Survivor escrita por Juh Castellan


Capítulo 5
Um pequeno desentendimento


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, de vdd, ta pronto ja tem um tempo maaas the site esta contra mim, ai num deu TuT sori ♥
Mas ta ai, aproveitem meu bb



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O céu relampejava, lançando fleches de luz roxa sob o chão, eu estava em um corredor metálico  e escuro. Poucos metros a diante havia um feixe de luz amarelada que saia da fresta de uma porta entreaberta. Parecia existir uma pequena discussão.

— Essa é nossa última chance, é agora ou nunca,- disse uma voz masculina irritada.- se passar de amanhã não  vamos conseguir escapar, e eu não vou morrer por um dinheiro que não vou gastar.

Me aproximei devagar, para não ser percebida, sempre fui muito curiosa, mas alguma coisa, talvez instinto ou intuição ou mesmo sentido aranha, me dizia que eu devia me preocupar com aquilo e que eu precisava saber mais.

— Pelo que me foi passado, tá tudo certo como foi combinado, a tempestade está chegando, só precisamos garantir que ela não saia daqui.- outra voz retrucou.

 

Ela? Quem não pode sair daqui? Por quê precisaria? Por quê ela não o pode? Me subiu um leve desespero. Involuntariamente, arquejei¹ , infelizmente foi alto o suficiente para me escutarem, ambos se viraram para a fresta e olharam imediatamente para mim. Me virei e corri no sentido oposto, ouvi a porta ranger e acelerei o passo, podia escutar seus passos correndo em minha direção. Logo me alcançariam, tudo a minha frente era dominado pela escuridão, não havia relâmpagos ou quaisquer vestígios de luz, o corredor não parecia ter fim. Eu só podia ouvir minha respiração pesada, meus passos e os deles pelo revestimento de metal.

 

UMA LUZ! É O FIM DO CORREDOR!, pensei que seria minha oportunidade de escapar… até que… tudo desapareceu.

 

Estava escorada em algo quente e aconchegante, que parecia me envolver, ou escorava igualmente sobre mim. Por mais confortável que fosse, ainda sentia todas as minhas articulações rígidas, imploravam para serem esticadas. Mas, antes disso, decidi abrir meus olhos, que foram imediatamente ofuscados com a luz do dia. Aquele ardor e a pontada de dor que sentia em meus olhos, por mais incômodo que causasse, me trazia um certo alívio, eu quase senti que estava segura, que tudo aquilo tinha sido apenas um pesadelo, ou ao menos, que o pior havia passado, bom...era o que eu achava naquele pequeno instante.

 

Meus olhos foram lentamente se adaptando ao ambiente, mas tudo ainda se encontra um pouco embaçado, então levei minha mão até o nariz para ajustar meus ocúl...obviamente, não estariam mais ali depois de tudo aquilo, e realmente não estavam, teria que lidar com mais isso também, mas com certeza era o menor dos meus problemas.

Tentei levantar minha cabeça e bati em algo, que se mexeu e soltou um leve gemido. Me afastei procurando não acerta-lo novamente, então finalmente pude vê-lo. O que se escorava em mim era um jovem pouco corpulento, provavelmente devia praticar algum esporte ou algo assim, não aparentava ter mais que dois ou três anos a mais que eu, seu cabelo castanho e liso se despenteava com o vento insistente.

Por algum motivo, talvez minha cara de anta assustada, olhando para mim, sorriu como se achasse algo engraçado, com sua cabeça inclinada para a direita e o braço esquerdo erguido como se estivesse se espreguiçando de uma longa e boa soneca. Devo admitir, o sorriso dele era muito bonito.

— Okay - ele disse ainda sorrindo, me parecia um pouco nervoso - essa doeu um pouquinho…

— E...eu sinto muito, me desculpa, de verdade eu não…

— Ei, ta tudo bem, não se preocupe, não me machucou - ele sorria e dava umas risadas como se estivesse tentando aliviar a tensão. Eu realmente não sei como ele conseguia.- Que bom que finalmente acordou, você está bem? Eu sei que é uma pergunta idiota - ele riu, novamente. - mas...sabe o que quero dizer, na medida do possível no momento...você se machucou? - ele tinha um olhar de que parecia realmente se importar, eu só queria saber o por quê, afinal, nós, literalmente, acabamos de nos conhecer, não é?

— Não, eu estou bem, eu acho - acredito que entendi o sorriso nervoso dele.- mas e você?

— Estou bem, nã...não se preocupe…

— NÃO! SE FIZERMOS DESSE JEITO NÃO VAMOS DURAR UM MÊS AQUI!! - uma voz feminina o interrompeu.

Olhei ao redor, os dois jovens tripulantes a minha frente que discutiam sobre algo, ao lado deles se achava um velho de barba grisalha e quepe de capitão que estava visivelmente enfurecido.

— MAS SE FIZERMOS DO SEU JEITO VAMOS MORRER DE FOME! - gritou de volta um rapaz magricelo e comprido que parecia do Salsicha do Scooby Doo - QUANTO TEMPO ACHA QUE FICAREMOS AQUI, EM? JÁ DEVEM ESTAR VINDO MILHARES DE HELICÓPTEROS NOS PROCURAR, OK? Não precisa ficar nessa paranoia, Maiara! - ele reduziu o tom da voz, talvez para acalmar os nervos dela...ou nao, soltou um som baixo e debochado. - maluca.- murmurou por fim.

— MALUCA? EU? QUEM ACREDITA QUE SEREMOS RESGATADOS EM MENOS DE UM MÊS É VOCÊ! QUEM VOCÊ ACHA QUE A GENTE É, TOMAS?! A BRITNEY SPEARS? NINGUÉM TÁ PROCURANDO A GENTE, SEU RETARDADO, SEQUER SABEM QUE DESAPARECEMOS, E SE JÁ TIVEREM NOTADO, JÁ NOS DERAM COMO MORTOS! E OUTRA JÁ VIU O TAMANHO DA DROGA DESSE MAR?! MESMO QUE ESTEJAM NOS PROCURANDO, OU QUE COMECEM AGORA DEMORARIA MESES PARA NOS ENCONTRAREM! SE É QUE CONSEGUIRIAM! TEMOS QUE NOS PREPARAR PARA O PIOR SEU IDIOTA ESTÚPIDO! - a garota retribuiu.

— MAS NÓS ESTAMOS COM O CAPITÃO! É IMPOSSÍVEL NÃO TEREM NOTADO AINDA QUE ELE SUMIU.- ele gesticulva como se isso acrescentasse em seu argumento. 

— ACHA MESMO QUE ALGUÉM LIGA PRA ESSE VELHO ALCOLATRA ARROGANTE?- ela para e respira fundo, como se recobrasse a consciência, talvez tenha conseguido finalmente acalmar seus nervos agora, depois de toda aquela gritaria, por sorte ou azar, não existia ninguém para ouvir alem de mim, William, Tomas e o capitão. - Devem estar soltando fogos - ela continuou, porém agora, falava com um tom cómico e desdenhoso. - e comemorando com tudo que tiver direito a simples ideia desse porco ter desaparecido ou mesmo morrido, acho que na ultima ideia a comemoração seria maior ainda.

Tomas a olhou em choque como se ela tivesse acabado de dizer uma heresia sem tamanho. Ele claramente tinha muito medo do capitão. Ela sorriu com desanimo, mas no fundo era visível que sentia ter tirado um peso das costas.

— Escuta, o que importa agora? Esse emprego idiota? Se morrermos aqui ele é irrelevante, e caso consigamos sobreviver...que se dane ele, considere isso meu pedido de demissão, depois disso aqui eu duvido que veria o mar da mesma forma, se sobrevivermos, eu nunca mais entro num barco ou navio ou qualquer coisa do genero e também ficarei bem longe do mar, da terra firme eu não saio e dela ninguém me tira.

O silencio voltou a reinar.

Eles enfim calaram a boca, agora ouvia-se apenas a pouca movimentação das aguas se chocarem contra o bote. 

— Relaxa, eles são sempre assim, uma hora você acostuma. - disse William.

Apenas tentei sorrir e afirmei com a cabeça. 

Agora, olhando ao meu redor, havia água, água, água e mais água para todos os lados, todas as direções, uma grande e imensa quantidade de muita, muita, água. O lado bom é que, não tive pesadelos a noite, o lado ruim, não foi pesadelo o que tive durante a noite.

Os suprimentos estavam jogados no meio do bote, parecia que quem ousasse tocar daria inicio a uma grande e intensa confusão. Mas acredito que isso não era problema para William, ou ele era imune a maldição, após se vestir rapidamente(provavelmente no meio da pequena discussão, aproveitando que ninguém prestava atenção nele e sim nos adolescentes estressados), ele começou a organizar-los, e ninguém se propôs a contraria-lo. Quando acabou, ele parecia fazer o mesmo que eu havia feito, analisar o ambiente ao nosso redor e imaginar o que teríamos de enfrentar agora, ele encarava o céu como um rival terrível e cruel. O capitão o observava, já tinha um tempo que eu havia reparado que ele olhava para cada um de nós como se nos estudasse fria e calculadamente. Uma de suas mãos estava enfiada dentro do casaco, como se acariciasse sua bebida, imaginei que estivesse ponderando quanto tempo mais sua bebida duraria, mas para ser sincera ele parecia estar mesmo era tramando um crime.

 

1 Arquejei - Flexão do verbo "arquejar";

a) Que respirou com dificuldade ou de maneira espasmódica, levantando e abaixando agitadamente o peito; ofeguei.

b) [Fig.] Estive em estado de agonia.

"o moribundo arquejava".

Fonte: Dicionário informal.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por n terem desistido de mim, espero q tenham gostado, comentem o q estao achando, se puderem :v
Eee ate a proximaaa ♥ ♥ ♥ beijinhos de luz, feliz natal e feliz anoo novooo, desejo tudo de bom pra vcs :3, brilhem e se animem everyday, abracinhos de quem tem 1,54 pra vcs, ate maix S2



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