Natasha Romanoff

Até agora não entendi direito o que aconteceu, só sei que de repente eu estava em um quintal, já não tão mais desconhecido assim, era a casa do lago dos Stark, Tony exalava surpresa e Hulk Banner estava com a boca tão aberta que um milhão de abelhas passariam por ali facilmente, eu não pude deixar de soltar um riso quando vi aquela cena.

Steve me explicou da seguinte forma, eu morri para pegar a jóia da alma, no final eles conseguiram vencer e Thanos foi morto, porém o trabalho ainda não tinha terminado, eles precisavam voltar ainda e entregar as jóias do local onde foram retiradas, então ele pensou ‘’porque não?’’ e me trouxe de volta.

Voltar a viver é um saco, a burocracia de emitir novos documentos da cansaço, foi menos exaustivo pelo suporte dos advogados do Stark, o que acelerou o processo para mim, além da parte em que eu perdi a minha casa e eu não tinha para onde ir até meu super herói favorito vir com outra idéia genial, um mais um sem casa é igual a dois se ajudando, então partindo dai decidimos alugar um singelo apartamento.

E a partir dai, quando nossos colegas de equipe começaram com suas idéias maliciosas eu logo cortei o mal pela raiz, custa explicar para eles que somos melhores amigos e nada além disso. Talvez Clint esteja enciumado, por isso a zoação constante, durante anos ele foi o único homem e confidente que eu deixei entrar na minha vida e ver tão de perto esse lugar ser ‘’roubado’’ deve ser no mínimo difícil para ele.

Quando entro no apartamento, reparo em cada detalhe, desde as paredes pintadas recentemente o piso de carvalho que era dominante por toda a casa, o banheiro, em seus mínimos detalhes cheirava a lavanda e dois quartos simples e delicados com persianas que desafiavam a luz do sol, que entrava apenas pelas frestas que o pano não cobria.

Duas quadras dali um mercadinho tinha as melhores promoções que eu já vi, não tinha o que ou quem me impedisse de tentar alguma coisa na cozinha, só a minha falta de experiência  que poderia causar uma suave explosão no apartamento, mas eu juro que é quase impossível...Até eu ter a brilhante ideia de deixar a massa no forno e ir tomar banho, lavar o cabelo é uma tarefa fácil, complicou quando eu ouvi o alarme de incêndio soar e pensar “fudeu tô sem casa de novo”.

Saio do banho correndo, enrolada na toalha e me deparo com o aroma amadeirado de Steve e a primeira coisa que eu vejo é uma cabeça loira com a travessa de massa na mão.

—É... Parece que nosso almoço já foi-Ri, mas com um fundo de nervosismo.

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Decidimos depois do episódio que comeríamos na lanchonete mais próxima e tentaríamos algo no jornal, é estranho nós almoçando como pessoas normais, nossa vida toda foi repleta de quentinhas no espaço da sede d’Os Vingadores, hoje estamos com roupas casuais, lidando com um fã ou outro pedindo fotos e com alguns jornalistas de sites de fofoca.

Sempre que estamos só eu e o Steve o assunto flui normalmente e somos só nós em uma grande bolha que foi furada mas logo a retalhamos, somos rápidos nisso. Em meio a garfadas e risos, vemos um parque em frente ao restaurante, já que estamos quase acabando de comer, porque não ir tomar um ar um pouco mais fresco e menos poluído do que no resto da cidade?

—Vamos? – assinto com a cabeça em direção ao parque, vejo Rogers um pouco confuso, mas logo concorda com a minha ideia.

—Natasha Romanoff gosta de parques? Estou bastante surpreso – droga, ele conseguiu tirar outro sorriso meu.

—Só mais um dos meu charmes, Capitão América-coloco a mão no rosto, fingindo ser uma princesa e ele ri, eu nunca tinha reparado mas ele tinha verdadeiramente um sorriso lindo, porém sem tempo para olhar isso irmão, temos um parque para desbravar.

—Garçom a con-Steve ia erguendo o braço.

—Espera você não vai pagar, vai?-Ergo a sobrancelha.

Ele assente a cabeça.

—Ah não Rogers, preciso te mostrar como funcionam as coisas no século 21-Pego minha carteira e saco meu cartão de crédito-Quando duas pessoas tem um encontro isso pode até acontecer mas esse não é o caso aqui mi amor, podemos rachar, você não vai morrer-Se encaramos fixamente.

—Ok, nervosinha-Quando o garçom finalmente chega a mesa-Passe metade nesse cartão campeão-Ele entregou o cartão para o funcionário do restaurante e logo em seguida entreguei o meu.

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       -É eu realmente ainda não aprendi tudo desse tempo-Steve coçava sua nuca.

—Você consegue, vamos ter tempo de sobra para te ensinar tudo.

Andamos pelo parque, observando cada detalhe, desde as folhas um pouco mais alaranjadas por conta do inicio do outono até a fonte de agua em forma de golfinhos que contrastava com as cores da paisagem.

—Gosto disso sabia? Mais do que achava que ia gostar-Steve olhava para o céu.

—O que?

—Essa vida tranquila, quando Tony falava que isso era minha cara, eu  nunca acreditei de fato, quando eu congelei, um homem diferente retornou, um homem que queria a proteção da américa acima de tudo, até mesmo da sua própria segurança-eu escutava atentamente tudo o que ele dizia.

—Mas hoje, essa calmaria, ver que tudo se encaixou e eu posso caminhar no parque porque eu sei que não vai ter um mal tão grande, invadindo nosso planeta e querendo um genocídio em massa-Fixava seus olhos em cada detalhe das nuvens no céu.

—Você faz parte disso Nat, quando eu perdi a Peggy você estava lá, quando teve o rolo do Bucky, você estava lá, quando eu briguei com o Tony, mesmo não concordando comigo você também estava lá, talvez a única pessoa que eu precise que esteja do meu lado é você.

Quando eu ouvi isso meu coração aqueceu e eu posso jurar que ele perdeu o ritmo da batida, mas logo me encarreguei de reajustar, é muito fofo e mais só que eu que mantenho o controle dos meus sentimentos e me apaixonar por Steve Rogers é um negócio que não fica nos meus planos, senti ele pegar um pouco de ar e ouvi uma frase que não pude evitar que mexesse comigo.

—E entre tantas perdas, eu não suporto a ideia de ter a chance de perder você também.