—-Steve Rogers--

O sol do parque é a coisa mais bonita que eu já vi, ele entra por meio das arvores criando a melhor réplica de cena de cinema que eu já vi, minha companhia naquele passeio era mais incrível do que as outras coisas juntas, Nat estava feliz e irradiante, o sol se chocava contra seu rosto, fazendo que ela não conseguisse abrir os olhos.

—Porque de tantas perdas, eu não suporto a chance de perder você também.

Então, aqueles olhos verdes esmeralda semiabertos se fixaram em mim, numa espécie de código indecifrável querendo me dizer algo muito mais intenso do que sua boca me disse.

—Você não vai Steve, você não vai-e voltou sua vista para os passarinhos que estavam em uma das milhares de arvores.

É eu sei, se algum dia Natasha Romanoff demonstrou interesse romântico em alguma pessoa foi a mais tempo do que eu fiquei congelado, mas isso não me importa muito, não tenho interesse nela e eu sei que ela não vê muito além de um amigo confiável, me conformo com essa situação, melhores amigos e nada além disso.

—Steve do céu, olha isso-Natasha começou a dar tapinhas animados no meu braço, mesmo não tendo visto, acho que é algo que a deixa animada, gostei de ver aquele brilho no olhar dela mas não tive muito tempo de raciocinar até sentir ela me puxando para duas balanças amarelas e sentando nelas como se fosse uma criança de cinco anos.

—Ah nat, sério?-olhei para ela, que assentiu com a cabeça.

Assumo que fui relutante de principio, mas não lembrava de me divertir assim a muito tempo, parecemos duas crianças nessa balanças, foi competição de quem ia mais alto, de quem tinha o melhor salto, quem era mais forte e no final o resultado foi uma coleção imensa de risadas e muita felicidade.

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A noite começava a chegar e com ela nós tínhamos que voltar para casa, mas como eu tenho um pouco de receio de Romanoff na cozinha combinamos de fazer um lanche no pub da esquina do apartamento, ideia dela para variar, porque diferentemente de balanças eu não gosto de multidões, bebidas e cheiros estranhos que eu não consigo distinguir se vem do banheiro ou daquelas comidas bizarras.

—Calma não é tão ruim assim, Steve-Natasha começava a se ajeitar na banqueta que dava de frente para o galpão do bar, eu logo fiz o mesmo, segundo ela seria simples, só se comportar como pessoas absolutamente normais, mas a questão é que não somos nada normais e eu não vou me acostumar com essa parte dos novos tempos.

—Relaxa-Ela colocou suas mãos delicadas nas minhas costas- Já vamos pedir alguma comida e vamos embora certo?-Assenti com a cabeça porém em silencio dessa vez, não estava tão feliz igual fiquei com o episodio das balanças, fiquei em silencio o momento inteiro, desde quando Nat fez o pedido de dois x burguer com muito queijo.

Eu nunca vi dois lanches demorarem tanto para ficar pronto, meu passa tempo favorito foi contar quantos drinks estavam prontos esperando seus donos, eram quinze no geral, o que seus donos estavam fazendo para demorarem tanto tempo para ir busca-los? Não passaria pela cabeça deles o fato que a bebida poderia simplesmente azedar e o dinheiro deles irem pelo ralo?

Preferia continuar fazendo isso, porque quando virei a cabeça, vi uma cena que revirou meu estomago e deu um nó, Natasha havia sumido e a encontrei em um canto recebendo flertes de um cara loiro, nem tão bonito assim. O pior foi ver os sorrisos dela durante cada palavra sussurrada, senti uma pontada em alguma parte do peito.

—oi, será que vai demorar?- Disse ela, me cercando por trás.

—Quer saber Nat? Não sei, você pode levar eles? Preciso ir para casa agora- Me levanto, e talvez não tenha me dado conta de que minhas palavras tenham sido um pouco mais ríspidas do que eu achava quando as falei em pensamento e não pensei no que Nat acharia delas depois, sei que quando vi a cena dela flertando foi o ápice e não esperava que ficasse tão bravo com o ocorrido.

A única coisa que eu verdadeiramente preciso agora é de um banho, mas parece que hoje não é meu dia de sorte, o chuveiro queimou e tive que sair para comprar o novo, Nat não havia chegado com os lanches e era o tempo que eu precisava para expandir o pensamento. Eu sei que é muito confuso, mas isso o que eu estou sentindo deve ser aquele ciúme de irmão mais velho sabe?

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Natasha Romanoff

      Eu tive a brilhante ideia de comprar lanche no pub que fica na mesma quadra do apartamento, porque assim eu e Steve ganharíamos mais um dia fugindo da cozinha e todos ficaríamos felizes, mas não foi bem o que aconteceu, Steve por algum motivo sem sentido se revoltou e foi embora, me assustando um pouco com essa atitude.

      O pub era bem limpinho no geral, Steve reclamou de um cheiro ou outro bem estranho, mas se acostumou em geral, porque a demora dos lanches não foi pouca...por isso que minha bexiga gritou e corri para o banheiro apertadinho do local e um homem loiro e bonito me cercou munido com vários flertes e eu gosto disso, então entrei no jogo, me esquecendo por um momento até mesmo do Steve.

      Ai aconteceu o momento mais estranho da noite, Steve Rogers foi ríspido comigo e isso me chateou de certa forma porque nunca esperei isso dele e ninguém, nem mesmo o recém loiro super gato me impediram de ir tirar satisfação com ele, mas a sorte do safado foi que ele saiu bem quando cheguei em casa com uma sacola cheia de hambúrgueres e batatinhas agora frias.

      Ouço um barulho de chaves se encaixando na maçaneta da porta de do apartamento, sinto o cheiro da marca registrada de Steve mesmo longe, seu cheiro amadeirado. Logo avisto seu cabelo loiro e já deixo registrado o que eu quero.

—Podemos conversar?-Olhei seriamente para ele, apenas concordou com a cabeça.

—O que foi aquilo?-Olho seriamente para ele, que entrelaça os dedos e coloca as mãos sobre a nuca.  

—Desculpa Nat, não me senti bem naquele lugar-Não confiei cem por cento nessas palavras.

—Mas olha, você é minha melhor amiga nesse mundo gigantesco, se para você ir em lugar como aqueles é divertido me avisa, que eu caço minha comida em outro lugar-Deu um riso de lado, droga eu preciso avisar que ele é proibido de dar esses sorrisos bonitos toda hora, desconcentra os objetivos das pessoas.

—A gente ainda vai fazer coisas desse tempo capitão, você precisa se acostumar com os planos de diversão desse tempo.

—Eu juro que eu tento na próxima ok?-fixou seus olhos em mim, só assenti com a cabeça, e de repente me deparo com uma atitude que me assusta, um pouco.

      Steve me abraça e droga, meu coração errou a batida.