Joia de Família escrita por Denise Reis


Capítulo 39
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Estou chegando perto do fim, mas, antes disso, vamos acompanhar um pouco do cotidiano da família Castle!

Boa leitura!



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Kate e Alexis tomavam o dejejum e conversavam animadas enquanto arrumavam a cozinha.

O relacionamento das duas era maravilhoso desde a época do namoro e do noivado de Kate com o Castle. No entanto, o que já era bom, ficou ainda melhor, após o casamento. A harmonia entre elas aumentava a cada dia e o convívio diário era algo muito lindo de se ver e muito natural.

— Alexis, apesar de hoje ser sábado, seu pai teve que ir cedo para o escritório. Ele me disse que deve voltar tarde por conta de um novo contrato, minha querida. Então... – Kate fez uma pausa e deu uma piscada de olho para a enteada — Que tal se a gente fizesse, hoje, o nosso “Dia De Meninas”, eihm, meu anjinho?

Alexis aplaudiu! — Adoro nossos “dias de menina”, Kate!!! – e foi ao encontro de Kate, abraçando-a pela cintura.

— Neste caso, vamos nos aprontar.

Kate ajudou a garota a escolher uma roupa. Depois, com o maior amor do mundo, ajeitou os cabelos ruivos em uma linda trança embutidas, estilo espinha de peixe, que iniciava no lado direito e terminava descendo pelo ombro da menina, no colo, com um lindo laço de fita azul marinho.

As duas desceram para a suíte principal do loft, e lá, Alexis ficou observando enquanto Kate se preparava, finalizando com a maquiagem.

 A garota olhava, apaixonada, tudo que Kate fazia e não perdia nenhum detalhe.

— Kate... Você é tão linda, mas quando passa maquiagem fica belíssima. A maquiagem acentua sua beleza...

— Obrigada, meu anjo.

— Eu também queria passar maquiagem, Kate.

— Hey, mas você ainda é criança e criança não passa maquiagem. – Kate piscou o olho e deu um sorriso para a garota.

— Mas eu já fiz dez anos... – ela justificou, na tentativa de conseguir.

— Bem... Deixe-me ver... – Kate pensava num jeito de resolver aquele impasse — Vamos fazer assim... Não vejo mal nenhum em você usar um brilho labial... Um protetor labial com tonalidade entre nude e rosa bem clarinho. Que tal, eihm, gatinha?

— Oba!!! – Alexis pulou de alegria Mas será que pode ser um brilho cor de rosa não tão clarinho, Kate?

— Oooh, minha gatinha. Não vai dar... Você só tem dez anos. É como eu te disse... A tonalidade do brilho labial poderá ser entre nude e rosinha bem claro. – Kate sorriu e piscou o olho novamente para a garota— É pegar ou largar.

— Tudo bem, Kate! – Alexis aplaudiu Adorei!!! Você é o máximo! Mas porque batom com cor forte não fica bem em criança, eihm, Kate? – A menina, de forma doce, queria saber o motivo.

— É como eu te disse, minha princesa, o brilho labial que eu vou comprar para voce, funciona como um protetor labial e por ele não possuir uma cor forte, você continua com o mesmo rostinho de menina, entende?

— E porque não posso passar esse pó que você passou no seu rosto e nos olhos?

— Alexis, esse pó que eu passei no meu rosto, apesar de ser de um produto muito bom, ele possui química e como a pele da criança é mais fina e sensível do que a pele da mulher, absorve as substâncias com facilidade. Então não é muito recomendado o uso destes produtos em crianças, por melhor que ele seja. Tudo tem seu tempo, minha querida.

— Mas eu queria tanto...

— Vamos fazer assim... Quando você for personagem de alguma peça de teatro na sua escola ou quando você for fazer uma apresentação do balé, eu prometo que vou fazer uma maquiagem bem levinha em você.

— Você sempre me animando, até quando me diz “não” e eu adoro isso em você, Kate.

Kate riu muito com aquele comentário tão natural de Alexis e a menina riu junto.

— Então, vamos ao shopping e a primeira coisa que vamos fazer é ir em uma loja de cosméticos e comprar esse brilho labial com filtro de proteção solar próprio para criança.

Todas as vezes em que Kate e Alexis saiam para o “Dia De Meninas” elas sempre se divertiram muito.

Na hora do almoço a menina pediu para almoçarem em um fast-food, mas Kate não concordou — Minha querida, sem querer ser uma médica chata, acho melhor almoçarmos em um restaurante convencional, pois, os alimentos são mais saudáveis.

— Você não é chata, Kate. Eu sei que você só quer o melhor para mim. Eu vi que na loja de cosméticos você leu o rótulo do brilho labial para saber se era próprio para crianças e eu sei também que nos restaurantes tradicionais os alimentos são mesmo muito mais saudáveis do que os vendidos em fast-food. O papai vive falando a mesma coisa. – de um jeito maduro e espontâneo, Alexis admitiu que Kate estava certa — Não estou chateada. Aliás, estou é muito feliz por você se preocupar comigo. – Alexis abraçou Kate— Obrigada!

No meio da tarde, foram para uma sorveteria e, enquanto se deliciavam com bolas de sorvete com caldas de chocolate, e conversavam sobre as coisas que fizeram naquele dia, Alexis fez um comentário que emocionou Kate.

— Eu adoro você, Kate! Você se preocupa comigo igual uma mãe se preocupa com a filha.

— Mas você é como se fosse minha filhinha, Alexis, e eu te amo assim, como uma filha.

— E eu te amo como se você fosse minha mãe... – a menina olhou atentamente para Kate com a mesma expressão de amor que Kate olhava para ela — Você quer ser minha mãe, Kate? Uma mãe de verdade... Para eu te chamar de mãe e você me chamar de filha...

Estavam sentadas lado a lado. Comovida com aquele pedido tão espontâneo, Kate ficou sem palavras. Seu coração batia acelerado, mas logo reagiu— Oh, meu amor... – Kate se aproximou e deu um abraço e um beijo na garota— Nós já somos quase como mãe e filha...

Só que a garota não desistia— Mas eu não quero “quase”, Kate. Eu quero é mãe e filha “de verdade” e para sempre. Você não quer? – Alexis demonstrou estar ansiosa pela resposta de Kate.

Por mais que Kate desejasse ser mãe de Alexis e por mais que o marido já soubesse do seu amor pela filha dele, não sabia como ele se posicionaria a esse respeito, então, preferia não dar esperança para a garota e, claro, para ela própria, antes de conversar com o Castle.

— Eu já me sento como se fosse sua mãe, Alexis, pois eu já cuido de você, eu já te amo, eu me preocupo com você e penso na melhor forma de fazer você feliz... É isso que as mães fazem.

— Eu posso te contar um segredo?

— Claro que sim, querida. Mães e filhas trocam segredos... – Kate sorriu.

— Eu falei para minhas amiguinhas da escola que você era minha mãe.

— Foi mesmo? – Aquela confissão pegou Kate de surpresa — Quando foi isso, meu bem?

— Foi no dia do meu aniversário. E depois disso, eu sempre falo isso...

— Seu pai sabe disso?

— Não... Mas eu vou falar isso com ele assim que eu o encontrar.

— Querida, eu estou pensando sobre uma coisa... Bem, você acabou de me dizer que falou para suas amiguinhas que eu sou a sua mãe...

— Sim, eu disse.

— Pois bem, caso você não tivesse dito isso para elas, será que você me pediria para ser minha filha? – Kate fez a pergunta com muito cuidado e usou um tom de voz bem meigo, pois não tinha intenção de magoar Alexis.

— Claro que eu te pediria para ser minha mãe, mesmo se eu não tivesse falado nada com minhas amiguinhas, Kate. Eu sempre quis isso. Quando eu te vi pela primeira vez, no dia em que você me atendeu no hospital eu te achei o máximo, mas só vim a ter essa vontade de ser sua filha quando você começou a namorar o meu pai e passamos a conviver mais. Então eu ficava imaginando que você era tão legal e tão boa comigo..., conversava comigo e cuidava de mim igual uma mãe. Mas só que eu não tinha coragem de falar isso com meu pai e muito menos com você. Eu ficava com vergonha.

Kate estava pensativa, com receio de aquele pedido ser fruto apenas de uma fantasia de menina.

— Kate...

Alexis a tirou dos seus devaneios.

— Diga, meu bem.

— Sabe, Kate, meu pai já teve outras namoradas antes de você... – a garota começou a falar, mas o fazia com um olhar preocupado.

— Ah, sei... Imagino... – apesar de se sentir segura com o amor do marido, Kate não gostava de imagina-lo com outra, nem mesmo em conversas sobre o passado, contudo, não deixou transparecer esse sentimento imaturo para Alexis.

— Eu conheci duas... – a menina fez uma careta de nojo ao mencionar as duas ex namoradas do pai e isso chamou a atenção de Kate — Só que elas me olhavam como se eu estivesse incomodando, sabe... E quando elas vinham falar comigo, mesmo eu sendo criança, eu percebia que eram falsas... Elas eram cheias de sorrisinhos apenas quando o papai estava olhando. Elas queriam agradar o meu pai, entende, e até me enchiam de presentes.

— E você falou sobre isso com seu pai, querida?

— Falei... Mas eu falava somente depois que ele terminava o namoro. Mas com você foi diferente, Kate. Quando você começou a namorar o meu pai, você fazia eu me sentir querida. Eu percebia que você gostava de mim e não olhava para mim com falsidade e nem precisou ficar me agradando com presentinhos. Você sempre foi carinhosa comigo de verdade, mesmo que meu pai não estivesse olhando. Eu posso ser criança, mas sou esperta. – ela deu um sorriso traquinas igual ao pai.

— Pois é... Você é esperta e tem uma conversa de mocinha, tanto que estou conversando contigo como se você fosse mais velha. Pode um negócio desse? – Kate piscou o olho— as acho melhor a gente falar sobre isso quando estivermos com seu pai, meu anjo. – Kate sorriu — Hey, já terminarmos o sorvete. Vamos embora, mocinha?

Kate se recriminou por conversar tais assuntos com uma criança. Tinha certeza que seria necessário falar primeiro com o Castle antes de se alongar sobre um tema tão delicado.

— Ah, mas está tão bom ficar aqui com você, Kate.

Kate consultou o relógio — Mas quem disse que eu estou te chamando para ir embora, em minha linda? Ainda é cedo e estou te chamando para assistirmos a um filme, aquele lançamento que você comentou comigo...

— Sério? – a menina ficou muito alegre.

— Seríssimo! Ele está em um dos cinemas daqui do shopping. Vamos?

— Maravilha! Claro que vamos!

As duas caminhavam de mãos dadas pelas alamedas do shopping na direção do cinema e ao chegarem no local de compra presencial dos ingressos, Kate parou — Como vou ter que desligar o celular no cinema, que é a coisa certa a fazer, eu vou telefonar para o seu pai e avisar onde estamos. Não quero que ele fique preocupado com a gente.

Dito isto, ela teclou o número do marido e assim que ele atendeu, nem o deixou falar e foi logo o cumprimentando — Oi, amor!

— Oi, a saudade apertou, foi?

— Foi... – ela riu toda derretida — Mas eu também queria te avisar que...

— Também estou com saudade. Tudo bem com vocês?

— Sim, estamos bem. Amor, quero te avisar vou ter que desligar o celular já que eu e a Alexis vamos entrar no cinema.

— Ah, então vocês saíram...

— Sim, nem te falei nada, né... Pois é, aproveitamos que você estava trabalhando e fizemos hoje o nosso “Dia De Meninas”. Kate sorriu ao comunicar aquilo ao marido.

— Ótimo! Gostei de saber sobre o “Dia De Meninas” de vocês. Mas sobre a ida de vocês ao cinema... Eu já ia te telefonar, amor, porque já estou de saída. Terminei todas as reuniões e as análises sobre o novo projeto antes do que eu previa.

— Então venha ficar com a gente, meu amor. – Kate o convidou — Vamos adorar.

— Claro que eu também quero ficar com vocês, só que eu estava com outro plano em mente. Eu iria telefonar para você para irmos ao Jardim Botânico com a Alexis. No anfiteatro de lá vai acontecer uma peça infantil que é a cara dela.

Castle falou o nome da peça e até a Kate ficou animada — Que maravilha, Rick... Então vamos! Eu estou sem carro. Então, para ser mais rápido, já que você está bem perto daqui e falta menos de uma hora para o o início da apresentação, venha nos pegar aqui no shopping.

Castle aprovou de imediato a ideia da esposa.

Kate comunicou o nome do shopping e indicou um ponto de encontro para o marido. Era uma pista interna, onde os veículos trafegavam em baixa velocidade até chegar a uma rotatória na porta do shopping, próprio para embarque e desembarque de passageiros.

Depois de informar à Alexis sobre a alteração da programação, seguiram, de mãos dadas, para o local marcado.

— Que bom que o papai ficou sabendo desta peça que vai acontecer lá no Jardim Botânico! – Alexis estava animada com a nova programação — Depois a gente vem assistir a este filme, não é, Kate?

— Sim, querida.

— Depois desta programação, Kate, que tal falarmos com o papai sobre a minha vontade de você ser minha mãe, eihm?

Percebendo que Alexis insistia naquele projeto, ficou claro para Kate que aquela vontade era algo genuíno do coração da menina e não apenas uma ideia passageira.

Kate parou de andar e, de frente para a menina, tocou-lhe os ombros e enviou-se um olhar amoroso — Meu amorzinho, vamos aproveitar a peça lá no anfiteatro, mas assim que chegarmos em casa a gente fala com o seu pai, ok? – Kate deu um beijo estalado na face da menina — Eu te amo muito, querida!

Feliz da vida, Alexis levantou os braços na direção de Kate, fazendo-a se abaixar um pouco.

A menina envolveu o pescoço de Kate com seus bracinhos — Eu também te amo muito, mamãe! – e ao se afastar, a menina olhou Kate meio tímida, por ser a primeira vez que falava aquela palavra para ela.

Retomaram a caminhada e logo chegaram ao ponto de encontro e ficaram aguardando o Castle. Era um local seguro e protegido. Mesmo afastado do acesso aos carros, dava para vê-los.

— Adorei ouvir você me chamando de “mamãe”, Alexis. É a segunda vez que você faz isso.

— Segunda vez? – Alexis indagou, demonstrando estranhar aquela informação.

— Sim, querida. A primeira vez foi no dia do seu aniversário de nove anos... Naquele dia, depois que você abriu todos os presentes e tomou banho, eu te coloquei para dormir, como faço sempre. Só que você bocejava muito e já estava quase dormindo quando você me deu boa noite e me chamou de “mamãe”.

Com uma carinha linda de quem não se lembrava daquele episódio, ela apertou a mão de Kate— Não me lembro... Acho que eu já estava mesmo morrendo de sono, mas isso só prova que mesmo com sono eu quero que você seja minha mãe, viu?

Naquele instante Alexis avista o carro do pai se aproximando e, como qualquer criança, ela se soltou da mão de Kate e correu ao encontro dele.

 

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Continua...


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