Martha, Johanna e Jim já estavam no loft quando Alexis e Benício chegaram para almoçar e, depois dos animados cumprimentos e algumas travessuras dos gêmeos, todos sentaram-se à mesa.

Antes do noivado do Castle com a Kate, a mesa de jantar do loft era pequena, apenas com quatro lugares, mas isso mudou e o lar deles contava com uma mesa com dez lugares, suficiente para o casal, os quatro filhos, os três avós das crianças e, agora, o Benício.

As refeições nos finais de semana eram animadas pois, como em qualquer família, sempre havia novidades a contar, comentários engraçados, pilhérias, alegria e, desde que as crianças iam crescendo, havia também traquinagem e diversão.

Atualmente, eram os gêmeos que mais aprontavam, contudo, isso era esperado, já que, por mais comportados e educados que eles fossem, os garotos só tinham sete anos e tinham muita energia. Os pais davam limites e não admitiam bagunça e maus modos, no entanto, Kate e Castle eram flexíveis em alguns momentos, contudo, a regra era clara: brincadeiras, “sim”, e desobediência, “jamais!” Havia confiança, diálogo e muito respeito entre pais e filhos.

Depois do almoço Alexis se despediu da família, pois teria que retornar para o seu plantão no hospital e o Benicio foi embora com ela.

As crianças foram com os avós para a sala de estar, enquanto Castle e a esposa estavam na cozinha para lavar a louça.

Reservadamente, Kate cumprimentou o marido por ele ter se comportado bem com o namorado da filha.

— Muito bem, Rick! Gostei de ver você conversando com Benício. Pelo visto, você já gosta do nosso genro...

Ao ouvir aquela denominação, Castle se assustou — “Genro”!? Ah, Kate, como você é engraçada! Rá-Rá-Rá!! Acho que vou morrer de tanto rir! – ironizou, mas ele mesmo achou graça e Kate o acompanhou no riso — Ah, tá! Tudo bem! Digamos que ele seja agradável. Olha, Kate, apesar do Benício ser muito velho para a Alexis, confesso que...

— Muito velho para a Alexis? Sério, Castle! Você jura que vai reprisar este assunto? Pensei que você já tinha superado isso.– Kate o repreendeu.

— Ok! Entendi... Eu quis fazer graça e me dei mal, não foi?

— Exatamente! – Kate não se aguentou e começou a rir do jeito divertido do marido e ele riu junto com ela.

Eles eram assim, um sempre zoava com o outro, mesmo que o assunto fosse sério.

— Mas você achou engraçado, Kate, e eu adoro isso em você!

— Ah, amor, é que você fala de um modo tão hilário que nem consigo ralhar com você. Mas, falando sério, Rick, não insista nesse assunto de que o Benício é velho para a Alexis... Eu já te disse que ele é seis anos mais velho que a nossa filha, no entanto, você é sete anos mais velho do que eu... A nossa diferença de idade não tem a mínima importância para nós dois, Rick, e garanto que também não tem relevância para a nossa filha.

— Captei! Não vou mais tocar nesse assunto.

— Ótimo!

— Sabe, Kate, confesso que admiro o Benício e acho que ele merece a nossa filha. Vou parar com essa besteira de ciúmes da Alexis...

Kate o olhou desconfiada, mas logo ele se justificou — Estou falando sério! Juro que não estou zoando. Ainda bem que você tem um jeitinho todo seu de me tranquilizar, Kate. Óbvio que, como pais, temos que ficar atentos a tudo, mas a Alexis já é adulta, como você sempre me fala. Estou falando sério, Kate! Gostei dele. O Benício é inteligente, é trabalhador, tem um humor apurado, não fica de cara feia com as zoações do pessoal daqui de casa...

— Você quer dizer, “as suas” zoações, não é, Rick? – Kate o provocou.

— Ah, tá... Tudo bem... Admito que eu o provoquei um pouco... Mas ele passou no teste.

Kate riu muito daquele comentário espirituoso que o marido fizera.

Apesar de estar casada com o Castle há quinze anos, Kate ainda achava graça das piadinhas e brincadeiras dele, mesmo que fossem repetidas, pois ele o fazia com muita espontaneidade. Ele não forçava ou se metia a ser engraçado. Ele era naturalmente engraçado.

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Martha,  Johanna e Jim eram apaixonados pelos quatro netos e se derretiam com cada novidade deles. Na fase em que se encontravam, os gêmeos roubavam a atenção, pois adoravam fazer travessuras e a Lily, não ficava de fora. Inteligente como os demais irmãos, a adolescente sempre apresentava teorias coerentes, mesmo que muitas vezes, fossem muito exageradas e divertidas. E isso acontecia desde que tinha três anos.

Depois do almoço, Lily fazia comentários espirituosos, enquanto Reece e Jake mostravam aos avós os desenhos que tinham feito e, a cada minuto, novos assuntos surgiam e novos sorrisos enfeitavam os rostos dos avós e dos seus três netinhos.

Finalizadas as tarefas domésticas, Kate e Castle estavam sentados na varanda do loft e de lá apreciavam a conversa animada de Lily e os gêmeos com os avós. Não dava para ouvir o que conversavam, mas dava para sentir a intimidade, a descontração e o amor ali envolvidos.

Kate se lembrou que prometera a Alexis falar algo importante com o Castle — Rick, você está lembrado que o último final de semana deste mês nós vamos passar lá na nossa casa dos Hampton?

— Sim, nós vamos. – ele concordou e deu um selinho nela — Estou lembrado disso, amor.

— Pois é. E você sabe que fizemos esta programação justamente porque coincide com os dois dias de folga da Alexis, não sabe?

— Sim, eu sei. E nossos pais também vão. – Castle afirmou e olhou meio ressabiado para Kate — Por que será que eu estou intuindo que vem uma notícia bombástica por aí, eihm, Sra. Castle? Sinto que você vai me falar algo que não vou gostar...

— Imaginação sua, querido.— Kate desconversou.

Castle entortou a boca e franziu a testa, tentando fazer uma cara de malvado, mas logo deu uma risada, mostrando que estava aberto para o que a esposa quisesse falar — Diga, amor da minha vida. Fale o que você quiser.

Ela deu um sorriso divertido, pois ele a conhecia só pelo olhar— Que marido desconfiado que eu fui arranjar, meu Deus! – ela se divertia e o fazia rir.

— Ops! Sem chances para arrependimentos, querida. Você é minha e eu sou seu, para sempre! – ele brincou e ela achou graça, pois, desde sempre, seu marido, além de muito inteligente, era também muito espirituoso.

— Arrependimento? Eu me arrepender de ter casado com você? Jamais! Não existe esta possibilidade. Estou satisfeitíssima!

Achando graça do jeito da esposa, ele a estimulou a continuar o assunto que ela queria falar — Desenrola, Kate. Conclua sobre o nosso final de semana nos Hampton.

— Bem... – ela prendeu o riso no canto dos lábios. — Amor da minha vida. – Kate deu um longo suspiro e deu um novo selinho nos lábios do marido— Já que você falou com todas as letras que admira o Benício, que ele é...

— Kate, você está embromando. – Castle avisou — Vá direto ao ponto, querida.

— Ok! Já que você admira o Benício, etc e tal, acho que você não vai se incomodar que a Alexis o convide para passar o final de semana com a gente.

Castle não fez nenhuma expressão facial ao ouvir o pedido da filha e Kate continuou — Sim, Rick, a nossa filha me perguntou se podia levar o Benício. Eu disse que por mim, tudo bem, mas eu disse a ela que falaria com você. Qual a sua resposta, amor?

Ao ouvir aquela pergunta da esposa, Castle fez um trejeito muito divertido no rosto — Isso? Sério que você fez tanto mistério para uma pergunta boba dessa, meu amor?

— Então está tudo bem para você? – Kate demonstrou estar aliviada, pelo marido não ter vetado a ida do genro.

— Claro, Kate! Imagina se eu vou proibir o moço de ir para lá!

— Ah, mas você não gostou muito da ideia de ele almoçar aqui hoje...

— Mas eu já te disse que logo vi que eu estava errado. Reconheci que errei. Eles já namoram há algum tempo... É um rapaz sério e já mostrou que gosta da nossa filha. Eu já não te disse que vou parar com essa história de ciúmes da Alexis? Até porque, amor, lá nos Hampton tem muitos quartos de hóspedes...

— Ops! – Kate o interrompeu e, tocando no peito dele com o indicador, ela o questionou — Como é que é, Rick?

— Ããnnhh!!?? – Castle se fez de desentendido.

— Sério que você vai se fingir de desentendido? Sério que é assim que você disse que parou com essa história de ciúmes bobo da nossa filha? Sério que você vai impedir que o Benício durma no quarto da Alexis?

— Sim, vou impedir. Você acha que eu estou errado em querer preservar a nossa filha? Eles já são casados? Porque, se são casados, eu ainda não soube do casamento e tampouco fui convidado... – Castle estava irredutível.

Kate cruzou os braços e, com uma expressão de censura, comentou — Se é assim que você acabou com a bobagem de ciúmes exagerado da nossa filha... Lamentável! – Kate o repreendeu — Que pena que meu marido está perdendo a memória...

— Perdendo a memória? Não entendi, Kate... – ele fazia birra.

— Ah, você não entendeu? Fica tranquilo que eu vou explicar, senhor meu marido. Veja bem... Isso tem uns dezesseis anos... – ela tentou calcular o tempo — Quinze, dezesseis... Não importa ... Isso não vem ao caso. Tem muito tempo, não é, mas eu vou avivar sua memória...

Castle estava atento ao que a esposa falava.

— A primeira vez que eu e você fomos passar o final de semana na cabana dos meus pais... Tente forçar sua memória, Rick... Tente se lembrar qual foi a sua reação quando o meu pai te informou que você dormiria em um quarto e eu no outro... Ele não nos deu alternativa.

Castle arregalou os olhos e demonstrou ter levado um susto com aquele comentário pertinente da esposa, mas logo deu uma desculpa — Mas aí existe uma grande diferença, Kate.

— Qual?

— Eu e você... A gente...

Ela percebeu que o marido gaguejou e até achou isso engraçado, no entanto, adorou ele ter feito aquele comentário sobre “diferença” e o usaria contra ele — Mas você está certo, Rick, tem mesmo muita diferença. Naquela época eu e você tínhamos um pouco mais de dois meses de namoro e a Alexis já tem mais de cinco meses...

Castle ouviu a retrospectiva da esposa e não comentou nada.

— Rick, com exceção do tempo de namoro deles, não há diferença com o início do nosso relacionamento. Eu e você nos apaixonamos assim que nos vimos e a Alexis e o Benício também... Eles dois se dão superbem e têm um relacionamento normal e saudável como qualquer casal de namorado. – Kate continuava a falar bem baixinho para que seus pais e as crianças não ouvissem — E isso é muito natural, meu amor.

Castle escutava preocupado e Kate, com cuidado, continuava a argumentar — Você pensa o que, eihm, Rick, que a Alexis e o Benício não fazem amor?

Castle colocou as mãos no ouvido — Você pode, por favor, parar de falar essas coisas? Eu não quero nem pensar nessa hipótese, quanto mais ouvir sobre isso...

Neste momento, Kate abraçou o marido, mas foi um abraço de conforto, pois viu que ele ficou triste.

— Amor da minha vida, esse assunto já está batido, portanto, pela última vez eu vou te avisar que a nossa filha cresceu! E saiba que a Alexis é muito mais esperta do que eu quando tinha a idade dela. Os tempos são outros.

— Mas e se o namoro dela com o Benício terminar, eihm?

— Bem, não é isso que queremos, mas se acontecer, a Alexis até que vai sofrer um pouquinho, porque gosta muito dele, mas ela vai seguir em frente. Vida que segue... E, como sempre acontece, vamos estar do lado dela para tudo, inclusive para darmos colo e apoio.

Castle fez bico e mostrou-se amuado.

Kate deu um monte de selinho no marido — Hey, amor! Você está transformando isso em um drama! Você sabe que a nossa filha não é mais um bebê; ela é uma mulher de 24 anos... Uma médica. Você sabe que não pode colocar a Alexis num potinho e proteger de tudo e de todos. – ela deu um sorriso lindo que o desarmou.

— Ok, amor! Você venceu... Como sempre, né? – ele deu um sorriso, demonstrando que, realmente, tinha entendido o ponto de visa da esposa.

Kate sorria com o jeito fofo e amoroso do marido e o provocou — E vá logo se preparando porque, do jeito que o tempo passa, daqui a pouco será a Lily quem vai aparecer aqui com um namoradinho com a cara cheia de espinhas e eu te juro que não vou querer ouvir essa conversa novamente...

Castle se levantou e ficou pasmo com aquele comentário da esposa.

Rindo muito com a reação do marido, Kate o puxou de volta para se sentar ao seu lado. Ela não conseguia parar de rir até que sossegou — Deixa de ser bobo, meu amor, que ainda não existe nenhum namoradinho... Estou apenas dizendo que isso não vai demorar a acontecer.

Com uma expressão menos assustada, ele comentou — Acredito que ela vai se focar somente nos estudos e nem vai se importar com garotos... Ainda é muito nova para isso. Só vai pensar neles quando se formar.

— Hey, essa aí que você descreveu era eu... Ou seja, acho improvável que a situação se repita. – Kate riu — Querido, acorda pra vida! – ela o admoestou.

— Ah, Kate... Você fala isso com tanta naturalidade... E ainda fala para eu “acordar”... Acordar... Imagina! Acho que nem vou conseguir dormir hoje depois dessa conversa.

Vendo o marido desolado com aquele assunto, Kate pilheriou.

— Vai dormir sim, porque eu vou cuidar de você... Vou te fazer um monte de carinhos... E se você for merecedor e se comportar direitinho, eu te darei um prêmio!

Castle começou a rir do jeito divertido com que Kate falava.

Ficaram assim, rindo e conversando por mais alguns minutos até que o Castle se lembrou de ter visto Kate colocando uma joia no pescoço da filha caçula.

— Kate, eu vi a medalhinha no pescoço da Lily... – Castle comentou — É a mesma que você usava quando tinha a idade dela?

— Não, Rick. Claro que não, meu amor. Você se lembra quando recebemos a nova certidão de nascimento da Alexis, depois da adoção dela, onde o meu nome estava lá no documento, indicando que a partir daquela data eu era a mãe dela?

— Claro que eu lembro, amor. Impossível de esquecer um momento tão importante quando aquele.

— Pois é... Você se lembra também que mandamos fazer uma cópia da medalhinha igual a minha, só que dentro colocamos uma foto minha e uma foto sua, com as inscrições “mamãe” e “papai” e demos para ela?

— Sim... Eu me lembro deste fato. A minha alegria foi imensa e acho que também nunca vou esquecer a expressão de felicidade de vocês duas ao lerem a nova certidão de nascimento da nossa ruivinha.

— Então, Rick. Eu fiz com a Lily o mesmo que eu fiz com a Alexis. Uma medalhinha idêntica com nossas fotos. Eu até comentei com você.

— Não estou me recordando...

— Talvez eu tenha falado com você num momento em que você estivesse preocupado com alguma coisa da empresa.

— Pode ser. E onde está a sua joia de família, eihm, amor?

Kate apontou para os porta-retratos e os demais adereços sobre o piano — eu mandei fazer uma redoma de cristal e coloquei a medalhinha dentro. Ela é uma joia de família que, para nós, tem uma importância muito grande, pois marcou a nossa vida.

— Sabe, Kate, eu toquei no assunto da medalhinha no pescoço da Lily, porque quero te dar um presente.

Kate o olhou curiosa, mas não falou nada.

Castle tirou do bolso uma caixinha de joia e ele mesmo a abriu e de lá retirou uma cópia idêntica da tal medalhinha.

Kate tocou a joia e ao abrir a medalhinha, seu coração acelerou de tanta emoção ao ver as imagens que o Castle escolhera para expor ali. De um lado estava uma fotografia dela com o marido, ambos com olhares apaixonados e no outro oposto da medalhinha estava uma foto dos quatro filhos reunidos: Alexis, Lily, Reece e Jake.

 Com os olhos cheios d’água, Kate segurava a medalhinha ainda aberta apreciando, emocionada, a fotografia dela com o marido e também a outra, dos quatro filhos.

 Cheia de amor, ela desviou a atenção da joia para olhar o marido — Oh, Rick, você é mesmo o grande amor da minha vida. Você tinha que ser o meu parceiro de vida... Eu tinha mesmo é que me casar com você... Você cuida de mim desde que eu tinha onze anos e nem nos conhecíamos... Você adivinha meus pensamentos e meus sonhos... Até os sonhos que eu ainda nem tive... Sempre foi assim. Quando você reapareceu, deu um colorido especial à minha vida... Não me importo de parecer meio piegas, mas você modificou minha vida para melhor. Tudo ficou mais iluminado e as cores ficaram mais nítidas. – ela deu um beijo rápido nele.

— Eu te amo, Kate. Se você não tivesse se apaixonado ou nem mesmo sentido atração por mim no dia em que nos reencontramos no hospital, eu ia mover céus e terra para você me perceber e me amar, pois você teria que fazer parte da minha vida.

Castle deu um monte de selinhos na esposa.

— Muitas coincidências nas nossas vidas desde quando você era ainda uma criança, Kate.

— A primeira delas é que nós dois estudamos no mesmo colégio, Rick...

— Quem diria, eihm, que aquela linda e inocente menininha de tranças estaria hoje aqui, casada com aquele rapaz alto e magro...

— O meu herói... Alto, magro e muito lindo, Rick... O Bonitão! O meu bonitão! Ah, sim, amor. Eu era bobinha e muito ingênua, mas eu te achei lindo... O mais bonito do mundo... – ela riu — Aliás, até hoje, né? E eu me apaixonei por você... Um rapaz que eu vi apenas uma vez e não sabia onde encontra-lo novamente. Mas não me apaixonei pela sua beleza, foi pela sua atitude nobre e pelas palavras que você falou comigo, me motivando a ser forte.

— No dia em que encontrei a sua medalhinha no pátio do colégio, Kate, eu queria te entregar, mas você desapareceu... Acho que já falamos isso milhões de vezes, mas não canso de repetir...

— E eu adoro ouvir. Acho que vou querer ouvir esta história até ficar bem velhinha ao seu lado, amor. Adoro contar para os nossos filhos e eles adoram ouvi-la... Eles amam e dizem que parece uma história de contos e fadas. Só que não é fantasia, é a mais pura realidade.

— Quando eu encontrei a joia, eu quis te devolver não somente naquele dia, mas nas outras duas vezes em que eu me deparei com ela em casa. Primeiramente eu esqueci de entregar ao diretor no momento da minha reunião com ele, mas por conta do ocorrido entre você e o Fredy, minha reunião terminou em derrota, porque não consegui o estágio naquele colégio. Quando eu cheguei em casa, no final da tarde daquele mesmo dia eu encontrei a medalhinha no bolso do blazer, então eu me programei para retornar ao colégio no dia seguinte para entregar a medalhinha ao Diretor, só que eu estava muito atribulado com o primeiro ano de faculdade e também com o novo estágio. Só revi a joia doze anos depois, quando minha mãe e a Sra. Schineder arrumavam minhas gavetas. Eu até estava com a intenção de telefonar para a escola, mas no instante em que eu iria teclar o número do telefone da escola, o aparelho tocou e eu logo vi que era do colégio onde a Alexis estudava e eles me avisaram que minha filha tinha se machucado e fora levada ao hospital... Foi neste dia em que nos reencontramos. Foi neste dia em que eu fiquei completamente apaixonado por você, sem ter a mínima ideia de que você era a menininha de tranças e a dona da medalhinha.

Como num jogral, Kate e Castle iam recitando as etapas do relacionamento pelas quais eles passaram.

— Nós nos apaixonamos... – Kate murmurou.

— Nós namoramos... – Rick comentou.

— Ficamos noivos – Kate acrescentou.

— Nós nos casamos. – Rick completou.

— E, juntos, somos pais de quatro filhos lindos e saudáveis que são frutos de nosso amor.

Castle deu um abraço apertado e um longo beijo em Kate.

— Kate, e você se lembra do dia em que nós dois encontramos a medalhinha na gaveta do closet?... Quando estávamos procurando espaço para as suas coisas, porque estávamos noivos e eu te convidei para morar aqui no loft?

— Óbvio que eu lembro, Rick! Aquele dia também foi muito importante para nós dois.

— Naquele dia, depois de descobrirmos que você era a menina de tranças e eu era o moço magro que te salvara, eu te disse que nossa história já tinha sido escrita e que só faltava nós arrumarmos um jeito de nos reencontrar, para, juntos, escrevermos outros capítulos com o intuito de continuarmos a nossa linda história de amor.

— Rick, eu lembro bem que você falou que, como todas as histórias de amor, haveria o capítulo sobre o namoro...

— Nós namoramos.

— Haveria ainda o capítulo do noivado.

— Eu te pedi em casamento, você aceitou e ficamos noivos.

— Haveria também o capítulo do casamento.

— Nós nos casamos.

— Haveria vários capítulos sobre gravidez e filhos.

— Você engravidou e temos filhos maravilhosos. – Castle apontou na direção dos filhos que ainda se divertiam na sala com os avós.

— Lily, uma princesinha, um doce de menina, muito inteligênte e, atualmente, é a calma do mundo todo. – Kate dissertava e sorria feliz — Os gêmeos chegaram para fazer peraltices, iguais ao você, Rick, e também são muito inteligentes e uns amores.

— Mas são muito obedientes! – Castle ressaltou.

— Verdade! – Kate deu um selinho no marido – E a Alexis, meu Deus! Rick, você voltou para minha vida e trouxe a Alexis de brinde... Um brinde maravilhoso que tomou conta do meu coração. Ela foi um prêmio para mim. Com ela eu aprendi o que era ser mãe. E hoje ela é uma médica...

— Uma médica igual você! Ela te ama e se espelha em você para ser uma médica tão estudiosa e competente quanto a mãe dela.

— Você me dá amor, carinho e está sempre do meu lado me protegendo, Rick, me estimulando a ser quem sou e dando forças para que eu consiga seguir em frente e, juntos, fazemos com que nossa família continue feliz.

— Casamento é parceria e parceria é isso!

— Rick, eu também me lembro que no final daquela nossa conversa no closet, você disse que, com certeza, a nossa história nos levaria para aquela parte onde se diz “E eles viveram felizes para sempre” e “Fim”.

Castle olhou para Kate e torceu a boca, mas não fez isso com desgosto. Na expressão facial dele, havia um sorriso iluminado de felicidade — Só que naquele dia eu estava errado, Kate...

— “Errado”? Como assim, “errado”, Rick? – Kate indagou.

— É que nós dois não somente estamos tendo êxito em escrever a nossa história, como também gostamos do modo como fazemos isso. Então, Kate, graças a Deus, já estamos vivenciando o nosso “felizes para sempre”.

— Ah... Entendi, Rick...  Então, como estamos sabendo escrever a nossa história, portanto, a parte de “foram” felizes para sempre, se transforma em “estamos vivendo” felizes para sempre..., sem a parte do “FIM”. É isso? – Kate fez uma pergunta retórica.

— Exatamente! A nossa história de amor não tem “FIM”.

— Ah, como eu te amo, Rick.

— Eu também te amo muito, Kate.

Eles trocaram um selinho.

— Rick, nunca vou me esquecer de uma coisa linda que você me falou. Você disse que quando existe o amor verdadeiro, nenhum relacionamento está fadado ao fracasso.

— Verdade, Kate, e eu ainda penso desta forma e comprovamos isso todos os dias.

— Eu sei, Rick, e eu concordo com você.

— Por isso, vamos prosseguir a vida assim... felizes! Vamos continuar a nos amar, cuidando de nós, dos nossos filhos e do nosso amor. Vamos continuar a escrever a nossa história pelo resto de nossas vidas, da melhor forma possível, com muito amor, comprometimento, sabedoria, harmonia, paixão, compreensão, tesão, parceria, tolerância, maturidade e mais um monte de ingredientes que combinam entre si e que favorecem um casamento saudável e feliz.

— Sempre!

— Sempre!

— Mas até onde eu sei, Rick, todas as histórias têm um “FIM”.

— Mas a nossa história de amor não tem “FIM”, Kate. Não devemos pensar no “fim”, meu amor, porque a cada novo amanhecer, temos apenas um novo começo.

— Você tem razão, Rick.

Passados alguns segundos, Kate faz um comentário— Veja, Rick, nossos filhos são felizes. De vez em quando tem aquelas rusguinhas entre irmãos, mas isso é muito natural e nunca se estende... No instante seguintes já estão sorridentes e brincando novamente.

— Sim, Kate, nossos filhos são o reflexo de nós dois. Nós somos felizes e vivemos em harmonia!

Depois de apreciarem os filhos sorridentes e cheios de vivacidade com os avós, Katherine Beckett Castle e Richard Castle olharam um nos olhos do outro e o brilho do amor estava lá, vivo e ardente, como no primeiro dia.

— Te amo, Rick! – Kate murmurou com um sorriso de felicidade nos lábios.

— Também te amo muito, Kate. Muito mesmo! – ele deu um selinho nos lábios dela e a abraçou apertado.

— Sempre.

— Sempre.

Os selinhos se transformaram em um beijo apaixonado.

Eles trocam um beijo demorado, cheio de amor e sentimentos.

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Da sala de estar, Jake, traquinas e atento a tudo, dá uma cotovelada no braço de Reece com a intenção de mostrar Kate e Rick se beijando e, com cara de nojo, aponta para os pais.

— Eca! Beijo na boca! Eles vivem fazendo isso...

Brincalhão igual ao irmão, Reece também faz uma careta de nojo — Beijo na boca! Eca! Que nojo! – e depois, de um jeito bem teatral e divertido, Reece aperta os olhinhos e franze o nariz ao fazer um exagerado bico de beijo, de um jeito bem engraçado diante dos irmãos e dos avós, como se tivesse beijando o ar, fazendo todos rirem.

O som das risadas e das brincadeiras chegou até o casal na varanda.

Kate e Rick interrompem o beijo, se levantam e vão ao encontro da família e, juntos, continuam a viver felizes para sempre.

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E assim, chega ao fim

mais uma fanfiction CASTKETT,

no entanto,

devo salientar que

a história do amor verdadeiro

entre Richard Castle & Katherine Beckett

continua viva para sempre.

ALWAYS!!!!