Os ponteiros do relógio moviam lentamente, irritado batia a ponta da caneta na mesa, entardecia e nada daquela garota chegar. Stan conversava com ele tomando café mas este apenas pensava em como iria achar a tal mulher.

 Decidiu ir ao quarto dela, revirou todas as coisas, então avistou o telepata ainda desfrutando dos últimos pedaços de doce. Talvez ser pequeno não era desvantagem podia ficar dias comendo um cupcake.

Balança o vidro atraindo a atenção do outro que lançou um olhar fulminante.

— Ei anão de jardim te dou outra calcinha se me falar onde é o shopping.

— O que foi a Mabel te deixou? Sempre soube disso o dia dela finalmente parar de te seguir e declarar seu amor por mim.

— Não viaja. Fala logo!

— Humm...... quero um sutiã desta vez ou..... ah já sei aquela camisola preta que ela experimentou ontem.

— Qual? Espera você estava a espionando? 

— Eu? Imagine.....

— Depravado.

— Olha você não é nenhum santo para me julgar!

— Bom...... realmente não tenho a mente tão pura assim. Vai me dizer ou não?

— Antes a roupa.

Bill revirou os olhos e foi até a gaveta, mexeu nas peças que exalavam um perfume doce. Após achar deu para o pequeno homem no qual recebeu com um sorriso grande malicioso.

— Porque você não perguntou ao Sr. Pines?

— Ele estranharia sobre eu fazer perguntas para onde sua sobrinha neta foi.

— Ora falasse indiretamente então.

— Tampinha você tem muitas respostas que me deve ainda. Como sabia de mim?

— Ah...... 

As chamas dançaram entre os dedos do loiro fazendo o outro engolir em seco, agora não tinha mais a garota para controlar aquele temperamento explosivo.

— É..... - murmura vendo Bill colocar o fogo debaixo do recipiente - Tá legal eu tenho outro diário.

— Igual ao do velho?

— S-sim.

Ele abriu um sorriso sinistro, a iris do olho não escondido brilharam na cor de amarelo ouro. 

— Mudanças de plano baixinho, você vai me levar ao seu livro. Considere essa camisola como pagamento para me responder tudo que eu quiser.

                             ..........

Mabel tomava tranquilamente seu milkshake apenas pensava no loiro soltando fogo pelos olhos. Após refletir muito respirou fundo afinal não deveria ficar assim por causa de um homem se ele quisesse a companhia da jovem que esperasse. O olhar triste dele enquanto falava do pai ainda permanecia gravado na memória dela.

Sentiu uma cutucada no braço, Candy chamava ela para tirar uma foto. Posteriormente andaram observando algumas lojas, entraram numa de roupas ela foi ver os suéteres como sempre. Analisava um roxo e outro rosado quando sentiu algo estranho. 

Pacífica mostrava uma blusa para amiga, a loira tinha bom gosto e sabia escolher peças de qualidade. Sua família era rica e influente porém depois de uma crise acabou perdendo tudo.

— Ei - disse alguém atrás dela.

— Oi?

— Você gosta mais de qual jaqueta? - perguntou Northwesth. 

— Mabel sou eu - expressou a voz.

— Quem?

O homem de terno azul apareceu sorrindo desta vez estava sozinho.

— Gostei dessa o que acha? - indagava a outra se olhando no espelho.

— Sabe onde está meu irmão?

— Ele ficou na cabana.

— Não o vi lá.

— Ah..... Mas deveria estar lá.

— Oh essa blusa parece bonita.

— Certeza? - queria saber Will.

— Sim.

— Você também acha eu iria levar essa outra - falou Pacífica achando que era com ela.

— O que? 

— Está prestando atenção em mim?

— Ah..... é muito bonita você sabe que sempre compra coisas estilosas.

Elas vão até o caixa para pagar, a garota sorria e conversava tentando esquecer que havia o demônio sumiu além do outro esperando na cabana.

                        ......... 

Bill parou na frente da casa e ficou encarando o movimento, com uma mochila na costa e Gideon preso num pote de vidro pequeno encaminhou-se até a porta. Depois de duas batidas um homem atende, tinha feito aparecer pacotes de lanches nas mãos e disse ser o entregador.

O outro franziu suas sobrancelhas, obviamente não tinha pedido nada mas deu de ombros talvez tivesse esquecido.

— Vou pegar seu pagamento.

— Ah não precisa, deveria ir dormir.

— O qu....

Sr. Gleeful é interrompido quando o loiro toca na sua testa e este desmaia. Entra na casa indo direto ao quarto do telepata que indicou onde escondia o diário.

Ele pegou virando as páginas estava interessado em como Stanford descreveu tudo. Ficou andando de um lado para outro lendo aquelas linhas então parou onde o Pines escreveu sobre a dimensão diferente que visitou. Apenas citava sobre seres que conheceu e possíveis fraquezas deles. Prosseguindo na leitura achou finalmente a parte que mencionava sua existência, tinha palavras destacando bastante uma maldade, poderes e temperamento do loiro.

— Foi assim que soube de mim? 

— S-sim.

— E onde está escrito sobre essa tal feira

— Nas últimas folhas.

Deu uma rápida olhada ali dizia exatamente para onde ir.

                        .........

Ela chegou cansada depois do shopping ainda foram comer algo. Coloca as sacolas na cama, Will dava uma maçã para o porco comer. Apesar de querer sorrir seus olhos eram vermelhos e marejados de lágrimas, como se estivesse chorando o dia inteiro. 

Ela não perguntou nada, aquela sua versão de Reverse Falls parecia ser alguém arrogante, que não gostasse de desobediência. 

— Porque Bill iria sozinho até a floresta?

— Conseguiu sentir a presença mágica dele?

— Sim, e não está muito longe daqui.

— Te explico no caminho.... ah quer dizer poderia me levar também.

— Claro. Posso te pegar no colo?

— Ah sim!

Voam sob as árvores olhando lá debaixo Mabel queria poder compreender a relação dos dois irmãos Cipher. Mas o azulado não queria muita conversa, talvez passar tempo demais com aquela dominadora deixava ele sem palavras. Fora isso refletia em qual seria o motivo para Bill não querer vê-lo, afinal alguém tão gentil poderia fazer algum mal? 

— Se caso bloqueasse a presença de vocês ainda poderiam ser achados?

— Bom, creio que dificultaria.

— Mas podem localizar humanos.

— Sim, porém apenas indivíduos das redondezas.

— Uma tal de bruxa talvez conseguiria fazer seu irmão humano assim seu pai não o encontraria.

— Interessante. No entanto vai ser preciso mais que isso.

— Como assim?

— Ele é forte sabe? Conhece nós profundamente já deve estar esperando que meu irmão tenha feito algo desde tipo. Será necessário dar uma aura mortal a Bill.

—  Como?

— Existem muitas possibilidades, uma delas seria ele se alimentar de uma alma humana.

Ficou surpresa pela resposta ainda mais porque sentia que alguém sairia perdendo nisso.

— Como sabe tanto?

— Minha mestra tem poderes psíquicos é conhecedora das artes ocultas. Li diversos livros dela, gosto de assuntos assim.

Will voa em direção ao chão onde estava o loiro na qual os olhou com um cara fechada. 

— O que fazem aqui?

— Viemos te ajudar ora. 

— Não preciso de ninguém.

— Como iria chegar la?

— Através do tampinha - respondeu mostrando Gideon preso.

Andaram entre as árvores, o sol se escondia no horizonte. Mabel sentia os pés doerem já fazia um bom tempo de caminhada. Will estava atrás do irmão e este dava passos longos assim o azulado tinha que correr um pouco para alcançar.

Ficou intrigada pelo motivo de ter roupas íntimas suas com o telepata, iria esclarecer aquilo depois. Passam por um pequeno córrego, equilibraram em cima do tronco, ela escorrega quase caindo mas Bill a levita antes da queda.

Após um tempo encontram a residência de madeira. O loiro apressado bate na porta mas ninguém abre. Entram assim mesmo, ali era frio e escuro, vários objetos como livros estavam espalhados pela casa inteira.

— Madame Louise?

Percorrem um corredor espelhado, a garota reparava nas formas esquisitas que assumia no vidro.

— Acho melhor nós sep....... 

Ele é interrompido quando uma parte do chão se abre e este cai no buraco desconhecido.

— Bill!

— Calma irmão estou indo.

— Espere Will! Veja! - gritou ela apontando para três seres os cercando.

                        ........

O demônio cai em um tapete peludo, se encontrava numa sala onde a senhora descansava na cadeira olhando uma lareira.

— Quem é você?

— Sou Bill, tem mesmo poderes mágicos?

— Nunca senti presença tão impressionante como a sua.

— É porque não sou humano.

— Magnífico.

— Pode me ajudar?

— Claro! 

— Necessito que bloqueie minha magia para ficar com uma pessoa comum.

— E porque alguém como você quer isso?

— Grandes problemas.

— Muito bem irei te auxiliar. Kristy querida temos visitas.

Uma mulher ruiva entra, era muito bonita com seus olhos azuis e corpo sinuoso num vestido preto apertado.

— Esse senhor precisa de uma alma.

— Ah vai ser desde homenzinho?

— O que? Gideon não.

— Como vem aqui sem os ingredientes?

— Vocês que são as bruxas. Aliás aceitaram muito facilmente.

— Alguém com a aura tão impressionante poderia me dar muitas coisas.

— Felizmente para você sou o demônio dos acordos - comentou sorrindo.

                       ..........

Três monstros de pedra surgem e investem contra os dois, Mabel corre mas é pega pela cintura. Will vai ajudá-la porém por se distrai e nem vê a imensa mão o atingir jogando seu corpo para longe. Ela solta gritos tentando escapar, ele levanta e solta uma bola de energia quebrando a criatura em vários pedaços.

Ela cai no chão vendo o demônio azulado desviar dos ataques, então com um rápido movimento Will corta ao meio aquele monstro.

Pensavam terem se livrado quando as pedras flutuam juntando-se e formando um ser enorme. Impressionados correm, através da mão rochosa era expelido um líquido flamejante que derretia tudo. Mabel já sentia sua respiração falhar por conta do mal cheiro, o homem chorava no canto vendo tudo ficar quente a sua volta.

Cansada pensava freneticamente analisando para saírem dali. Achou uma entrada provavelmente do sótão, chama a atenção dele dizendo para levitá-los até o local. A criatura da socos tentando acertá-los, ele abre e entram no lugar escuro. Ficam ali parados com medo, enormes pontas afiadas de pedra surgiam para espetá-los. Desviam mas dezenas apareciam até os encurralarem então o  líquido extravasou, logo estariam queimados.

— O que vamos fazer? - questionou ele. 

— Ah bem....... podemos..... a janela vamos sair da casa você flutua para fora.

O demônio obedece e ela se vê novamente nas alturas, repentinamente sua marca de nascença no pescoço dói intensamente. Numa sala via silhuetas pela janela de três pessoas, pede para Will levá-la até lá.

Bill estava com mais duas mulheres, as chamas azuis incendiavam a mão do loiro.

— Vão firmar um acordo?

— Meu irmão é especialista nisso.

Se agacham no chão apenas ouvindo o diálogo deles.

— O que vai querer?

— Uma bruxa deseja muitas coisas mas você é o demônio dos sonhos pode realizar infinitos feitos. Assim que estabelecer seus poderes quero minha taxa de poder e para minha assistente também, simples.

— Se quer isso então vou te dar.

Eles apertam as mãos sorrindo.

— Tem outra saída mais eficaz ao invés de pegar apenas a alma de alguém.

— Qual?

— Compartilhar a alma.

— Explique melhor.

— Veja bem, todas pessoas tem uma essência que faz nós identificar os indivíduos na magia de localização. Quando você divide está meio que ''emprestando'' a individualidade. Se seu pai querer te achar não vai conseguir pois estará no mesmo ponto que a pessoa com quem  partilha.

— Incrível.

— Mas tudo tem um preço, deve escolher bem porque suas vidas vão estar ligadas, se caso morrer a outra também falece.

— Já sei quem vai ser.

Mabel escuta tudo intrigada, se levanta batendo na janela fazendo todos na sala olharem para ela.

— Bill Cipher a partir de agora você compartilhará a alma comigo.