Em Londres, Darcy passava os dias resolvendo diversos assuntos burocráticos, na maioria das vezes acompanhando do seu primo Coronel Fitzwillian. Dois dias antes da data marcada para a viagem de retorno a Pemberley, Darcy sai após o desjejum com seu primo para negociar imóveis na capital, quando retornam para o almoço à funcionária da residência do coronel Fitzwillian salta em direção a Darcy.

— Sr. Darcy, pouco tempo depois que o senhor saiu um expresso com descrição de urgência chegou, mandei um dos copeiros atrás do senhor, mas ele não sabia que rumo haviam tomado.

— Obrigado, respondeu Darcy com um ar preocupado. Fitzwillian subirei para o meu quarto para ler e se necessário responder a carta.

— Claro, meu primo, se precisar de algo estarei em meu escritório, respondeu o coronel.

Alguns minutos depois, Darcy surge no escritório do seu primo com sua bagagem nas mãos e um semblante muito sério.

— Fitzwillian, estou de partida imediatamente, a Sra. Darcy saiu para um passeio na tarde de ontem e não havia voltado até o momento em que esta carta fora escrita. Georgiana me pareceu muito preocupada e com toda razão.

— Darcy, com certeza você deve partir imediatamente, mas se me permite, posso persuadi-lo a esperar dez minutos e eu o acompanho até Pemberley, creio que nada de mal tenha acontecido, mas gostaria de garantir que posso ser de ajuda, caso seja necessário.

— Certo, mas não demore nenhum minuto a mais, vou chamar o cocheiro e estarei esperando na carruagem.

A viagem de Londres para Pemberley foi silenciosa, exceto nos momentos que Darcy achava que a carruagem estava lenta demais e pedia para o cocheiro acelerar ao máximo que era possível. Ao chegar em sua casa Darcy entra desesperado e a primeira pessoa que encontra é Sr. Bingley.

— Charles, o que faz aqui? Onde está Elizabeth? Ela está bem? O que houve, Charles? Disse Darcy de forma apressada e quase gritando.

— Darcy, tente se acalmar, Elizabeth está em seu aposento, descansando, Jane e Georgiana estão com ela agora. Sente-se meu amigo, vou lhe contar o que aconteceu, respondeu Bingley.

— De maneira alguma, quero ver minha esposa, depois você me explica.

Darcy deixa Bingley e o Coronel Fitzwilliam e corre para seu quarto. Ao entrar no quarto vê Jane e Georgiana conversando em voz baixa e na cama Elizabeth dorme, ao se aproximar Darcy percebe os ferimentos e hematomas pelo corpo de Elizabeth e se desespera.

— Por céus, o que aconteceu com ela? Por que está toda machucada? Georgiana, Jane, falem alguma coisa grita Darcy.

— Meu irmão, acalme-se, vai acordar Lizzy, sussurra Georgiana.

Georgiana e Jane explicam a Darcy tudo que aconteceu, o tempo em que Elizabeth ficou desaparecida, quanto mais elas falavam, mais Darcy ficava preocupado e zangado.

— Elizabeth poderia ter se machucado mais ou algo pior, ela não deveria ter ido tão longe sozinha, ainda não conhece Pemberley direito, isso foi um ato irresponsável, dizia Darcy. O que o médico disse, por que ele não esta aqui e se ela acordar com dor ou piorar?

Enquanto ele fazia varias ponderações e questionamentos, Elizabeth acordou.

— Oh Willian, você já voltou?

            Nesse momento, os três saltaram e correram em direção a cama onde Elizabeth dormia. Darcy pediu a Jane e Georgiana que o deixasse sozinho com sua esposa.

            - Darcy, você está tão sério! Esta tudo bem, nada de grave aconteceu.

            - Lizzy, você poderia ter morrido, seja pela queda ou por passar toda a noite sozinha no campo, não me diga que esta tudo bem, pois não está. Darcy tentava manter a calma em sua voz, mas era perceptível que estava muito alterado. – Olhe para você, esta cheia de hematomas e com o tornozelo ferido.

            - Sua irmã, chamou um médico e ele disse que em duas semanas talvez eu já esteja com o tornozelo curado e não estou sentido tanto dor na cabeça como antes, estou bem dizia Elizabeth.

            - Você foi completamente irresponsável, Lizzy.

            - Irresponsável? Foi um acidente SR. DARCY, eu não planejei isso. Não fui a nenhum lugar que eu não conhecesse infelizmente, a lama fez com que eu escorregasse no barranco da elevação, mas eu não planejei nada disso. Elizabeth dizia isso de forma irritadiça. - Desculpe se te preocupei e você teve que voltar antes da hora, mas não aceito ser chamada de irresponsável. Você queria o que? Que eu ficasse o tempo todo trancada em casa vendo sua irmã tocar ou lendo livros? Parece que você não me conhece, William. Você sabe que eu amo fazer caminhadas e que isso faz parte da minha rotina.

            Enquanto falava Elizabeth fazia expressões de dor, mas sem abaixar o tom de sua voz.

            - Eu achei que quando chegasse seria diferente, diria que estava com saudades e que me amava, mas ao invés disso preferiu dizer que sou irresponsável. Isso poderia ter acontecido a qualquer um, inclusive com você. Elizabeth estava muito agitada.

            - Lizzy, pelo amor de Deus, acalme-se! Você está machucada, não pode fazer muitos movimentos. Acabou de se acidentar, não pode ficar exaltada deste jeito, Darcy falava de forma fria.

            - Acalmar? Você ficou dias fora, eu estava com saudades de você, queria apenas que me abraçasse, não que brigasse comigo, sem motivo. William, minha cabeça voltou a doer, poderia, por favor, sair e chamar Jane?

            - Viu, sua agitação fez sua dor voltar. Por favor, tente não ficar tão nervosa. Desculpe-me, não queria ser grosso com você, mas estou com tanta de raiva de estar longe quando você mais precisou, Lizzy. Se eu estivesse aqui estaria com você na caminhada ou pelo menos saberia onde procurar você. Novamente, me desculpe, meu amor, eu estou com saudades, com raiva, preocupado, com medo. São tantas coisas que eu não sei o que fazer, me diga, o que posso fazer por você?

            - Deita-se aqui comigo, preciso de você perto de mim.

            Ambos acabaram dormindo durante a tarde e antes do jantar eles foram acordados, pois Elizabeth precisava tomar os remédios para dor que o médico havia passado. Darcy desceu para jantar com seus amigos e Jane ficou fazendo companhia para Elizabeth.

            - Lizzy, como você está? Perguntou Jane.

            - Minha irmã, estou melhor, mas minha cabeça e meu tornozelo ainda doem.

            - O médico disse que você deve sentir dor por pelo menos dois dias, por que a pancada foi muito forte. Daqui a pouco a governanta ira subir com o seu jantar. Deve estar faminta.

            - Eu espero não ficar muitos dias de repouso, não suporto ficar parada, você sabe disso, Jane, além das dores estou sentindo meu estomago se revirando.

            - Pode ser efeito dos remédios, Lizzy, mas você tem que comer, está fraca ainda.

            Pela manhã, Bingley partiu, pois precisava voltar ao trabalho, mas combinou com Jane que retornaria no final de semana e ela continuaria em Pemberley cuidando da irmã. O Coronel Fitzwillian prometeu terminar os negócios de Darcy em Londres, para que o primo pudesse ficar com a esposa e partiu junto com Bingley.

            Elizabeth estava melhor, apesar das dores musculares estarem diminuindo, ela ainda não estava conseguindo ingerir os remédios sem ter incômodos estomacais, no durante o desjejum Jane teve que ajudar a irmã, pois esta teve um enjoo devido aos remédios e não conseguia levantar. Após o desjejum, Jane deixou Elizabeth com Georgiana e desceu para falar com Darcy, em seu escritório.

            - Darcy, posso interrempê-lo? Perguntou Jane.

            - Claro Jane, aconteceu algo com Lizzy? Perguntou Darcy.

            - Não exatamente, na verdade, desde que Lizzy começou a tomar os remédios que o médico recomendou ela esta tendo náuseas e vômitos, ela não come muito bem. Não quis falar na frente dela, por que ela sempre se faz de forte e não quer preocupar ninguém, mas acho que devíamos chamar novamente o médico para examiná-la, talvez ele possa trocar os remédios por outros que não façam mal a Lizzy.

            - Vou pedir imediatamente que busquem esse médico, Elizabeth pode ser muito teimosa quando contrariada, então, é melhor falar que o médio veio conferir como ela está.

            Algum tempo depois o Dr. Thompson chegou para examinar Elizabeth. Darcy, permaneceu com eles durante a consulta.

            - Boa tarde, Sra Darcy, como tem passado? Ainda sente dores? Perguntou o médico.

            - Estou muito melhor, Dr. Thompson, minha cabeça quase não dói mais e meu tornozelo só dói quando tento me levantar.

            - Muito bom Sra. Darcy, devo recomendar que fique de repouso por mais cinco dias e após este período comece a fazer pequenos passeios pelo quarto, apenas.

            - Quando eu poderei descer para me juntar a todos nas refeições e caminhar nos jardins? Questionou Lizzy.

            - Ainda é cedo para dizer Sra. Darcy, tudo vai depender de seu repouso para que seu tornozelo consiga se recuperar, tem mais alguma reclamação ou queixa?

            - Não, obrigada! Disse Lizzy.

            - Dr. Thompson, Elizabeth não se adaptou a medicação que o senhor recomendou, ela vem sentindo incômodos estomacais e não tem se alimentado direito, disse Darcy.

            Elizabeth olhou para ele de forma soturna.

            - É verdade, Sra Darcy?

            - Sim, mas tenho certeza que é passageiro e eu não terei que tomar esses remédios por muito, terei?

            - Não, mas que tipo de desconforto você sente?

            - Pela manhã, quando eu tome a primeira dose antes do desjejum meu estomago embrulha e não consigo tomar meu café da manhã, quando insisto acabo vomitando, como não posso me levantar prefiro não fazer a refeição da manhã, pois se eu passar mal dependerei que Jane ou Darcy me ajudem.

            - Lizzy, meu amor, estamos juntos na saúde e na doença, isso não deveria ser motivo para evitar seu desjejum. Dr. Thompson é possível receitar outros medicamentos?

            - Claro, Sr. Darcy, mas o que me preocupa é que não é comum esse tipo de reação. Sra. Darcy se me permite perguntar: A senhora já sangrou este mês?

            Após a pergunta o rosto de Elizabeth empalideceu, ela sabia o que significava esta pergunta, como não havia pensado nisso antes.

            - Nã.. não, respondeu Lizzy em voz baixa.

            - Há quanto tempo a senhora não sangra, perguntou o médico.

            - Meu ultimo sangramento foi a seis semanas, respondeu Elizabeth.

            Darcy estava atento a toda conversa, mas não conseguia dizer nada, não sabia o que dizer. Elizabeth, estava atordoada, pois foi ingênua ao ignorar sua falta de sangramento, estava confusa e com medo, pois se estivesse grávida o acidente poderia ter prejudicado a sua gravidez.

            - Sra. Dracy é possívelmente que a senhora esta grávida e por isso os remédios estão causando os incômodos estomacais, posso verificar sua barriga? Disse Dr. Thompson.

            O médico fez algumas pressões sobre a barriga de Elizabeth e fez outras perguntas sobre o seu ciclo. Darcy, estava petrificado, não mexia e não falava, aénas acompanhava tudo o que acontecia no quarto.

            - Sr e Sra. Darcy, meu parabéns! A Sra. Darcy você está grávida!