Mudança de Passarela escrita por VFarias


Capítulo 16
Bem esclarecedor.




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Narrativa – Colin.

— Colin você vem para casa depois da aula? – perguntou meu pai.

— Não eu vou para a “AL” depois. – respondo a ele. – Por quê?

— Preciso de você em casa para me ajudar com uns cálculos. – disse ele.

— Pede para a Sofia, ela esta desempregada e é tão boa em matemática quanto eu. – digo a ele.

Ele sempre fazia isso, sempre esgotava a minha paciência para ajudar ele nos cálculos de gastos da empresa quando ele estava atolado de trabalho, e até mesmo rever orçamentos, ele achava que eu era o contador da empresa dele, porem um contador que não recebe salario e que não está nem ai para nada.

— Sofia vai para a casa de uma amiga estudar depois da aula. – disse ele com um olhar de tédio e eu estava com tédio já daquela conversa.

— E eu tenho uma reunião na agência depois da aula, vão nos entregar os planos de eventos do final do ano e nos dizer em quais eventos de fora nós vamos, eu preciso ir para a reunião. – digo enfaticamente.

— Não, você vai vir direto para casa depois da aula me ajudar nos cálculos! Essa história de modelo, já deu o que tinha que dar. – disse ele irritado.

— Não! – respondo. – estou indo para a escola e vou viver minha vida, eu não tenho que te ajudar nesses cálculos, eu não sou contador, e nem trabalho para o senhor e muito menos sou o seu subordinado, eu sou seu filho embora o senhor talvez não me veja assim, além do mais eu tenho a minha vida para viver, e sobre o meu emprego, eu gosto dele e enquanto eu puder estar fazendo eu vou estar.

Ao terminar de dizer isso eu sai de casa sem nem ouvir as baboseiras dele, Sofia já tinha ido para a escola de carona com mamãe, sortuda, se livrou de uma boa, mas na verdade ela sempre se livra.

Ao sair passei pela frente da casa do Pietro, nossas aulas particulares estavam sendo um porre, ele não aguentava estudar mais que uma hora, e isso não era o suficiente para ele, e eu sabia, mas não adiantava nada eu falar isso para ele, nós tínhamos tido 5 aulas e ele não aprendeu nada, e olha que eu explico tudo de diversas formas diferentes para que ele entenda, mas ele não entende.

O dia na escola foi bem tranquilo, mas na saída eu tinha que fazer alguma coisa com relação a Pietro, não sei por que eu me preocupava tanto com ele, e nem porque eu ligava se ele estudava ou não, mas lá vamos nós.

— Ei mocinha. – o chamei na saída da sala. – quero dizer... Pietro!

— O que você quer? – pergunta ele virando emburrado.

Sempre um idiota.

— Falar sobre nossas aulas particulares. – digo. – olha cara eu acho que você precisa mudar um pouco a sua postura, você se lembra do que a diretora disse não é, você precisa melhorar, se não vai ser expulso, e se não estudar direito de agora em diante, nem mesmo se o condomínio abrir uma faculdade você passa.

— Obrigado. – disse ele se virando e indo embora ainda mais emburrado. Mas eu segurei o meu braço.

— Espera idiota. Você é bem inteligente, mas precisa se esforçar mais! – digo a ele. – prestar mais atenção.

— Não quero a sua ajuda, eu só faço essas aulas porque minha mãe me obriga. – diz ele a mim.

— Olha cara, tudo bem, se você quer continuar tirando nota vermelha. – digo e então solto ele e deixo-o ir.

Ele me olha com um olhar surpreso, imagino que ele não fazia ideia de como eu sabia de suas notas, porem Tia Marcia me mostrou todas as notas dele antes de começamos com nossas aulas. Thiago me olha com uma cara de desconfiado e eu não entendi muito bem o porquê.

Sigo para a “AL”, da escola para lá é um caminho bem rápido, então parei para comprar um lanche para comer estava faminto e só almoçaria depois da reunião. Entrei e já fui direto para a sala de reuniões, alguns meninos já estavam lá, e eles brincavam com uma bola de futebol, logico que entrei na brincadeira, eu gostava de esportes não tinha habilidade para competir, mas gostava de pratica-los no geral. Então a porta se abriu no momento em que chutei a bola e acho que foi um pouco forte de mais, o problema maior é que acertou em cheio as partes intimas do Pietro.

— Filho da puta. – grita ele, caído no chão. – urubu necrosado, você me deixou estéril tenho certeza disso.

— Pelo menos assim, salvou a sociedade. – disse Matheus rindo.

— Cara me desculpa, foi sem querer, eu não tive intensão. – digo a ele realmente preocupado. – deixa eu te ajudar...

— Sai daqui seu merda. – diz ele se sentando e empurrando minha mão estendida.

Naquele instante todos os meninos que faltavam chegaram já rindo da situação.

— Me deixa ajudar você cara? – digo pedindo, estendendo a mão novamente.

— Vai se foder. – diz ele. E isso me irritou.

— Me foder... – digo sorrindo. – só se for com você.

Na mesma hora vi a raiva tomando ele. Ele me empurrou e começou a me socar e claro que eu não ia apanhar atoa, devolvi os socos e empurrões.

— As duas princesas vão parar ou terei de demitir os dois! – berrou Lucio, um dos diretores.

Parei em cima de Pietro. A cara dele foi de raiva, a constrangimento e de novo para raiva.

— Sai de cima de mim seu lixo. – disse Pietro e ele estava meio perturbado, sai de cima dele.

— Ótimo, agora que Rapunzel e Branca de Neve pararam de se agarra podemos dar inicio a reunião e eu a comandarei hoje, todos se sentem. – disse ele, eu pude ver pelo olhar dos demais, que não gostavam muito dele dar esse tipo de reunião. – No final de semana da semana que vem todos vocês vão para Salvador no desfile da Ray Ban, vamos ficar em um hotel, divididos em duplas que determinaremos mais a diante.

A animação tomou conta pelo jeito o pessoal da “AL” também se animava com locais com praias, sol e gente animada.

— Depois deste evento faremos outro evento em São Paulo, porém só no final de Setembro para algumas marcas de roupas teen. – isso era algo que eu particularmente gostava muito. – Já em Outubro faremos dois eventos, um em Gramado/RS, o próximo é na Austrália, mais propriamente na capital de Nova Gales do Sul/Sidney uma das cidades mais populosas de toda Austrália e Oceania, já em Novembro faremos uma viagem para um evento fotográfico em Campos do Jordão e em dezembro vamos para o Japão. Alguma duvida?

Ninguém disse nada. Mas eu mesmo tinha um monte de duvidas, mas só tiraria depois que ele terminasse de falar.

— Antes de eu dispensar alguns de vocês – continuou Lúcio depois de uma pausa para tomar um gole de água. – O que eu já tinha falado para vocês sobre bola na sala de reunião?

— Mas senhor a bola relaxa e diverte a gente. – disse Caíque em deboche.

— Não foi bem isso que eu vi aqui. – disse Lucio mirando os olhos em mim e no Pietro. – Chega de bolas entendeu, ou eu vou punir vocês, estamos entendidos?

— Sim senhor. – Disseram todos juntos.

— Todos com exceção de Colin e Pietro estão dispensados. – Aí meu Thor lá vem mais sermão, este era o segundo que eu levava nessa semana por culpa do Pietro, ele estava acabando com a minha reputação.

— Vocês dois são os dois melhores modelos que já passaram por esta agência, mas não tenho medo de dizer que se pisarem na bola vão ser demitidos, antes de te contratarmos Colin nos checamos todos os seus históricos, estava tudo limpo e esperamos que continue assim, quanto a você Pietro siga ao menos um pouco do exemplo do Colin, e você se sairá muito melhor nas diversas áreas da sua vida.

E lá estava mais uma vez as pessoas comparando Pietro comigo, isso não parava de acontecer. A voz de Lúcio me lembrou de uma cena antiga...

***

Eu estava lá na casa de Pietro, era aniversario da Tia Marcia porem, Pietro tinha trago o boletim da escola também, e o Tio Roberto ficou uma fera com as notas vermelha em matemática dele, e por isso só faltou bater nele.

 - Você não se esforça, não dá o melhor de si, só tira nota baixa, você precisa ser como o Colin, estudioso, educado, ele é um filho de ouro, não vejo seus padrinhos reclamando dele, enquanto isso eles ouvem a gente reclamando de você, porque você não faz nada direito!

Eu odiava ser comparado, ou que comparassem alguém comigo, e tudo porque Pietro tinha ido mal em matemática, isso era cruel, porque não sentavam com ele e o ajudavam a estudar, já que isso tudo era um problema tão grande assim.

Esperei o tio Roberto sair de perto para falar com Pietro.

— Se você quiser eu posso te ajudar a estudar matemática. - digo a ele, oferecendo ajuda.

— Sai daqui "filho de ouro" me deixa em paz. - Retrucou ele. 

Tio Roberto desceu novamente para a sala apenas para olhar Pietro nos olhos e dizer: “Se você não for igual ao Colin Pietro você nunca vai ser alguém na vida.”

E depois de dizer esse absurdo ele foi embora.

***

— Está me ouvindo Colin? - Questionou o diretor.

— Sim desculpe. – respondi. – lamento ter criado confusão, mas foi tudo sem quere mesmo e prometo que se depender de mim não voltará a acontecer nunca mais.

— Ótimo! – disse ele. – Tenho outro assunto a tratar com vocês, em alguns dos eventos citados vocês serão os mais visados por todos, nossa agência foi chamada para ser a principal em quase todos os eventos, uma vez que a Rainha faliu, e por serem titulares, bom vocês entendem não é mesmo, visibilidade é importante para nós e para vocês.

Maravilha eu adorava esse tipo de evento em que minha agencia era a mais visada, isso dava a gente os melhores hotéis, as melhores comidas, e até os melhores caches e passeios, fora a quantidade de roupa que ganhávamos.

— Bom, vocês dois vão a todos os eventos, mas os outros não vão a todos, ainda não sabemos exatamente quais os eventos que terão limites de modelos para nós, com exceção do Japão que vão apenas 4 de vocês, mas os demais ainda estamos vendo a quantidade de modelos a irem, no evento da Austrália vocês vão com apenas um supervisor, espero que se comportem, provavelmente o Sebastian, porque nós precisamos cortar gastos. – explicou Lúcio. – Estou comunicando vocês dois porque vocês são os principais e mesmo Pietro sendo maior de idade precisamos de uma autorização dos seus pais. Eles devem assinar esses documentos, se por ventura eles não permitirem precisamos ser avisados o quanto antes afinal teremos de dar um jeito.

Eu não tinha problemas com minha mãe, mas meu pai, bom ele insistia em dizer que isso não me daria futuro, embora ele estivesse certo em dizer que ser modelo não seria o meu futuro, isso me ajudaria a ter um. Mas de certa forma eu estava mesmo era preocupado com Pietro, além do pai dele ser mil vezes pior que o meu, eu amava o tio Roberto, mas não podia negar que ele era cruel com o Pietro, ele ainda estava cheio de problemas na escola.

— Pietro eu espero que você esteja estudando direito e se comportando, queremos você nos desfiles ao lado de Colin, mas não teremos reais problemas em substituir você por Thiago ou Victor caso não esteja de acordo com nossas exigências. – anuncia ele.

— Estou me esforçando senhor. – Disse Pietro.

Mentira, ele não estava se esforçando merda nenhuma é muito pelo contrário na verdade, ele não está fazendo nada.

— Bom estão dispensados, podem ir. - disse Lúcio.


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