Capitulo 6. Georg confessa.

- Que bicho te mordeu Ed? Nenhuma gracinha, nem piada comigo. O que foi? – eu perguntei ansiosa pelo silêncio. Agora realmente a coisa ficou feia.

P.O.V. Ed

O ensaio é daqui uns minutos e essas loucas em uma festa. É sempre assim, elas aprontam e depois a Lari cai matando em cima de mim e do Ian, o que significa que sobra tudo pra mim já que entra por um ouvido sai por outro no Ian. Como se a culpa da Lanna aprontar fosse minha. Eu já cuido da Meg. Buscar, levar, olhar e tudo o que ela precisa, agora vou ter que ser babá da Lanna? Essa palhaçada vai acabar hoje, antes que isso acabe comigo.

Elas entraram e eu comecei a dirigir, mas mais sério do que de costume.

- Que bicho te mordeu Ed? Nenhuma gracinha, nem piada comigo. O que foi? – Meg perguntou quebrando o silencio. Não vou negar que tive vontade de fazer umas gracinhas com a roupa delas, mas o assunto hoje é serio. Não respondi e ela virou de lado bufando.

Chegamos em frente ao ginásio e descemos. Nós entramos e antes que elas se afastassem eu segurei as belezinhas pelo braço.

- Vocês duas vão pedir desculpas para aqueles dois. Agora. – eu disse e a Lanna fez bico.

- Que coisa mais chata, mas tudo bem, eu sei que dei mancada! Eu peço na boa. – ela se virou e gritou: - Billlllllll, Tommm. – os dois olharam pra louca espantados, não sei se é por causa do grito ou da roupa bizarra. – Desculpa!! De verdade!! – eles assentiram meio chocados e ela se virou pra mim de novo. – Ta bom assim?

- Poderia ser mais delicada, mas fazer o que né? Já foi! Agora você Margareth. – eu disse e vi ela cerrar os olhos.

- Ta brincando né Edmund?

- Nem um pouco. – eu disse sério.

- Não vou pedir desculpas não!

- Vai sim, para de ser orgulhosa e pede desculpas logo, eu só quero um pouco de paz na minha cabeça! - eu disse um pouco mais grosso com ela.

- Eu não vou pedir desculpas Edmund, já disse! – ela começou a gritar, e que já estava um pouco alterado por causa de ontem, que novamente sobrou pra mim, perdi o toda de paciência que tinha com ela.

- Vai sim, eu não agüento mais cuidar de você e da banda sozinho Margareth, eu te levo e busco pros ensaios, te tiro de encrencas, te apoio quando sua mãe pira, te livro da imprensa e você não tem o mínimo de consideração por mim e o resto da banda? Essa turnê é a chance de todos do Von Vier Mädchen, por isso não se faça de orgulhosa e acabe com essa birra!  – disse totalmente alterado. Ela tinha um bico enorme, como uma boa orgulhosa que era, mas logo quando pensou em tudo que disse se virou pro Tom caminhando até ele.

- Desculpa Tom, acho que já estava passando dos limites. Eu sinto muito pelas agressões. – ela disse de cabeça baixa.

- Hum, tá desculpada Meg, vamos esquecer o que passou e nos concentrar nas bandas.

De verdade, depois do que ela fez com ele no ensaio passado eu iria pensar muito se a desculpava! Mas ele tinha razão, temos que nos concentrar nas bandas daqui pra frente, já que o primeiro show esta perto.

Fui pra perto deles, o Ian estava jogado nas cadeiras com cara de tédio, claro, passou a noite inteira fora, voltou só umas onze horas de hoje porque eu tinha ligado pra lembrá-lo do ensaio, aposto que estava com a loira de ontem. Bill e Georg conversavam em um canto enquanto Meg estava sentada quieta ao lado do Gustav que conversava animadamente com a Lanna, coisa estranha, ele é sempre tão quieto! O Tom estava verificando sua guitarra. Fui me sentar ao lado do Ian.

- Dando um ataque hoje Ed?

- Nem enche Ian, se ela não se tocasse você acha mesmo que iríamos sair em turnê juntos nesse estado?

- É, acho que não! E se não saíssemos em turnê, juro que ia até aquela megera que ela chama de Mãe e pediria todo o dinheiro que eu perderia por causa da filinha orgulhosa dela! Sem falar na quantidade de mulheres que eu iria conhecer!

- Meu Deus, mas acaba de chegar de uma noitada com a loira e já esta pensando em mulher!

- Uma só loira não me satisfaz! – eu ri dele que continuou – E ai Meg? Fugiu de um happy hour? – eu acho que ele não sabia o quão certo ele estava. A Meg ficou branca.

- Háhahaha Ian. – a risada dela era nervosa, mas acho que ninguém reparou. – Eu só estou... hum... Experimentando umas coisas novas. E a Lanna também.

- É, mas a Lanna tem um jeito todo dela que nem um vestido desses tirou. As botas ficaram perfeitas Lanna. – ele sorriu pra ela que mandou um beijo. A Meg só revirou os olhos enquanto os outros nos observavam.

P.O.V. Tom

Eu devia ter demorado mais pra desculpar, mas essa história toda já estava me enchendo o saco. Hoje é uma sexta-feira e ninguém merece passar o final de semana com risco de recebe outra festa surpresa em casa. Se bem que fora o sermão do Jost, não foi tão ruim assim pra mim. Será que eu peguei o telefone da Alishia? Não, era outra coisa... Será que era Ashley? Ah, deixa pra lá. É só usar apelidos, meu bem, amor, gatinha e ta tudo certo.

O Ed depois do sermão sentou com o Ian. Parece que ele teve uma noite bem melhor que a minha. Humpf. O Gustav estava com a Lanna conversando num canto super feliz. E o Bill estava conversando com o Georg, o que significa que eu estava sozinho na minha paz.

- Bela guitarra. – quase pulei de susto. Caralho meu, nem vi a Meg chegar do meu lado, que susto.

- É eu sei. – é impressão minha ou ela está tentando puxar papo comigo?

- Hmm... Como passou? – eu arqueei a sobrancelha e a encarei. Que tipo de pergunta é como passou? Eu é que devia perguntar que tipo de roupa é essa?

- Bem.

- Humm. – ela deu uma olhadinha pros lados e então me encarou de novo. – Eu fui muito sincera quando pedi desculpas, mas se você magoar qualquer um de nós eu não vou hesitar em te bater. – ela disse muito séria. Sabe que até que ela fica bonitinha com raiva, desde que seus punhos estejam abaixados, é claro.

- Você é muito violenta garota! Eu não vou falar mais do que a verdade, pode deixar! – eu disse e ela sorriu um sorriso enorme.

- Ótimo, é assim que tem que ser. – ela disse autoritária.

- Às vezes você é tão mandona!

- Coisa de irmã mais velha.

- Eu sou mais velho e não sou assim. – eu disse.

- Já reparei que quem manda na banda é o Bill. - odeio quando me lembram que o Bill é quem manda...

- Você tem irmãos? – eu perguntei verdadeiramente interessado.

- Um irmão na verdade. Alex. Ele é demais, o mais perfeito.

- É coisa de irmão mais novo. O Bill também é. – Epa. Desde quando eu fico elogiando meu irmão por ai assim? Falei demais.

- Own, que bonitinho Tom você falar assim do Bill! – sério agora eu quase pude vê-la vindo apertar minhas bochechas, só que com a força dela, com certeza ia ficar um hematoma. Limpei a minha garganta pra me livrar do constrangimento.

- Então, você gosta de guitarras? – eu perguntei, pra mudar o rumo da conversa.

- Gosto. Na verdade eu me apaixonei pela bateria assim que a vi. Eu odiava ter as aulas de piano e violino, ai quando eu conheci a Lice ela me ensinou a tocar guitarra, e um amigo me deu as aulas de bateria. Eu matava todas as de violino pra ir encontrar com ele. – desde quando pobre tem aula de piano ou de violino? Ela estava meio branca e com os olhos abertos demais.

- Você fez aulas de piano e violino?

- Hã... é... hum... Instituição de caridade? – por causa do tom que ela usou ficou mais parecendo uma pergunta do que uma resposta.

- A que legal, qual o nome da Instituição? – quem sabe nós não nos engajávamos em mais uma causa social?

- É... o nome?... – ela deu uma olhada meio nervosa pelos lados, mas todo mundo estava conversando, ela olhou de novo pra mim e sorriu, ou pelo menos tentou. – Chama..va Futuro Clássico para Jovens de Baixa Renda e dos Desesperados.

- Nossa, nunca ouvi falar. – eu disse.

- É meio que privada.

- Uma Instituição de Caridade privada? – isso esta ficando muito estranho.

- Pois é. Se você emprestar sua guitarra um dia eu mostro o que a Lice me ensinou.

- Desculpa, mas é que minhas guitarras, meus bonés e meus tênis, eu não empresto pra ninguém, mas aposto que o Ed te empresta a dele, não? – Ah, qual é? São meus pertences mais preciosos, vai que eu falo alguma coisa que deixa ela nervosa, não posso perder nada da minha coleção.

- Ta bom, eu te mostro um dia. – ela disse e saiu sorrindo. Não foram lá aquelas coisas, mas conseguimos conversar sem brigar, mesmo que ela não seja sempre coerente.

Ensaiamos, ensaiamos e ensaiamos. Essa foi nossa sexta-feira. Mas pra minha alegria o Andréas avisou que tinha uma festa pra rolar no sábado, ou seja, amanhã o que seria ótimo.

Sábado chegou e tínhamos mais um dia de ensaios. E pra variar o Bill foi o último a ficar pronto. Chegamos ao ginásio e eles estavam atrasados. É impressão minha ou isso já está virando rotina?

Depois de uns vinte minutos eles chegaram, as meninas vieram na frente e eu me espantei quando a Lanna foi direto falar com o Gustav, caramba aquele papo de ontem rendeu hein! Já se parecem amigos de infância! Meg foi junto mais não estava tão animadinha como a Lanna não, Ed e Ian se sentaram e ficaram conversando como sempre. Olhei em volta procurando o Georg, o vi em um canto do lado da mesa de comida sozinho mexendo no celular, como anda fazendo a semana inteira. Aquilo já estava me intrigando, afinal ele nunca dizia o que era. Fui até ele.

- Georg, o que você tanto vê nesse celular que não largou desde que chegamos? – ele nem se deu ao trabalho de se virar pra mim, só resmungou algumas coisas desconexas e continuou o estava fazendo. – Eeei, não vai me responder direito não é? – ele não respondeu novamente. Tudo bem ele que pediu, não vai por bem então vai por mal.

Tomei o celular da mão dele e comecei a ler umas mensagens bem reveladoras pra dizer o mínimo! To pasmo! Georg está de garota nova!

- Quem é Claire? Que porra é essa Georg? – corri pra longe dele que tentava a todo custo pegar o celular de volta, continuei lendo só que dessa vez em voz alta.

- “Saudades liebe :/ quando vai vim me ver de novo, Xau Xau? Beeijos gatinho!” – quando terminei de ler em voz alta nem tinha reparado que estavam todos em silêncio me olhando, mas passei pra próxima, não sem antes me certificar de que não tinha uma arma na minha cabeça, porque a cara o Georg não era nada boa! – “Acabei de sair do balé, estou morta de cansaço, vou tomar banho e te encontro em meia hora. Beeijos liebe!” Vamos pra próxima: “Ge, foi linda a nossa noite juntos, eu amei cada momento, mas da próxima vez quem faz o café da manha sou eu...” – quando eu ia ler o resto Georg pegou o celular da minha mão e parecia um demônio me encarando, todos estavam com cara de bobos e logo a Lanna explodiu em uma gargalhada, quebrando o clima tenso.

- “Meu gatinho!” – Lanna zoava do Georg – “Xau Xau”, “mas da próxima vez quem faz o café da manha sou eu...!” – ela ria feito louca, estava até vermelha já.

- Pode parar a palhaçada? – a Meg falou alto e claro e fez todos pararem de rir e dar uma olhada pra ela, até o Gustav tava rindo. – E daí que o Georg ta namorando. Deixa ele gente!

- Eu deixo, mas... “Xau Xau”.. uahsuahsuhsa – a Lanna não conseguia parar de rir de jeito nenhum.

- Vai parar ou prefere que eu te lembre de que o Ian te chamava? – ela parou de rir na hora, ficando vermelha e dessa vez de vergonha, Georg a olhou agradecido.

- Sua estraga prazer! – a Lanna disse.

- Quem é Claire? – o Gustav perguntou.

- Não é da conta de vocês! – Georg disse irritadinho. Ui.

- Ah, larga a mão “Xau Xau”, todo mundo vai te zoar mais se não contar! – Eu disse.

Ele ficou emburrado uns minutos e quando estava desistindo ele confessou: - É minha namorada.

- Namorada? Desde quando Georg? E você pretendia esconder ela da gente mais quanto tempo? Eu achei que fossemos amigos! –o Bill disse e fez aquele beiço enorme.

- Calma aí gente. Eu não contei primeiro porque queria ter certeza de que ia dar certo, depois porque ela pediu. A gente estava saindo há um tempo, mas só a pedi em namoro faz três dias. Eu ia apresentar ela semana que vem. Mas o imbecil do Tom tinha que estragar.

- E eu tenho culpa se você não me respondeu? Mas Georg, você não estava com uma ruiva na festa? Não vai me dizer que já está com outra? – eu perguntei e ele revirou os olhos.

- Ela é a Mary, uma amiga em comum que eu nem sabia que ia estar na festa, mas ela foi convidada por um tal de Tommy? Alguma coisa assim. – ele explicou e olhou para todo mundo. – Mas alguém quer reclamar sobre a minha vida particular?

- Se você puder passar o número da ruiva eu aceito! – o Ian disse e todos deram risada.

Depois disso o clima ficou super leve. Dentro do que podia ser, é claro. Ensaiamos e depois de algumas horas saímos todos do ginásio. Hoje pela primeira vez tínhamos vindo em dois carros. O Bill no Q7 dele e eu no meu R8. Vi os olhos da Meg brilharem ao ver meu bebe. Aposto que ela nunca andou em um desses. Acho até que vale a pena dar uma carona. Todo mundo merece saber do que meu bebe é capaz.

- Gostou? – eu perguntei e ela me olhou.

- Claro, ele é lindo. É o meu carro favorito. O motor FSI de 4,2 litros está alojado logo atrás da cabeça do motorista, numa espécie de ninho de fibra de carbono, e conforme as rotações sobem, eu quase consigo sentir seus 420 CV e o potencial para atingir 300 km/h. Dirigir esse carro é maravilhoso, tudo de bom. – ela disse e acho que eu estava de boca aberta. Desde quando ela sabe tanto de carro e como assim dirigir esse carro é maravilhoso?

- Como assim dirigir esse carro é maravilhoso? Você já dirigiu? – eu perguntei meio bobo.

- Eu? Não... quer dizer... é... que... – ela deu uma olhada em volta e todo mundo do Tokio Hotel pelo menos estava olhando pra ela do mesmo jeito que eu imaginei que eu estava. - ... Uma doadora da Instituição tinha um e me deixou dar uma volta. – ela sorriu sem graça e foi pro lado do Ed. Sério, ela era a pobre com mais luxo que eu conheço, pois fez aula de piano, violino, dirigiu um R8 e sem contar nas roupas que ela usa de vez enquanto, se ela não tivesse dito que eram imitações eu até diria que eram de grife, e das caras!

- Ah. Se quiser dar uma volta um dia desses. – Epa, para tudo. Eu convidei a Meg, repito a Meg, pra dar uma volta? Se mata Tom.

- Isso foi um convite? - ela perguntou me encarando com a sobrancelha arqueada.

- Um favor! – ela fechou a cara. E foi embora com o Ed. Eu dei de ombros.

O Georg tinha vindo comigo e o Gustav com o Bill. Entramos no carro depois de nos despedirmos e fomos pra casa. Nem esperei, já subi pro quarto tomei uma ducha e me arrumei pra festa. Hoje eu vou me esbaldar já que não tem ensaio amanhã mesmo. Fiquei pronto e desci pra sala esperando os outros, ou seja, o Bill. Ele demorou um pouco, mas eu estava muito feliz por ir a uma festa que nem reclamei.

A festa foi simplesmente demais. Fazia tempo que eu não bebia e me divertia tanto. Todos os outros também aproveitaram, queríamos esquecer essa semana de cão que tivemos, então todos bebemos até não agüentar mais. Amanhã a ressaca vai ser das boas. Quando estava perto das cinco da manhã resolvemos ir embora. O Andréas nos levou embora, já que estávamos muito bêbados. Só deu pra dar uns amassos na festa, mas na próxima...

Chegamos em casa tão mal que me joguei no sofá e vi todo mundo fazer o mesmo. Apaguei na hora.