O seu léxico escrita por Astraeus


Capítulo 3
Capítulo II




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Pusilânime

pu.si.lâ.ni.me

adjetivo

que ou a pessoa que tem ânimo fraco

tímido

cobarde

Harry planejava tinha que planejar suas próximas aulas, mas ele só conseguia pensar na merda que tinha feito. 

Por que, em sã consciência, havia concordado com se tornar o namorado falso de Malfoy? Não havia nenhum tipo de vantagem para ele, agora que ele parava para pensar; ele conseguiria viver com as pessoas perguntando-o constantemente sobre um possível parceiro, mas será que ele conseguiria viver com as pessoas o perguntando constantemente o porquê do possível parceiro?

Fora pena, com certeza. Harry não gostava exatamente de Draco, mas ele certamente não queria que o garoto se casasse com alguém que ele não poderia amar. Casamentos arranjados às vezes dão certo, mas não se a outra pessoa for tudo menos a sua preferência sexual. 

Ele esfregou o rosto com suas mãos, sem acreditar no que tinha feito com sua vida. Onde aquele mundo ia parar? Harry Potter com Draco Malfoy? Ele não acreditaria se ele próprio não tivesse feito tal merda. 

— Tudo bem, Harry? — Neville perguntou, tirando-o de seus pensamentos. 

Ele assentiu. — Sim, só estou reavaliando as minhas escolhas na vida. 

— Por quê? Há algo errado? —  Perguntou ele. 

— O que você faria se alguém te pedisse, não, te implorasse, para que você fosse seu namorado falso. Assim, hipoteticamente. — Disse Harry, se arrependendo logo em seguida. Bem, Neville com certeza não contaria a ninguém, não é?

— Bem… Depende da pessoa, não? Eu não aceitaria se eu não fosse nem amigo da pessoa. — Disse ele. — Nem se me implorassem. Eu sei que parece que eu não sou capaz de dizer não, mas eu consigo, e eu nunca me meteria numa situação tão complicada quanto essa. Por quê?

— Uh… Nada, nada. 

Neville franziu o cenho, achando tudo aquilo muito estranho, mas acabou desistindo de pressionar Harry, começando a falar de como suas aulas de herbologia estavam indo muito bem, e que ele nunca imaginara que seria tão bom ensinando. 

— Eu também nunca pensei que seria um bom professor. — Disse Harry, sinceramente. 

— Ah, por favor, Harry. — Disse Neville. — Você nos ensinou DCAT quando estávamos no quinto ano, e todos deixaram bem claro que você é um ótimo professor. 

Harry riu, sem graça. — É diferente quando não estamos no meio de uma guerra, sabe? — Ele disse, e os olhos de Neville se suavizaram. 

— Sim, sei como é. 

Os dois continuaram jogando conversa fora, Harry permitindo-se distrair-se de seu mais novo problema que era namorar falsamente com Draco Malfoy. Conversaram sobre alunos, sobre a copa das casas, sobre Hogwarts, sobre seus amigos…

Harry quase se esqueceu de Draco. 

Quase. Teria se acalmado cem por cento se não fosse por aquela maldita coruja entrando na sala dos professores e derrubando uma carta com o selo dos Malfoy. 

Ele suspirou, irritado. O que ele queria, agora?

“Potter, 

Estou lhe enviando um itinerário, um planejamento para que possamos seguir durante o nosso falso namoro. Incluí encontros e dias relacionados a trabalho, ou seja, dias em que discutiremos a história de nossa relação, para que não haja nenhum furo. Precisamos dessa história toda decorada, testa-rachada. 

Eu não vou me demorar nessa carta, mas eu peço que leia o itinerário com muita atenção, pois sou um homem ocupado e não tolero atrasos ou esquecimentos. Caso você falte a algum destes encontros, farei questão de aparecer no seu trabalho e não me responsabilizarei pelos meus atos, pois eles serão somente um efeito colateral de sua falta de compromisso. 

Eu sei que você não gosta da ideia, mas por favor, não seja pusilânime quando eu te apresentar para os meus pais. Sim, você vai ter que passar pela a apresentação para os pais, e eu para os Weasley. Eu já aceitei, espero que você também aceite. 

Malfoy.”

Assim como a carta dizia, havia um itinerário dentro do envelope. Um itinerário de duas folhas, frente e verso. Harry sentia uma dor de cabeça se formando. 

— Algum problema? — Neville perguntou. 

— Muitos. — Ele suspirou. — Eu tenho que resolver algumas coisas, Neville. Eu vou para o meu quarto. Boa noite. 

— Boa noite, Harry. — Ele acenou. 

 

Assim como Harry imaginava, o itinerário lhe dera uma dor de cabeça imensa. Adeus, fins de semana. 

Draco tinha simplesmente preenchido todos os fins de semana ou com encontros ou com dias de “trabalho”. Ele já estava se sentindo cansado, antes mesmo de ter que olhar para a cara do loiro. 

“Malfoy,

Você precisa rever esse itinerário. Não há nenhuma chance de eu passar todos os meus finais de semana com você. 

E eu não vou conhecer os seus pais daqui a duas semanas, você está louco? Tecnicamente era para termos começado nosso relacionamento no dia do encontro, não acha que esse itinerário está muito corrido? Você está com pressa ou algo assim? Quieta o facho, cara. 

Potter.”

Harry mandou a carta para o loiro junto com o itinerário, que agora continha riscos e comentários em algumas datas. Ele não se sujeitaria a aguentar mais do que um dia seguido de convivência com ele. 

Não demorou muito para que outra carta chegasse. 

“Testa-Rachada

Vou tomar em consideração as suas reclamações, mas os dois primeiros dias do itinerário, que acontecerão no próximo fim de semana, ainda estão de pé. Teremos nosso segundo encontro e só então discutiremos reajustes no itinerário. 

Mas você vai ter que conhecer os meus pais daqui a duas semanas.

Malfoy.”

Harry percebeu ali, naquele momento, que Draco estava lhe escondendo alguma coisa. E ele faria questão de descobrir o que estava realmente acontecendo. 

Em pensar que uma das condições de Harry era que Draco não poderia mentir para ele. Bem, o loiro não estava realmente mentindo, mas sim omitindo, coisa que não estava explícita no contrato como proibição. Ele sabia muito bem se aproveitar dos buracos em contratos. 

Era só Harry perguntá-lo diretamente, que não haveria como ele fugir. 

Sim, Harry tinha um plano. E executaria esse plano com perfeição no fim de semana. 


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