Se você sente algo, cante! escrita por Sibely Lavely


Capítulo 22
Discussões e uma nova amizade.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pela paciência.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/779500/chapter/22

Kevin Dreyar

Depois de ontem à noite no Karaokê, voltamos cansados para nossa casa, o Eric trouxe a Hinata, a Morgana e eu no carro dele já que moramos perto.

Viro na cama e olho a ruiva que amo tanto deitada ao meu lado na nossa cama...

"É tão linda"— penso com um sorriso alisando seu rosto.

Porem meu sorriso some ao lembrar de como está a nossa relação de uns tempos para atualmente...

Ontem no Karaokê (lembrança)

Após Kaithy ligar para Morgana avisando que iria demorar resolvo pedir mais bebidas para comemorar o novo casal.

— Vou pedir outra rodada por minha conta - digo animado me levantando.

— Água com gás para mim - Eric diz sorrindo.

— Kevin, vou com você - Hinata diz levantando e vindo junto comigo.

— Sei muito bem que não veio só por vim - digo a ela sorrindo - O que houve?

— Eu só quero ficar com você - ela diz com um pequeno sorriso.

— Ficar comigo? - a pergunto confuso - Ficamos juntos sempre - digo rindo um pouco.

—... - Hinata desvia o olhar - Sim...

— Quer pegar coxinha para você? - pergunto tentando anima-la.

— Quero sim! - diz mais animada e pegando o estoque todo... Como sou eu que vou pagar ela nem se importou.

Depois de conversar mais voltamos para casa. Enquanto Hinata tomava banho fui conferir se deu certo a abertura da faculdade, pois como nos mudamos havíamos parado para fazer a distancia, o que não deu muito certo e tivemos que trancar, agora estávamos tentando voltar sem ter que fazer os últimos semestres novamente.

— Isso não parece tão ruim... - digo vendo a proposta.

— O que houve? - Hinata pergunta saindo de toalha do banho e sentando ao meu lado.

— Como perdemos algumas matérias podemos estudar o assunto e fazer uma prova, dependendo do resultado podemos voltar a grade normal em que deveríamos estar - digo sorrindo achando a ideia boa, mas a reação dela foi outra.

— Kevin, ficamos muito tempo sem  os assuntos, se indo todos os dias já era difícil com tantos assuntos não acho que vamos conseguir  aprender todos os assuntos em menos de um mês.

— Mulher de pouca fé... - digo suspirando.

— Não é nada disso, só acho que devemos pegar os assuntos inteiros e não por cima - ela diz se defendendo.

— Mas não custa nada tentar fazer a prova - digo sem a olhar.

— Mas não vamos saber direito mesmo que passemos na prova - ela continua contrariando.

— Mesmo assim, depois estudamos os assuntos de novo se é o que te preocupa - digo suspirando para manter a calma.

— Estou lhe tirando a paciência por querer aprender o assunto? - Hinata pergunta de braços cruzados.

— Não, está me tirando a paciência por causa dessa sua teimosia incessante - digo um pouco mais firme.

— Desculpa por querer estudar Kevin Dreyar - ela diz levantando e indo se vestir.

— Desculpe por querer acabar logo a faculdade para poder lhe dar condições melhores Hinata Fernandez - digo devolvendo na mesma moeda.

— Desculpa por ser um fardo para você Kevin Dreyar - Hinata diz me olhando nos olhos. Ela vestiu uma blusa azul fraco minha que vai até o meio da sua bunda, deixando a calçinha branca dela um pouco amostra.

— Desculpas aceitas - digo voltando o olhar para o notebook.

— Você... - ela diz segurando o que ia dizer e respirando fundo - Desisto - Hinata diz pegando o travesseiro dela e indo em direção à porta me deixando confuso.

— Vai aonde?

— Para o cabaré, não está vendo? - ela diz saindo e poucos segundos depois escuto a TV da sala sendo ligada.

— Essa ai não tem jeito... - digo clicando na opção de fazer o semestre e não a prova, quero evitar outra discussão.

Quase uma hora depois levanto e vou para cozinha pegar um copo de guaraná para ficar acordado vendo algumas vagas de emprego. Não quero incomodar mais meus amigos, eles já ajudaram muito com roupas e comida, não posso pedir para me arranjarem um emprego. Ao passar pela sala noto que a Hinata está encolhida no sofá.

"Isso que dá não pegar o lençol para se cobrir"— penso indo até a mesma e vendo-a dormir.

Noto que ela está com o celular ligado na mão, pego-o  e olho o site em  que ela estava, ao ver qual era fico surpreso.

— Sei que está preocupada, mas deixe isso comigo - digo a olhando dormir. (Ela estava num site de oportunidades de emprego mandando currículo. Obs: Se tiverem emprego para mim me chamem ksksksksksksks)

Em seguida a carreguei e a levei para nossa cama, não me senti no direito de abraça-la, então dormi de costas para a mesma.

 

De volta para o dia de hoje

Antes de irmos para a Coreia estava tudo bem, certo que temos pouco tempo juntos, mas tudo que passamos lá estragou nossa relação, minha família estragou nossa relação eu diria, porem temos cada nossa parcela de culpa.

Onde estávamos morávamos com muitas pessoas, e casa cheia sempre tem suas intrigas, ainda mais se tratando de família.

Minha mãe é muito exigente, e bastante antiga pode-se dizer, como lá o trabalho para mulheres é bem difícil embora tenha muitas leis a favor das mulheres, eu logo arrumei emprego. A Hinata tinha de ficar com minha mãe, minha tia e minhas duas primas adolescentes.  Já eu era o único homem da casa, ocupando o lugar do meu falecido pai, minha tia foi morar com minha mãe após o falecimento do marido uns anos antes e não teve iniciativa para trabalhar, pois o marido não permitia e ela se acostumou assim.

Minha mãe não deixava mulheres da casa trabalharem, eu sou filho único, porem a casa nunca foi vazia, esse é um dos motivos pelo qual fui com meu tio para o Brasil.

Eu e a Hinata não tivemos nenhum tempo juntos, e quando digo nenhum é nenhum mesmo. Minha mãe pegava no pé dela, minhas primas não faziam nada e minha tia nem se fala. Eu trabalhava bastante para sustentar uma grande família e voltava exausto.

Minha tia arrumou um marido, e um mês depois minha mãe acabou falecendo de causas naturais. Ganhei uma herança razoável e a casa por ser filho único, porem lá não era minha casa... Vendemos a casa e com o dinheiro conseguimos fugir pelo rio Yulo, tem um pessoal lá que por um bom preço ajuda a sair do País.

Nisso a minha relação e a da Hinata já não estava muito boa, porem como nos amamos muito sempre relevamos bastante e dava tudo certo no final, mesmo as brigas sendo com bastante frequência.

 Levanto da cama e vou tomar um banho bem quente para relaxar os músculos do corpo que estão bem tensos por conta do estresse. Tem dias que ela também não colabora para evitar uma discussão. Saio do banho e noto que ela não está mais na cama, não é como se eu fosse me desesperar.

"Ela ainda deve estar chateada melhor dar um tempo para ela ficar sozinha"— penso me vestindo e saindo de casa logo em seguida para andar um pouco pela manhã e colocar as ideias no lugar.

Escritora (Narração)

Porem o que Kevin não sabia é que naquele momento tudo que Hinata precisava era um abraço e sentir que o homem que ela tanto ama estaria lá por ela independente da situação.

Eric RedFox

Acordo no sofá da minha sala com o som incessante do meu despertador,  tento achar o meu celular para desligá-lo porem escuto o som parar sem que eu ao menos tenha o achado.

— Você coloca despertador para as sete da manhã sendo que está de férias? - escuto a voz da Morgana  - Maluco...

— Tinha esquecido que veio aqui para casa - digo coçando os olhos e a olhando deitada no outro sofá.

— Tinha esquecido que estava num sofá, aqui é tão macio - ela diz agarrando a almofada e me fazendo rir.

— Quer comer o que? - pergunto levantando.

— Eric, deite ai no sofá, são SETE da manhã, vamos dormir de novo - Morgana diz virando no sofá.

— Está tarde - digo.

— Está de madrugada - ela retruca.

— A padaria já está aberta - digo rindo e me levantando.

— A padaria vende pão para os aliens, mas eles não podem ser vistos por pessoas que não são padeiros, por isso padaria abre as seis da matina - Morgana diz de uma maneira tão simples que eu acho que ela realmente acredita nisso.

— Está bem?

— Vamos dormiiir! - diz sentando no sofá - Não vou conseguir dormir com você acordado - ela diz coçando os olhos.

— Eu não durmo mais, só a noite - digo indo tomar banho.

— Affs - ela diz rindo - Como você me aceitou na sua casa vou fazer algo para tomar café - diz levantando - Posso olhar seu armário?

— Pode sim, mas é melhor comprar pão para não ter trabalho - digo no pé da escada.

— Não só de pão viverá o homem, mas também de panquecas - Morgana diz pegando ovo e trigo na geladeira.

— Bem, vou me arrumar para comprar um melado para botar por cima - digo saindo para tomar meu banho.

Para quem está se perguntando: "Não ia levar ela para casa?"

Levei-a para casa do Nathã, mas eles não estavam lá e nem deixaram a chave em canto nenhum, então ela veio para cá e ficamos a madrugada conversando e assistindo.

A Morgana é muito madura e bem decidida, gosto bastante dela por isso, ela é a irmã mais velha que colocou a Kaithy na linha em alguns momentos, me identifico muito.

Gostamos de muitas coisas em comum, o que é legal, pois ao contrario dos meus amigos que são agitados e bem extremos às vezes eu sou calmo e racional, e a Morgana é racional mas não é calma, ela possui uma personalidade bem forte, porem mais calma que a Kaithy.

No banheiro consigo sentir o cheiro agradável tomando conta da casa, é algo que está me deixando meio desconcertado. Embora eu seja como sou não sei cozinhar bem, o Kevin e o Nathã por outro lado cozinham muito bem. Vou pedir para ela para me ensinar, preciso aprender algumas coisas.

Saio do banho e visto uma camisa marrom com uma bermuda jeans e meu gorro preto, eu gosto bastante de usar gorro, mas evito usar sempre. Separo uma camisa minha e deixo um cinto fino ao lado, quero ver se ela vai fazer o que estou pensando. Desço e vejo-a dançando enquanto coloca algumas panquecas em dois pratos, dou risada da cena.

— Oh dançarina, separei uma roupa para você lá em cima, e tem uma escova vermelha que é nova, você pode usar pois é nova - digo olhando para ela.

— Obrigada moreno - ela diz rindo - Vou fazer o resto depois para não esfriar tudo.

— Por nada loira, vou comprar um suco e melado - digo indo em direção a porta.

— Loira? Eu sou ruiva - diz confusa.

— Não é não, você é claramente loira - digo simples a olhando.

— Meu cabelo é ruivo homem de deus - Morgana replica colocando a mão na cintura.

— Você é loira e acabou - digo sorrindo e saindo a deixando falando sozinha.

Após comprar o melado de caramelo volto em casa e encontro Morgana com minha camisa que ficou bem longa nela, quase no joelho, porem sem o cinto e de meia em pé na frente da TV procurando algo na netflix.

— Cheguei  - disse normalmente.

— Bem vindo de volta - Morgana diz sorrindo e me olhando. De algum modo isso me afetou...

"Deve ser só falta de meninas que não compromissadas, depois passa"— penso.

— Eric, posso usar seu tênis que pisca? - me pergunta sorrindo.

— Onde achou esse tênis?

— Tava atrás do sanitário no banheiro dentro da caixa, como já sabia o que era peguei para te pedir - ela diz - Possso?

— Pode sim - digo rindo - Se der em você pode ficar com ele.

— Posso ficar com sua camisa também? - Morgana pede já calçando o tênis.

— Eu gosto dessa camisa...

— Eu amo essa camisa! É minha agora né?

— Humm... - para duvidas, é uma camisa preta de manga longa escrita em branco "Anti social social clube" na frente pequeno e grande atrás.

— Sabe fazer surfle dance? - ela me pergunta indo para escada.

— Sei sim, gosto de dançar - digo sorrindo.

— Quero ver se sabe essa - Morgana diz e começa a subir a escada dançando - Vem cá - ela me desafia.

— Com prazer - digo indo até a escada e subindo dançando com as mãos no bolso da calça - Era para ser um desafio?

— Vamos comer que eu lhe mostro o desafio - ela diz descendo animada com o tênis que brilha.

— Claro loira - digo abusando ela.

Um período da manhã passou em paz, a Morgana é bem descontraída e no tanto certo, ela nem conversa demais e nem fala pouco, ambos conversamos super bem um com o outro. Trocamos os números para continuar conversando quando ela voltar para o EUA, realmente amo conversar com essa garota.

Estamos arrumando a cozinha, embora ela cozinhe muito bem faz uma bagunça que eu não compreendo.

— Eric, olha que fofo o que eu achei aqui - ela me chama e eu vou até a mesma vendo do que se trata.

— Ah, isso era um brinquedo do Ronan, ele ficava aqui as vezes e deixava os brinquedos na cozinha - digo sorrindo ao ver um piano de brinquedo em forma de gatinho que faz 'meow'.

— Posso tocar? - Morgana pergunta animada.

— Pode, sabe tocar isso? Ele só faz 'meow' - digo.

— Ai que fofo!! - ela diz e eu fico sem entender - O piano faz o que?

— Faz 'meow' - digo.

— Como?

— Tá surda? - a pergunto sem paciência.

— Não escutei - ela diz rindo.

— O piano faz 'meow' - digo pela ultima vez.

— É que você imitando um gato fica muito fofo - Morgana diz rindo.

— Ah, então era isso...

— Bem, vamos ver - ela diz tocando cada tecla do piano e cada uma fazendo 'meow' num tom diferente - Vai dar certo... Vou tocar The Spectre do Alan Walker - ela diz animada.

— Como vai tocar isso num piano de brinquedo?

— Observe - Morgana diz e começa a tocar as notas de uma musica que eu conheço.

(Link na descrição)

Tudo bem que a musica realmente saiu, mas tudo que estava na minha mente agora era: 'Meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow'.

— Chegaaaa - digo por fim - Meu cérebro só repete isso agora - digo sentando no sofá.

— Meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow, meow! - ela canta no ritmo da musica.

— O fim do mundo agora cairia bem - digo rindo da cena.

— Isso é arte - Morgana diz rindo da minha reação.

— Isso é tortura - digo a corrigindo.

— Quer outra musica?

— Estou bem, obrigado - digo pegando o piano de gato para guardar.

— Olha Eric, uma caixa cheia de brinquedos musicais - ela diz puxando uma caixa de um dentro de uma porta que não uso muito.

— Achei que tínhamos doado os brinquedos dele tudo - digo confuso ao ver a caixa de brinquedos do Ronan, bem, uma parte dos brinquedos.

— Ele era bem apaixonado por musica - Morgana diz sorrindo ao ver tantos brinquedos fofos.

— Uma criança adorável - sorrio ao lembrar do loirinho fofo.

— Acho crianças incríveis, mas não me vejo sendo mãe - ela diz rindo.

— Te entendo de novo, eu não me vejo sendo pai por nada. Não é medo como o Jhonas tem, eu só não quero mesmo.

— Bem isso, o filho dos outros é fofo, mas se chorar perto de mim eu devolvo para mãe ou o pai, se for meu filho eu devolvo para quem? - ela diz rindo.

— Eu não acho que vou ser um bom pai, a verdade é essa - dou risada junto com ela - Pretende namorar?

— Por agora não, tive um namorado que foi um desastre. Sabe o romantismo do Nathã, pois bem, ele era bem pior e grudento - Morgana diz pegando um mini piano.

— Eu não namoro, pois eu sei como eu sou e eu sou muito ciumento  - digo - Por eu ser assim sei que vamos ter brigas sempre, nem arrisco.

"Mesmo dizendo isso agora, talvez não demore muito para eu namorar"— penso.

— Eu amaria um pouco de ciúme, não ter ciúmes é bom, mas um pouco de 'você é minha' faz a mulher se sentir valorizada - ela diz sentando no sofá.

— Eu digo isso para o Nathã, ciúmes no nível certo não mata ninguém, o que mata é uma arma - digo rindo fazendo Morgana rir junto.

— Ciúmes saudável que se chama.

— Meu ciúme não é saudável, melhor evitar essa situação.

— Quer dançar? - ela pergunta mudando o assunto do nada.

— Quero sim, vamos no Just dance no meu quarto - digo simples.

— Sem segundas intenções? - Morgana pergunta rindo.

— Só se você quiser - respondo sorrindo e a deixando vermelha, que fofa.

— Era brincadeira - diz ainda vermelha.

— Estou brincando também - digo ainda sorrindo - Quer que eu monte o jogo aqui na sala?

— Eu não ligo bobo, vamos subir - diz correndo para meu quarto e entrando no banheiro - Ops, porta errada.

— Você é maluca, mas eu gosto de você - digo sorrindo e entrando no quarto com ela para jogar Just dance.

Kevin Dreyar

Estou no parque perto da casa do Eric sentado no banco e olhando algumas pessoas andando.

Realmente estou preocupado com minha situação com a Hinata, não sei como concertar isso.

Será que nos precipitamos?

Será que somos apenas amigos e confundimos tudo?

Será que ela se deixou levar e não pensou direito assim como eu?

E se ela se arrepende de ter ficado comigo e está comigo por medo de me magoar?

E se ela está sofrendo por estar comigo?

E se eu não a faço feliz?

E se ela puder ser feliz sem mim...?

Eu não sei ser feliz sem ela...

Der repente toda a minha infância passa pela minha cabeça e os nossos poucos momentos juntos que eu  lembro de todos com muito amor e carinho cada vez que fecho meus olhos.

"(Oito e nove anos de idade)

— Me chamo Hinata, também sou de outro país - diz sorrindo para mim, um garoto estranho que acabou de chegar à escola e nem fala o idioma direito - Quer ser meu amigo Kevin? Eu não tenho amigos na escola - pergunta ainda sorrindo.

— Sim, quero ser seu amigo Hinata - digo sorrindo admirando o sorriso da garota na minha frente, um sorriso puro e perfeito.

— Eu prometo ser a melhor amiga que vai ter Kevin - dito isso ela me abraça." -  Lembrar desse dia sempre me deixa feliz.

Depois disso nunca mais nos separamos, foi assim que conheci meus amigos, e anos depois comecei a morar com o Eric que conhecia eles no trabalho por coincidência.

" (Onze e doze anos de idade)

— Kevin, eu estou gostando de um menino! - Hinata diz animada partindo meu coração em mil pedaços sem saber.

— Que legal Hina... - digo forçando um sorriso.

— Ah, é legal? - ela pergunta meio desapontada.

— Não é? - pergunto confuso.

— Se você diz..."

 

 — Será que ela queria me causar ciúmes? - pergunto para mim mesmo.

 

"(Treze e quatorze anos)

— Hinata, quer ser minha parceira do trabalho em dupla? - pergunto sorrindo.

— Poxa Kevin, o Junior me pediu primeiro, desculpa... - ela diz triste.

— Tudo bem... - digo triste e saio para o intervalo. Uns minutos depois ela senta ao meu lado.

— Nós vamos fazer o que no trabalho em dupla? - me pergunta animada.

— Nós somos uma dupla...? - pergunto confuso com um sorriso.

— Sim, nós sempre vamos ser uma dupla - Hinata sorri me deixando vermelho.

— Promete?  -  a pergunto.

— Prometo  -  ela responde juntando nossos dedinhos selando a promessa."

Abro meus olhos rápido como se estivesse saindo de um transe.

"Nós sempre seremos uma dupla"— penso sorrindo.

Meu celular começa a tocar, e ao ligar a tela vejo muitas mensagens não lidas, mas nenhuma ligação perdida. Ao ver que se trata da Hinata atendo sem demora.

— Oi...

— Kevin, você está bem? Você saiu e não veio almoçar... - diz com preocupação na voz.

— Almoçar? - pergunto confuso e olho a hora na tela - Nossa... Desculpa, perdi a noção do tempo.

— Não te obrigo a voltar, é bom saber que está bem estava preocupada - ela diz e noto a voz dela falhar um pouco.

"Ela estava chorando..."— penso sentindo um aperto no peito.

— Desculpe... - digo perdendo a voz.

— Está tudo bem... Eu te amo muito, volta para casa logo - e ela desliga o celular.

—...

Com certa relutância e bem devagar vou caminhando para casa, no momento quero que alguém me de um tapa e me diga o quanto sou idiota por fazer a Hinata chorar, e por mais que ela vá negar, eu a conheço muito bem.

Entro em casa com tudo em silencio, o que não é comum. Ao chegar no quarto a vejo dormindo toda coberta como se estivesse com frio, me aproximo e coloco minha mão medindo sua temperatura, e está normal, o que alivia minha preocupação.

Passo minha mão pelo seu rosto calmo e tiro uma mexa de cabelo do seu delicado rosto.

— O que meu coração sente? - pergunto como se ela fosse acordar para me dar a resposta.

Tell me you Love me

Ah não, lá vamos nós de novo...

Brigando por algo que eu disse

Desculpe...

Sim, sinto muito...

Sou ruim no amor, não sou bom nisso

Mas não posso dizer que sou inocente

Não tanto, mas sinto muito...

(Canto sem efeito sonoro, só eu e meus sentimentos em plena erupção)

E todos os meus amigos sabem que é verdade

Não sei quem sou sem você

Eu errei, amor

Errei...

(A olho novamente, mesmo ela não me escutando cada letra da musica é para ela)

Diga que me ama,

Preciso de alguém em dias assim, preciso

Em dias assim

(Sento na cama olhando para o teto lembrando de ontem e de hoje)

Diga que me ama...

Preciso de alguém

Em dias assim, preciso

Em dias assim

Você pode ouvir meu coração dizer

OOh... Ooh... (Nessa parte sinto meu coração rasgar como se cantasse comigo)

Não, você não é ninguém até ter alguém...

Não é ninguém até ter alguém...

Espero nunca ver o dia

Que você vai seguir em frente e ser feliz sem mim

Sem mim

(Não me imagino sem ela, não aguentaria tanta dor e continuaria sã)

O que é a minha mão sem seu coração para segurar? (A resposta é: Nada...)

Não sei pelo o quê estou vivendo

Se estou vivendo sem você...

E todos os meus amigos sabem que é verdade

Não sei quem sou sem você

Eu errei, amor

Errei

(Não consigo repetir o refrão da musica, sento novamente na cama e abaixo cabeça a olhando. Tão serena e tão calma... Volto a cantar ainda a olhando)

Tudo de que preciso

Está bem na minha frente

Sei que ficaremos bem, bem

Pelos altos e baixos

Amor,  vou ficar por aqui

Juro que ficaremos bem, bem

(Sei que ficaremos bem, eu a amo muito, mesmo que nosso bem seja ficar sem ela...)

Diga que me ama

Preciso de alguém em dias assim, preciso

Em dias assim

Diga que me ama

Preciso de alguém

Em dias assim, preciso

Em dias assim

Você pode ouvir meu coração dizer

OOh... Ooh...

Não é ninguém até ter alguém

Não é ninguém até ter alguém

Meu coração diz

Ooh... Ooh...

Tudo de que preciso

Está bem na minha frente

Sei que ficaremos bem, bem

(Canto cada parte do final da musica alisando seu rosto e sentindo meus olhos arderem, porem as lagrimas não vem)

— Me desculpe... Me desculpe... - digo segurando a mão dela no meu rosto.

— Kevin...? - Hinata pergunta acordando.

— Desculpe por te acordar meu anjo - digo sorrindo meio triste.

— Amor... Deita aqui comigo, estou com frio - ela diz dando espaço na cama. Sem relutância eu subo na cama e deito ao seu lado vendo-a entrar entre meus braços se aconchegando perto de mim.

— Hina?

— Sim?

— Você me perdoa por ter te feito chorar...? - pergunto a abraçando.

— Não foi culpa sua... Eu tava assistindo um filme triste - ela diz, e nem precisa se gênio para saber que não é verdade.

— Eu te amo Hinata - digo dando um beijo na testa dela - Te amo muito.

— Eu te amo Kevin  - ela sorri para mim, um sorriso que amo tanto ver.

Passamos a tarde dormindo agarradinhos, o que nos deixou sem sono a noite e madrugamos conversando e passando tempo juntos, pois tudo que eu preciso fazer é dar atenção para o amor da minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigadaaaaa

(Tentei achar um rápido, mas só achei esse de um minuto, mas para ter uma ideia do que ela fez kskksks)
Surfle dance escada - Moragana - https://www.youtube.com/watch?v=QRGRCLeCVZU

Camisa de Eric (agora de Morgana) - https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=KT5CIeO%2b&id=79CF8B205E028E14A8F62693280CE07192AB2D2D&thid=OIP.KT5CIeO-vdA-h1hgn_GP5wHaHa&mediaurl=https%3a%2f%2fstatic.artfire.com%2fuploads%2fimages%2f4c0%2ff2f%2ff57%2f1d8%2flarge%2f4c0f2ff571d8689f3ad5e80d73a5ca0e6890c255cffac66ad11c668ec49f3f06.jpg&exph=500&expw=500&q=blusa+antissocial+social+club&simid=608029697173752491&selectedIndex=59

The spectre - Alan Walker - Piano meow meow - https://www.youtube.com/watch?v=I3Jsg5ckkzM

Kevin - Tell me you love me - https://www.youtube.com/watch?v=wm7pp3GSiSU



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Se você sente algo, cante!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.