Após o almoço, Darcy e Elizabeth seguiram para a sua lua-de-mel, Darcy havia planejado uma viagem ao sul da Inglaterra e a região do Lagos, que Lizzy tinha grande vontade de conhecer. Eles passaram o mês todo viajando por cidades e lugarejos em meio a natureza. Por onde passavam era possível ver a felicidade dos recém-casados. A viagem teve duração de três semanas.

— Não posso acreditar que já é dia de voltarmos para Pemberley, disse Lizzy.

— Todos os dias foram tão perfeitos, Lizzy que não tenho vontade de voltar a realidade.

— Oh William, tenho certeza que por mais comum que sejam nossos dias ele será perfeito, simplesmente pelo fato de estarmos juntos.

— Já esta pronta? O carruagem já nos espera.

A viagem da região do Lagos para Pemberley foi tranquila, eles conversaram sobre Georgiana e o fato dela passar maior parte do tempo morando com eles, da mudança de Jane e Bingley para uma casa a menos de 30 milhas Pemberley. Eles chegaram próximo ao jantar e Georgiana, Jane e Bingley os aguardavam na entrada.

— Lizzy, minha irmã, como você esta? Já se passaram tantos dias desde o seu casamento, disse Jane ao ver a irmã descer da carruagem. – Darcy, espero que tenham feito um boa viagem, vocês parecem estar muito bem.

— Minha Lizzy, estamos muito bem, tudo ocorreu da melhor forma possível, não tivemos nenhum problema com carruagem ou hospedagem durante nossa viagem. E tenho que agradecer a você e ao Bingley por terem indicado a região dos Lagos, estou encantada com a beleza daquela região.

— Sim, Jane, estamos bem e nossa viagem foi explendida, explanou Darcy. – Georgiana, estava com saudades.

— O meu irmão, senti muito a sua falta também, passamos tanto tempo juntos antes do seu casamento que eu desacostumei com a nossa distância. Lizzy, fico feliz que tenham voltado e gostaria de agradecer ao convite de passar o verão com vocês. Vamos entrar, o jantar já será servido.

Após o jantar, os cincos foram para o salão de jogos para colocarem os assuntos em dia e ficou acertado entre Jane e Elizabeth que Kitty viria passar o verão com os Bingley. Um temporada longe da influência de sua mãe faria bem para ela, agora que não tinha mais a presença de Lydia, Kitty passou a ter um temperamento mais brando e refinado. Os Bingleys partiram no outro dia após o desjejum.

Darcy apresenta a Lizzy seu quarto e a partir deste momento, o quarto do casal.

— Lizzy, quero que se sinta a vontade para fazer qualquer alteração, em carta já pedi Georgiana que providenciasse uma penteadeira e uma escrivaninha para o seu uso pessoal, podemos mudara a posição dos móveis ou o que você quiser.

— Meu querido, eu já disse que não desejo mudar nada em Pemberley, gosto daqui como é. E já fico satisfeita em ter uma escrivaninha e uma penteadeira, mas agora eu desejo tomar um banho e descansar, a viagem apesar de tranquila foi muito longa e amanhã vou me reunir com Georgiana e a governanta para conversarmos sobre as tarefas e cuidados de Pemberley.

— Fico tão feliz em ver você assumindo o seu papel como a Sra. Darcy, nada me traz mais felicidade Lizzy.

Após o banho, Darcy e Lizzy fizeram amor pela primeira vez em seus aposentos e dormiram. O dia seguinte começou com a despedida dos Bingley e a reunião de afazeres com Georgina e a governanta. À tarde Darcy caminhou com Lizzy por algumas milhas a fim de mostrar parte dos jardins e campos de sua residência.

Darcy mostrava a Lizzy seus pontos preferidos na Infancia, onde sofrera o primeiro acidente a cavalo, os lagos que gostava de pescar com o seu pai e Elizabeth ouvia a tudo atentamente. No estábulo Darcy presenteou a Lizzy com uma dócil égua branca que era para ela fazer seus passeios pelas áreas de Pemberley.

Cada um montou em seu cavalo e foram percorrer mais lugares, apesar do cansaço Lizzy insistia em conhecer mais lugares que remetiam as lembranças de Darcy.

Os dias se passaram e a rotina dos Darcy era suas obrigações pela manhã, almoçavam juntos, resolviam mais negócios na parte da tarde e sempre faziam uma caminhada perto do por-do-sol. A paz que aquele casal transmitia mudou todo o humor da casa. Lizzy se relacionava bem com os funcionários e todos já tinham muita estima por ela.

Em um dos passeios diário do casal Darcy contou para Lizzy que precisaria se afastar de Pemberley por alguns dias, pois negócios em Londres precisavam ser resolvidos.

— Meu amor, venha comigo a Londres, não consigo imaginar como serão meus dias sem a sua companhia.

— William, eu não teria companhia ou amigos em Londres, ficaria entediada nos momentos que você estivesse resolvendo seus assuntos e além do mais, aqui tenho Georgiana e combinei com ela que visitaríamos os Bingley no final de semana.

— Prometo resolver o mais rápido possível e voltar para casa o quanto antes.

No dia seguinte Darcy partiu para Londres e tudo seguiu de forma normal para Lizzy e Georgiana, elas tinham cultivado uma grande amizade. Elizabeth sempre indicava livros para Georgiana e esta em troca fazia com que Elizabeth praticasse ao piano para tocarem em duetos.

Um certo dia em que Darcy ainda permanecia em Londres, Lizzy saiu para fazer sua caminhada ao por-do-sol e se lembrou dos lugares que Darcy havia mencionado sobre a sua infância, a saudade que ela sentia do marida era tanta que achou que ir nesses lugares faria com que a saudade diminuísse. Na noite anterior havia chovido muito, mas nem isso impediu que Lizzy fizesse sua caminhada.

Próximo ao lago onde Darcy pescava com o pai havia uma pequena elevação que tinha uma bela vista dos campos baixo de Pemberley, Lizzy subiu para ter uma visão dos últimos raios do sol iluminando a grama dos compôs, mas o lugar estava um pouco instável devido a lama e ela escorregou batendo com a cabeça em uma pedra.

Quando Elizabeth recobrou a consciência estava caída cheia de lama e sentia forte pontadas na cabeça, estava muito escuro e ela não conseguia ver nada. Ela tentava se levantar, mas o peso do vestido enlameado e a forte dor na sua cabeça impediam que ela se levantasse.  Ela começou a sentir fome e frio e temia que ninguém a encontrasse e que ela tivesse que passar a noite ali, sozinha. Sabia que se Darcy tivesse em casa, ele a procuraria nos lugares onde caminhavam, mas como Georgiana e os funcionários de Darcy saberiam onde a encontrar.

— Estou muito preocupada, a Sra. Dacry não retornou para o jantar e ela nunca se atrasa, disse Georgiana para a governanta.

— O jardineiro viu ela saindo para a sua caminhada sentido aos lagos de pesca, quer que eu mande alguém atrás dela?

— Por favor, mande todos os homens que ainda estiverem aqui, ela deve ter se perdido e já está muito escuro.

Após, algumas horas Elizabeth conseguiu ficar de pé, mas não enxergava quase nada, sua cabeça doía muito e ela percebeu que tinha sofrido alguma lesão no tornozelo direito, pois ela não conseguia pisar com ele, estava apoiada em um arbusto próximo de onde havia caído, não tinha forças para gritar e não conseguia andar. Sentou-se e começou a chorar com medo de passar a noite sozinha no campo.

— Srta. Darcy, cinco homens voltaram e disseram não ver a Sra. Darcy na trilha dos lagos de pesca, vieram pegar lamparinas pois, esta muito escuro e eles não conseguem ver nada fora da trilha, disse a governanta.

— O meu Deus, será que algo aconteceu a Lizzy, será que ela se machucou, coloque o maior número de pessoas atrás dela, ela não pode passar a noite lá fora. Mande uma carruagem para a casa dos Bingley e diga a Sra. Bingley que a Sra. Darcy sumiu e eu preciso da ajuda dela.

— Tudo bem Srta. Darcy.

Já havia se passado três horas desde que o cocheiro sairá para buscar Jane, Georgiana estava aflita e começou a escrever uma carta para seu irmão, independente do que tivesse acontecido com Elizabeth ele deveria voltar para Pemberley.

Elizabeth perdia e recobrava a consciência a todo momento, não sabia se havia passado várias horas ou apenas alguns minutos, estava sentido frio, fome e dor, chorava por não consegui sair dali e por saber que seria difícil que a encontrasse naquela mesmo dia.

Algumas horas depois, já se passava da meia-noite o coche chegou com Jane e Bingley, Georgiana sentiu um alivio ao vê-los, pois já não sabia o que fazer.

— Charles, Jane que bom que chegaram, não sei mais o que fazer. Lizzy saiu antes do por-do-sol para caminhar e até agora não voltou, os funcionários já fizeram uma busca pela trilha que ela seguiu e não encontraram nada, agora voltaram para percorrer outras trilhas, soluçava em meio as palavras Georgiana.

— Oh Charler, temos que achar Lizzy, ela deve ter se perdido, precisamos encontrá-la, dizia Jane com uma voz aflita.

            O Sr. Bingley se juntou com alguns homens e foram percorrer outros caminhos a procura de Elizabeth, Georgiana havia mandando um expresso avisar Darcy do ocorrido, mas sabia que ele só receberia pela manhã.

            Os primeiros raios de sol apontavam no céu e Elizabeth já conseguia ver onde estava. Viu que escorregou uns 5 metros e que com o tornozelo inchado e fraca não conseguiria escalar o barranco que havia escorregado. Sabia que havia gente a sua procura, pois não era nem um pouco normal que ela dormisse fora de casa. Quando o sol já havi se estabelecido no céu ela escutou galopes de cavalos, não tinha forcas para gritar, mas mesmo assim tentou, poucos minutos depois ela viu a imagem de três homens acima do barranco.

            Bingley e mais dói homens haviam encontrado Elizabeth, ele estava completamente suja de lama, com seu vestido sujo de sangue devido a pancada na cabeça e o tornozelo machucado, ela não conseguia andar ou falar direito, estava muito fraca.

            - Oh Jane, veja Bingley vem com Elizabeth, ela parecesse estar machucada, por céus Jane o que aconteceu com ela, dizia Georgiana.

            Jane pediu para que Georgiana chamasse um médico e foi logo subindo para o quarto de Elizabeth e Darcy, para arrumar a cama para deitar a sua irmã, quando Charles chegou com ela Jane chorava de felicidade, mas também de preocupação, pois Elizabeth não parecia estar bem.

            - Charles, onde vocês a encontraram? O que aconteceu? Pergunta Jane aos prantos.

            - Ela estava caída em um barranco, parece que escorregou por uns 5 metros e bateu a cabeça em uma pedra, seu tornozelo também esta ferido, ela tentou falar, mas esta muita fraca.

            Lizzy tinha consciência que havia sido resgatada e quando viu Jane chorando tentou acalmar a irmã, mas não tinha forças para falar, sua cabeça latejava, todo seu corpo estava dolorido, mas estava feliz por estar em casa.

            Enquanto Jane trocava e limpava a irmã Georgiana chegou acompanhada do médico. Eles explicaram o que havia acontecido e que demorou várias horas para encontrá-la.

            - O estado da Sra. Darcy é estável, ela tem um pequeno inchaço na cabeça devido a pancada que esta provocando dor e tonturas, ela também teve um contusão no tornozelo que a impedirá de andar por pelo menos uma semana, já mediquei ela e agora ela deve se alimentar com algo leve, esta muito fraca, disse o médico

            Depois de medicada e alimentada, Lizzy conseguiu contar para Jane, Bingley e Georgiana o que havia acontecido.

            - Eu estava fazendo uma caminha pela trilha que eu e Darcy temos custume de andar, o reflexo do sol no campo estava tão bonito que resolvi subir no elevado para ter uma melhor visão, mas tinha muita lama e eu escorreguei e me lembro de acordar a noite sentindo muita dor na cabeça e confusa, disse Elizabeth.

            - Lizzy, não sabe quanto medo eu senti, sabia que algo tinha acontecido, não é normal você se atrasar para o jantar e depois de algumas horas eu resolvi chamar os Bingley por que já não sabia o que fazer, dizia Georgiana.

            - E fez muito bem em ter nos chamado, Georgiana exclamou Charles.

— Minha irmã, que susto você me deu, mas graças a Deus já esta em casa e logo estará recuperada. Jane estava mais calma, mas era possível notar que havia chorado muito. – Vamos descer e deixar Lizzy dormir, ela precisa descansar.