Colegas de apartamento escrita por calivillas


Capítulo 10
Está errado!




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Contei a minha amiga Juliana quais eram as minhas intenções, queria que ela me ajudasse a planejar a noite perfeita com Felipe. Ela me olhou desconfiada, achando que eu não teria coragem.

— O que foi? Não foi você mesmo que disse que teria de tomar uma atitude? Pois, eu estou tomando.

— Acho legal, mas, talvez, você tenha expectativas demais, criando toda essa fantasia romântica, pode acabar assustando o cara.

— Ou não. Talvez, ele curta também? Não foi assim com você?

— De certo modo, eu esperava algo assim também. Sabe uma certa fantasia romântica, mas tudo acabou no banco de trás do carro do pai do meu namorado na época.

— Não foi bom? — indaguei, preocupada.

— Sim e não — Juliana deu de ombros.

— E com o Leo?

— Com Leo é diferente, a gente tem um lance legal, uma certa cumplicidade, apesar de, às vezes, eu querer matá-lo. Mas, espero que com Felipe seja assim.

— Eu também. Estou pensando em comprar lingeries novas, umas velas perfumadas, fazer um jantar especial até vinho.

— Nossa! Será uma superprodução! E o Ed?

— O que tem ele? — pergunto, aflita

— Sei lá. Não vai ficar estranho, todo esse clima com Ed na porta do lado? — Ela deu de ombros.

— Ed vai viajar para o aniversário da mãe dele, por isso, escolhi esse fim de semana. E, felizmente, Felipe não estará de plantão, será o momento perfeito.

— Garota de sorte! Imagine todo esse cenário, com Ed do outro lado do corredor.

— Acho que ele não daria a mínima — Dou de ombros, tentando parecer indiferente.

— Ele iria pegar muito no seu pé por um tempão. Imagine só se toda vez que ele fosse transar com alguém montasse essa produção? Teria que ter uma fábrica de vela aromáticas.

— Ele anda mais tranquilo, ultimamente. Ele já não traz tantas garotas para o apartamento — Eu mesma fiquei surpresa com a minha súbita constatação, na verdade, há algum tempo, ele não trazia mais ninguém.

— Será que ele se acertou com alguém? — Ju cogitou, senti um certo incômodo nessa ideia. Ed com alguém. Imagine só, uma garota o tempo todo lá em casa? Que chato! Mas, é daí? Não é assim comigo e Felipe, então por que deveria me importar? — Afinal, quando será a grande noite de inauguração?

— Noite de inauguração! – Eu ri. — Daqui há uma semana por isso preciso me apressar para arrumar tudo. Você me ajuda?

— Claro, isso vai ser divertido, adoro fazer compras.

Por fim, próximo ao fim de semana, já estava tudo resolvido, comprei um conjuntinho lindo de lingerie. Juliana queria que eu comprasse vermelha ou preta, mas achei de mais, preferia branca, mas ela achou muito virginal, então, decidimos por um cor-de-rosa.

As velas aromáticas foram um outro problema em queria algo mais delicados como rosas e ela preferia algo mais sensual como sândalo e, desta vez, ela ganhou.

 — O que vai fazer para o jantar? — ela me perguntou no supermercado, enquanto passávamos pelos corredores, empurrando um carrinho.

— Pensei em algo leve, tipo massa, quem sabe, um fettuccine.

— Ótimo, não pesa e dá energia.

—Energia? — Comecei a rir.

— Sim, afinal, não se sabe quanto tempo essa noite irá durar — completou com um sorriso malicioso.

Eu a olhei de rabo de olho, imaginando o que ela estaria imaginando.

Devo confessar, que durante o resto da semana, eu fiquei um tanto agitada, meio ansiosa, na expectativa que tudo desse certo e que não me decepcionasse.

— O que está acontecendo com você? – Ed me perguntou, ao passar por mim, de repente, quando eu comecei a passar aspirador de pó outra vez, pelo apartamento. Eu parei e olhei para ele, abismada. Será que estava tão na cara?

— Nada — minha voz saiu um tanto esganiçada. — Por quê?

— Porque você não parou de limpar esse apartamento durante a semana inteira.

— Eu só gosto da casa limpa — Dou de ombros, com dissimulada casualidade.

Ele me espreitou com os olhos em fenda, descrente.

— Eu vou viajar amanhã. Minha mãe faz questão que eu vá no aniversário dela — ele começou, quase como se justificando.

— Vai ser bom para você voltar para casa e rever a família.

— Acho que vai. Eu sinto falta deles.

Ficamos parados, ali, no meio da sala, sem saber o que dizer, mesmo assim, estamos bem. É estranho como eu me sinto cada vez mais confortável junto a Ed.

— Vou deixar você acabar a sua limpeza.

— Ah, tá! — É como se tivéssemos saindo de um transe. Bizarro! Ele se vai, eu respiro fundo e continuo o meu trabalho.

Sexta quando voltou da faculdade, Ed já havia viajado, o lugar estava estranhamente vazio, mas tenho o apartamento todo para mim. Estou ansiosa, não verei Felipe hoje, porque estará de plantão. Assim, passei e repassei o meu plano. Não sei como irei aguentar até o dia seguinte. Resolvi assistir alguns filmes relacionado ao tema, Cinquenta tons de cinza. Não! Não tem nada a ver comigo e Felipe. Nossa! Não sei como conseguirei esperar até amanhã à noite.

Liguei para a minha mãe, conversamos sobre assuntos gerais, no entanto, é claro que não falei nada sobre os meus planos de uma noite romântica e sensual. Ela também não sabe sobre Ed, ainda não tive coragem de contar sobre o meu colega de apartamento. Talvez, se ele não fosse tão bonito e gostoso. O que é isso? Nem parece comigo! Se concentre na conversa com sua mãe, vai ajudar passar o tempo, me distrair um pouco. Contudo, é difícil escutar a respeito das fofocas na família, tudo parece tão distante, como um outro mundo.

— Você está bem, Paula? — Ouvi minha mãe perguntar.

— Estou, por quê?

— Você está tão calada. E como vai Felipe? Eu estou louca para conhecê-lo — ela falou toda animada. Afinal, ele é o genro ideal, um futuro médico de boa família, mesmo que eu ainda não a conheça.

— Bem. Nós estamos bem — respondi, pressenti um sorriso do outro lado. Pensei se continuaremos bem, depois de amanhã à noite.

Depois que desliguei, fiquei recostada no sofá, tanto que peguei no sono. Acordei com a porta sendo aberta e Ed entrando por ela.

— Você não devia estar em casa agora? —perguntei, assustada, ao vê-lo.

— Meu voo foi cancelado, então voltei para casa. — Ele se aproximou e se ajoelhou ao me lado. — E para você — disse em um sussurro, se inclinou e me beijou. Eu sei que tinha que rechaçá-lo, mas, ao invés disso, eu o puxei para mim. Ele veio, sem resistência, e deitou sobre o meu corpo, ele continuou a me beijar e com a mão livre levantou a minha roupa. Percebi que estava usando a calcinha cor de rosa que comprei, não importa. Vai ser agora! Vai acontecer! Eu vou transar com... Ed! Não! Está errado! Acordei em um pulo, ofegante, na sala mergulhada na escuridão da noite, meu corpo em chamas. Que sonho doido! Mas, só foi um sonho. Amanhã, eu estarei com Felipe, o meu namorado e, finalmente, iremos transar e vai ser bom, espero...


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