Mudança de Passarela escrita por VFarias


Capítulo 17
Tentação em SALVADOR.




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Narrativa – Pietro.

A segunda semana de Setembro chegou e eu nem vi, foi um graças a Deus mas também era um Deus me livre porque minha provas estavam chegando e eu deveria estar me saindo super bem nas aulas com o Colin, porem não era bem isto que eu sentia na realidade com tudo isto, na verdade, por melhor que ele explicasse eu me sentia ainda pior.

Mas isto não era bem hora de pensar em tudo isto, pois neste momento nós estávamos chegando á Bahia e começamos a tirar algumas fotos no aeroporto, coisa que sempre fazemos, aquela coisa de publicidade e tudo mais eu realmente nunca entendi o por quê disso.

— Muito bem, todos vocês podem se preparar para embarcar na Van, vamos ficar aqui em Lauro de Freitas no: “Vila da Praia Hotel”. – explicou Sebastian, um dos diretores da “AL”.

Todos nós os 10 modelos estávamos indo em direção a Van, eu não conseguia tirar os olhos de Colin desde que ele chegou na “AL” aquela manhã, ele estava vestindo uma camiseta regata preta cheia de pequenos girassóis, uma bermuda preta, e um tênis baixo com meia alta, a camiseta regata deixava a mostra os braços desenhados dele, parte do peitoral, e meu deus ele estava maravilh... NÃO! Ele estava horroroso, um bosta e muito ridículo.

Acontece que eu passei o voo inteiro olhando para ele, mesmo ele estando a duas fileiras de mim e isso era péssimo, meus impulsos estavam ficando cada vez mais descontrolados e eu não sabia bem o por quê, a vida inteira eu fui hétero e era assim que tinha que continuar sendo, afinal era o natural ser hétero, homens e mulheres nasceram para ficar juntos, procriar e tudo mais.

Não posso dizer que eu sou uma pessoa tranquila em relação a homossexualidade, na realidade eu acredito que sou até bem preconceituoso, mas que porra eu to pensando, isso não tem nada a ver com ser gay, e tudo fata de sexo, a testosterona esta exalando, saindo pelos meus poros, desde que Colin entrou para a “AL” e para o colégio eu não tenho transado, era isso, esta era a explicação e a justificativa para eu estar pensando deste jeito, eu precisava transar, isso eu pegaria uma baianinha, e a traçaria com tudo que tenho direito.

Quando pousamos, logo após Sebastian mandar irmos para a Van eu já estava lá praticamente, sentando no ultimo banco, o mais longe possível de Colin, era isso que eu ia fazer, manter o máximo possível de distância dele e o mais próximo possível das meninas, Matheus, Thiago e Renan estavam comigo, nós estávamos zoando e brincando, cantando musicas e etc., estava tudo muito divertido, enquanto isso Colin estava lá na frente conversando e rindo com outros caras da agencia e Victor.

— Ei titular, tá ai todo babão pelo Colin, o que esta acontecendo? – pergunta Matheus.

— Vocês vão ter que aprender a me respeitar, seja por bem ou por mal. – digo ameaçando soca-lo.

— Ei calma ai titular... – disse ele sorrindo. – era só uma zoeira.

A gente não era bem amigo de verdade, mas estávamos bem próximos disso, tirando Thiago que era realmente meu amigo e Sergio, Matheus e Renan eram os dois mais próximos de mim, os outros, bem a gente brincava junto e tudo, mas nada de mais, eu nem entendia porque eles estavam na “AL”, eles nem eram tão bons assim.

Quando chegamos ao Hotel que por sinal era um senhor hotel, tinha três prédios, piscina, área verde e ainda era de frente para a praia, e que praia diga-se de passagem, este era o bom da AL, eles sempre investiam muito em nós, nos hotéis, nas passagens áreas e tudo mais.

— Muito bem, podem esperar aqui eu vou com Lucio e Sebastian fazer o check-in de todos e já voltamos com as distribuições de quarto. – disse o dono da “AL”.

Ficamos lá no Hall de entrada com alguns outros hospedes que passavam e nos olhavam bem atentamente, talvez soubessem que éramos modelos de uma agência, ou talvez só estivessem preocupados com o fato de terem 10 jovens adultos se hospedando lá.

Não demorou muito para que eles voltassem com o inferno para a minha vida.

— Muito bem, nos dividimos as duplas na ordem de desfile na “AL”... – começou Lucio. E isso fez com meu corpo gelasse, se eles tinham divido pela ordem de desfile eu provavelmente estaria com... – ou seja, Caíque e Leonardo, Bruno e César, Renan e Matheus, Thiago e Victor e a última dupla Colin e Pietro.

— Senhor não haveria a possibilidade mudar com algum dos meninos? – pergunto quase que imediatamente, me aproximando de Lucio.

— Não Pietro, você não pode mudar de quarto, acredito que o motiva seja o Colin, vejo que esta é uma boa hora para você se aproximar dele e resolver as pendencias que vocês possuem. – disse Lucio.

— Mas...

— Sem, mas Pietro!

— Vamos mocinha, não temos muito tempo para nos arrumarmos para a abertura do evento. – diz Colin passando por mim e pegando as chaves do nosso quarto e indo em direção ao elevador.

— Ei idiota, espera que o quarto não é só seu. – digo afinal eu tinha todo um ritual pós viagem no quarto de hotel que eu não deixaria esse mané estragar.

Chegamos ao quarto e logo que entramos peguei a cama mais próxima a janela só porque eu gostava mesmo, abri a minha mala e comecei a tirar minhas roupas de dentro dela para arrumar no armário.

— Ei mocinha, eu vou tomar banho primeiro, você vai tomar banho? – pergunta Colin.

Que? Banho?

— Não pode ir, eu vou depois. – digo.

Não demorou muito para ele sair do banho e... FILHO DA PUTA ele estava só de cueca boxe e para foder tudo, ELA ERA BRANCA! Que caralho de menino gos... gosto... gostoso!

Meu Deus eu disse mesmo isso? Esta tudo ficando pior na minha cabeça.

— O que foi cara? – perguntou Colin a mim com uma cara de interrogação, que logo mudou para uma cara de sacana e seguiu da seguinte frase: Tá gostando do que esta vendo?

To. Quero dizer... NÃO, DROGA, PORRA. Minha mente estava me traindo, o que era um verdadeiro absurdo, eu estava surtando.

— Cala a boca! – digo voltando para as minhas coisas.

Ele veio se aproximando de mim, com aquela cara dele de concentração, testa franzida, e biquinho, olhando diretamente em meus olhos.

— Você não vai tomar banho? – disse ele colocando a mão no meu peito e me empurrando para trás até eu encostar na parede. – se você quiser eu posso te ajudar nisso...

Ele aproximou a boca do meu ouvido e sussurrou.

— Já imaginou, nós dois debaixo do chuveiro... – nessa hora eu fechei os olhos, aquela proximidade toda estava me matando, aquela proximidade toda era tentação de mais. Então ele se afastou de mim de forma repentina e ele estava rindo muito, gargalhando na verdade.

— Ai caralho! Você fechou os olhos! Você gostou da ideia! – dizia ele. – Pietro Rossi o que foi isso?

Ouvir a risada dele fez meu sangue arder, senti meu rosto corar, e meus olhos se encheram de lagrimas e ao mesmo tempo a raiva crescer.

Eu fui para cima dele com raiva, eu realmente queria mata-lo, eu realmente queria morrer também.

Bati nele com gosto, e começamos a bolar na cama, mas ele não estava me batendo, ele falava diversas vezes para eu parar, mas eu não conseguia mais lidar com isso, eu precisava extravasar e ele estava ali, pronto para receber tudo isso.

Não demorou muito para que ele me virasse para baixo dele segurasse firmemente minhas mãos e gritasse comigo.

— PORRA PIETRO CHEGA DISSO! – grita ele. – VOCÊ PASSOU A VIDA INTEIRA BRINCANDO COMIGO, NO DIA QUE EU FAÇO UMA SÓ BRINCADEIRA COM VOCÊ, VOCÊ AGE ASSIM, LOGO AGORA TAMBÉM QUE A GENTE TEM UM EVENTO?

Ele saiu de cima de mim e se vestiu de pressa, no olhar dele havia ódio, raiva, fúria, mas não era como se eu realmente me importasse com os sentimentos dele.

Ele não falou mais nada, após terminar de arrumar o seu cabelo, ainda sem olhar para mim, saiu do quarto com uma batida estrondosa da porta, o que tenho certeza que os vizinhos devem ter achado a coisa mais absurda de todas.

Mas que merda foi isso tudo, ele ficou realmente com raiva de mim, não que eu me importe com ele, não era isto que importava.

Mas será mesmo que eu havia gostado, será mesmo que meu cérebro havia cogitado a ideia de tomar banho com ele?

A resposta veio antes que eu pudesse pensar em negar qualquer coisa, claro que sim né, afinal, se não por que caralho eu teria fechado os olhos?

Eu realmente havia gostado daquela aproximação dele?

Depois que tomei banho e me troquei fui para o hall encontrar a todos, para irmos para a festa de abertura da Ray Ban.

Nestes eventos eu normalmente enchia a cara, saia carregado por Thiago, mas vendo a minha situação atual era melhor eu não arriscar um comportamento deste antes que eu fosse prejudicado profissionalmente, além da vida acadêmica.

Esses eventos de abertura muitas vezes eram melhores que os próprios desfiles, a gente fazia contato com diversas empresas, agenciadores, lojas e até alguns fãs, o que era bem divertido.

Assim que chegamos, o lugar estava arrumado para parecer um luau, e de fato na entrada do ambiente estava escrito “Luau Ray Ban” e neste momento nós já nos dispersamos, era difícil alguém ficar por perto nesses eventos então logo eu estava conversando com algumas meninas modelos da própria Ray Ban, elas eram gatas de mais e iam desfilar amanhã também, só de maiô e biquínis esta era realmente a minha chance de aliviar toda e qualquer testosterona a mais que houvesse em mim.

Naquele instante me virei e vi que Colin conversava com o Presidente da Ray Ban do Brasil, juntamente com os representantes internacionais que estavam ali, ele era todo simpático nem parecia que estava furioso a alguns poucos minutos atrás, mas ele era muito abusado.

— Não acredito que aquele seu colega esta conversando com os representantes internacionais. – disse uma das meninas. – nem a gente faz isso.

— Eles disseram que estavam atrás de modelos, onde eles iam “aluga-los” para uma Tour Internacional, ele se enquadraria nos padrões da RB facilmente. – disse outra das meninas.

— A da licença, o Colin? – questiono. – Ele é patético.

— A julgar pela pulseira vermelha dele igual a sua, ele é um titular igual a você, o que não faz dele nem um pouco patético no mundo dos modelos, ou você também é. – disse a primeira menina.

— Tá me chamando de patético? – pergunto já fechando cara, afinal quem ela pensa que é?

— Não. – responde ela com um sorriso. – o que estou querendo dizer e que nenhum dos dois parece patético.

Melhor!

— Isto sem falar que ele é muito gato! – disse a outra garota.

Quando ele saiu de perto dos representantes eu fui até ele, afinal eu estava curioso, não por ele, mas sim com o que eles queriam.

— O que você estava falando com eles? – perguntei rispidamente.

Colin nem se quer olhou para mim, mirou em algo do outro lado do Luau e foi para lá.

— Idiota!

Passei boa parte da festa comendo e me divertindo com Thiago, Matheus e Renan ao mesmo tempo em que pegamos várias minas, não vi e nem queria ver Colin em lugar algum e tudo estava maravilhoso assim, eu estava adorando a noite e estava me aliviando muito com as meninas que estavam bem dispostas a fazer muitas coisas lá mesmo sem precisa ir para um lugar reservado.

Adorava isso.

A festa acabou relativamente tarde e nós como sempre ficamos até o final, Lúcio é quem geralmente "recole" a gente por quê sem dúvidas ele era o mais rígido de todos na agência, então a gente sempre obedecia sem questionar, afinal bastava uma assinatura dele e todos nós éramos demitidos e ninguém iria se opor a isso.

Quando cheguei ao hotel ainda fiquei um tempo com os meninos lá em baixo na sala de jogos, porém Colin subiu para o quarto, ele estava realmente determinado a ficar longe de mim, tudo bem, aliás estava tudo ótimo na verdade, voltei para o quarto e vi que Colin já havia tomado banho e estava deitado mexendo no celular.

Fui para o banho e ao sair ele já estava dormindo. Ele dormia tão tranquilo que parecia até um bebe, estava completamente relaxado e entregue ao sono, coisa mais bonita de se... Não Pietro, coisa mais horrorosa, foco!

Deitei evitando de olhar para ele e dormi.

No dia seguinte seria nosso glamoroso evento de desfile que duraria praticamente o dia inteiro e nós tínhamos que estar em sintonia afinal nós éramos os titulares, entravamos praticamente juntos na passarela e tínhamos que estar em uma sintonia literalmente perfeita para isso, para que nossos passos estejam na mesma sequência, para que nossos corpos se movimentem de forma parecida, a ideia de ser modelo e ter um padrão a seguir, um padrão imposto, mas muito eficaz em alguns aspectos, como no caso da “AL” que sentia a necessidade de seguir um padrão até no andar dos modelos, mas isso era mais cobrado para nós titulares, acontece que do jeito que ele estava me tratando agora isso seria bem difícil, pois ele não olhava para mim, e o olhar era algo fundamental nessas horas.

Quando finalmente acordamos, ele veio falar comigo: "Preste muita atenção durante o desfile, não quero que dê tudo errado só porque você é um idiota!"

E dizendo isso ele saiu do quarto e desceu para tomar café da manhã.

Quem ele pensa que é para falar assim comigo?

Patético.

Depois de me arrumar eu desci para tomar meu café.

Ele estava lá com os meninos todos em uma mesa só, incluindo os diretores e quando os vi soube de imediato que eu teria de sentar lá, por ironia da vida mais uma vez o único lugar vago era de frente para o Colin, e foi lá que eu me sentei.

Mais uma vez ele não olhou para mim, em contrapartida eu não conseguia tirar os olhos dele, tudo que ele fazia me chamava a atenção e eu estava ficando irritado, afinal já tinha aliviado a testosterona ontem a noite então isso devia ter acabado, o jeito com ele mastigava o pão, ou o mordia, eu estava achando tudo muito atraente, santo Deus o que é que tá acontecendo comigo?

Comi o mais rápido possível e sai da mesa.

Quando todos estavam prontos para partir direto para o desfile nós fomos sem muita cerimonia, chegando lá fomos colocados direto no camarim, Colin e eu fomos separados dos demais, e colocados no camarim dos titulares, haviam diversos outros garotos lá, começamos a nos despir e eu evitava ao máximo se quer olhar para Colin, haviam diversos outros garotos lá, mas nenhum deles me chamava atenção a não ser o encosto.

— Colin Vargas e Pietro Rossi, titulares da “AL”. – chamou um homem de camisa havaiana rosa, e shorts branco.

— Aqui. – disse Colin erguendo a mão, eu apenas fiz o mesmo.

— Ótimo, vocês serão os principais do evento, carregaram as melhores e mais novas roupas no corpo. – disse ele. – todos os cabides são numerados pela ordem de desfile, podem tomar banho se quiserem e podem se arrumar, temos 1 hora.

Todos sempre tomam banho antes dos eventos e isso é algo completamente natural e desta vez não foi diferente, todos nos fomos para o banho, eu estava acostumado a ver outros homens nus, afinal passei a vida tomando banho nesses eventos, acontece que Colin estava nesse banheiro e de todos os outros eu não conseguia tirar os olhos do corpo nu dele, era muita tentação, aquele peitoral definido, aquele abdome bem desenhado, aquele pau grande... e por falar em pau.

MEU DEUS EU TÔ FICANDO DE PAU DURO.

Saio do banho o mais rápido possível já colocando a toalha em volta da minha cintura, porra que merda essa porra de pinto tinha que ficar duro e com a merda do Colin, meu santo Deus o que estava acontecendo com minha cabeça.

Eu me troquei o mais rápido que pude ficando longe dos olhos dos outros, eu estava surtando com aquilo e eu precisava me acalmar.

— Alguém me traz um copo de suco de maracujá! – pedi pelo telefone. – Pietro Rossi.

Logo veio o suco e eu o tomei como se fosse nada, porém de nada me serviu eu ainda estava agitado.

— Acho bom você ficar tranquilo, vamos ser os primeiros a entrar. – disse Colin chegando atrás de mim.

— Eu sei. – respondi ainda nervoso.

Minha primeira roupa era igual a de Colin porem em cores diferentes, a dele, a sunga era lisa e branca e uma camisa havaiana azul turquesa com flores amarelas bem clarinhas com detalhe brancos e verde, o cabelo dele era arrumado como se tivesse acabado de sair do mar, penteado para trás húmido, descalço, e um óculos da Ray Ban preto, quanto a minha era uma sunga lisa verde agua, com uma camisa verde com detalhes floridos de roxo e branco eu também usaria um óculos preto e eu deveria estar como se estivesse chegando na praia, cabelo arrumado e seco.

Estávamos prontos e nos concentrando, Lucio já estava com a gente, ele colocou Colin e eu sentados um de costas para o outros meditando, aquele contado era para entrarmos em sintonia, eu tentava me focar no desfile e esquecer tudo que havia acontecido no banheiro, porém não estava fácil.

— Ei se concentra. - disse Colin a mim – da para sentir sua energia, você esta uma confusão.

— Cala a boca. – digo em resposta. – desde quando existe Urubu Monge?

— Otário. – disse a mim. – Se concentra no desfile.

— To focado. – retruco.

Na verdade eu estava mesmo era afim de beija-lo, por Deus eu preciso transar muito mais com uma mulher, as coisas de ontem pareceram não serem o suficiente, assim que eu voltar para casa vou procurar Sofia, ela sempre quer transar, ela não vai me negar isso.

— Colin e Pietro ao ouvirem a musica Shape of You – Ed Sheeran vocês podem entrar na terceira frase da batida. – disse o organizador.

— Sem problemas. – respondo.

— Lembrem-se cada um entra de uma abertura e então devem caminhar lado a lado em igualdade. – disse ele. – nem um passo a frente ou atrás. 

— Certo. – respondeu Colin.

— Vocês são as estrelas deste evento, se tudo correr bem, ganharam bônus e brindes fantásticos. – incentivou o organizador. – Tanto as marcas de roupas como a Ray Ban vão dar para a Lírio ótimos bônus e ótimos brindes, além do que todas as roupas que vocês usarem aqui serão de vocês.

A musica começou a tocar e nós já estávamos posicionados, na terceira frase da batida nós nos olhamos antes de baixar os óculos e entramos na passarela de areia, algo não fazia sentido, estávamos em perfeita sintonia, uma sintonia que eu não tinha nem com Thiago, e essa era uma certeza na minha vida, caminhei com Colin sem estar nem mesmo a um milímetro diferente de mim e isso era surreal, eu sentia que a confusão da minha energia na realidade era pura preocupação, além da doideira do banheiro, mas agora estava tudo bem, eu estava desfilando, os flash de sempre em cima de mim, o que estava doido era que a energia do Colin e a minha estavam em uma sincronia perfeita, nenhuma delas subia sem que a outra acompanhasse, na hora de trocarmos de lado eu senti seu olhar mesmo por de baixo dos óculos, e eu soube que ele estava tão confuso quanto eu diante disso tudo, mas “o tudo” dele se limitava apenas a nossa estranha perfeita sincronia, já eu, bom tenho tudo.

— Se troquem! – disse o organizador. – roupa dois.

Fizemos isso.

Meu Deus esse desfile seria eterno, tínhamos ao todo 17 trocas de roupas, era muito, mas eu era a estrela do evento, então estava tudo bem.

O evento durou o dia inteiro, eu estava exausto no fim, mas eu estava realmente feliz e satisfeito, aquele evento tinha sido imenso, a Ray Ban nos proporcionou um mar de experiências, todos os dias de treinamento, de ensaios, valeram a pena só por esse evento, você que não desfila, fique ciente que desfilar com 17 peças em um único evento onde a visibilidade era imensa, muitas agências venderiam seu espaço para poder estar nele, uma vez que a Ray Ban era uma das empresas que melhor pagam.

Na volta para o hotel em nossa Van estavam todos em uma euforia só, o evento tinha sido um sucesso, a agência ganhou bônus monetário e de vestimenta, além de que todos os modelos puderam levar suas roupas do desfile e os ósculos.

Sem duvidas que eu vou abrir um brechó. Eu tinha até conseguido esquecer toda a confusão da minha vida.

Todos já estavam bem acomodados no quarto, Colin ainda não falava comigo, mas tudo bem, isso servia para que ficássemos ainda mias distantes então eu não tinha problemas.

Alguém bateu na porta do nosso quarto e ele foi atender.

Eram Thiago, Victor, Matheus e Renan.

— Ei Colin você estava certo cara tá rolando uma festa em uma das casas na beira da praia a entrada é 30 reais e tem mina para caramba, bora colar? – perguntou Thiago.

Espera ai o todo certinho estava querendo ir numa festa as escondidas dos diretores?

— E você Pietro, bora colar? – perguntou Rennan.

Colin foi direto ao armário onde estavam as roupa dele e tirou uma muda de roupa da qual ele havia desfilado hoje, camisa havaiana branca com flores vermelhas e short vermelho e chinelo branco.

Eu não queria ir, não podia correr o risco de dar algo errado e eu ser punido severamente, mas Matheus e Rennan me puxavam para me trocar colocando a camisa azul e branca e short preto calcei um chinelo preto, ainda assim não queria ir, mas eles me puxaram porta a fora.

A casa era imensa, linda e branca com vidros em diversas paredes, magnifico.

A festa era de mais e realmente tinha mina para caramba, eu estava indo direto ao bar, comprei uma garrafa de Vodcka e sai bebendo, curtindo, já que estava ali ia me divertir o máximo possível.

Em um momento da noite eu estava sentado no bar e vi Colin rodeado de meninas, aquilo me enfureceu, não por mim, obvio que não, mas aquele imbecil namorava a minha irmã.

Passei por ele esbarrando nele com bastante força, acabei derrubando um pouco de Vodcka na roupa dele e isso o enfureceu.

Vi a raiva nos olhos dele.

— Pietro qual o seu problema imbecil? – disse Colin realmente com raiva, nunca o tinha visto assim antes, nem mesmo no quarto do hotel.

— Você esta traindo a minha irmã seu idiota! – digo de volta.

— Que? Que traindo o que, eu só to dançando seu idiota. – disse ele em resposta. – não encostei em nenhuma delas e inclusive sua irmã sabe de tudo que eu estou fazendo neste exato momento. E quer saber Pietro eu não tenho que te dar satisfação de nada, você é um idiota, apenas esquece que eu existo.

Ele tentou sair de perto de mim, mas eu não podia deixar isso barato, segurei ele pelo braço só para eu ter o prazer de mostrar quem é que mandava.

Quando ele se virou para mim, seu olhar de raiva ainda se sustentava, foi quando ele me empurrou com toda a força que tinha, o que não era pouco, cai de bunda no chão já pronto para levantar e socar ele. Quando dois seguranças apareceram e pegaram a mim e a ele pelo braço e levaram para fora da festa, não pela frente, mas por trás, que dava em um mato alto.

Não falaram nada apenas nos jogaram na sarjeta.

— Viu o que você fez seu imbecil? – disse Colin. – se tivesse me deixado em paz, estaríamos lá dentro nos divertindo ainda.

— Você estava traindo a minha irmã. – digo a ele novamente e incisivamente. – você achou que eu ia deixar barato. Eu sempre falei para ela que você não era homem para ela, mas ela não me ouve.

— E por que eu não sou homem para ela Pietro? – ele esta agora indignado além de irritado. – você sempre fala isso, mas nunca diz o por quê? Eu nunca fiz mal algum a Laura, sempre cuidei bem dela, então quero que você me diga, porque não sou homem para ela?

— Eu conheço seu lado podre Colin, você não é o santo que as pessoas costumam comprar, você é uma peste. – digo a ele. Mas na verdade eu quero dizer coisas completamente diferentes, ele e um lindo, gostoso, aquela boca dele esta rosada, e por ele estar concentrado esta com biquinho e cenho franzido.

Santo Deus.

Vou até ele, mas ele me empurra com ferocidade.

— Fica longe de mim. – diz ele. – me esquece, finge que eu não existo.

— Patético. – digo mais para eu mesmo. Não desta vez eu não o estava chamando de patético, eu era patético e covarde, além de ser muito imbecil e estar bêbado de Vodcka. – Laura vai saber de tudo, que você a traiu e fez ela de otária.

Desta vez foi ele quem veio para cima de mim, me agarrou pelo colarinho da camisa, e me empurrou contra a parede de fora da casa, nossos corpos estavam muito perto um do outro e isso estava me deixando louco.

— Você pode falar o que você quiser, desde que seja verdade. – dizia ele, eu podia sentir sua respiração ofegante no meu rosto, o hálito dele era de quem bebeu caipirinha de pinga e limão. – fora isso não tem porque ficar magoando a sua irmã com mentiras, quando ela já sabe onde eu estou e o que estou fazendo.

Não me contive, meu corpo agiu por conta própria, eu simplesmente segurei sua nuca e o puxei para um beijo.

E assim nossas bocas se chocaram uma com a outra, eu só podia estar ficando louco, mas eu estava gostando daquilo então mesmo que por impulso eu continuei beijando a ele.


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