Survivor escrita por Juh Castellan


Capítulo 4
Não mais sozinha em meio à multidão


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas o q importa é q finalmente ta aq :)
Minhas partes favoritas ate agr estao todas nesse cap
Entao cuidem bem desse bb e aproveitem ^^



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Agarrei-me na beirada do bote com as pontas da manta aninhadas em minhas mãos, prendi a respiração, fechei os olhos e quaisquer outras coisas que pudessem ser fechadas naquele momento.

Parecíamos flutuar por um instante, então caímos. Houve um splash, nossos corpos se chocando contra o plástico rígido, e novamente chuva, água para todos os lados, mas ainda não havia acabado. Nossa pequena embarcação parecia descer uma ladeira, a corda em que me segurava, queimava minhas mãos, deslizando por ela independente da minha vontade, parecia uma montanha russa aquática, a diferença que ali era real e estávamos à beira da morte, e depois do que, na minha concepção foram horas, parecia ter finalmente acabado. Abri os olhos, o ambiente estava levemente mais claro devido à tênue luz da lua em meio às nuvens negras. Todos agarrados às extremidades do bote, respirações pesadas, olhares apavorados e rostos desesperançosos, o capitão era o menos expressivo, mas não estava muito longe de nós.

O bote voltou a girar, subir, descer, temer, era lançado abruptamente de um lado para o outro, empurrado e puxado em todos os sentidos. O pior aparentava ter passado, pelo menos é o que acreditávamos, o que gostaríamos de acreditar.

Meu “fiel escudeiro” e eu, juntos, um de frente para o outro, sem trocar olhares ou palavras, o que tínhamos era unicamente a presença reconfortante um do outro. Durante a agitação em que o mar nos envolvia, nossos esforços e concentração se voltavam para evitar nosso impacto ou divisão.

— Escuta, acho que podíamos dar uma das mãos, assim acho que fica mais fácil evitar colisões e afastamentos, quando estivermos prestes a colidir, empurramos um ao outro para nos repelir, funcionará como um bastão, quando estivermos prestes a nos afastar, puxamos um ao outro para nos unir, e então as mãos funcionarão como uma corda. – disse William.

— Bem... eu acho que pode funcionar...- eu não sabia bem o que dizer, ainda não tinha processado nem metade do que tinha acontecido. Para falar bem a verdade, não tinha nem raciocinado direito a solução dele, em outras palavras, eu não tinha entendido o que ele queria.

Estendi minha mão esquerda e ele a direita, e por incrível que pareça, funcionou. Ele me mantinha no lugar e eu tentava mantê-lo, mas sinceramente, acho que ele estava fazendo uns noventa por cento do trabalho sozinho.

William parecia sempre tentar me reconfortar, quando o olhava, ele dava um sorriso, e dizia algo como “Isso, tá funcionando, viu só? Não foi tão difícil, foi?”. A mão dele era firme, sua pele mesmo naquele frio descomunal, era quente. Acho que me senti um pouco melhor, sentir que não estava sozinha contra o oceano desejando nos devorar. Ele sempre me passava um olhar gentil, era visível que ele estava tão assustado quanto qualquer um de nós. Mas seu sorriso, mesmo forçado para esconder seu desespero, e o olhar doce que tentava vencer o medo, traziam certa calma ou esperança de que no fim, íamos ficar bem. O apoio dele deixava aquela situação toda suportável, levava um pouco de luz as trevas, algo a que eu podia me apegar para seguir em frente, as coisas pareciam quase um pouco melhores, menos sombrias. E o mais importante, eu não estava sozinha, nós não estávamos sozinhos, eu tinha a ele, e ele tinha a mim, bom, pelo menos por enquanto, parecia ser apenas nós dois. A lua desapareceu novamente, a escuridão voltava a se tornar mais densa, mal conseguia vê-lo em minha frente, imagine os outros, poderiam muito bem nem sequer estar ali. Eu tinha, além de William, um vago vulto atrás de mim que eu acreditava ser o capitão.

Começamos a pegar o jeito da estratégia do William, o bom era que tínhamos algo em que focar então nosso pânico estava ligeiramente sob controle.

Uma onda se chocou contra minhas costas, nosso esquema não era exatamente a prova de falhas, fui atirada contra ele, no meio do encontro forçado tentamos contornar ao máximo o estrago que seria feito, ele retirou o outro braço de dentro do casulo de coberta e me segurou como conseguiu, nos aproximamos e nos encolhemos ainda mais, como um reflexo abaixei a cabeça no instante que percebi que se chocaria com a dele e fechei meus olhos como se isso fosse adiantar de algo. Quando vi minha cabeça estava encaixada no pescoço dele, ainda de mãos dadas, sua outra mão se localizava em meu ombro em sua tentativa de me conter, ela deslizou pelo meu braço sem qualquer pretensão até o cotovelo e caiu no forro de plástico, então ele abaixou nossas mãos dadas até lá. No fim minha mão estava envolta nas dele, muito possivelmente tudo o que acabara de acontecer era apenas fruto da exaustão, e fraqueza que a acompanhava. Sentia o quentinho de suas mãos cobrir a minha, e de qualquer parte sua que tocasse minha pele, era como ter uma pequena dose de calor e afeto. Era como se ele, talvez, tentasse me proteger. Só queria entender o porquê.

A onda que nos aproximou e a água que veio com ela sumiram instantes depois com as movimentações irregulares do bote. Não movemos um dedo, talvez estávamos cansados e abatidos demais para exibir qualquer reação, apenas ficamos ali. Nosso cabo/corda feito com nossas mãos havia resistido, talvez estivesse ainda mais forte agora. Senti que sua cabeça repousava sobre a minha, que estava quase sob seu peito, então não me achei no direito de fazer nada, e pelo que parece, ele também não. O mar parecia ter acalmado um pouco, nós ainda estávamos sendo remexidos como uma sopa num caldeirão, mas acho que nos acostumamos um pouco, ou simplesmente não havia energia para mais nada.

Devagar, minhas últimas reservas de força iam embora, e não somente eu, mas todos ali pareciam esgotados.

Sabe quando você está muito cansado, chega em casa, deita na sua cama, encontra a posição perfeita e dorme confortável e aconchegado? Era a exata sensação que tinha aquele momento, sentia a respiração dele acima da minha cabeça, via seu peito subindo e descendo, as gotas de água escorrendo sobre sua pele, minha visão foi escurecendo aos poucos, tudo foi lentamente desaparecendo... A última coisa que me lembro, foi de sentir foi o calor da pele de William.


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Notas finais do capítulo

Bom, vou parar de fazer promessas q n posso cumprir
Espero trazer o proximo em breve, como sou ansiosa assim q estiver pronto e eu satisfeita o suficiente pra postar, será postado
Comentem o q acharam desse cap e da fanfic ate agr e se vcs tem alguma expectativa para o q vai acontecer, o q vcs acham ou querem q aconteça e tals...
Bjoos no core de todos e todas e ate a proxima >.< ♥ ♥ ♥ :)



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