu as bochechas corarem e o estômago vibrar, apenas com a ideia de estar com ele a sós mais vezes. Antes que pudessem falar mais alguma coisa, a pizza chegou. O garçom depositou o prato com o alimento na mesa, perguntando se os dois gostariam que ele os servissem. Regina negou, e ele saiu, dizendo que estaria a disposição e se precisassem era só chamá-lo. Os dois agradeceram. 

"Me permite servi-lo, senhor Locksley?" Regina perguntou, depois que havia colocado um pedaço de pizza em seu próprio prato. Robin concordou, levantando o prato e logo a morena cortava um pedaço do alimento e colocava no prato do loiro. "Eu amo quando o queijo se estica assim" Regina falou, enquanto lutava com um pedaço de queijo. Robin riu, sofrendo do mesmo mal. 

Eles fizeram a refeição entre conversas aleatórias sobre o Wildflowers, sobre os cavalos da fazenda e sobre Rose. Regina descobriu que Robin cursou dois anos de arquitetura, depois trocou para engenharia civil e quando não se encontrou em nenhum dos dois cursos, percebeu que talvez seu lugar seria na administração da Locksley Construtora. 

"E você nunca quis se arriscar fora da empresa Locksley?" Ela perguntou, depois que eles haviam terminado de comer. Havia sobrado um pedaço razoavelmente pequeno da pizza e agora que Robin estava satisfeito, Regina catava os pedaços de bacon com seu garfo. A garrafa de vinho já se encontrava quase vazia. 

"Eu fiz meu estágio em outra empresa, na verdade. E eles me ofereceram uma vaga fixa quando eu terminei. Mas eu tinha as ações da Locksley de herança por parte do papai e eu sentia que eu precisava mesmo tomar conta disso sabe?" Ele perguntou, admirando a forma concentrada como ela espetava os bacons.  

"Eu entendo como é, me sinto assim em relação a fazenda" disse e o loiro assentiu. 

"Você ainda não me contou como se tornou arquiteta." 

"Digamos que eu sempre tive alma de arquiteta, sabe? Minha mãe sempre me disse que eu tinha jeito pra isso. Uma vez pintei o galinheiro inteirinho, acredita?" perguntou e ele gargalhou, podendo imaginar isso "Eu estava sempre trocando a mobília do meu quarto de lugar e também amava desenhar cômodos. Ficava imaginando minha casa dos sonhos e decidindo suas características. No fim, foi meio natural escolher esse curso." 

"E você gostou do tempo que passou em Nova Iorque?" Robin perguntou. 

"Bastante. Pra quem cresceu em um lugar pequeno como Crowley Cornes, Nova Iorque é uma grande aventura. Meu tempo lá foi muito bom. Você acredita que eu quase fiz estágio na Locksley Construções?" Regina perguntou e Robin ficou curioso. 

"É mesmo?"

"Uhum. Graham já trabalhava lá e meio que tinha conseguido essa vaga pra mim" explicou. 

"E por que você não fez?" Robin perguntou, depois de alguns minutos em silêncio. Os dois tinham em pensamentos que talvez, se Regina tivesse chegado a estagiar na empresa, os dois poderiam ter se conhecido anos antes. 

Mas tudo é questão de tempo, afinal. 

"Minha mãe adoeceu. Tranquei o curso e voltei para casa" ela falou, dando um sorriso triste. Fora a vez de Robin de lhe apertar a mão. E sendo mais ousado, o loiro a enlaçou na sua. Regina suspirou com o contato, querendo fechar os olhos com a sensação gostosa. "É um dos meus arrependimentos, sabe? Ter ido estudar tão longe. Eu perdi tempo com ela" falou, tombando a cabeça, um biquinho quase imperceptível crescendo em seus lábios. Mas Robin notou, e não conseguia acreditar que a mulher conseguia ser tão perfeita.  

"Oh, Regina. Não podemos realmente controlar essas coisas, não é?" ele perguntou e ela concordou, dando um sorriso fraco. 

"Não podemos" concordou com ele, e Robin levou a mão dela até os lábios, depositando um delicado beijo. "Você gosta das minhas mãos?"

"Posso dizer que elas são realmente bonitas e macias. E no momento são as partes de você que eu posso beijar, então…" ele arriscou dizer, o rubor subindo para o rosto de Regina na mesma hora. O loiro sorriu, depositando mais um beijo na mão dela. 

"Você é muito ousado, senhor Locksley" ela falou e ele deu de ombros. Regina sorriu. Eles jogaram mais um pouco de conversa fora e após terminarem o vinho, Robin perguntou: 

"O que você gostaria de sobremesa?" 

"Um sorvete de morango com calda de chocolate. Mas não tem aqui" foi sincera. 

"Eu vou pedir a conta e nós vamos atrás desse sorvete para a senhorita, tudo bem?" ele sugeriu e Regina assentiu, encantada com a forma prestativa de Robin. O loiro chamou o garçom e pediu a conta para o mesmo. Regina ofereceu ajuda para pagar e só recebeu uma carranca de Robin em resposta. 

Quando deixaram o restaurante, Robin virou para ela. 

"Onde encontramos sorvete a essa hora?" Robin perguntou. A morena pensou por um momento, os olhos se iluminando. 

"Tem uma sorveteria com buffet que fica a duas quadras daqui. Podemos ir andando" falou e Robin assentiu. Os dois começaram a caminhar na direção da sorveteria, e Robin deu uma olhada rápida para o céu. 

"Está estrelado" comentou, e Regina olhou para o céu também. 

"É sinal de que amanhã vai ter sol" a morena afirmou. 

"Isso é ótimo. É sol que queremos, não é?" Robin disse, e Regina sabia que ele estava falando em relação a obra do Wildflowers. A morena concordou com a cabeça. A chuva atrapalhava a obra em algumas questões. E isso atrasava a entrega. Ou seja, a volta de Robin para Nova Iorque. 

"Acho que podemos comer apenas uma casquinha, o que você acha?" perguntou a arquiteta, assim que eles chegaram no lugar. Afinal, ela queria o sorvete para adoçar a vida. Entretanto, como haviam acabado de jantar, ambos estavam cheios. O loiro assentiu. 

"Podemos vir aqui para eu provar do buffet outro dia, o que acha?" ele convidou, e Regina encarou os olhos azuis. 

"Eu adoraria" ela sorriu pra ele. Os dois seguiram então até o balcão de atendimento. Robin fazendo o pedido de duas casquinhas de morango com calda de chocolate. Enquanto esperavam, Regina ficou por observar o estabelecimento. Por ser verão, o mesmo se encontrava lotado. Assim que Robin pegou as casquinhas e entregou uma a Regina os dois se retiraram, seguindo novamente pro carro. 

Assim que Regina levou o sorvete a boca, deixou um murmúrio de aprovação escapar por seus lábios. 

"É o melhor sorvete da cidade!" falou. 

"Realmente delicioso" Robin disse, sorrindo para a mulher. Os dois degustaram suas casquinhas em silêncio. Quando estavam quase a chegar no carro, Regina encarou Robin, que estava a terminar sua casquinha. A bochecha do loiro estava suja de sorvete e ela o achou adorável. Parando onde estava a mulher chamou a atenção do homem, que se virou para ela. "O que foi?"

"Você está sujo de sorvete" riu. 

"Aonde?" Robin perguntou, puxando o celular do bolso para poder conferir o lugar. Regina foi mais rápida, entretanto, se aproximando dele e pegando um de seus guardanapos. A mulher tomou o rosto dele delicadamente entre as mãos, limpando sua bochecha com o guardanapo. Fora um gesto automático, não calculado por Regina. Quando ela terminara, percebeu o que tinha feito. Eles estavam perigosamente próximos, os olhos azuis encarando Regina com uma intensidade avassaladora. A morena engoliu em seco, descendo o olhar até os lábios finos do homem. Oh, Regina sabia que estava perdida. 

Perdidamente embriagada pelo cheiro de Robin, que tomava conta da atmosfera ao redor dela. Perdidamente próxima, tão próxima que sua respiração se misturava a dele. Perdidamente encantada com aqueles olhos azuis. E ela estava perdida, tamanha vontade que tinha em encostar seus lábios nos dele. Ela queria desesperadamente beijá-lo e pelo jeito que ele lhe olhava, ele sentia tudo isso também. 

Deuses, Regina sabia que estava se apaixonando por ele, perdidamente. 

Vencendo todas as batalhas internas que tinha, Robin depositou sua testa contra a de Regina, acariciando o nariz da mulher com o seu. Ele sentiu a morena suspirar. Faltava tão pouco para seus lábios se encontrarem, e Robin decidiu que acabaria com aquela distância. Antes que findasse aquela distância, entretanto, duas fortes buzinas de carro separaram os dois. Num rompante. 

Os olhos castanhos foram em direção ao local de onde as buzinas vinham e constaram que se tratava de dois caipiras bêbados que acabaram por quase bater. Regina se voltou para Robin, que a encarava profundamente. 

"Regina…" ele falou o nome dela delicadamente, se aproximando novamente. 

"Acho melhor nós irmos, Robin" ela disse. Não queria falar do que havia acontecido naquele momento. Seu coração batia tão rápido e ela ainda podia sentir a sensação dele próximo a ela. O loiro concordou, engolindo em seco. Ele abriu a porta para ela e depois os dois seguiram em direção a fazenda, em um silêncio ensurdecedor. 

****

Quando Robin estacionou o carro em frente a casa, ele desligou o mesmo e encarou Regina. As luzes estavam todas apagadas, sinal que seu pai já estava dormindo. 

"Você quer descer? Tem um lugar que eu queria te mostrar" Regina disse e Robin ficou surpreso. Ele pensou que tinha estragado tudo com o que tinha feito. O homem concordou com a cabeça. 

"Não sendo os estábulos" ele brincou e lá estava aquele sorriso que ele adorava no rosto da morena novamente. Robin ficou aliviado por vê-la sorrir. 

Os dois desceram do carro e Regina o levou para um caminho de pedras que seguia pela lateral da casa. Assim que Robin viu o que era, não pôde evitar sorrir. Havia um pequeno lago no local, com um gazebo em uma das margens. Regina enlaçou sua mão com a de Robin, levando o loiro até lá. O local era iluminado por alguns pontos de luz, o que deixava tudo mais bonito. 

"Uau! Não temos essas coisas em Nova Iorque" ele falou e Regina sorriu, revirando os olhos. 

"Claro que tem… só ficam em lugares um pouco escondidos" ela disse. Havia um banco no local e Regina se sentou lá, por uns instantes. Robin ficou a observar. 

"Foi você que projetou esse lugar?" Ele perguntou e Regina assentiu, voltando a encarar os olhos azuis. "É muito bonito, Regina" elogiou, seguindo até o limite e se escorando na madeira, a observar o lago com suas águas calmas. Ele não entendia porquê Regina havia o levado até ali. Mas ele aproveitou o momento para pensar no que havia acontecido. 

Ele estava apaixonado por ela. Era muito cedo para isso, mas ele sabia que estava. Sabia desde que ele ia trabalhar com o objetivo de poder vê-la, de poder admirá-la, de poder conversar com ela. Robin adorava a Regina profissional, a arquiteta que defendia seus projetos e falava deles com paixão. Ele adorava a Regina que vestia sempre suas botas, calça jeans e camisas xadrez. Ele adorava a Regina que se preocupava com ele… a única mulher, além de sua mãe e irmã, que fez isso verdadeiramente em muito tempo. Ele estava completamente encantado com a filha que fazia tudo pelo bem estar do pai. Estava encantado pela mulher que pegava sua cachorra no colo sem cerimônias e que montava em um cavalo com maestria. A mulher que catava os pedaços do bacon do resto de pizza e que se deliciava com um simples sorvete de morango com calda de chocolate. 

Era isso. Ele estava apaixonado por aquela caipira e ele a queria. 

"Você trouxe muitos namorados para cá?" Robin perguntou, ao se virar para a morena. Regina levantou de onde estava, sorrindo com a pergunta. Se aproximou dele, pensando no que responder. 

"Zelena usa esse lugar mais do que eu para impressionar homens" ela contou e o loiro sorriu. Estavam próximos um do outro novamente. 

Regina havia pensando sobre aquilo que estava acontecendo o caminho todo de volta para a fazenda. Ela se perguntou se não estaria se metendo em uma encrenca ao deixar-se guiar pelo coração. Mas ela sabia que se não o fizesse, se arrependeria depois. E também sabia que se não se entregasse ao que estava sentindo hoje, seria na outra semana ou no próximo mês. Porque ela e Robin conviviam um com o outro, e não fugiriam desses sentimentos por muito tempo. 

"Mas eu tenho que te confessar, Robin, eu trouxe alguns caipiras para esse lugar…" ela disse, levando uma de suas mãos ao rosto do homem, acariciando sua barba por fazer com delicadeza. O loiro ergueu as sobrancelhas com a resposta. "Mas apenas um novaiorquino turrão" completou e teve certeza que o sorriso que Robin abriu fora um dos mais lindos que ela já vira. 

"Regina…" ele ia falar, mas ela colocou o dedo delicadamente sobre os lábios dele. O que veio a seguir foi algo que ambos os corações ansiavam. Os lábios de Robin encontraram com os de Regina, em um beijo delicado. Regina sorriu entre o beijo e Robin enlaçou as mãos na cintura da mulher, aproximando mais os corpos. A morena enlaçou seus braços no pescoço do loiro,e aquele encontro tão esperado foi aprofundado. As línguas se conhecendo. Ambos se descobrindo. Os corações batendo acelerados. Quando se separaram, ofegantes, Robin depositou seguidos selinhos na boca da morena. Regina encostou sua testa na dele, sentindo as pernas bambas. 

"Não vamos nos machucar, vamos?" ela perguntou baixinho, em busca dos olhos azuis. 

"Nunca seria capaz de machucar você, Regina" ele respondeu e a arquiteta assentiu, colando os lábios nos dele novamente.


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Notas finais do capítulo

Eu estou bem nervosa com esse capítulo, mas também bastante babona por eles.
Espero que tenha atingido a expectativa de vocês, ou quase.
Me deixem saber o que acharam.
Beijos!



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